Et in Arcadia ego escrita por themuggleriddle


Capítulo 9
Ex Animo




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“Quero visitar Little Hangleton.”

Tom Riddle sabia muito bem que iria receber olhares tortos de Ron, Harry e Hermione assim que pedisse isso. Claro, não havia razão alguma para irem até uma pequena vila em East Yorkshire, mas ele queria fazer isso desde que Hermione lhe falou sobre o seu pai. E, depois do fiasco na casa dos Lovegood, ele podia dizer que uma rápida visita até uma vila trouxa não poderia acabar pior do que a aventura deles na casa da tal Luna.

“Como é?” perguntou Ron, arqueando uma sobrancelha.

“Por que você quer ir até lá?” Potter fechou o rosto.

“Eu só quero,” ele murmurou, encolhendo os ombros enquanto observava o trio sentado à mesa enquanto ele estava de pé na frente deles. “Não sei, talvez Você-Sabe-Quem tenha escondido alguma horcrux lá?”

“Não tem nada lá,” disse Hermione. “Já procuramos. A única que tinha lá já foi destruída.”

“Ah... bom, eu pensei que talvez a gente pudesse passar lá...“

“Olha, Riddle, acho que talvez não seja uma boa ideia-“

“Talvez a gente possa, Ron,” disse Harry, sorrindo fraco. “Não é, Hermione?”

“É...”

“Hermione, achei que você era quem dizia ‘não’ para situações como essa,” disse Weasley.”

“Nós fomos até lá e nada aconteceu, lembra?” ela falou. “Além disso, seria uma visita rápida, não?”

“Sim.”

“Você e Ron podem ficar fora dos limites da vila, Harry, esperando por nós-“

“Whoa, espera, quem disse que vocês dois vão sozinhos?” perguntou Ron, fazendo careta.

“Você prefere que eles vão com você?” perguntou Hermione, olhando para Riddle.

“Não...” Tom sussurrou.

“E desde quando o que ele quer importa?”

“Desde que se trata de um assunto pessoal de Tom.” Hermione se virou, olhando os garotos com os olhos estreitos.

Harry permaneceu em silêncio por um longo minuto, antes de suspirar, sacudindo a cabeça.

“Ron e eu vamos ficar perto da casa dos Gaunt, debaixo da capa,” ele falou. “E vocês dois vão... Até a vila. Fazer seja lá o que têm que fazer.”

“O que? Harry, é loucura! Você não pode deixá-lo sozinho com Hermione!”

“Acho que consigo tomar conta de mim mesma, Ronald,” disse Hermione, soando ríspida, enquanto encarava o ruivo.

“Eu sei, Mione, mas...”

“Então você sabe que posso muito bem acompanhar Tom até Little Hangleton sem precisar ser vigiada por vocês dois.”

Tom tentou esconder o sorriso que apareceu em seu rosto quando Weasley afundou na cadeira, logo antes de Hermione se virar e lhe lançar um rápido olhar que parecia quase brincalhão.

***

O céu acima deles estava escuro enquanto eles atravessavam o cemitério de Little Hangleton. O vento frio os fazia puxar as suas capas para mais perto do corpo e o clima parecia de acordo com a atmosfera triste do local. Parecia muito com o cemitério de Godric’s Hollow, exceto pelo fato de que a pequena igreja ao seu lado estar silenciosa e não haver neve cobrindo a grama molhada. Enquanto eles andavam pelo lugar, Hermione se ocupava em ler os nomes nas lápides que despontavam para fora do gramado, enquanto Tom continuava andando até encontrar o que procurava.

Riddle não pôde deixar de sentir um arrepio ao ver o túmulo, se perguntando quem diabos havia decidido que aquilo seria uma boa escolha. O grande anjo de pedra não era gentil e triste, como a maioria das estátuas fúnebres, mas intimidante e esquelético, segurando uma foice e com asas de pedra dobradas às suas costas. A estátua não parecia estar de luto pelos mortos enterrados aos seus pés, mas sim cuidando deles como se fossem seus prisioneiros. Deixando de lado a primeira impressão ruim, Tom se aproximou alguns passos do túmulo, observando os nomes inscritos na pedra. Seu avô tinha sessenta e três anos quando morreu; sua vó, sessenta; e seu pai, trinta e oito.

“Como eu matei eles?” ele perguntou quando sentiu Hermione parar ao seu lado.

“A Maldição da Morte.” O garoto esticou um braço para deixar as pontas dos dedos roçarem contra os nomes.

“Três Toms na mesma família.” Ele deixou escapar uma risada fraca e sem humor, antes de erguer o rosto e dar alguns passos para trás. “Aquela é a casa deles?”

Ele apontou para a silhueta do que parecia ser uma casa grande a distância.

“Sim.”

“Já foi lá?”

“Sim, nós estávamos... Procurando por horcruxes,” ela explicou.

“É seguro?” Tom perguntou. “Podemos ir até lá?”

“Acho... Acho que sim.” Ela sorriu e lhe ofereceu a sua mão. “Se segure.”

Como sempre, a sensação estranha da aparatação os envolveu e, quando ele abriu os olhos, estavam parados dentro de um hall escuro e vazio. O cheiro de mofo subia pelo seu nariz e ele podia ver que o chão e as paredes estavam mal cuidados, cobertos de poeira e teias de aranha. A garota acenou com a cabeça para Riddle, indicando para ele seguir em frente, mas que ela ficaria ali.

O primeiro quarto no qual entrou parecia uma sala de visitas. Havia poltronas, um sofá, uma pequena mesa onde os habitantes um dia deviam ter tomado chá, uma lareira com vários bibelôs sobre o seu aparador, um espelho embaçado sobre a lareira, algumas estantes com livros e, o que mais chamou a sua atenção, um piano de cauda na frente da janela. O coração de Tom afundou em seu peito ao ver o quão danificado pelo tempo estava o instrumento, enquanto se aproximava e abria a tampa deste, correndo os dedos por sobre as teclas, às vezes apertando uma ou outra. Algumas  notas ainda saíam da caixa, desafinadas e abafadas. Ele se perguntou quem na família tocava, decerto era a sua avó.

Ele foi até a lareira, olhando os objetos sobre esta. Tom apanhou um porta-retratos, limpando a poeira do vidro e vendo um belo casal sorridente o olhando de volta. Era uma foto de casamento. O rosto da mulher estava iluminado por um sorriso gentil enquanto ela o olhava com olhos escuros, enquanto o homem, apesar de estar sorrindo, parecia mais introspectivo. As mãos dos noivos estavam juntas na frente deles e Tom sorriu enquanto colocava o porta-retratos de volta no lugar, logo pegando outro. Esse tinha apenas um homem jovem na foto, que não devia ter mais do que vinte anos. Ele se parecia muito com o noivo da anterior, mas Riddle conseguia ver os traços da noiva em seu rosto, principalmente no sorriso. O garoto não pôde deixar de notar que o sorriso do homem parecia alcançar os olhos dele, algo que era possível ser visto até mesmo em uma foto antiga.

Tom sentiu sua respiração prender enquanto ele observava a foto. Ele passara muitos dias da sua infância imaginando aquele homem e, para a sua surpresa, ele era quase idêntico ao de sua imaginação. Uma versão mais velha de si mesmo. A diferença estava no fato de que seu pai parecia mais relaxado e feliz do que ele jamais sairia em uma foto. Mordendo o lábio inferior, o garoto mexeu no porta-retratos até achar um jeito de abri-lo e tirar a foto dali, colocando-a em seu bolso. Depois, fez o mesmo com a foto do casal. Aquela era a sua família, logo, ele tinha o direito de ter aquelas fotos, certo?

Havia um terceiro porta-retratos, esse com os três Riddle na foto. O casal agora já tinha cabelos brancos, o homem parecia ainda mais sério e a mulher, apesar de estar sorrindo, não parecia tão descontraída quanto no dia do seu casamento. O filho deles, seu pai, estava sentado ao lado da Sra Riddle e tinha um rosto que parecia quase desolado e uma postura mais rígida, bem diferente da outra foto. Ele tinha algumas poucas rugas no rosto e seus olhos, pelo que Tom conseguia ver, eram tão claros quanto os seus. Essa foto teve o mesmo destino das outras duas.

Voltando a olhar o aparador, Riddle se viu segurando com muito cuidado um pequeno ovo vermelho, apoiado em pequeninos pés dourados e adornado com detalhes da mesma cor e minúsculos cristais. Ele sorriu, abrindo o ovo e encontrando um papel amarelado dobrado ali dentro. Desdobrando-o, o garoto franziu o cenho ao ver várias letras desconhecidas escritas ali em uma caligrafia impecável. Ele deixou o ovo sobre o aparador, mas guardou o papel. Ele riu quando seus dedos se fecharam em torno de uma pequena boneca de madeira que estava ali em cima também. Já havia visto uma dessas. O Dr Mazarovski tinha uma em seu escritório e ele sabia que se a abrisse, mais bonequinhas pintadas sairiam de dentro da maior. Assim como o resto da casa, a boneca estava velha. A tinta estava descascando e a madeira parecia frágil sob os seus dedos.

Deixando a boneca de lado, Tom foi para o próximo cômodo. Ele queria poder passar horas em cada ambiente, mas sabia que logo Hermione iria chamá-lo para partirem. O outro quarto, conectado à sala de visitas por uma porta dupla de madeira, era um escritório. Havia mais estantes e uma mesa de madeira que ficava em frente às janelas, com duas cadeiras que pareciam muito confortáveis à sua frente. Apesar de empoeirado e antigo, o lugar também ainda tinha o seu aspecto original. Muitos dos livros das estantes tinham seus títulos escritos no que Riddle reconheceu como sendo o alfabeto cirílico e outros, em inglês; alguns eram sobre cálculo e finanças, mas havia também livros de história e línguas. Enquanto saía do cômodo por mais uma porta dupla, o rapaz se perguntou se aquele era o local de trabalho de seu pai ou de seu avô.

O próximo cômodo tinha a maior parte de seus móveis cobertos por lençóis amarelados. Puxando um deles, Tom se viu encarando a pintura de um casal de noivos. Seus avós, na mesma pose da foto da sala, mas agora coloridos. Riddle sorriu fraco ao notar que os olhos da Sra Riddle, diferente do que parecia na foto, eram de um tom azul escuro muito belo, enquanto o do Sr Riddle era de um azul claro como os seus. Enquanto andava pelo local e descobria os objetos, percebeu que a maioria eram quadros. Tom não sabia nada de arte, mas conseguia ver que aqueles quadros foram pintados por duas pessoas diferentes: os estilos eram levemente distintos. Uma pintura chamou a sua atenção, o Palácio de Inverno de São Petersburgo, que continha uma pequena assinatura no seu canto direito, uma bagnça de letras que ele reconheceu como o nome de sua avó, Mary Riddle. No quadro do casal, o bruxo encontrou duas pequenas letras em um canto: um T e um R.

“Tom?” O rapaz se virou para ver Hermione parada na porta do cômodo. “Estamos quase indo, okay?”

“Certo.” O garoto concordou com a cabeça, indo até o corredor da casa e a deixando para trás. Logo estava no segundo andar e, quase como se já conhecesse o caminho dentro da casa, entrou na primeira porta à sua direita.

Era um quarto com uma cama enorme que muito provavelmente pertencera ao Sr e a Sra Riddle. Indo até a penteadeira na frente da cama, Tom deixou os dedos tocarem os objetos delicados que foram deixados ali: escovas de cabelo, espelhos de mão, grampos, algumas jóias... Ele se perguntou se não havia ninguém mais para herdar essas coisas ou se ninguém se prontificou para pelo menos guardar as coisas dos Riddle. Então se lembrou da Sra Cole e como a mulher levara anos para conseguir se desfazer das coisas de seu marido e de sua filha depois da morte deles. Talvez a sua família também tinha gente que decidiu que era melhor deixar tudo do jeito que era antes da morte dos Riddle.

Comparado com a organização do quarto anterior, o próximo era uma bagunça. O guarda-roupas tinha uma porta aberta e, dentro, havia uma mistura de roupas e livros que pareciam ter sido colocados ali por falta de um lugar melhor para guardá-los. Na mesa em frente à uma das janelas havia mais livros, cadernos, papéis e lápis. Algumas fotografias de pessoas que ele não conhecia estavam presas na parede ao redor da janela. Se aproximando da mesa e colocando a papelada de lado, Tom encontrou vários desenhos e rascunhos, todos com a mesma assinatura que havia visto na pintura de seus avós. Então fora o seu pai quem a pintara. O conhecimento desse detalhe fez o rapaz pensar que a visita a Little Hangleton valera a pena, mesmo com toda a dor de cabeça que aquilo causara ao trio de amigos.

Ele estava quase saindo quando algo chamou a sua atenção. No topo da mesa, quase escondida entre livros, havia uma pequena caixinha de joias. O garoto franziu o cenho, pegando-a com cuidado e vendo que, aparentemente, Tom Riddle Sr estava tentando desenhá-la, a julgar pelos rascunhos que estavam embaixo desta. Virando-a na mão, Riddle observou os detalhes em dourado na sua superfície, antes de encontrar uma pequena chave na superfície debaixo. Ele riu, dando corda e abrindo a tampa.

Dando alguns passos até conseguir se sentar na cama, Tom ouviu a melodia suave que saía da caixinha enquanto via um casal miniatura girar dentro dela. Fechando a caixa e a colocando em seu bolso, o garoto olhou em volta, mordendo o lábio inferior.

“Pensei que tinha te perdido.” Ele ouviu a voz de Hermione, mas não falou nada. “Está tudo bem?”

“Sim.” Ele se amaldiçoou ao ouvir sua voz sair esquisita, meio esganiçada.

“Ouvi falar que você é um ótimo mentiroso,” disse a bruxa, aproximando-se e se sentando ao lado dele na cama. “Mas estou vendo que, na verdade, é péssimo nisso.”

“Estou bem. Ou não, não estou... Não sei.”

“Você está chorando,” ela falou, como se estivesse falando de algo óbvio. “Mas chorar nem sempre significa não estar bem.”

“Não estou choran-“ Ele levou os dedos até o rosto e se surpreendeu ao sentir algo molhado sob a sua pele. “Por que eu... Por que eu fiz isso?”

“Você-Sabe-Quem descobriu que o pai era um trouxa,” ela explicou, colocando uma mão sobre a dele e a apertando. “E que ele havia deixado a mãe dele, uma bruxa. Ele estava irado porque pensou que, talvez, se o pai tivesse ficado, sua mãe não teria morrido. Além disso, Riddle nunca foi atrás dele no orfanato. Você-Sabe-Quem achou que a melhor solução era matar o pai, acho que era pra ser um tipo de vingança.”

“Mas eu queria ele.” Riddle sacudiu a cabeça. “Eu ainda não sei por que, mas eu sempre pensei mais no meu pai do que na minha mãe. Talvez por saber que ele ainda estava vivo... ou talvez porque, pelo que eu ouvia do pessoal do orfanato, ele parecia melhor do que a minha mãe para cuidar de uma criança. De qualquer jeito, eu... eu não me importava com quando ele viria, sabe? Mesmo se eu tivesse que procura-lo, eu só queria...”

“Você podia querer conhecer o seu pai, Tom,” disse Hermione, suspirando. “Mas o resto da alma de Você-Sabe-Quem queria vingança. E, mesmo que bondade seja um traço forte, a raiva consegue ser mais violenta e mais forte dependendo da situação. Em 1943, a raiva de Você-Sabe-Quem e a necessidade de vingança foi mais forte do que o seu desejo por um pai e uma família. É por isso que ele fez isso.”

“Hermione?” ele chamou, seus olhos fixos em uma fotografia que mostrava o seu pai, sorridente, junto de um casal que parecia ter a mesma idade dele. “Lembra que eu falei sobre não querer ser enterrado no Cemitério Abney Park?”

“Ah, não, não vamos falar sobre isso de novo.”

“Olha, só me ouça, sim?” disse Tom, virando-se para olhá-la. “Se algo acontecer, acha que consigo ser enterrado aqui em Little Hangleton? Com a minha família?”

“Tom, nada vai-“

“Por favor, Hermione,” Riddle sussurrou. “Lembre-se: não me enterre no Abney Park. Tente me trazer pra cá, com eles. Por favor.”

“Certo, certo, mas repito: nada vai acontecer. Quando a guerra acabar, você vai estar vivo, assim como Harry, Ron e eu,” ela falou. Ela parecia ter mesmo certeza de que ele sairia ileso daquela guerra, mesmo parecendo duvidar que ela e os amigos tivessem o mesmo destino. “Agora, valeu a pena vir aqui? Harry e Ron vão ficar irados se perceberem que você não gostou da visita.”

“Oh, sim, valeu.” O garoto se permitiu rir fraco. “Foi bem... Incrível. Poder vir aqui.”

“É uma casa linda. Devia ser incrível quando eles ainda viviam aqui,” ela murmurou, olhando em volta. “Vi os quadros lá embaixo. Pelo jeito você vem de uma família de artistas.”

“Aparentemente sim, mesmo que eu não tenha esse talento deles.”

“Se você considerar arte apenas pintar e desenhar...”

“Sim, é isso que considero arte,” ele falou, voltando a olhar a garota e fechando os dedos em volta dos dela. “E obrigado por... Me trazer aqui.”

“Oh.” Hermione riu, dando um tapinha de leve no lado do rosto dele com a mão livre, antes de se levantar. “De nada. Mas acho que devemos ir.”

“É claro.” Tom limpou a garganta, olhando uma última vez para o quarto, antes de a seguir.

***

Harry tomou um gole do seu café antes de olhar para Ron e Hermione. A garota estava voltando a ficar mais amigável perto de Ron, mesmo sabendo que levaria algum tempo até ela parar de direcionar seus olhares frios à Ron. Harry havia visto o quão devastada Hermione havia ficado quando o amigo os deixou na floresta, apenas saindo daquele estado quando Riddle apareceu e provou ser uma boa distração. Mas agora ela estava começando a voltar ao normal em relação ao Weasley e o garoto se sentia muito feliz com isso.

“Então, ele ficou feliz com a visita? Perguntou Ron, olhando a garota.

“Na verdade, ele gostou muito de ir lá.”

“É sério, Mione, você é a única pessoa no mundo capaz de ser tão amigável com ele.”

“Eu só agi do jeito que agiria com qualquer outra pessoa, Ron.”

“Sim, mas ele não é qualquer pessoa, né? Ele é o louco que está querendo nos matar.”

“Não comece.”

“Vamos lá, aposto que Harry concorda comigo... Não é, cara?” perguntou Ron, olhando o outro rapaz.

“Hermione e eu já conversamos muito sobre isso,” disse Harry, encolhendo os ombros. “E não tenho ideia do que pensar. Riddle nos avisou sobre Xenophilius, não foi? Digo, okay, a gente não deu ouvidos a ele, mas...”

“Você ta do lado dele?”

“Não estou. Só estou dizendo que não vale a pensa continuar discutindo isso. E eu prefiro que ele não nos ouça falando dele desse jeito,” o garoto explicou.

“Eu também,” disse Hermione. “Não é bom para ninguém ouvir alguém te chamando de-“

“Um louco que está querendo matar vocês.”

O trio se virou para ver Tom parado na entrada da cozinha. Apesar de Riddle ter se mostrado o mais asseado dos quatro, agora ele parecia uma bagunça em pessoa. Seus cabelos estavam despenteados, seu rosto parecia mais pálido e seus olhos, avermelhados. Hermione mordeu o próprio lábio, olhando rapidamente para os amigos, antes de virar para o rapaz outra vez.

“Tom...”

“Eu não sou louco,” ele murmurou, os músculos de sua mandíbula se contraindo.

“Ninguém disse que você é louco, Tom,” disse Harry, soando gentil.

“Ele falou.” Tom apontou para Ron, que simplesmente fez uma careta. “Ele acha que vou matar vocês.”

“Você tem que entender, cara, que essa é a coisa mais lógica a se pensar.”

“Ron!”

“Não estou certo!?”

“Eu não sou ele!” Riddle gritou e Hermione podia sentir algo mudar ao redor deles. A magia de Tom, novamente, ficando fora de controle. “Eu não sou Você-Sabe-Quem! Quando é que vocês vão entender isso!?”

“Desculpe, mas da última vez que Tom Riddle apareceu – um Tom Riddle bonito e educado como você -, minha irmã quase foi morta por aquele babaca!” Ron se levantou e Harry fez a mesma coisa, colocando a mão no bolso a procura da sua varinha. “Eu acho que tenho uma boa razão para desconfiar de você. Especialmente depois de ver você ser todo Sr Cara Legal com Hermione! Se você acha que vai conseguir enganar ela como fez com a minha irmã-“

“O que...? Eu não estou tentando enganar ela! Eu só estou-“

“Só está tentando ser amigável? É, Ginny também achou que você estava sendo amigável quando você tentou sugar a vida dela!”

“Ron Weasley, pare!” Dessa vez foi Hermione que se levantou e agarrou a sua varinha. Se Ron não ficasse quieto, Riddle iria perder o controle de novo, do jeito que fizera quando haviam duelado.

“Parem os dois!” disse Harry, se colocando entre os dois rapazes. “A última coisa que precisamos agora é de outra briga, então chega! Riddle, Ron só está preocupado, certo? E Ron, essa discussão sobre Riddle ser ou não ser Vol-“

“Harry, não!” Ambos Ron e Hermione gritaram. Riddle, por outro lado, apenas franziu o cenho.

“-demort acabou, entendeu?”

“O nome é um tabu!” disse Ron ao mesmo tempo que foi ouvido um estampido alto do lado de fora da tenda. “Eu te disse, Harry, eu te disse que não podemos falar o nome dele!”

“Precisamos refazer a proteção,” murmurou Hermione, erguendo a varinha.

“O que aconteceu?” perguntou Tom, olhando para um objeto que sempre via em cima da mesa: um tipo de pião colorido que agora estava apitando e rodando. Não demorou para ouvirem vozes do lado de fora. Ron tirou um tipo de isqueiro do bolso e o apertou. Todas as luzes se apagaram.

“Saiam com as mãos para cima!” Uma voz rouca gritou no meio da escuridão. “Sabemos que estão aí! Vocês tem meia dúzia de varinhas apontadas para vocês e não nos importamos com quem vamos amaldiçoar!”

 

***

 


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Notas finais do capítulo

ex animo = que vem do coração

muito obrigado quem comentou no último capítulo. viram o que comentários fazem? capítulos mais rápido por conta de motivação ((; espero que tenham gostado



(acho que a imagem vai ficar maior do que eu esperava, desculpem se ficar estranha...)



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