Our Peace, Their War escrita por somedayrobsten


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas! Desculpe não voltar antes, mas com a bagunça do fim de ano... Nunca consigo escrever um capítulo de Our Peacer, Their War em poucas horas. Tenho que refletir muito antes, pois sei que essa fic foi a maior prova de pressão que escolhi na vida.
Gostaria de agradecer a cada comentário do capítulo anterior, vocês me ajudaram com inspiração de sobra para esse capítulo.
Gostaria de agradecer TAMBÉM, à Paloma Malfoy, que recomendou a fic. Muitos beijos sabor Edward Cullen pra você também querida!
Sem mais delongas, deixo esse capítulo para você. Eu particularmente adorei, e espero que vocês gostem também.



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Capítulo III

Quando as lembranças encheram a mente de Edward Cullen, ele se sentiu perdido em seu próprio território. Após sua vida pregressa ter sido apagada, Edward jamais pensou em como poderia lidar com a volta de uma das mulheres que mais amou na vida, e esta era Bella Swan.

Ele sabia que estava fazendo errado com ambas as partes, errava com a dignidade de seu país e errava com seu amor por Isabella. Mas ele não podia se conter, não podia impedir. Após o último gole de seu uísque, Edward jogou o copo em cima da pia, fazendo os cacos se espalharem sobre o mármore frio.

Isabella e Victoria levantaram-se, exaltadas, o coração acelerado. Subiram para a cozinha e ali, restava apenas o caos deixado pelo grande patrão. Isabella não entendeu, havia visto Edward sempre calmo e sereno e não imaginava que ele podia ter feito aquilo. Após recolherem os cacos e secarem a pia, voltaram às suas camas.

Edward havia subido para seu quarto, tentando dormir e dissipar toda a raiva que o consumia. Ele não possuía o direito de sentir raiva. Não de Isabella. Os seus planos para a garota eram cruéis, agora piores ainda. Ela iria dançar para os soldados, querendo ou não. Ia dançar para ele o quanto ele quisesse.

Do outro lado da casa, os pensamentos de Isabella eram completamente opostos. Pela primeira vez, um misto de sorriso e lágrimas se formou em seu rosto. Ela sentiu como se Edward tivesse se recordado de sua infância junto à ela, e contudo, errada a garota não estava.

Mas mal ela sabia que ele sentia raiva. E a raiva era dela, e por quê?

Isabella não pediu para nascer judia. Claramente não pediu para sofrer. E se pudesse mudar a si mesma, ela o faria. Não gostava da diferença e da segregação que faziam com ela, só pelo fato de ser judia. Só pelo fato de sua religião e seus costumes serem diferentes.

Edward ainda levou algum tempo para dormir, quando a raiva passou a se dissipar, ele passou a se lembrar com mais clareza de uma tarde, a tarde em que Isabella contou que ia se mudar.

FLASHBACK

Bella saiu pela porta dos fundos de sua casa, onde ficava o seu jardim, e pegou um lírio em suas mãos. Ela não parecia feliz, Edward notara. Bella nunca demorava-se muito em suas plantas quando tinha que se encontrar com Edward. Mas naquele dia, o olhar de Bella era tão fundo e tão triste, que o deixou inquieto.

Mas eram só amigos. Ele não poderia beijá-la e dizer que tudo ia ficar bem. Não poderia entrar em seu quarto pela noite e acariciar seus cachos castanhos até que toda lágrima fosse posta para fora.

Só o que ele podia fazer era tentar vê-la sorrir.

– Hey, Bella! – Edward acenou. Bella levantou o rosto e sorriu para ele, o sorriso mais fraco que ele já havia visto sair dos lábios dela. Edward segurava a bicicleta dele e a de Bella, contente.

Bicicleta era o programa favorito da garota em todo o mundo. Se ele a chamasse para ir ao cinema ela não recusaria, mas ficaria completamente encantada e extasiada se o pedido fosse um “que tal andarmos de bicicleta sábado à tarde?”

Bella correu até ele, dando-lhe um grande abraço.

– Oi Edward! Você está bem? – ela o abraçou forte e por uns 10 segundos.

– Bella, o que há de errado? – ele envolveu o rosto da menina em suas mãos, olhando em seus olhos.

Ambos queriam dizer muito um para o outro. Mas Bella só chacoalhou a cabeça negativamente.

– Nada, Edward. Não há nada de errado. – ela sorriu, o lábio em uma linha fina e esticada nas pontas. Edward sabia que todo sorriso que ela estava forçadamente dando aquele dia não passava de uma farsa.

– Hm, ok... Então vamos, pegue sua bicicleta, vamos apostar corrida. – ele deu um sorriso malicioso.

– Oh, justo! Mas pode apostar, eu ganho de você. – ela o desafiou. Sabia dar uma bela canseira em seu melhor amigo.

– Eu tenho minhas dúvi... – antes mesmo de terminar sua frase, Bella já estava em cima de sua bicicleta, dando as primeiras pedaladas. Tão rápido quanto podia, ele montou em sua bicicleta e foi atrás dela.

Eles desciam uma ladeira enorme algumas quadras depois da rua de Isabella, rindo alto, e mesmo assim, enquanto ele via o sorriso dela não parecer tão genuíno quanto antes, ele se afligia ainda mais.

– Vamos descansar. Você já ganhou mesmo, que diferença pode fazer correr agora? – ele deitou a bicicleta no chão, junto à uma árvore e ela encostou a dela em outra árvore. Sentaram-se embaixo de uma macieira. – Sabe Isabella, você nunca fica calada por muito tempo. O que está sinceramente acontecendo? Por favor, não me esconda nada.

Os olhos dela ficaram cheios de lágrimas.

– Eu... bem... Edward, meus pais vão se mudar. Eu vou embora, Edward. Pra muito longe. Não sei quando vou poder vê-lo de novo e você é... meu melhor amigo. – aquelas palavras o fizeram entender o que Bella sentia. Porque naquele exato momento ele sentia também. Seu coração afundara como uma embarcação a lá Titanic.

– Então vamos fazer uma última coisa, como nosso último ritual juntos, tudo bem? – ele perguntou à ela, segurando o choro.

Garotos não podem chorar, seu pai dissera uma vez.

Ele começou a escalar a árvore em que estavam sentados, enquanto visualizou uma maçã bem vermelha, quase como de um dos contos infantis que sua babá lera uma vez pra ele quando era bem pequeno.

– Vá naquela casinha ali e peça uma faca com ponta afiada. – ele disse a Bella, que correu.

Mais alguns movimentos e ele havia chegado ao galho de onde pendia a maçã mais vermelha que ele havia visto – e era essa maçã que ele queria dividir com Isabella.

Cortou a fruta ao meio, revelando as sementes em ambas as partes.

– Você vê as sementinhas, Bella? – ele perguntou. – Essas sementes vão representar a nossa amizade. A maçã somos nós, e as sementes são nossos corações. O meu coração fica com você, e o seu comigo. Viu? – ele puxou as sementes de seu pedaço, e Bella fez o mesmo. Guardou-as dentro do bolso de seu vestido florido. – Pela nossa amizade. – eles cruzaram os braços, e deram uma mordida.

Uma lágrima escorreu pelos olhos de Bella, e ele a puxou para si, dando um beijo em sua testa.

– Nós vamos ser amigos para sempre. Me escreva todos os dias, por favor. – ele pediu.

– Eu irei. – ela sorriu pra ele.

Eles ficaram lá até que o sol começou a se esconder no horizonte.

Na manhã seguinte, a despedida foi lacerante, Edward sentiu-se desfalecer sobre os próprios pés.

Ele tinha certeza de que amava Isabella. Mais do que havia previsto.

FLASHBACK Off

Não poder ser mais aquele Edward o fazia sentir raiva. Ele tinha que odiá-la, não podia escolher. Não havia condicional nisso. Ele e ela, estavam claramente, em uma guerra.

Na manhã seguinte, entrou na cozinha e rudemente se sentou à mesa.

– Meu café, onde está? – perguntou. Evitou pronunciar o nome dela, aquilo o causaria arrepios. Ele mal conseguia olhar pra ela.

Não que já tivesse olhado a qualquer pessoa que trabalhara naquela casa a não ser Victoria.

– Bem aqui, senhor. Bom dia. – Bella apontou uma jarra preta bem à frente dele. Ela se encolhia tanto perto dele que poderia ser considerada um tatu-bolinha. Minúscula e amedrontada. Era triste até de se ver, mas ele não se importava.

– Ah, sim. Obrigada, acho. – ele disse. Isabella saiu da cozinha, enquanto Victoria voltava do banheiro de hóspedes da casa com Irina. E então, ambas foram para seus quartos esperar que Irina e Edward terminassem o café.

– Acho que bebi muito ontem, minha cabeça está latejando. – ela pôs a mão sobre o lado direito da cabeça. – Me desculpe por desmaiar em seu sofá. Sua mãe saiu cedo, disse-me para avisar-lhe que ia cuidar de assuntos com seu pai.

– Obrigado, Irina. – ele falou. Sua expressão era de desgosto, raiva. Aquilo fez Irina não conseguir segurar sua própria língua.

– Uau, hoje estamos de mau humor? – ela perguntou.

Ele fez cara de deboche a ela, que calou-se até o fim do café.

– Vamos, vou leva-la para casa. – ele disse a ela, assim que terminou a última fatia de seu pão.

– Claro, só... vou ao banheiro primeiro. – ela falou e saiu, deixando Edward sozinho na grande cozinha.

– Isabella! – ele gritou, alto o suficiente para que apenas Isabella o escutasse sem Irina por perto. Ele sabia a medida exata da crueldade da mulher com quem já havia estado algumas noites.

– Sim senhor? – subindo a escadinha do porão de dois em dois degraus, Isabella chegou rápido ao chamado de seu patrão.

– Arrume-se. Peça ajuda à Victoria. Hoje você vai dançar na festa de soldados. – ele falou. Os olhos dela esmoreceram diante dos dele. – E por favor garota, se comporte. Para todos você é só uma judiazinha imunda de quem nós podemos tirar proveito.

Deu as costas à Isabella e a menina se encostou na parede, se esgueirando até estar sentada, as lágrimas escorrendo com o peso de toneladas de seus olhos.

Então ele não se lembrou, pensou.

Victoria subiu e encontrou a menina debulhando em lágrimas, preocupada, logo questionou o que havia ocorrido.

– O Sr. Cullen disse que você... – ela soluçou – tem que me ajudar a me arrumar.

Victoria olhou como se não entendesse.

– Ele quer que eu dance nas... fes... – ela começou. A palavra parecia impossível de ser dita. – fes... festas... de soldados...

Victoria colocou as mãos sobre a cabeça. Ela estava espantada, sem chão. E Isabella estava sozinha, precisava de carinho, consideração, amor. Então, como uma irmã mais velha, puxou Bella para um abraço bem apertado.

As lágrimas desceram com mais intensidade, Isabella sentiu o mundo desmoronar aos seus pés.

– Venha, vou ajudar você. – ela disse. – Não posso impedir você de ir, tampouco te esconder ou apoiar seu suicídio. – ela tentou arrancar um sorriso leve de Isabella, e conseguiu. As duas lamentaram num suspiro.

Às onze horas da noite, Isabella já estava pronta. Um longo vestido preto, apertado em sua cintura deixava suas lindas curvas à vista. Ela usava um casaco de pele também. Odiava aquilo. Odiava porque parecia quase como um deles. Tirando o fato de seus olhos serem castanhos e seu cabelo também. Odiava ser uma Isabella, e parecer outra.

Edward a puxou pelo braço, colocando-a sentada no jipe. Ela por pouco não chorou de novo, se lembrando do momento em que ele lhe disse para se comportar.

Ele estava mais rude do que um dia havia previsto para si mesmo.

Ao chegar ao clube, jogou Isabella aos lobos no camarim, e então, virou-se para assistir junto ao mar de homens que enchia o local.

A voz suave de Billie Holiday cantando “Falling In Love Again” preencheu todo o ambiente, e, quando Edward menos esperava, viu uma Isabella quase sorridente dançando, mexendo seus ombros sensualmente e esfregando o vestido para cima, na intenção de mostrar as pernas.

Edward não sabia se aliviava-se ou sentia-se culpado e irado por lembrar de Isabella quando eram vizinhos e melhores amigos.

Isabella desceu às escadinhas em frente ao palco que levavam ao público e começou a dançar entre as mesas. Ela jogava o corpo para trás enquanto mexia o ombro, sorrindo. Tinha luvas brancas na mão, e brincava com os clientes, batendo com o indicador no nariz dos homens, de leve. Fazendo graça e sorrindo.

Era como se ela tivesse nascido para fazer aquilo. E como se ninguém desconfiasse dela.

Mas não daquele jeito, pensou Edward, não naquelas condições. Ela não havia nascido para sofrer por culpa dele.

Quando a música mudou para uma mais agitada, “Sing, Sing, Sing” das The Andrew Sisters, Bella elegantemente correu de volta ao palco, agora dançando com as outras duas garotas.

Com seus braços fechando um círculo e depois voltando para trás um braço por vez enquanto elas cantavam a letra sem fazer sons de suas próprias vozes, a dança tornava-se cada vez mais atrativa. Edward estava sendo cruel e egoísta em seus próprios pensamentos. Ele não queria que sua antiga melhor amiga estivesse ali, e no entanto, sentia-se orgulhoso por ter apresentado a garota à casa.

Cole Porter dava um show com “My Heart Belongs To Daddy” e Bella e as outras garotas se espalharam para dançar entre as mesas do salão. Bella caminhou entre algumas, fez o show particular e parou-se bem em frente à mesa de Edward.

Ela queria muito fazer um desaforo a ele virando as costas, mas então, sentou-se em sua mesa e cruzou as pernas. Cole cantava o trecho “meu coração pertence ao meu papai, então eu simplesmente não poderia ser má.” Ela trocou um longo e significativo olhar com Edward.

Voltou a dançar com suas colegas, e quando o show de dança deu-se por encerrado, Bella sentiu-se corajosa; mas vulgar. Não fora criada para aquilo, nem em mil anos. Mas por sua vida, bem, ela estava disposta.

Quando as outras garotas saíram do camarim e Bella ficou sozinha, Edward entrou.

– Mas... quem diabos você pensa que é, menina? – ele perguntou. Ela não respondeu. – Anda, me responda! Eu estou pedindo, estou implorando. Estou mandando!

– Eu sou... seu passado. – ela sussurrou. Ele pareceu não ouvir, então ela recomeçou uma nova frase. – Eu sou... apenas uma judia inútil senhor.

A dança que ela fizera para ele sentada em sua mesa o deixou louco, e não tinha nada a ver com desejo, mas com o sentimento de que Isabella estava fodendo a cabeça dele. E ele não podia odiá-la tanto.... Ou será que podia?

Ele não sabia que força o havia dominado e o levado a fazer o que fez no momento seguinte. Estava fora de si. Louco. Completamente. Ele não podia, mas nutrido de toda sua ira e sentimentos confusos, todos causados por ela, ele se aproximou de Isabella. A empurrou contra a parede e deu-lhe um beijo, sua língua tocava a dela, uma sensação de conforto conhecida na presença da garota, e naquele momento, com as lembranças de sua infância zapeando sua mente, ele teve certeza. Isabella era não apenas uma judia imunda, mas seu passado, vivendo e reaparecendo agora em seu presente.

Desconstruindo suas preciosas muralhas.


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Notas finais do capítulo

Meninas, o que acharam? Bom, eu tenho más notícias. E hoje apenas más. Estou passando dificuldades financeiras em casa, tudo muito no limite. A internet conseguimos segurar até agora, mas a luz... Bem, sabem como é... Não vou chorar meus problemas pra vocês, mas não posso garantir se vou voltar rápido como gostaria. De qualquer forma, quando as coisas se ajeitarem (e em nome de Jesus, elas vão! Elas precisam se acertar!) eu vou voltar com força de vontade e finalizar a história de nossos queridinhos.
O que acharam do beijo que Edward deu em Bella? Complexo o que se passa na cabeça de Edward e na de Bella mais ainda! Provocá-lo foi quase um tiro no próprio pé. Mas quais são suas apostas para o próximo cap?
Ah, e já que muitas perguntaram, a Victoria não é loba em pele de cordeiro, não temam a Vic. Temam a Irina.
Perguntaram também o que impediu a Irina de machucar a Bella no capítulo anterior, e a Bella tem uma alma magnética. Uma bondade que resplandece, e uma coragem que dificilmente poderia ser encontrada em qualquer ser humano em sua situação. Bella não enfrentou Irina, mas também não sentiu medo. Gente cruel gosta de quem tem medo, e Bella foi corajosa. Irina viu que ela não amedrontaria Bella tão facilmente... Mas já garanto que isso vai custar caro pra nossa Bellinha. Façam suas apostas garotas!!!! Beijocas e até o próximo! ♥♥♥♥♥



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