Are You Mine? escrita por Clove Flor


Capítulo 7
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

OI OI GENTEEEEEEEEEEEEEE
>>>>>>>>>>>LEIAM LEIAM LEIAM LEIAM!!!
Eu sei que demorei pra cacete. Eu sei, mas é que, como eu contei, estou na reta final com outra fanfic e preciso que dê tudo certo no desfecho da história e ainda tive uma semana pesada de provas. Dessa vez não vou demorar tanto pq já comecei parcialmente o próximo.
>>>>
Esse capítulo ficou bem dramatico e meio bleh, mas é necessário. HOJE VOCÊS CONHECEM AS MERDAS DA CLOVE E UM POUCO DO COTIDIANO DA ANNIE



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451064/chapter/7

(leram as notas? ;3)

Point Of View – Clove.

Foi há dois anos. Era meu aniversário de quinze, e ele tinha algo entre dezesseis e dezessete, não sei.

Meu quarto ainda tinha uma porta. Meio quebrada, mas ainda assim sussurrava-me privacidade. Eu estava apaixonada pelo garoto de cabelos amarelos.

Em uma noite, durante as brigas de meus pais, me escorei na parede do lado do cômodo deles, ouvindo a conversa, segurando as lágrimas. Eu só queria um parabéns.

─ Você é uma inútil! – gritava meu pai, a raiva vazando de sua voz.

─ E você um covarde! – aos berros, minha mãe se controlava para não chorar.

─ Covarde? Eu te aguentei por anos! Até assumir essa sua filha bastarda eu fiz!

Solucei, tampando minha boca logo em seguida. Meu coração estava agitado, revirando-se. Não pude mais me conter e chorei, ali mesmo, no chão do corredor.

Enquanto tentava me acalmar, ignorando as vozes que vinham do outro lugar, meu pseudo-pai sai do quarto e me viu ali, sentada e em apuros.

Virou o rosto e foi embora.

Minha mãe também não olhou para mim ao me deixar sozinha e sair de casa com o carro.

Logo após a saída deles (acho que iam se embebedar em algum lugar, mas eu havia descoberto algumas garrafas guardadas no fundo do frigobar), meu celular apitou com um SMS. Era de Cato:

“Feliz aniversário, Love.”

“Não tão feliz assim” respondi, um pouco mais aliviada de alguém ter se lembrado.

Quer que eu passe aí? Ou me encontrar em algum lugar?”

Meus dedos tremeram quando eu tentava responder.

Pode ser”

“Então nos vemos em dez minutos no calçadão?”

O calçadão. De noite, as estrelas eram a única luz sobre a calçada de pedras portuguesas. Era silencioso, calmo, romântico. Em dez minutos de caminhada, já podíamos ouvir as ondas do Bairro 4. Eu sempre amei o calçadão.

Ok” foi só o que respondi, largando o celular em qualquer lugar e correndo para meu quarto. Lavei meu rosto para tirar vestígios de choro. Como continuava meio vermelha me maquiei um pouco com o que eu tinha: apenas o básico.

Troquei o pijama por um dos únicos vestidos que eu tinha (o tecido tão delicado e fino que parecia ser impossível amassá-lo). Era azul, porque eu sabia que era a cor favorita dele, e tinha mangas até um pouco antes do cotovelo.

Corri para fora de casa, seguindo o caminho até o calçadão. Não era muito longe. Meu vestido era até os joelhos, um pouco antes. Enquanto corria, pensava se meu cabelo viraria um ninho de teleguiadas;

Ele já estava lá. Usava uma blusa branca de mangas compridas e calças jeans. Os cabelos estavam bagunçados por causa da brisa fria que nos rodeava.

Diminui o passo e entrelacei meus dedos em meus fios, retirando alguns nós.

─ Hey, Love! – Cato acenou. Sua altura continuava sendo excessivamente maior que a minha. Uma de suas mãos estava ocupada com algo pequeno e redondo.

─ Hey, Cato. – me aproximei. Estava ventando um pouco mais forte do que esperava, minhas pernas nuas reclamavam.

Seus lábios se aproximaram de minha testa, a depositando um beijo. Eram macios e quentes. Meu coração deu cambalhotas no peito, retumbante e desesperador.

Suspirei. Estava escuro, eu mal podia ver seu rosto com clareza.

─ Seus olhos estão meio vermelhos, Clove. – ele observou, preocupado. ─ Vou te alegrar um pouco.

Sorri. Cato não iria perguntar o porque de eu ter chorado, nem nada. Ele só aceitava o fato e tentava fazer isso melhorar.

A mão que não segurava nada retirou do bolso um isqueiro. Se aproximou da outra mão com a chama e encostou-a em algo em formato de espiral fino.

Uma velinha.

Em um cupcake.

─ Feliz aniversário, Clove. – então o pequeno fogo conseguiu iluminar melhor o seu rosto, feliz, esperançoso. Eu não tinha reação, apenas uma vontade de chorar mais (de felicidade). Porque Cato parecia tão doce daquela forma, com um pequeno bolo de aniversário para mim, com uma velinha acessa, me esperando. ─ Faça um pedido.

Apertei os olhos, sorrindo. Mil opção se passaram por minha cabeça, mas só uma se fazia ouvir. Eu estava tão apaixonada, tão aliviada e subitamente feliz naquele momento, ali, com ele.

Eu desejo tê-lo por perto para sempre.

A chama se apagou com meu assopro.

Depois de uns três dias, começamos a namorar. Firme, de verdade, não só uma brincadeira – as que ele era acostumado a se envolver. Eu me sentia amada, mal ficava em casa. Meu “pai” nunca mais voltou para casa, deixou tudo com a gente, nos abandonou. Minha mãe não deu a mínima, vive em seu quarto, resmungando. Ela o perdeu, ela o deixou ir. Ela também errou.

Foi no nosso quarto mês de namoro que aconteceu. Tínhamos uma festa para ir, mas eu recusei. Pensei que haveria uma prova no dia seguinte e fiquei em casa estudando um pouco.

Quando me dei por mim, percebi que a avaliação seria em outra semana, não naquela. Então me arrumei e peguei um taxi até o local onde a música soava alto, as batidas palpitando os ouvidos.

Demorei um pouco para encontrá-lo, e quando o fiz, meu coração parou. Porque a cena dele em um sofá, uma garrafa de Black Label na mão e com cinco garotas em sua volta (duas que sentavam em seu colo), me fez querer morrer.

Ele beijava uma loira como se o mundo dependesse disso. Beijava, interrompia para dar um gole em sua bebida, e voltava, com a boca colada já em outra.

Talvez eu tenha ficado dois minutos, duas horas, ali parada. Só sentindo que minha vida estava se despedaçando, que eu estava caindo. Estava me sentindo amada, que não estava mais sozinha. Que alguém se importava comigo.

Aquele sentimento foi embora.

Não vou fingir que ele não tentou consertar a merda toda, porque tentou. Me ligou todos os dias, enviou cartas, flores, presentes. Não o deixei explicar, não queria nem ouvir sua voz ou ver seu rosto. Não queria chorar.

Por ser grande amigo de Katniss e Annie, aceitei o fato de que Cato não sairia de minha vida tão rápido e como eu gostaria.

E, por mais que eu odiasse admitir, isso me aliviava um pouco.

Point of View – Annie

O Bairro D3 estava coberto por uma névoa branca e densa. Continuava frio, mas não tanto para eu ter que vestir um casaco de lça. Nas segundas eu tenho sempre uma seção de psicólogo com a Dra. Cashmere antes da primeira aula do dia.

A sala é pequena e branca, com uma escrivaninha de madeira cheio de enfeites e objetos por cima. Livros de auto-ajuda cobrem duas estantes na parede.

─ Bem vinda de volta, minha querida Anabelle! – cumprimentou-me animada, beijando minhas bochechas com seu batom marcante. ─ Sente-se, fique confortável. Como foi sua semana?

Cruzei minhas pernas sobre a cadeira verde almofadada. Comecei a contar, sobre tudo. Sobre eu e Finnick, a festa, os remédios e minhas notas baixas no clube obrigatório de Natação (ou era isso ou balé).

Cashmere não sabe da história toda. Apenas Clove, Katniss, Finnick, Peeta e Madge por terem estado na mesma turma. Eles sim sabem da verdadeira história.

─ Annie, meu bem... – a loira se inclinou sobre a mesa, erguendo os óculos de trabalho para o topo de sua cabeça. ─ seu caso é um pouco mais sério, gostaria que soubesse, Precisamos ser mais delicadas. Mas me responda: por que você não o perdoa?

Suspirei alto, minhas mãos suavam e eu queria, realmente, chorar. Se fosse fácil!

─ Não dá. – sussurrei, sem voz. ─ Ela o amava. Ele poderia ter evitado.

─ Tudo no mundo poderia ter sido evitado, querida. Às vezes, simplesmente, é um descuido.

─ Mas se Finnick não fosse descuidado?! – bereei, as lágrimas escaparam como uma cachoeira de meus olhos. Apertei com força os braços da cadeira. Se controle. ─ Ela estaria viva! Johanna estaria viva, continuaria aqui comigo! Ela era minha melhor amiga, como posso conviver com a pessoa responsável pela morte dela...?!

─ Você sabe que ele não foi responsável. – Cashmere respondeu calma.

A Dra. Agora estava ajoelhada ao meu lado, olhando no fundo de minha íris verde. Sua mão se entrelaçava em meus cabelos, acariciando-os em um calmante.

─ Nós sempre temos que por a culpa em alguém, não é? – sussurrou doce, como se conversasse com uma criança pequena. E eu parecia uma.

Suspirei e inspirei longamente, acalmando meus batimentos cardíacos e contando até dez (coisas que aprendi vagamente para poder evitar possíveis ataques). Solucei quando percebi que demoraria para conseguir parar de chorar.

Meu nariz começava a escorrer e o limpei com a barra da minha manga bege, fungando.

─ Você vai precisar lidar com tudo isso, ok? Vou estar sempre aqui.

Assenti, sem conseguir falar com o bolo doloroso em minha garganta. Agarrei seu jaleco branco e a puxei para mais perto, enterrando meu rosto em seu ombro e continuei molhando sua roupa com minhas lágrimas.

Cheguei atrasada para o primeiro tempo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Capítulo dedicado a Isabelha



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Are You Mine?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.