Are You Mine? escrita por Clove Flor


Capítulo 15
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Dois meses? Vocês não merecem isso. Não merecem. Me sinto tão mal, me perdoem, de verdade. Eu poderia encher aqui de desculpas, mas eu só quero que vocês não fiquem bravos comigo e não abandonem a fic.
Nesse tempo, viajei. Duas vezes. Em uma delas, final de semana passado, fui pra minha cidade e revi todos os meus amigos, então estou bem mais feliz esses dias.
Gente, de verdade, isso foi... ridículo da minha parte.
Mas nunca me abandonem, por favor!
Eu gostei desse capítulo, até.
BOMBA BOMBÁSTICA NELE ASJHLDBFLJSDHF CAP QUE VEM *QUE EU VOU TENTAR ESCREVER NO FERIADO* VAI SER SUUUPER WOW PROMETO
BEIJOS GENTE



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Point of View – Clove

Eu não quero mais viver de mentiras.

Eu não quero que saibam da verdade.

Eu não sei o que fazer.

Point of View – Katniss

Eu sei que é um pesadelo quando acordo ofegante, os batimentos cardíacos muito fortes e rápidos. Minha cabeça dói levemente, como se alguém a apertasse as pontas dos dedos nela, mas sei que é por causa dos goles da bebida que dei ontem.

─ Katniss! – me chamam, a voz longe. Tento, só que meu corpo, ainda cansado do sono, não quer se levantar da beliche e andar até sei lá onde. Se for importante, que venham até mim, não é?

Passos pesados e barulhentos rangem no piso de madeira, vindo em direção do meu quarto. Bufei, puxando os cobertores para cima de minha cabeça, me escondendo do mundo exterior.

─ Katniss! – o rosto de Prim surgiu diante do meu, retirando o tecido de cima do meu rosto. Estava meio embaçado e contorcido... engraçado. Apesar da semelhança notável entre ela e minha mãe, seus olhos azuis pareciam mais escuros e cinzentos. Seu rosto delicado e fino estava com alguns traços mais fortes, marcantes, quase masculinos... estava tão idêntico ao... ─ Katniss, papai está furioso!

─ O-o quê?

O quê?

Pisquei diversas vezes e levantei meu tronco muito rápido – o que fez com que uma dor aguda e terrível atravessasse minha testa, resultado da batida em que dei no suporte de madeira da cama de cima. Soltei um grito e espalmei a mão no machucado, como se eu pudesse controlar a dor que começava a surgir.

Lágrimas começaram a pinicar meus olhos. De raiva. Pela dor. Pelo susto.

Meu coração, antes acelerado pelo sonho, parecia um martelo agora.

Céus, é Primrose, não papai.

─ Katniss, caramba, que desastre você é! A mamãe está furiosa!

Mamãe.

─ Nossa, Kat, é sério...! – Prim se revoltou, puxando-me para fora da cama. Minhas pernas estavam moles e falharam, fazendo com que eu caísse de joelhos no chão gelado. ─ Kaaat! Você está bem?

Os cabelos loiros de Rose caiam embaralhados sobre suas costas. Eles precisava de um corte, mas eu não confiava muito em mim com uma tesoura perto de alguém – afinal, que desastre eu sou.

─ Mas é claro que... – olho para ela. Suspiro ao ver sua visível preocupação. ─ sim, mana. Estou bem. O que houve, por que mamãe está furiosa?

Me ergo do chão, ainda um pouco bamba. Calço pantufas que estão um tanto curtas em meus pés e ando preguiçosamente até o pequeno banheiro do corredor, alcançando a escova de dentes. Prim começou a tagarelar coisas rapidamente, cheio de gestos, sua voz um pouco alterada.

─ Prim! Que coisa, fala igual gente!

Ela suspirou. Comecei a esfregar a pasta contra meus dentes, olhando meu reflexo no espelhinho pendurado acima da pia. Minhas olheiras pareciam mais profundas, a pele que antes tinha uma cor de oliva, se mostra pálida e sem tom.

─ A mamãe... encontrou o frasco de morfina usado... e agora ela quer satisfação.

Cuspi pasta para todos os lados por engasgar ao ouvir.

─ É você quem vai dar! Foi você que injetou aquilo em mim, sua louca! – revoltei-me. Céus!

─ Mas Kat, a gente tem que contar a história real! Ela vai me expulsar de casa se achar que do nada eu cheguei e enfiei uma agulha em você!

Katniss e Primrose, venham já aqui! – nossa mãe gritou da cozinha com muita, muita raiva.

Nos olhamos.

O que nos restava, a não ser contar a verdade?

***

[já a noite]

Point of View – Clove

“─ Cale a maldita boca! – berrou. Alguém vai ter que me pagar.

Dessa vez, meus joelhos cederam. Eu mal conseguia falar devido o choro que tomou meu corpo, as lágrimas embaçando minha visão.

Eu vou, eu vou!

Brutus riu. Como ele podia rir diante de algo assim? Eu estava acabada.

Então é melhor andar logo, Clovinha.”

Agarrada ao meu travesseiro, chorei baixinho. Eu juro que tentei. Fui em lanchonetes, bares, em casas oferecendo faxina... mas a dívida era muito grande para tão pouco dinheiro. Foi quando me convidaram para... trabalhar... lá. E em quatro dias eu já teria toda a grana que precisava. Já estava em meu segundo. Só restam dois. Eu consigo.

Ergui da cama e corri para a suíte do meu quarto, vomitando dentro do sanitário. Minhas mãos se prenderam com força nas bordas enquanto o líquido nojento saía da minha boca. Nunca me senti tão... suja. As lágrimas se misturavam com a gosma que pingava de meus lábios, meu rosto totalmente molhado e inchado. Eu não iria conseguir nada. Mas tinha.

Então, duas horas depois, eu já estava em frente da boate. A música alta vibrava nas paredes e as luzes coloridas pareciam mais efeitos de drogas do que efeitos especiais. Respirei fundo e apertei mais o sobretudo em meu corpo. Eu tremia.

Já havia vindo aqui algum mês atrás, onde... bem, encontrei Finnick e... é. O dono deste lugar é um homem chamado Pollux, podre de rico e uma pessoa politicamente incorreta. O lugar, talvez para alguns até mesmo um tanto inofensivo, guardava segredos. Por que haviam que anotar todos que entravam e saiam do local? Por que estava sempre cheio? Por que havia uma área em que apenas autorizados podiam entrar?

Era um truque para atrair pessoas e dinheiro. Um local que seria inapropriado para menores, mas ali era permitido, pois tudo era feito as escuras e nos sussurros. Apesar de tudo, a maioria das pessoas que frequentam o ambiente não sabem de nada; podem até suspeitar, mas não afirmam. Entendem? Acham que é seguro para dançarem e embebedarem.

Quando entrei, o guarda particular que cuidava da porta me reconheceu de alguns dias atrás e sorriu, malicioso. Senti tanto nojo de mim mesma.

Sei da minha fama: garotinha abandonada, bêbada e vadia. Apesar disso, tenho certeza que só me relacionei três vezes (duas estava alterada e uma, recente, chorando). Deve ser o suficiente para a sociedade, não?

Fui desviando dos corpos dançantes até os fundos do salão. Havia outro segurança de Pollux vigiando a passagem, bloqueando uma outra porta de vidro.

─ Clove Coleman. – eu disse para o homem, que segurava uma lista. Ele piscou um olho e abriu a porta.

Ao entrar, senti logo um cheiro muito adocicado de drogas. Com vergonha, desamarrei meu sobretudo e o pendurei em um cabideiro perto da entrada. Não importa se antes eu dançava de modo extravagante, se eu usava roupas mais curtas... agora é diferente. Estou aqui para os outros me olharem, para me escolherem... e nada mais é confortável.

Vou direto ao bar e pego uma das bebidas que estavam disponíveis nos copos do balcão. Dou um gole, sentindo o álcool queimar minha garganta e saio de lá imediatamente, xingando-me em pensamento. Não vou ficar alterada, não posso. Tenho que sofrer. Coloquei a vida de Katniss em jogo, não posso me dar o direito de esquecer tudo depois.

Os menores de idade (e de maior também) usam pulseiras neon para identificarmos quem são os... clientes. E, ao ver várias dessas brilhando, sinto minha cabeça girar.

Acho que vou vomitar de novo.

Minha roupa mal cobre qualquer parte do meu corpo, realmente. A parte de cima, um sutiã rendado preto, faz com que meus seios pequenos sejam ridicularizados. Pelo menos permitiram que eu usasse um shorts (que não deveria se chamar assim) de silicone, super colado. Mas melhor do que algo mais curto.

Quero chorar.

Agora você quer agir como uma adolescente normal, não é, Clove?

Sinto os olhares sobre mim e sei que tenho que arranjar alguém logo, então começo a andar entre os homens/meninos, parecendo tão pateticamente desesperada...

Uma mão pesada se fecha em meu punho e solto um gritinho baixo, assustada. Com os olhos arregalados e o coração batendo forte, me viro para ver quem é, rezando para que não seja nada, nenhum cliente, para que me deixem em paz, porque eu não quero fazer isso, não quero, não quero...

Por favor, por favor, por favor...

─ O que DIABOS você está fazendo aqui?!

Ai meu Deus.

Finnick.


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Notas finais do capítulo

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