Are You Mine? escrita por Clove Flor


Capítulo 6
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME MATEM FBHKIFBALJFDSG
Gente, eu sei que demorei, mas tenho bons motivos (quase). Eu estou na reta final com uma fanfic minha e tinha que escrever um capítulo terrivelmente importante para a história, por isso tinha que estar perfeito.
Outra, eu fiquei em semana de provas. Fui bem, obrigada ^^
PRESENTINHO DE PÁSCOA PROCÊS.
PS:::::::::::::::::::::::::::::::::::::LEIAM eu sei que esse capítulo ficou SUPER tenso. Super mesmo eu reconheço, mas queria que fosse tento para eu ir mostrando o desenvolvimento entre os personagens no ramo da felicidade e sanidade, ok?

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Point of View – Katniss

“Parei, subitamente ao me dar conta, dessa vez, bem acordada:

Essa não é a minha cama.”

Acho que foi como tomar um choque elétrico ao estar relaxada e, a primeira coisa que se passou em minha cabeça foi basicamente: merda. Porque, merda, minha mãe vai me matar. Merda, eu devo ter me drogado ou sido violentada, afinal que merda de dor é essa que estou sentindo?

Abri meus olhos com uma lentidão para que eu não ficasse tonta de imediato. As pálpebras pareciam estar grudentas e tive que piscar diversas vezes até me estabilizar.

Olhei para o teto do quarto que parecia uma pintura: camadas de cores laranjas, amarelas e avermelhadas. Uma mistura calmante imitando o pôr do sol. Incrível.

Minha cabeça pendeu-se para o lado e logo senti o torcicolo no pescoço. Soltei um gemido entre dentes.

Quase caí da cama.

Havia um garoto dormindo ao meu lado.

Cabelos loiros caiam desordenados sobre seus olhos fechados, espalhados pelo travesseiro. O lençol branco cobria sua cintura para baixo. E ele estava fodidamente sem camisa.

Marcas arroxeadas e cortes abertos se espalhavam por seu torço alvo (e, hm, musculoso). Meu olhar se prendeu em uma tatuagem pequena um pouco abaixo do peito: uma peça de xadrez. A torre, para ser mais exata, cobria essa parte de pele que ele tinha.

Reprimi meu pensamento (Sexy).

Tentei erguer meu corpo de leve, apoiando-me pelos cotovelos. Mas meu peso se tornou de repente tão pesado, tão dormente e dolorido que não aguentei e despenquei novamente contra o colchão, gemendo de dor.

─Não tinha outro jeito de me acordar não? – uma voz rouca de sono se sobressaltou, e então fiquei quieta, apenas ouvindo o som de minha respiração acelerada. ─ Ah, Katniss?! Você está bem?

Meus olhos então encontraram um par de safiras azuis tão brilhantes e preocupadas que demorei para reconhecer o rosto de traços delicados.

─Pe-eta? – murmurei. E acho que, como um estalo, as coisas se encaixaram em minha cabeça.

Haviam me agredido.

Delly me encontrou.

Chamou por Peeta.

Ele me salvou.

As pontas de seus dedos tocaram em uma parte de minha testa, perto da raiz de meu cabelo. Me contive de soltar um grito quando pontadas fortes me atingiram com esse mero toque ao morder meu lábio inferior com força.

Ele se afastou.

─Desculpe. Não sabia o que fazer direito, entrei em pânico Kat. Pensei que estava morta e quase matei Marvel quando o vi fugindo, mas não consegui pegar Thresh e nem o outro também. Ah, Katniss, você me matou de susto! Puta que pariu, garota, eu não sei se estou com raiva ou não de você. – disse tão rapidamente que meu cérebro recém acordado não conseguiu entender tudo direito.

─Me ajude a levantar. – foi tudo que eu falei.

Erguendo-se, Peeta deu a volta na cama até ficar do outro lado, de pé. Suas mãos se fecharam um pouco abaixo de cada ombro meu, fazendo com que sua força e a minha levantasse meu corpo.

─Consegue andar?

─Talvez.

Virei minhas pernas para o fim da cama e tentei impulsioná-las para frente, tocando com meus pés o chão. A queimação em meu abdômen e pernas que recebi em troca ao ficar ereta fez com que eu bambeasse, ficando mole e caindo sobre os braços estendidos do loiro.

A minha visão embaçava, voltava, embaçava e se turvava.

─Katniss?! Katniss! Katniss Everdeen, se não me responder algo agora eu juro que... – a voz grossa de Peeta fraquejou, segurando meu corpo para que eu não caísse. Mas eu mal ouvia. Ah, para quê se o som de chiado em minha cabeça era mais alto? Mais... reconfortante. ─Katniss!

Meus olhos devem ter se revirado para cima, e por cima de uma cabeleira loira, enxerguei o pôr do sol.

E nada mais.

xXxXx

Quando acordei, dessa vez não estava em uma cama macia com cobertores cheirosos nem nada disso. Me sentia um pouco melhor e mais leve, como se flutuasse. Reconheci um rosto sobre o meu, me encarando com preocupação e raiva. Também eram olhos azuis, também eram cabelos louros, mas dessa vez os traços do rosto eram bem mais finos e... hm, infantis. Um par de tranças caindo sobre minhas bochechas e fazendo cócegas nelas me despertaram.

─Ela acordou! Graças à Deus! Peeta, ela acordou!

Outra cabeça apareceu diante de meu olhar, a mesma que eu havia visto havia... Quanto tempo?

─ Não... não vou brigar, ok? Mas eu estou com muita raiva de você! Que susto, céus. Quando acordei e você não estava aqui, e passaram-se horas e horas... Ah. – disse a garota, afobada.

Horas e horas?

Também suspirei. Estava aliviada, mas minhas costas clamavam por conforto, e certamente a suposta mesa de cozinha na qual eu estava deitada não me ajudava. Por que eu estava me sentindo tão bem?

─Te demos uma pequena dose de morfina, - conta Peeta, as olheiras escuras sob seus olhos mostravam seu cansaço. ─ não se acostume. Para casos graves.

─ Onde arranjaram morfina?

─ No prego. – responde Prim.

─Ah, - resmunguei. ─ ótimo. Vamos fazer depois um teste para saber se não me drogaram de verdade depois, ok?

Os dois reviraram os olhos. Peeta resmungava baixinho, como se eu fosse uma ingrata. Percebi que vestia uma blusa preta de colarinho, um pouco mais folgada em seu corpo.

Eu já vi essa camiseta.

Cuidei dos ferimentos dele também. Nada muito grave, mas a blusa com que veio estava ensopada de sangue, que, ahn, prevejo ser o seu. Então emprestei a do...

Papai. – completei um pouco amarga, mas baixinho. Pensei que ninguém devia ter o direito de vestir algo dele, porque era dele.

─Me desculpe, Everdeen. Prometo devolvê-la o mais rápido possível.

Ergui-me, pulando da mesa. Eu não sentia muito meu corpo, então não havia dor em ato algum meu.

Dei de ombros. Eu tinha muita mais coisas para pensar.

─ Acho melhor você ir embora, Mellark. – informei sem olhar para ele, de costas.

─Mas, Kat... – Prim interviu, sua voz em tom de reclamação.

─ Não, não, tudo bem. – o loiro parecia totalmente magoado. Contive me virar e olhá-lo. ─ Até amanhã na escola.

Não respondi e esperei a porta se chocar contra a batente. Apenas três coisas ocupavam minha mente:

Thresh e Marvel foram meus agressores, mas falta um.

Eles disseram que fiz uma promessa.

Eu sou a pessoa mais ferrada da Terra.

─ Katniss, eu disse para a mamãe que você dormiu na casa da Clove. – Prim disse, sua voz afiada como uma faca. ─ Mas acho que eu tinha o direito de saber que você estava era se pegando na casa do Peeta!

Dessa vez, meus olhos se arregalaram. Tanto pela acusação e tanto pela raiva que veio de dentro da pequena. Virei-me para trás, olhando levemente para baixo ao encontrar seu olhar penetrante.

─ Me pegando com o Peeta?! – também gritei, e quando percebi eu havia avançado um passo a frente. ─ Foi isso que ele te contou?! Como acha que me machuquei então?!

─ Ah, não se lembra agora? Ele me contou que vocês estavam no quarto do irmão mais novo, tropeçou nas caixas de brinquedos dele fazendo com que você caia em todos. Fala sério, Katniss. Você fica de brincadeirinhas na minha cama também? Se divertem com meus brinquedos? Eles servem para algo, afinal?

Tive vontade de gritar e esconder meu rosto quente de vergonha em algum lugar. Falar que a mente de Prim é tão maliciosa que chega a ser imagens terríveis postas em minha mente. Berrar e dizer o quão ridículo foi Peeta mentir para minha irmã. Ah, isso explica os roxos, as marcas de dedos por meu corpo e os arranhões! Foi porque eu “cai em cima de legos e bonecos de ação com espadinhas” e minha “pseudo-transa” com o Mellark.

Respirei fundo, mantendo a calma. Mas, sem conseguir evitar, lhe respondi:

─ Fico sim. Nunca viu os amassados da sua cama?

Deixando-a de olhos arregalados, subi os degraus até o andar de cima, em nosso quarto. Abri o meu pequeno computador, nas notas, deixando todos os detalhes de minha noite para, depois, tentar resolver esse quebra cabeça.

Peeta Mellark. Por que não quer deixar meus pensamentos? Por que não sai da minha cabeça a imagem do pedaço de pele coberto por tinta?

xXxXx

Point of View – Clove

Eu encarava a mensagem em meu celular, sem querer acreditar no que lia.

Pateticamente, chorei. Com as costas contra a parede, minhas pernas esticadas sobre minha cama, as lágrimas escorriam. Meus pais deviam ter saído para jantar em algum restaurante chique no Bairro Um, e, lendo novamente pela 52765981° vez as palavras enviadas, chorei.

Me senti tão suja de repente. Como se tudo o que eu vinha fazendo caísse por cima de mim, me esmagando, me sufocando, e eu precisava de ar, de respirar sem algo fizesse com que eu quisesse me matar.

As bebidas. Os garotos. E, hm, tá, houve umas duas garotas, mas só porque aumentaram minha dose de álcool.

Tudo vindo em vão, e então as imagens que eu tinha com todas essas pessoas desconhecidas, do cheiro de sexo, de drogas, de álcool e nem meus batimentos cardíacos eram estáveis...

Mas essa mensagem. Esse imbecil, ah, ele acabava comigo. Me torturava de um modo que nem deve imaginar, fazendo minha cabeça, meu corpo, meu coração, tudo tremer em nome dele.

As lágrimas escorreram com mais avidez, e então eu gritei alto quando lancei minha cabeça para trás, encostando-a na parede e apertando meus olhos. Gritei de dor, de raiva, de amor. Por que sempre escolhia as pessoas erradas para amar?

Gritei novamente, dessa vez mais alto e estrangulado. O meu cabelo grudava nas bochechas e queixo devido ao molhado do choro. Senti meus dedos se contraírem em torno do celular, quase quebrando-o.

“Tudo foi pensando em você”

E eu só queria saber, entender, o por que dele só me mandar mensagem quando está fora de si! Reclama que eu bebo, mas faz igual! Hipócrita! Hipócrita, Cato, seu hipócrita filinho de uma puta!

Esse “tudo” fazia com que meu coração bombardeasse tão forte que machucava as costelas. Ele deve ter feito aquilo? Será que... argh, será que meu nome saiu de sua boca?

Gritei mais uma vez. Berrei, na verdade. Eu estava sozinha, em casa e na vida, então quem infernos se importa?

E era uma dor lacerante. Queimava meu interior, jogando fora tudo o que eu sou. Tudo que eu fui. Tudo que um dia eu seria, porque Cato Ludwig me quebrou uma vez. E, oh honey, you can’t break a broken heart*.

Não queria me lembrar disso.

Então, abrindo a gaveta do meu criado-mudo, ao lado de minha cama, retirei um canivete.

Patética.

Ergui minha blusa.

Mais patética.

“Não tem coragem de se cortar nos pulsos, Clove? Covarde.” Uma voz sussurrava em minha mente.

Não, pensava.

A lâmina da pequena faca rasgou de leve a pele um pouco abaixo do ombro, na cintura. O corte não seria profundo, mas a dor horrível e o fogo que lambia minha pele, derramando sangue, era bem melhor que pensar nele.

Muito melhor.

Eu preferia sentir dor física ao invés da dor emocional.

Não posso ter sentimentos.

Eles só vão me machucar mais ainda, como uma faca cortando seu corpo.

Suspirei, fechando os olhos e cessando as lágrimas. Pendi minha cabeça para trás novamente, contra a parede, sentindo o sangue deslizando por minha pele e manchando meu pijama.

Ele não merece isso, minha consciência dizia.

Ah, não. Nem eu mereço.

Point of View – Annie.

Eu estava um pouco preocupada desde ontem, após a festa de aniversário. Katniss não havia dado notícias depois de seu sumiço repentino e até então eu só tinha a noticia de que ela estava com Peeta (o que é estranho, porque a morena não vai muito com a cara dela, sabe?) e a Clove não responde minhas chamadas. Será que aconteceu algo de errado? Ela não parecia muito bem na TFH, já que qualquer bebida ela aceitava.

Bem, elas já têm 17/16 anos. Devem saber se cuidar.

Só espero que do modo certo.


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Notas finais do capítulo

Como acharam? Opiniões, por favor? Desculpem os erros, não consegui revisar tudo;
OBRIGADA A CLARAWN QUE RECOMENDOU A FIC, SUA GATAAAAAAAAAA
Eu falei muita merda nesse cap UAHSUHSUHSUH (literalmente).



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