Wendelin escrita por Ster


Capítulo 1
Onde está Andrômeda?


Notas iniciais do capítulo

Uma fanfic que se encontra bem naquele momento onde Ted e Andrômeda se encontraram pela primeira vez.Acho que ela narra isso para um Ted morto, memórias.Bem simples, espero que gostem.



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“Gostou?”

“É lindo”

“Você não parece ter gostado”

“Eu amei Rab, eu já disse...”, os olhos negros de Rabastan giraram rapidamente antes de eu desviar o olhar. Eu realmente tinha gostado do colar negro, mas eu gostaria que ele parasse de me dar presentes. Nunca foram meu forte. A única pessoa da família que gostava de jóias era Narcisa, então aquele colar provavelmente seria dela e depois eu lhe daria uma desculpa gasta.

Mais gasto que aquele relacionamento forçado, não tinha.

A terrível sensação de que você está sendo falsa o tempo inteiro me assombrava enquando eu fitava a tão negra Mui Antiga e Nobre Casa dos Black. Todos eram iguais, os cabelos negros, os olhos negros e as vestes escuras. E eu me sentia sozinha e pequena naquela casa tão cheia e barulhenta.

Será que apenas eu me sentia perdida entre milhões?

E tão sozinha... Mesmo estando sempre acompanhada?

Onde está Andrômeda?

“Cuidado com o foooogo Wendelin¹!” gritou o lufano, apontando a varinha para um pergaminho jogado no chão. “Pula Wendelin, pula!”

Seus amigos riram. Ele tinha um grupo diversificado com três grifinórios, um corvinal e dois lufanos. Virei-me, assustada, mas tudo pareceu parar quando meus olhos bateram em você. No meio de tanto cinza e negro, lá estava você. Você tinha madeixas e olhos azuis e tudo em você parecia vibrar. Você apagou o fogo do pergaminho rapidamente, assustado.

“Desculpe, pensei que fosse sua irmã.”, e até sua voz era diferente. Eu não consegui falar, porque o gélido e limitado azul de Narcisa havia se derramado sobre você tão calorosamente que me deixou totalmente absorta.

Respire, Andie, respire.

“Por que você a chama assim?” Você realmente existe?, era a minha verdadeira dúvida. Porém, o garoto de cabelo colorido segurou o riso.

“Bem... Sua irmã é doida.” você quase riu, então tentou ficar sério. “Bem doida.”

“Ela não é doida.” Retruquei rapidamente, mais grosseiramente do que havia planejado. Você parece hesitar, até mesmo um pouco ofendido.

“Ei, calma aí gêmea da Wendelin, eu já pedi desculpas. E olha que raramente me desculpo com sonserinos.”

“Eu não posso falar com sangues-ruins!” aquilo saiu mais alto do que eu havia planejado. Você sorriu. Aquilo me assusta. Viro-lhe as costas e saio o mais rápido que posso.

Mas você não seria você se não o fizesse.

“QUEIMA, WENDELIN, QUEIMA!” gritou, gargalhando com seus amigos enquanto a minha capa pegava fogo.

Péssimo começo, Theodore... Péssimo começo.

“Wendelin”

Estou perdida entre milhões de pessoas.

Gosto de me sentar na árvore mais alta de Hogwarts e observar as pessoas. Gosto de ver a forma como elas andam rápido ou como agem perto das pessoas que sentem interesse. Presto atenção em suas expressões, detalhes. Na cor do cabelo, no contraste da pele e no formato das sobrancelhas, gosto de ver a cor dos olhos e o formato do sorriso.

“Wendelin”

Às vezes, eu simplesmente paro e fico observando a todos, no meio do corredor. Eu vejo tanta beleza no cabelo azul de Theodore Tonks em contato com o sol. No chão repleto de pés. No riso aberto de Molly Weasley. Gosto de pensar no armário de vassouras como um lugar perdido entre Hogwarts. É uma beleza cambaleante, absurda, me assusta. Quando eu vou a Floresta Negra e olho para o céu e vejo apenas árvores, eu penso o quão genial fora a pessoa que criou aquilo, seja quem for.

“Wendelin”

Quando eu ando muito rápido pelo corredor, eu nunca vejo rostos, uniformes ou pessoas por completo. Eu vejo apenas olhos. De todos os formatos, cores e jeitos. São apenas olhos e todos eles me julgam. Procuram. Observam. Sorriem.

“Wendelin” me rendi, deixando meus olhos serem cativados por você. E você sorri, sabendo que vencera mais uma vez. E eu não consigo parar de olhar seus dentes ligeiramente separados, seus olhos extremamente azuis e todo aquele emaranhado de cabelo.

E tudo é tão azul.

“Desculpe, mas meu nome não é Wendelin”, faço graça.

“É sim, você é minha Wendelin!” e você brinca comigo, me fazendo morrer em segundos numa brincadeira que é minha verdade mais profunda.

Eu sou sua Wendelin, eu sou sua Wendelin...

“Eu fiz a paz.” É o que você sempre dizia não é? Você lembra? Você sussurrou isso na noite em que me beijou pela primeira vez. Um beijo roubado. Você sussurrou isso para si mesmo. Eu te ignorei por meses, eu estava irritada, confusa e muito assustada. Você era um sangue-ruim, era outra espécie, e não há relatos do que pode acontecer quando alguém como eu se relaciona com alguém como você.

E eu sinto que estou fingindo o tempo inteiro. Pois beijá-lo é algo mecânico, sorrir é algo forçado. E todos parecem tão alheios a isso. Eu me sentia invisível. Se eu entrasse dentro da parede, tenho certeza que ninguém notaria. E você lembra daquela ronda a meia noite quando você praticamente me forçou a conversar? Novamente você me beijou, e algo aconteceu ali.

“Eu fiz a paz.” Eu finalmente entendi.

Você fez a minha paz.


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Notas finais do capítulo

¹ Wendelin: Wendelin, a estranho era uma bruxa que viveu na Idade Média. Ela se permitiu ser apanhada 47 vezes em vários disfarces por caçadores de bruxas, que tentaram queimá-la na fogueira. Com o uso de um feitiço, as chamas foram inofensivas, criando apenas uma sensação de cócegas suave que Wendelin adorava.