Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 11
Harry


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer aos leitores que comentaram e incentivaram a publicação deste capítulo, e a primeira e linda recomendação da fic vinda de Any e Annie. Adorei!

Grande Abraço, espero que apreciem!



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O delicioso molho vermelho, famosa receita da Sra. Weasley, podia ser sentido pelo olfato aguçado de Harry Potter logo na entrada da casa. O rapaz, charmoso em um jeans cinza, camisa esporte, blazer de camurça e cachecol, tocou a campainha e esperou alguma cabeça ruiva aparecer e lhe dar as boas vindas.

Percy Weasley foi quem abriu a porta.

— Boa noite, Percy! Como vai? — saudou o irmão do amigo em toda sua pompa de simpatia.

— Harry, como vai? — o reservado Percy lhe devolveu o cumprimento com um abraço muito desajeitado e infrequente.

— Vou ótimo! — respondeu apertando o cachecol contra o pescoço. Londres marcava três graus centígrados naquela noite de sábado. — Posso entrar?

— Hã... Sim, desculpe! Vamos entrando.

Percy era mais velho que ele e Rony. Introspectivo e ordeiro destoava um pouco da grande família do amigo, sempre espalhafatosa e desorganizada. Assim, uma vez ou outra quando precisavam rir um pouco, Harry ouvia com grande prazer seu amigo caçoar dos lapsos esquisitos dele.

— O jantar já vai sair. Rony deve estar no quarto, eu acho. — anunciou indicando o aparador de casacos que Harry já conhecia de cor.

Sempre tão formal esse Percy!

Harry foi adentrando na casa dos Weasley tão à vontade como de costume. A sala de estar estava vazia, mas um falatório alto vinha da cozinha. Ele viu Percy voltar a subir as escadas para seu quarto e continuou sozinho o caminho até o cômodo barulhento.

A cozinha exalava um cheiro delicioso de comida italiana prestes a ser devorada, e o rapaz encostou-se ao umbral da porta para observar a movimentação lá dentro. A Sra. Weasley, baixinha e espevitada, orquestrada sua culinária famosa diante do fogão. Rony estava sentado diante da bancada beliscando uma fatia de pão sovado, e Gina, a caçula, falando alto para os dois sobre um tal professor arrogante do curso de idiomas.

Nenhum deles notou a presença de Harry até ele pigarrear forçadamente. Ao vê-lo Gina deixou escapar um gritinho histérico e correu para pular em seu colo como uma criança de cinco anos.

— HARRY!!

— Ei, eu quero sobreviver até o próximo macarrão da sua mãe! — desequilibrado pelo peso repentino da garota sobre seu peito, deu um passo para trás.

— Você tá lindo! — Gina exclamou, estralando um selinho nos lábios dele.

Seu lábio macio e levemente carnudo tocou-o com quentura. Ela continuava a mesma garota sapeca.

— Não posso dizer o mesmo. — brincou.

Ela cobriu seus ombros de tapinhas carinhosos.

Na verdade, a cada primavera a caçula Weasley ficava mais atraente. Os quadris alongaram, a cintura estreitara, o rosto ia perdendo o formato angelical e redondo para ganhar ossos angulosos e um olhar azul sedutor.

Gina nunca escondeu de Harry o quanto o desejava. Desde o dia em que firmara amizade com seu irmão, há mais de dez anos, e ela não passava de uma garotinha sete anos, demonstrava isso. De início Harry ria da sua paixonite infantil, dos dizeres sonhadores de uma menina ruiva anunciando aos adultos como se já distribuísse os convites, que se casaria com ele quando crescesse. O rapaz esperou que o amor platônico fosse sucumbir às novas ofertas de garotos assim que a adolescência alcançasse ela. Mas não aconteceu. A Gina da puberdade só ficara mais insistente e ousada com a idade. Até o momento em que Harry, que nunca vira nada nela além da irmãzinha do seu amigo, sentiu-se desconfortável demais para continuar frequentando assiduamente a casa dos Weasley. Nós últimos dois anos Rony fez o caminho o inverso e ia mais ao apartamento dos Potter do que o contrário. E depois Harry foi viajar para seu estágio no estrangeiro.

— Querido! Querido! Você tá lindo!! — A Sra. Weasley deu um jogo de quadril na filha, emburrando-a para longe do rapaz e abraçando-o com ternura.

— Obrigado. Acho que são as roupas. — fingiu-se de modesto.

— E aí, cara! — Rony acenou do balcão, terminando de enfiar o pão na boca.

— Metido! — Gina mostrou-lhe a língua com ares de travessa.

— O jantar já está saindo, querido. — A Sra. Weasley voltou correndo pro fogão ao perceber que deixara as panelas sem sua perícia. — Mas vai contando, como foi nos Estados Unidos? É tudo isso que as pessoas dizem?

— Tudo isso, o quê? — Gina perguntou com desdém.

Harry captou um leve ciúmes da ruivinha.

— É tudo isso e muito mais. — provocou. A garota lhe mostrou a língua novamente.

— E o estágio foi compensador? — continuou a matriarca Weasley.

E Harry foi falando. Contando das suas diversas experiências no Novo Mundo para os Weasley. A conversa se estendeu para mesa de jantar e o Sr. Weasley e Percy se juntaram aos demais para ouvi-lo falar sobre os costumes dos atarefados e capitalistas habitantes da ex-colônia. Mostrou foto de monumentos importantes de seu computador portátil e narrou situações inusitadas e interessantes pelos lugares que conheceu.

Perto da nove da noite as mulheres começaram a retirar a mesa e a Sra. Weasley convocou um muito contrariado Percy a ajudá-las nessa tarefa. Rony chamou o amigo para se juntar a ele no quarto e Harry disse-lhe que em breve estaria lá. Gentilmente ajudou Gina a levar a travessa de molho e alguns pratos para a cozinha. Falou baixinho no percurso:

— Eu menti. Você tá uma gatinha. — piscou.

— Isso é caridade? — ela soltou um risinho sarcástico.

— Não... — ficou confuso. Era para ela se envaidecer como de costume quando ele a elogiava.

— Sei, Sr. Arrogante. — Gina devolveu.

— Está de mal humor, é? — continuou achando estranha a atitude dela.

— Pelo contrário, gatinho! — devolveu a piscada, virou-lhe as costas e foi para cozinha.

Harry petrificou com algumas louças na mão. A surpresa estampava seu rosto jovial.


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