Et in Arcadia ego escrita por themuggleriddle


Capítulo 14
Cred quod Habes, et Habes




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Tom achou que iria vomitar por conta da tosse que o assolou quando eles finalmente chegaram às margens do lago. Em apenas um dia, eles já haviam falsificado as suas identidades, invadido e roubado Gringotts, escapado do banco montados em um dragão cego e então pulado do tal dragão direto para um lago gelado. Uma vozinha no fundo de sua mente continuava o lembrando que ele iria acabar morto se continuasse seguindo aqueles grifinórios e seus planos malucos, aconselhando-o a simplesmente abandoná-los. Aquela não era a luta dele… Ou talvez fosse, já que o inimigo era uma versão mais velha de si mesmo, mas ele, Tom Marvolo Riddle, queria apenas deitar em uma cama quentinha e dormir sem ter que se preocupar com aqueles planos estúpidos, sequestradores e comensais da morte.

 

O trio estava rindo. Tom não sabia como eles conseguiam rir naquele momento. Eles estavam machucados e com frio e haviam acabado de alertar todo o mundo bruxo sobre terem roubado um banco.

 

“O que vamos fazer?” perguntou Hermione, quando a risada diminuiu. Enquanto eles continuavam a rir, Riddle ocupou-se em esfregar a essência de ditânio de Hermione em suas mãos, que estavam escoriadas por conta das escamas do dragão. “Ele vai saber. Você-Sabe-Quem vai saber que estamos atrás das horcruxes.”

 

“Talvez os comensais fiquem tão assustados a ponto de não contar!” disse Weasley. “Talvez eles escondam-”

 

A voz de Ron parecia ficar cada vez mais distante. Ou talvez fosse a cabeça de riddle que estava começando a ficar mais aérea, obrigando-o a se sentar para evitar de cair de cara no chão enlameado. Em um piscar de olhos, ele não estava mais naquele lago e não havia mais Harry, Ron ou Hermione por perto. Ele estava sentado no canto de uma sala mal iluminada, observando um homem magro andar ao redor de um goblin que estava parado a sua frente. O rosto ofídico do homem o fez estremecer e a sua voz teria tido o mesmo efeito, se Tom pudesse ouvi-la. Ele estava irritado, o rapaz podia ver, mas a voz do homem simplesmente não chegava aos seus ouvidos. O garoto podia, no entanto, ouvir um eco da Maldição da Morte em sua mente quando esta foi lançada contra o goblin.

 

E, apesar de não conseguir ouvir a voz de Voldemort, Tom entendia os pensamentos dele. Ele estava irado e assustado. Por que Potter roubaria a taça de Hufflepuff do cofre dos Lestrange? Era possível que o menino soubesse sobre as suas horcruxes? Não. Ninguém sabia delas. O único que poderia saber estava morto fazia anos. Será que Dumbledore…? Talvez. Mas o velho não havia conseguido colocar as suas mãos enrugadas em suas horcruxes, então o garoto também não conseguiria. Ainda assim, não iria machucar ir atrás dos seus esconderijos. A caverna, o casebre dos Gaunt, Hogwarts… Mas como o menino poderia saber desses lugares? Ninguém sabia do seu parentesco com os Gaunt. Ninguém sabia do incidente da caverna durante a sua infância. Ninguém conhecia aquele lugar em Hogwarts.

 

Mas havia aquele outro garoto, aquele que ele vira nas memórias de Lucius e Bellatrix, depois da tentativa falha de capturar Potter. Era uma imagem borrada, já que Malfoy e Lestrange estavam muito ocupados em Harry Potter e na menina sangue-ruim. Dolohov, por outro lado, assegurou-lhe de que se tratava de um mestiço fugitivo que teve a infelicidade de cruzar com Potter e seus amigos. Sim, um menino azarado, era apenas isso. Era impossível que aquele rapaz fosse quem ele pensara. A coisa mais interessante sobre aquele mestiço desconhecido era o fato de ele ser aparentado do velho Dr. Mazarovsky… Uma coincidência interessante, sem dúvida.

 

“Riddle?”

 

Alguém o estava sacudindo pelos ombros, cutucando-o e até estapeando o seu rosto sem a menor delicadeza. O rosto de cobra de Lord Voldemort se dissolveu na frente de seus olhos e ele viu o rosto sardento de Ron Weasley logo acima de si.

 

“O que diabos aconteceu?”

 

“Ele sabe.” Riddle ouviu a voz de Potter. “Ele sabe que estamos atrás das hocruxes. Eu… Eu estava na mente dele. Ele não sabe como descobrimos, mas ele está irritado e… e assustado. Ele vai checar os lugares onde as escondeu.”

 

“Hogwarts ficará por último,” disse Tom, se sentando e sentindo-se tonto de novo. “Ele acha que ninguém conhece o lugar onde a escondeu no castelo.”

 

“Uma horcrux em Hogwarts,” Hermione sussurrou, sentada perto de Harry. “E onde ela está?”

 

O trio se virou para olhar Tom, que sentiu o rosto esquentar, apesar de não saber se por vergonha ou raiva. Estava começando a ficar irritante o jeito como eles o olhavam como se ele fosse algum mensageiro de Lord Voldermort.

 

“Não sei.”

 

“Como assim não sab-”

 

“Harry, pare,” a garota falou, se levantando e ajudando Potter a fazer o mesmo. Para a sua surpresa, Weasley segurou os ombros de Tom quando este se levantou, ajudando-o a não perder o equilíbrio. “Precisamos decidir o que fazer…”

 

“A gente devia ir para Hogwarts,” disse Harry, empurrando o cabelo molhado para longe do rosto. “Encontrar a hocrux e destruir ela.”

 

“Você não falou que o atual diretor é um comensal da morte?” perguntou Tom, arqueando uma sobrancelha. “E que deve ter mais comensais guardando o castelo? Como diabos acha que vamos entrar se o lugar está cercado de gente que quer a sua cabeça pendurada em algum lugar?”

 

“A gente pode ir até Hogsmead e entrar pela passagem secreta na Dedosdemel. Nós temos a capa. E você pode ir tentando se lembrar-”

 

“Eu não sei onde eu a escondi. Nem mesmo sei o que é!”

 

“Então tente lembrar!”

 

“Ela pode ter sido feita depois… depois de mim.” Riddle apontou para si mesmo. “Um Riddle mais velho pode tê-la criado.”

 

“Hey, vocês dois!” Ron ergueu as mãos como se esperasse a sua vez de falar na sala de aula. “Vamos mesmo para Hogwarts? Porque, se sim, a gente tem que ir rápido. Você disse que Você-Sabe-Quem vai checar as outras horcruxes, não é? Imagine a reação dele ao descobrir que o anel e o medalhão sumiram. Ele vai matar a primeira pessoa que cruzar com ele! E depois irá até Hogwarts.”

 

“Precisamos chegar lá antes dele,” Hermione murmurou. “Ainda assim, é perigoso! Nós três mal cabemos debaixo da capa e agora com Tom-”

 

“Coloque um feitiço desilusório nele.”

 

“Não são tão bons quanto a capa, Harry.”

 

“Mas os comensais não o conhecem. Ele não está sendo procurado como nós,” disse Ron, encolhendo os ombros. “E ele é bom em criar histórias pra escapar das encrencas.”

 

“Você está sugerindo que eu devia entrar em Hogsmead e esperar por um comensal para poder inventar uma história falsa?” perguntou Tom, apesar de saber que o ruivo estava certo. O rapaz suspirou e sacudiu a cabeça. “Merda. Coloque logo um feitiço desilusório em mim, Hermione.”

 

***

 

Aberforth Dumbledore estava contando uma história melodramática fazia alguns bons minutos, mas a mente de Tom Riddle estava muito longe da irmãzinha de Dumbledore, Ariana, e da antiga amizade entre o diretor e Gellert Grindelwald. Sua mente estava presa em outra garota. Ele se lembrava de como ela era a garota mais bonita que ele já havia visto até chegar em Hogwarts e ele ficara encantado com a elegância silenciosa dela. Os outros diziam que ela era rude e arrogante, mas com ele, Helena Ravenclaw sempre fora gentil. Quieta e reservada, sim, mas gentil.

 

E ela tinha algo que ele queria. Uma tiara, construída pela mãe dela e que dava à quem a usasse a inteligência de Rowena Ravenclaw. Mas Tom não estava interessado naquele detalhe - ela havia sido uma grande bruxa, mas a sua própria filha a havia roubado. Aquilo lhe dizia muito sobre ela -, ele só queria o diadema porque ele pertencera à fundadora da Corvinal. Era um objeto importante e ele queria algo assim para ser o esconderijo de parte da sua alma.

 

Ele conseguia se lembrar das palavras da garota, do seu tom de voz e do brilho diferente naqueles olhos que sempre pareciam tão apáticos. Ele conseguia lembrar dos planos que fizera para ir atrás do artefato. Lembrava de como pensara que Helena Ravenclaw não passava de uma menina solitária desesperada por atenção. E tudo isso estava surgindo em sua mente outra vez enquanto ele ignorava a história triste de Aberforth, até que outro rapaz surgiu, do nada, de dentro do retrato de Ariana Dumbledore que estava pendurado sobre a lareira.

 

O nome dele era Neville Longbottom e ele era um grifinório de rosto redondo cheio de machucados que ele havia ganhado em uma detenção. Potter não lhe disse quem Tom era de verdade e aquilo fora um alívio, pois o garoto não estava com vontade de explicar toda a situação enquanto eles caminhavam pelo túnel escuro e úmido que percorria o subsolo dos terrenos de Hogwarts. Ele queria prestar atenção no que Neville contava sobre os irmãos Carrow e o regime escolar sob as ordens de Snape, mas sua mente insistia em voltar para Helena Ravenclaw e o seu diadema. Ele sabia qual era a última horcrux e ele queria dizer aos outros, mas a informação parecia estar trancada em sua garganta.

 

E, é claro, ficou impossível de falar qualquer coisa assim que eles chegaram ao final do túnel.

 

“Onde está a Sonserina?” ele perguntou, observando as tapeçarias das três casas que adornavam as paredes da sala que havia sido transformada em um abrigo para os alunos.

 

“Agora não,” Weasley murmurou.

 

Os outros alunos idolizavam Harry. Eles se reuniram ao redor dele, o cumprimentaram e perguntaram o que ele havia feito nos últimos meses, o que eles deviam fazer para ajudá-lo. Bom, pelo menos ninguém o notou ali, apesar de isso ser um pouquinho incômodo. Ele só queria achar a maldita horcrux e acabar logo com isso para ter uma boa noite de sono em uma cama quente e confortável.

 

Mas, pelo jeito, iria demorar um pouco até eles saírem daquela sala. Não apenas Neville os estava segurando ali, mas aquela menina, Luna, e Lee Jordan apareceram do nada. E, depois, um grupo de gente ruiva, todos altos e sardentos.

 

Tom devia ter ficado em algum canto afastado. Isso foi tudo o que ele conseguiu pensar enquanto ouvia a menina ruiva, que chegara ali acompanhada de seus irmãos, gritar com ele. Ela havia entrado em pânico por um momento, mas agora ela estava simplesmente irritada e estava a um passo de pular em seu pescoço. Foi Harry quem colocou os braços ao redor dos ombros dela e a levou para outro canto da sala.

 

“Uma das horcruxes quase a matou quando ela tinha onze anos,” Hermione explicou enquanto os outros irmãos da menina ruiva o encaravam com desconfiança. “Ginny tem seus motivos para não gostar de você.”

 

Quando Potter finalmente voltou, acompanhado de uma Ginny Weasley muito irada, os outros começaram a perguntar de planos e Tom voltou a pensar sobre Helena Ravenclaw.

 

“Precisamos achar uma coisa. Algo que vai nos ajudar a derrotar Você-Sabe-Quem. Está aqui em Hogwarts, mas não sabemos o que é… Talvez tenha pertencido à Ravenclaw. Alguém sabe o que pode ser? Alguém já viu algo parecido pelo castelo? Algo com uma águia, talvez…?” Harry perguntou, olhando para o grupo de alunos que usava o azul e bronze corvinal.

 

“Bom, tem o diadema perdido de Ravenclaw,” disse a voz sonhadora de Luna Lovegood e Tom pôde ver vários alunos revirarem os olhos diante da resposta dela. “Papai está tentando recriá-lo.”

 

“Sim, mas, Luna, ele está... desaparecido. É o diadema perdido de Rowena Ravenclaw,” um rapaz corvinal falou.

 

“Quando foi que ele desapareceu?”

 

“Séculos atrás, Harry.” Uma garota asiática falou, parecendo desapontada. “Dizem que sumiu junto com a própria Ravenclaw. Sempre teve gente procurando por ele, mas nunca o acharam…”

 

Mas ele o havia encontrado. Ou pelo menos sabia onde ele devia estar… Tom havia recebido essa informação diretamente da filha de Rowena. E essa informação parecia bater contra os seus dentes, implorando para ser exposta.

 

“Eu achei.” Todos se viraram para olhar Riddle, que nem havia percebido que as palavras haviam saído de sua boca. “Digo… Sei onde ele estava, mas acho que Você-Sabe-Quem o levou para outro lugar.”

 

“Onde?” um rapaz corvinal perguntou, seus olhos ficando arregalados como se tivesse acabado de descobrir que havia um tesouro naquela sala.

 

“Ela disse que estava escondido no Reino da Bulgária,” Tom falou, franzindo as sobrancelhas. “Hoje em dia, isso é a Albânia.”

 

“Ela?” Foi Neville quem falou dessa vez.

 

“Helena Ravenclaw,” ele explicou. “A Dama Cinzenta.”

 

“E como foi que ela lhe disse isso? Você perguntou? Por quê?” O rapaz virou-se para ver um lufano o encarando com os olhos estreitos.

 

“Curiosidade,” disse Tom, dando de ombros. “E você só precisa ser educado com a Dama Cinzenta para ela aceitar conversar.”

 

Houve uma comoção entre os alunos da Corvinal e ele pôde ver o rosto de Luna se iluminar com um sorriso enquanto ela se virava para falar com a primeira pessoa que encontrava, despejando informações sobre o diadema.

 

“Lembra aquela mulher do Ministério? Bertha Jorkins?” perguntou Ron. “Aquela que falou para Você-Sabe-Quem sobre o Torneio Tribruxo. Ela não estava na Albânia antes de enlouquecer?”

 

“Ele a encontrou na Albânia, sim,” disse Harry. “Mas ele deve ter colocado o diadema em Hogwarts antes disso…”

 

“E o quão antes seria isso?” perguntou Riddle, cruzando os braços na frente do peito como se pudesse se proteger dos olhares enviesados que ainda recebia da menina ruiva.

 

“Quando ele tentou ser contratado como professor aqui,” Potter explicou, olhando para Tom. “Depois de você… Você-Sabe-Quem terminou de trabalhar na Borgin & Burke’s, ele tentou lecionar aqui de novo. Isso foi depois que ele matou Hepzibah e… Depois de ter criado o medalhão.” O garoto o olhou por um longo momento, deixando claro que ele queria dizer que Voldemort havia escondido o diadema no castelo depois que aquele Tom havia sido criado. “Você disse que a Dam Cinzenta é Helena Ravenclaw…?”

 

“A filha de Rowena.”

 

“Não sabia que ela tinha tido uma filha,” Hermione murmurou.

 

“Ela é legal,” disse Luna, ainda com um sorriso no rosto. “Às vezes conversamos sobre os bufadores de chifre enrugado.”

 

“Quer dizer que ela também é biruta?”

 

“Ron!” Granger lhe deu um tapa no braço e depois olhou para Luna e Tom. “Sabem onde podemos encontrá-la?”

 

“Eu a vi hoje mais cedo,” disse uma garota de pele escura e vestes da Corvinal. “Quando fui buscar Parvati e Lavander.”

 

***

 

Apesar de Tom insistir que não queria ir, Harry simplesmente o ignorou e o fez descer até os jardins para encontrar a Dama Cinzenta. Os dois vestiram capas de Hogwarts para tentar não chamar tanta atenção e tomaram caminhos complicados para tentar despistar os Carrow. Assim que chegaram aos jardins, Riddle só conseguia pensar sobre como queria poder sentar em um daqueles bancos e ficar ali até toda aquela confusão acabar.

 

Era um lugar quieto e belo, cheio de flores diferentes das mais variadas cores e perfumes. Durante o dia, o jardim devia ser um lugar colorido e alegre, mas a noite, a atmosfera do lugar chegava a ser sombria. E, para aumentar essa sensação de estranheza, eles conseguiam ver, perto de um arbusto de gardênias - o perfume doce delas fazia Tom passar mal ao se lembrar da última vez que sentira aquele odor -, a figura translúcida de uma jovem com longos cabelos cacheados e vestindo um vestido longo que flutuava acima do chão enquanto ela observava as flores. Tom sentiu o rosto esquentar ao se lembrar do quão encantado ele era pela Dama Cinzenta quando pequeno. Era vergonhoso pensar que ele tinha uma queda por um fantasma.

 

“Com licença?” Harry chamou, baixinho, mas alto o suficiente para fazer o espírito se assustar e virar para eles com os olhos claros arregalados, logo antes de sua expressão voltar a ficar séria. “Você é Helena Ravenclaw, certo?”

 

“Sim,” ela respondeu, analisando Potter com o olhar, antes de virar-se para Tom e puxar o ar, assustada. Ela pareceu surpresa por um momento e então franziu o cenho, pressionando os lábios um contra o outro com força. “O que você está fazendo aqui?”

 

“Helena…”

 

“Não ouse me tratar como uma amiga, Tom Riddle,” a moça sibilou. “Não depois do que fez.”

 

“Eu não-”

 

“Você me fez confiar na sua palavra. Me fez contar onde o diadema estava.” Helena estreitou os olhos, franzindo mais a testa. “Você me fez pedir para que você fosse atrás dele… ‘Oh, querida Helena, é claro que eu o destruirei para você’. Sua víbora mentirosa, não é de se surpreender que seus lacaios estejam destruindo a escola de minha mãe dia após dia-”

 

“Oh, espera, agora você está preocupada com o legado da sua mãe?” perguntou Riddle, arqueando uma sobrancelha. “Da última vez que conversamos, você só queria destruir o maior trabalho da vida dela…”

 

Ravenclaw o encarou por um momento, antes de sacudir a cabeça e rir, apesar da risada soar triste. Harry, durante todo o tempo, permanecia quieto, tentando entender o que estava acontecendo.

 

Hogwarts foi o maior trabalho da vida dela,” ela falou, parecendo orgulhosa. “E você e seus comensais estão a estão arruinando. Você está destruindo o lugar que ela criou e no qual eu nasci e fui criada, o lugar onde bruxos e bruxas como você, Riddle, encontraram segurança.”

 

“Oh, chega disso, Helena,” o garoto resmungou. “Apenas diga onde Você-Sabe-Quem enfiou o diadema.”

 

“Você devia saber,” ela praticamente cuspiu as palavras.

 

“Devia, mas não sei e a história é muito longa para contar agora,” disse Tom.

 

“Ele vai te explicar depois, Helena,” disse Harry, dando um passo na direção deles. “Mas realmente precisamos saber onde está o diadema.”

 

“É melhor que fique perdido,” ela murmurou. “Parem de procurá-lo. Não é o que pensam, ele não vai lhes dar a inteligência de minha mãe. Só… o deixem de lado.”

 

“Não quero usá-lo para ganhar a inteligência de Rowena Ravenclaw,” Potter explicou, finalmente conseguindo a atenção do fantasma, apesar de Helena continuar lançando olhares furtivos na direção de Tom. “Você sabe o que Você-Sabe-Quem fez com ele, não sabe? Preciso destruí-lo para conseguir impedir que ele vença…”

 

“Destruir?” ela perguntou, parecendo receosa.

 

“Você queria que ele fosse destruído, antes,” Riddle murmurou, mas ficou se calou assim que viu o olhar de Harry para ele.

 

O fantasma os olhou por um momento, antes de virar-se para as gardênias outra vez. Ela permaneceu em silêncio, flutuando perto das flores brancas e deixando seus dedos translúcidos atravessar as pétalas enquanto ela se deslocava ao longo do arbusto até alcançar um canteiro cheio de lírios brancos. Os dedos fantasmagóricos atravessaram os lírios também.

 

“Se precisar perguntar, nunca saberá,” ela finalmente falou, não perdendo tempo em virar-se para eles. A voz do fantasma parecia distante, como se ela estivesse falando com outra pessoa. “Se sabe, precisa apenas perguntar.”


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Notas finais do capítulo

cred quod habes, et habes = acredite e terá (if you believe you have it and you do)