Are You Mine? escrita por Clove Flor


Capítulo 5
Capítulo 3 - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

ANTES DE LEREM, ENTENDAM: Me desculpem pela demora. É que eu tive uma semana de provas bem complicadas. Depois disso, passei a ver um anime super engraçado (Kaichou wa Maid-Sama, já viram?) e ainda mais: esse capítulo é SUPER importante para a história. Principalmente para a Katniss. Então, cada detalhe era preciso pensar para não dar merda depois.

E ATENÇÃÃÃÃOOOOOOOO eu to pensando em criar um grupo no facebook para eu conseguir interagir com meus leitores, mas não sei se faço. O que acham?

Espero que gostem ;****



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Point of View – Katniss.

Olhei-me no espelho, levemente aterrorizada. Ok, eu estou bonita. Ao invés de minha trança habitual, Primrose passou alguma espécie de creme, hidratante, algo assim após meu banho, e os penteou de forma que ficassem... Ondulados. Estranhamente ondulados.

O vestido é completamente branco. Juro, é o melhor que tenho em meu armário. Na verdade, a cor é meio prateado, pérola. Firme em minha cintura e solto abaixo disso, pendurados por uma fina alça em meus ombros; Não que o ache muito curto, mas senti um pouco de vergonha ao estar com as pernas expostas. Pelo menos parte delas. (N/A: não gosto de links na história, mas para quem ficar curioso de como imaginei, foi tipo isso)

─Ai, Katniss. ─ Prim resmungou ao ver minha hesitação. ─ Só está há um palmo acima do joelho. Não exagera.

Mordi o lábio inferior, recebendo outra reprovação de minha adorável irmã.

─Não! Assim você vai tirar a merda do seu maldito gloss, porra! ─ esbravejou, pegando o tubo que eu realmente não via o que mudava em minha boca e já passando na mesma. Ela fica um pouco mais escorregadia e rosada, mas e daí? ─Você não entende a magia da maquiagem?

─Uh, não. ─ respondi com sinceridade. Ainda sentia desconforto ao usar a sandália, de mesma cor que minha roupa, de salto alto. Fiquei alguns dez centímetros maior do que antes. Apesar do desequilíbrio, ela parecia me deixar... delicada.

─Ok. ─ murmurou, respirando fundo. ─Ok. Tá. Isso que eu passei nos seus olhos, isso aí preto que acaba alguns centímetros depois de sua pálpebra, se chama delineador. Sua pele está mais proporcional devido ao pó que passei, portanto não fique esfregando seu rosto. Tá legal?

Assenti, minhas mãos alisando a barra de meu vestido. Meu reflexo era a perfeita visão de preocupação.

─Kat, você está linda. Linda mesmo. ─ a loira disse calmamente. Andou até o criado-mudo ao lado da beliche, retirando da primeira gaveta uma corrente dourada. Aproximou-se até mim novamente, prendendo algo gelado em meu pescoço. ─Isso, na verdade, é um broche. Mas não queria que furasse sua roupa, então pedi para aplicarem-no essa corrente. Agora pode usar como colar.

Toquei com as pontas dos dedos o pingente. Era um circulo com um pássaro no centro igualmente dourado. Em sua boca carregava uma flecha pontuda.

Logo reconheci como sendo um Tordo, ave que nosso pai sempre cantara, apenas para fazê-la repetir a melodia.

─Feliz aniversário de dezessete, Kat. ─ Rose disse, abraçando minha cintura.

Segurei suas mãos enlaçadas em mim, ainda observando o espelho. Suspirei pesadamente, como se meus pulmões tivessem guardado ar por dias a fim.

─Feliz aniversário de dezessete pra mim.

xXxXx

Eu comecei a pensar que ficaria surda.

Quando Cato estacionou seu carro na frente daquela boate, meu coração falhou uma batida. Minhas mãos estavam quentes e escorregadias ao longo que as apertavas, e não pude saber se aquilo que fazia o local pulsar era uma música ou apenas barulho. Fala sério, quantos anos eu tenho? Você tem que gostar dessas músicas, Katniss.

─Não estou mentindo, Kat, pelo menos não dessa vez. - começou a dizer o loiro ao meu lado, ainda manobrando o veículo. ─Você está realmente bonita.

Remexi-me no banco, desconfortável ao retirar o cinto de segurança. Olhei para ele, que vestia uma blusa polo preta e jeans escuros. Seu cabelo estava bagunçado, como de costume, e com um perfume típico de garoto.

Sorri para ele.

─Obrigada, Cato.

Torment From Hell tinha as paredes vermelhas como sangue. Era um dos lugares que eu mais achava bonito – e perigoso ─. Na entrada, havia pessoas bem vestidas conferindo o dinheiro e amarrando pulseiras no pulso de cada um que entrava. Reconheci muitas pessoas lá, que acenavam para mim e gritavam “parabéns!”.

As luzes eram cegante. Ótimo, além de surda, cega?

As cores rosas, azuis, amarelos, verdes, e outras que piscavam rapidamente, inundavam o ambiente. Enquanto eu tentava localizar Clove e Annie na fila que começava a se estender, Cato puxou minha mão, ultrapassando todas as pessoas que estavam em nossa frente.

Disse para o funcionário:

─Ela é a aniversariante.

─Sério? – perguntou com ironia. ─ E eu me importo?

Olhei com deboche para o loiro.

─Sim. Basicamente estamos bancando essa festa, ou melhor, o seu salário. Então nos permita entrar agora, falou?

Revirei os olhos.

O homem pareceu pensativo. Portanto, prendeu a fita de papel ao redor de meu pulso e no de Cato. Deu um passo para o lado, deixando-nos livre para passar.

─Divirta-se.

Vou tentar.

E então, tampando os ouvidos, entrei.

xXxXx

Point of View – Clove.

─MEU SENSOR DE PIRIGUETE EXPLODIU, PEGA SUA INVEJA E VAI PRA… - cantei alto, lançando os braços para cima no ritmo da música.

─PUTA QUE PARIU! – cantarolou a Cresta, rindo.

─Espera! – alertei, pondo as mãos em seus ombros. Os olhos de Annie estavam vagando sem rumo, divertidos.

─Não tem essa parte!

Gargalhou estridentemente. Acho que não deveria ter oferecido tequila para ela.

─Leia nas entrelinhas, Fuhrman!

Acompanhei-a na risada, até que minha barriga começou a doer. Já estávamos esperando a Everdeen havia meia hora, e nenhum sinal. Não que estejamos procurando, na verdade. Eu, particularmente, queria apenas me divertir e esquecer todos os problemas. Yeah! Vou esquecer dos meus malditos pais. Vou esquecer que precisei fugir de casa pra vir. Vou esquecer a vida! E, principalmente, vou esquecer do...

─Perdemos algo? – a voz aveludada e grave soou atrás de mim. Parecia divertida e arrogante, como sempre.

Meu corpo gelou totalmente, as pontas de meus dedos formigando e o coração quase saltando do peito. Não olha, não olha, não olha...

Eu olhei.

Os cabelos amarelos estavam desleixados, caindo rebeldemente em seus olhos azuis brilhantes. A pele estava meio pálida por causa das luzes do ambiente. Mesmo estando com meus saltos, tive que erguer o olhar para encontrar o dele, que me fitava com um pouco de desgosto. Não olhe assim para mim, pensei pateticamente.

─Na verdade, chegaram em uma boa hora. – respondeu Annie, fazendo com que um alívio instantâneo percorresse meu corpo.

Katniss estava bem atrás de Cato, trajando um vestido simples, porém muito bonito para ela. Realçava algumas curvas em seu corpo devido ser mais justo no tronco e a deixava... leve. Sorri por ver essa minha amiga evoluindo.

Acho que pensei rápido demais.

─Que merda de música é essa? – resmungou, suas mãos cobrindo os ouvidos.

Revirei os olhos e a puxei pela mão, ignorando a presença do garoto alto ao meu lado. Quando a aniversariante conseguiu se equilibrar sobre seus saltos, me olhou confusa.

A música foi abafada pelo som de novas batidas. As pessoas ao nosso redor soltaram gritos de felicidade com o som reconhecido por eles.

─Vai, Kat, dança comigo! – lhe convidei, balançando os quadris.

─Há-há, muito engraçado, Clove! – disse envergonhada, desviando os olhos dos meus.

─Dança! Tem certeza que fez dezessete, garota? – peguei suas mãos e as coloquei uma em cada ombro meu, continuando meu balanço até que ela pegasse o ritmo, suas bochechas rosadas.

─Acho melhor eu sair de perto antes que eu tenha... bem, vocês sabem. – Cato comentou com sarcasmo, indo para qualquer outro lugar que não fosse perto de nós.

Não demorou muito para que ele já estivesse com as mãos em uma garota.

Suspirei pesadamente, meu coração dolorido. Por que fui te olhar?

Ainda bem que existem bebidas.

Point Of View – Katniss.

Clove não estava agindo normal. Ou será que estava? Eu sempre soube que a pequena extrapolava (ainda falam isso?) nas festas, que seu auto-controle ia pro espaço, e até as apelidavam secretamente com termos... Fortes para uma garota de dezesseis anos.

Mas ela realmente fazia coisas fortes para garotas de dezesseis anos.

É claro que eu me preocupava! Como não poderia? Clove é minha melhor amiga. Fica comigo, mesmo sem falar diretamente com minha pessoa, mas apenas se ponderando em silêncio ao meu lado, e isso é mais do que eu possa pedir em certas situações.

Porém, porque ela tem que agir assim?

Eu não quis saber na hora. Sorri para a morena mais uma vez enquanto revirava seu quinto copo de sei lá o quê.

A música abaixou gradativamente. Os protestos e desânimo foram de todos que dançavam loucamente na posta.

─Ei ei ei, acalmem-se. – o DJ pediu. ─Soube que há uma aniversariante aqui... Eh, Katniss Everdeen? Onde está Katniss Everdeen?

Suspirei enquanto eu tentava normalizar meus batimentos cardíacos e respiração; Pude ouvir Gale gargalhando de longe.

“Morreu!” quis gritar. Mas não gritei.

Quem gritou foi Clove.

─OLHA ELA AQUI, Ó!

Me encolhi ainda mais quando os holofotes foram passando pelas pessoas ao meu lado, até que se focalizaram sobre mim. A luz branca cegante fazia com que eu tivesse que apertar meus olhos para enxergar melhor, e toda a atenção se concentrava em uma única pessoa.

─Feliz Aniversário, Katniss Everdeen! – exclamou o homem por trás dos equipamentos de som. Será que é possível morrer de vergonha?

─ESSA É A MINHA GAROTA! KAT! KAT! – Clove puxava o corinho, rindo até se engasgar e quase derrubar o copo no chão. Todos no local começaram a repetir meu nome, seguido por uma palminha idiota.

─KAT! KAT!

Me. Mata.

Eu já sentia minhas bochechas ferverem em vermelho. Sorri timidamente, apenas erguendo um canto dos lábios. Apertei minhas mãos umas contra as outras, esperando que parassem com isso. Depois do que se passou eternidades, as batidas da música retornaram e as pessoas continuaram a dançar.

Muitas garotas e alguns garotos vinham até mim para me cumprimentar. Elogiavam minha roupa/maquiagem que eu esquecia que estava usando, e aí seguiam seus caminhos. Depois de – bem, mais ou menos ─ dançar com Clove e Annie, decidi dar uma volta pelo salão.

O que eu me arrependi.

Eram várias pessoas na pista, o que fazia ter que me esfregar em algumas para passar. Reconheci muitos rostos e outros nãos. Cato estava mentindo quando disse que estávamos bancando esta festa – só queria entrar sem pagar ─ (garoto esperto). Não o encontrei pelo resto da noite.

Enquanto tentava chegar até uma das portas dos fundos, senti meu braço ser puxado. Não pude evitar de pensar que meu salto alto é uma boa arma.

Mas era apenas Gale, sorrindo para mim. Sua blusa azul marinho caia muito bem com a cor cinza de seus olhos, faiscantes. A mão que segurava a minha se ergueu, fazendo-me rodopiar. Refleti seu sorriso, aliviada por ser ele que havia segurado minha mão. Madge, ao seu lado, conversava animadamente com Delly, que usava um vestido rosa que a deixava com uma aparência inocente.

─Você está linda, Everdeen! – gritou no meu ouvido para se fazer audível no meio da música. Gostava quando ele me chamava pelo sobrenome.

─Você não está nada mal também! – lhe respondi o elogio, o coração seguindo os batimentos do som alto.

Quando voltei na direção das portas, quase cai ao sentir o ar fresco, e não o viciante do local. O piso era duro e meio áspero e a única luz era a da boate, que vinha das abeturas de trás de mim.

Inspirei forte. Prim, pensei vagamente, acho que estou me divertindo. Estou feliz.

Mas, como se eu houvesse pensado rápido demais, a diversão acabou quando dei uns passos a frente e andando um pouco para ao lado do salão, me encostado em uma parede apenas para poder respirar melhor e acalmar-me. Estava cansada, pois já deveria ser duas horas da madrugada e as pessoas continuavam animadas.

─Ho ho ho, é você que é a... Catnes? – ouvi perguntarem, e desviei o olhar do céu estrelado para o lado, enxergando três garotos. O que estava me encarando, esperando uma resposta, era um moreno e lembra um touro: bufando e pronto para o ataque.

Katniss. ─ corrigi, quase ignorando a presença deles.

─ Me diga, Katniss, ─ sussurrou o garoto ao lado, alto e magricelo, os cabelos castanhos eram claros, mas se tornavam escuro com a falta de luz. ─ desde quando é tão panaca?

Quando senti a repulsa em sua voz, percebi de uma vez que estava encrencada. Os meus olhos se arregalaram enquanto focava no grupo ao meu lado.

Pow! O que foi que eu fiz?

E o que pareceu ser a milésima vez, suspirei.

─ Panaca? Ah, vamos lá, o que foi? ─ tive a coragem de indagar, um pouco de raiva na voz.

─ Você acha que não sabemos? - o outro que até então estava calado, disse. Eu não conseguia enxergar seu rosto. ─ Não pense que esquecemos a sua promessa, Everdeen.

Promessa?
Mal digo as pessoas como me sinto e nem o que eu gosto de comer, mas eu faria uma promessa com totais estranhos?

─ Acho que você está me confundindo, entenda, eu... – comecei a me explicar, mas um par de mãos me empurraram com tamanha força que minhas costas foram de encontro no chão. Deve ter sido o touro.

Pensei que havia batido a cabeça, porém não. Ela apenas latejava com o impacto de meu corpo, a dor aguda fazia com que meus músculos se retesassem contra o chão.

Tentei me concentrar no que estava acontecendo, mas as cabeças dos agressores invadiram minha visão (já atordoada). Então, senti algo queimando a pele do meu rosto.

Depois, minha cintura.

Depois, meu abdômen. O rosto de novo.

Tudo doía, cada célula de meu corpo parecia estar contra mim. Respirar se tornava difícil com a queimação que eu sentia aqui, ali... Ai.

Uma hora, parou. Na hora em que ouvi um grito agudo e feminino, berrando em plenos pulmões um nome que demorei para reconhecer:

Mas, anh? Por que eu chamaria por Peeta?

Não era eu que estava gritando.

Descobri quando abri lentamente os olhos e vi tudo como um borrão, girando ao meu redor: um borrão loiro de vestido rosa. Quem usaria rosa em uma festa de balada?

Fechei-os novamente, as pálpebras pesadas e quentes sobre o rosto. Queria berrar de dor, chamar ajuda, mas a dormência em meus lábios – isso escorrendo deles é sangue? ─ e a dificuldade de apenas respirar já me bastava.

─ PEETA! – ouvi isso pela última vez.

Antes de uma escuridão, quase um buraco negro me sugando para dentro dele, me consumir.

xXxXx

A primeira coisa que veio em minha cabeça quando acordei era para desligarem esse rádio fora de sintonia, que não me deixava dormir. Até perceber que o ruído vinha de meu ouvido. Fiquei quieta.

Para me mexer, eu precisava fazer um movimento tão simples e ao mesmo tempo, tão dolorido. Permaneci parada.

Algo macio estava sob mim, parecia fazer carinho em minha pele. Lençóis limpos e fofos pareciam ter gostado da minha presença neles e tentei sorrir. Mas machucava.

Parei, subitamente ao me dar conta, dessa vez, bem acordada:

Essa não é a minha cama.


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Notas finais do capítulo

Vocês recomendariam a história? O que acharam do capítulo?
DE QUEM SERÁ ESSA CAMA HMMMMMMMM SAKJJDBNKJASF SAFADENHA (brincadeira hu3)

Hey, o que acharam sobre o grupo?

Comentem o/ pelo menos ficou com 2.400 palavras; PROMETO NÃO DEMORAR MAIS QUE TRÊS SEMANAS (tenho outra fic)