Our Peace, Their War escrita por somedayrobsten


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Mais uma história muito louca, saída de minha cabeça.
Espero que gostem.
Havia muito que eu queria escrever uma fanfic sobre a segunda guerra, acho que finalmente consegui.
Primeiro capítulo, postado. Lembrem-se, sou movida a comentários, então, quanto mais comentários, MAIS CAPÍTULOS.
Mirrors será atualizada nessa semana eu acho, e vou alternar entre OPTW e Mirrors.
Espero que gostem, boa leitura!
Ao final do capítulo, não esqueça de deixar sua review.



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Capítulo I

Naquela manhã de 3 de Abril de 1941, Bella abriu os olhos e sentiu-se exausta. Parecia que, mesmo tendo dormido seu corpo e cérebro não conseguiram descansar. Apesar de tudo, aquela era uma manhã importante para Bella, era seu aniversário de 22 anos.

Mesmo sendo seu aniversário, ela estava preocupada. Ela e sua família eram judeus, e poderiam ser descobertos a qualquer momento, levados a campos de concentração, onde morreriam sufocados pelo gás.

Sua maior preocupação, contudo, estava relacionada ao seu irmão adotivo: Jacob. Jake era apenas uma criança de três anos, Reneé e Charlie o adotaram quando foram fazer doações a orfanatos. O pequeno garotinho era um grande presente à família, e especialmente a Bella.

Ainda deitada em sua cama, fechou os olhos e virou para o lado. Lembranças vieram á sua mente, e em especial, a lembrança de um garoto que conheceu ainda bem novinha, quando adolescente.

Edward Cullen.

A figura daquele garoto invadiu sua mente sem pedir permissão. Ela lembrou-se do sorriso dele, e da melodia de seu riso. Seus expressivos olhos verdes e seu cabelo em um corte perfeito para seu rosto. Sua amizade com ele havia sido há muito tempo, mas parecia que os sentimentos de Bella não haviam mudado. Ela se lembrou de quando Edward e ela subiram em uma macieira e ele conseguiu agarrar a maçã mais vermelha da árvore e, gentilmente, entregou a ela. Aquelas eram boas lembranças comparadas ao que acontecia desde Setembro de 39: o massacre dos judeus.

Bella e sua mãe sentiam-se muito preocupadas e nunca, nunca conseguiam relaxar ou ficar calmas. Às vezes pegavam-se refletindo a respeito do porquê ainda não haviam sido pegas pelos soldados nazistas.

Após alguns minutos de reflexão, Bella levantou, arrumou sua cama e enfrentou a luz forte do dia. Foi até o quarto para dar uma olhada em Jacob, que dormia como um anjo. Seguiu para a cozinha, onde encontrou sua mãe tomando uma xícara de café com leite. Como em todas as manhãs, Renée nutria uma expressão de preocupação. Às vezes encontrava-se tão perdida em seus pensamentos que deixava o café esfriando, e em seguida o jogava fora na pia.

Já estava difícil comprar as coisas. Elas tinham medo de colocar o nariz para fora e serem raptadas, então, quando podiam, saíam discretamente, torcendo para não serem notadas.

- Bom dia, mãe. – Bella entrou na cozinha, e foi atrás da cadeira de sua mãe, e pousou um beijo em sua cabeça. Reneé balançou a cabeça de um lado para o outro, rapidamente, como se acordasse de algum devaneio. Os pensamentos de Reneé estavam constantemente ligados a como seus dois presentes divinos iriam sobreviver àquele massacre cruel. Bella era capaz de entender, e lidar – da melhor forma possível que encontrasse – com a situação. Mas Jake era pequeno demais, e jamais entenderia os acontecimentos. Ou talvez um dia entendesse, mas naquele momento, não entendia e muito menos sabia como lidar com a situação.

- Bom dia Bella, minha filha. – Reneé disse e tentou um sorriso, mas fracassou. Como na manhã anterior, Reneé se levantou e jogou o café fora, sentando-se novamente á mesa e apoiando o rosto na mão direita.

Bella preparou a mamadeira de Jacob e fez seu café. Deixou a mamadeira em uma panela com água fervente e sentou-se a mesa. Ficou em silêncio e bebericou seu café. Naquele momento, Bella temia que sua mãe tivesse esquecido seu aniversário. A situação pela qual ela e sua família passavam não era uma das melhores, mas Bella não podia esperar muita coisa. Reneé esfregou o rosto com as mãos, e abriu os olhos, sorrindo para Bella.

- Parabéns minha filha, que você seja muito feliz hoje e sempre... Mesmo nessa situação apertada em que estamos, quero que aproveite seu aniversário. – Bella expirou, tranquila e contente (na medida do possível) por sua mãe ter se lembrado de seu aniversário.

Com a mamadeira de Jake já quente, Bella terminou seu café e foi chamar o irmãozinho.

- Bom dia, Jake. – Bella colocou a mamadeira na mesinha de cabeceira. E agarrou Jacob em seu colo, dando-lhe a mamadeira. Jake ainda tomava mamadeira, mas Bella e Reneé estavam tentando destituir o poder da mamadeira pelo copo. O problema, era desperdiçar o leite, pois as coisas cada vez ficavam mais difíceis.

Bella lavou a louça do café, e por volta das nove e meia, Charlie acordou. Bella preparou o café de seu pai, e entregou.

- Parabéns filhota, muitos anos de vida princesa. Te quero sempre com um sorriso no rosto e sendo uma filha tão dedicada. – Bella sorriu e abraçou o pai. Sentia que as lágrimas estavam prestes a se libertar, mas conteve-se.

Após arrumar tudo junto com sua mãe, colocou um vestido verde até o joelho. O vestido tinha mangas curtas. Prendeu o cabelo num coque e colocou sapatinhos da mesma cor do vestido.

- Mãe, vou na casa de Jessica, tudo bem? – Reneé assumiu uma expressão apreensiva. Não queria que sua garotinha fosse pega pelos nazistas. Bella era muito corajosa por querer colocar o nariz pra fora. Mas Reneé temia muito que coisas ruins acontecessem, mesmo que a casa de Jessica fosse apenas dois quarteirões dali.

- Bells, eu acho melhor não, minha filha. Ouça o rádio, veja as coisas horríveis que estão acontecendo. Fique em casa, vamos tentar fazer as melhores coisas possíveis para fazer seu aniversário ser bom. Não bom como os dos anos passados, mas bom na medida do possível. – Bella parou e pensou por um instante, concordando com sua mãe.

- Tudo bem, mamãe. – Bella subiu e colocou um velho vestido azul bebê, e em seguida, pegou um livro para ler. Desceu para sala e seu pai estava lendo alguns artigos do jornal que fora deixado na sua porta.

Jacob brincava com alguns trenzinhos de brinquedo, sentado no chão da sala. Reneé também lia um livro, quando a movimentação ao redor da vizinhança ficou estranha. Ouviu-se um alto estalo, uma batida e Reneé levantou-se, apagou as luzes, fechou as cortinas, e mandou, num sussurro todos se deitarem no chão.

Bella agarrou Jacob com os braços, escondendo o pequeno garotinho que cochichava perguntas como “Bellinha, o que está acontecendo?”

Bella apenas acariciava o cabelo de Jacob e cochichava um “Nada, está tudo bem, tudo bem meu anjo.”

O medo e o pânico se alastravam pelo coração de Bella, Charlie e Reneé. Se os soldados nazistas estavam ali ao redor, com certeza a família de Bella era a próxima vítima do Holocausto. Bella podia ouvir a respiração de Reneé e Charlie. De repente, os barulhos ao redor, cessaram.

- Fiquem só mais algum tempinho assim, eles ainda podem estar aí. – Charlie disse, tentando falar bem baixo, mas sua voz grossa o impedia de sussurrar.

Bella e Reneé assentiram, e para diminuir o medo de Jacob, Bella começou a cantarolar, sussurrando. Em seguida, a porta foi chutada, fazendo um estrondo os ritmos cardíacos de Bella aceleraram. “Oh não, é agora!”, Bella ouviu Reneé sussurrar e apertou os olhos.

Homens fardados com o símbolo nazista estampado, entraram.

- Levantem-se! – disse um dos soldados. Ele tinha cabelos loiros e olhos tão azuis quanto o oceano. Bella não conseguia suportar a ideia de que homens tão bonitos pudessem ser tão cruéis. Será que havia alguma ligação entre beleza e crueldade? Não... Seus pais eram duas pessoas lindas, e eram tão doces que quase era impossível de se acreditar.

Charlie e Reneé levantaram-se, e Bella levantou em seguida, ainda com Jacob nos braços. Jacob olhava para os homens de farda, mas ficava quietinho, deitado no ombro de Bella.

Então, um homem alto, com cabelos cor de cobre, olhos verdes e a farda bem arrumada entrou. Ele sussurrou algo no ouvindo do soldado de olhos azuis, e o mesmo, arrancou Jacob dos braços de Bella. Bella ia gritar, mas hesitou, dando um passo para trás. Sentiu as lágrimas escorrerem e levantou a cabeça, e foi quando seu olhar cruzou-se com o do soldado de olhos verdes. Ela já tinha visto aqueles olhos antes, verdes, expressivos. Ao abaixar os olhos, a lembrança da macieira tomou sua mente. Não, não podia ser. Edward dissera a Isabella que jamais gostaria de ir para o exército, mas ali estava ele. Fardado, bonito, como antes; como sempre. “Será que beleza e crueldade estão realmente relacionados? Edward sempre fora tão bom... Não pode ser. Não, não, não!”

- Levem-nos. – o soldado alto de olhos verdes ordenou. – Só a mãe, o pai, e o bebê. A garota, leve-a conosco. – um soldado mais velho, loiro, com os olhos num tom dourado agarrou Charlie e Reneé. Mike, o soldado do olho azul que tinha Jacob nos braços agarrou Bella e cerrou os dentes.

- Vamos logo, sua judia imunda! – Bella se segurava para não chorar, não surtar, não gritar. Seus pais foram levados juntos com outros soldados. No meio do caminho, Jacob foi entregue à Eric, que levou Charlie e Reneé. Bella foi levada por Mike em um dos jipes nazistas.

Bella mal sabia onde estava. Sentia medo, sentia frio, sentia tristeza. Queria sua vida de volta, sua família de volta.

- Onde vamos deixa-la, Edward? – ela ouviu Mike perguntar. Ao ouvir o nome “Edward”, seu corpo congelou. Ela se encolheu o máximo que podia, não acreditava que Edward tinha se tornado uma pessoa tão ruim.

Seus olhos, que sempre foram expressivos e cheios de compaixão estavam frios como gelo. Algo havia acontecido, eles não viam-se havia apenas 5 anos. Como ele poderia ter se esquecido? Mas ele esquecera. Não porque quis, mas sim, porque foi forçado a esquecer.

- Nós vamos coloca-la para trabalhar durante as festas que frequentamos. Ah, Mike... e quando digo festas, digo FESTAS mesmo. – ela ouviu Edward dizer, e levantou devagar os olhos. Edward tinha um olhar malicioso em seus lábios, e foi a certeza de Isabella que ele não era mais o garoto que ela conhecera. – Mas... ela vai ficar como hóspede em minha casa. Trabalhará para mim pela manhã, limpando a casa e fazendo meu café, e de noite, vai para as festas. Eu levarei.

Mike olhou para Edward com um olhar de repulsa.

- Não me olhe com essa cara de repulsa, Mike. Se ela não ficar em minha casa, poderia ser levada por qualquer outro nazista. – Edward respondeu.

- Mas... por que ela não fica na minha casa ou na casa de Eric? – Mike perguntou e abriu um sorrisinho malicioso.

- Porque não confio nessa garota perto de vocês. Eu ainda dou alguma chance para os judeus, vocês na primeira oportunidade matam. – Mike fez uma cara de mais repulsa ainda, mas Edward ignorou e ele seguiu caminho.

Quando eles pararam na porta da casa de Edward, Mike puxou Isabella para fora do jipe pelo braço. Olhou-a com tanto asco, que Isabella sentiu que uma ferida se abria em seu corpo. Ele a empurrou com força e ela se desequilibrou e caiu.

- Qual é seu nome, judia nojenta? – perguntou Mike, agachado próximo a Isabella segurando seu rosto. Edward estava observando os passos de Mike atentamente.

- Eu... eu me chamo.. Isabella Swan, senhor. – Bella teve certa dificuldade para falar, pois Mike segurava seu rosto com muita força. Quando Mike soltou o rosto de Bella, sua cabeça tombou para trás.

- “Isabella” esperava algo pior... – disse Mike, com uma expressão de satisfação diante da dor nos olhos de Bella. – Levante-se, sua... – Mas antes de Mike completar a frase com algum xingamento absurdo e começar a espancar a garota, Edward interveio.

- Mike, já chega. Deixe o resto para amanhã. A garota já sofreu muito por hoje. – Edward disse, segurando com força o braço de Mike.

- Você está com pena dela? AH, já sei... só porque ela tem um rostinho angelical e parecer ser boa de... você sabe, brincar... – Edward cerrou os dentes e os punhos.

- Acho melhor você calar a boca, ela já sofreu muito POR HOJE e mais tarde ainda vai trabalhar. Não é a primeira judia que coloco dentro desta casa, e muitas já sofreram, outras morreram... outras cansei e mandei para um dos campos de concentração. Sei o que estou fazendo. – Edward disse em um tom frio, não o que Bella esperava. Bella esperava que ao dizer seu nome em voz alta ele se lembrasse dela, a defendesse ou até mesmo a mandasse levantar-se e ir para dentro. Mas ele não fez nada disso. – Victoria! – Edward gritou.

- Sim, senhor? – Victoria, a empregada apareceu na parte de fora da casa. Ela tinha olhos verdes e cabelos ruivos. Linda demais para ser uma empregada.

- Quero que leve essa garota até o porão, mostre o lavabo e dê algumas mudas de roupa para ela. Ensine-a a costurar, limpar, passar as roupas, cozinhar e o mais importante, lavar a louça. – Edward disse, virando-se para voltar para seu jipe.

- Mas senhor... ela é uma judia... – Victoria protestou.

- Dane-se! Faça o que estou mandando. Você já viu judias antes aqui, não viu, Victoria? Então. Apenas faça o que estou mandando. – ele entrou no jipe verde, e desapareceu junto com Mike.

- Qual o seu nome, garota? – Victoria perguntou a Bella, que estava deitada no chão, chorando silenciosamente.

- Eu... eu me chamo Isabella. Ou só Bella. – Bella levantou os olhos e afundou o rosto nas mãos.

- Bom Bella, venha, vamos entrar. Vou te mostrar onde fica o seu banheiro, mas... lá não tem água quente e preciso cumprir exatamente as ordens de meu patrão, porque mesmo eu não sendo judia, ele pode querer fazer coisas ruins para mim. E outra, a mãe dele está aí. Eu te empresto algumas roupas, e te ensino a costurar as suas próprias. – ela disse e apoiou um dos braços de Bella em seus ombros.

- Não... não tem problema. Adorarei aprender a costurar minhas próprias roupas. – Bella disse, a voz trêmula.

- E mais uma coisa, não mexa com os soldados do Sr. Cullen. Eles são maus. As vezes, acho que o que o Sr. Cullen sente é piedade, então, ele tenta salvar alguns judeus. Tivemos um homem judeu mês passado. Tyler. Ele morreu por falta de nutrição, pois quando estourou a guerra, uma das primeiras famílias capturadas foi a dele. Mas Edward o trouxe para cá. Não sei se é necessidade de empregados e crueldade ou... – Bella sorriu um sorriso forçado.

- Tudo bem, Victoria. Vou fazer tudo direitinho. – Bella disse e as duas sumiram, entrando pelos fundos da casa de Edward.

Bella não sabia o que esperar, mas de uma coisa, ela tinha certeza: Edward não se lembrava dela. Não lembrava de suas feições, de seu cabelo, nem mesmo de seu nome, que deveria ser a palavra chave para que ele se lembrasse dela... Mas nada o fizera lembrar. Ela não entendia porque Edward havia escolhido-a para trabalhar na casa dele e participar dessas festas de soldados, mas ela iria fazer de tudo para conseguir que algum flash de memória de Edward reaparecesse e que ele voltasse a ser o bom garoto que conheceu anos atrás.

Ela iria trazer, compaixão, amor e lembranças de volta para o coração de Edward.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Não se esqueçam de comentar, afinal, comentários são meu combustível.
Beijocas, até o próximo.



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