Are You Mine? escrita por Clove Flor


Capítulo 14
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi galera, tudo bem?
Queria pedir perdão pela demora de quase 20 dias para postar o capítulo. O negócio é que, além de problemas escolares, saudades da vida antiga, e resfriado que peguei, estou tento aulas no sábado. Por quê? Porque esse ano tem muito feriado e a escola quer começar a repor algumas aulas. Ridículo, eu sei.
MAS GENTE, esse é um CAPÍTULO ESPECIAL!
Sim sim sim, seus pedidos foram atendidos!
Tã tã tã tããããã!
Espero que gostem. Desculpem qualquer erro, eu mal revisei.
Um beijo!



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♥ ♥ Point of View – Peeta ♥ ♥


─ Eu já disse que não sou bom em sinuca, Dee-Dee! – reclamei enquanto era puxado até um bar no Bairro 1 por minha melhor amiga.

─ E em beber, você é bom? – indagou na brincadeira. Ela corria segurando minha mão, me arrastando até o metrô. ─ Vamos lá, Peet. Não seja tão reclamão. Sair faz bem para a maioria das pessoas!

Revirei os olhos, mas me arrependi logo depois. Delly apenas queria que eu me divertisse um pouco, não tinha problema algum nisso. Eu precisava pegar mesmo um ar, esvaziar a cabeça dos problemas, parar de pensar em uma certa garota de cabelos castanhos presos em uma trança, em seu perfume de jasmim, em sua pele cor de oliva... Céus. O que eu poderia dizer sobre Katniss? Sempre tão envolvida em seu mundo, nunca pude realmente enxergá-la por dentro. Mas não preciso me esforçar para saber que ela é uma boa pessoa, que sente como ninguém – apesar de usar sua máscara habitual de durona.

Meu irmão Ian vai para a faculdade próximo semestre. Apesar de termos funcionários qualificados para a padaria, sem seu apoio as coisas se desequilibrarão um pouco: não digo apenas seu trabalho no caixa ou na cozinha, mas Ian parece ser o único que consegue domar minha mãe. Chegar ao seu alcance de expectativas.

Por ser o primogênito, sempre foi o que mais recebera atenção dos pais – e isso nunca me incomodou de verdade. Mas, depois que ficamos sabendo de sua semi-ausência a partir de agora, vejo que minha mãe quer me “treinar” como seu próximo filho perfeito.

O que de fato não sou.

Quando ajudei Katniss naquele dia, em seu aniversário, ao acordarmos percebi que ela observou as marcas arroxeadas em meu torso.

Pelo menos, em sua cabeça, pensou que eu me envolvi em uma briga. Seria melhor se continuasse assim.

Peeeeeet! – reclamou dessa vez Delly, seus cabelos amarelos sendo jogados para trás pelo vento. ─ Preste atenção! Chegamos.

─ Hm, ok. Então é isso aqui que você frequenta quando não estamos no 7? – falei, observando o local. Delly e eu vamos bastante no Bairro 7 - além de termos uns dois amigos que moram lá, a loira adora a floresta que cerca o espaço.

Ela deu um tapa em meu ombro.

─ Idiota. Abriu faz pouco tempo, se você quer saber.

─ Não, não quero. – disse, uma risada sendo presa por mim ao ver sua expressão. Não consegui segurar o sorriso.

Quando entramos dentro do local, estava bem lotado. As paredes tinham cores quentes e tocava uma música meio eletrônica, meio pop. Eu via mais adolescentes do que adultos frequentando o local.

─ Tem um salão de jogos lá no fundo, Peet. Quer apostar quanto que eu ganho de você no truco?

Gargalhei, apoiando minha mão em seu ombro para provocá-la. Delly ficou vermelha.

─ Mas fui eu que te ensinei a jogar, Dee-Dee! Como espera ganhar de mim?

Revirando os olhos, mas visivelmente feliz por me arrancar umas risadas, me puxou para o fundo do estabelecimento, onde, um pouco mais afastado de todo o barulho, se encontravam mesas de baralho, sinuca, pebolim, dardos...

O chão era carpetado de vermelho e tacos cobriam a parede. O ar era um pouco pesado e meio doce, como se alguém tivesse fumado algo e o cheiro se impregnado no local, mas não era de um modo insuportável. Talvez levemente enjoativo.

Duvido você acertar a bola verde!

Procurei a voz em meio das pessoas que se divertiam.

Por que a verde?

Meus olhos a encontraram um segundo antes de eu ver um sorriso rasgar seus lábios, deixando covinhas no queixo. Katniss se apoiou no taco em que sustentava, olhando-o divertida.

Porque é minha cor favorita, Gay-le.

Apenas assista, Everdeen.

Fazendo pose, Hawthorne chocou a bola branca contra a azul, tentando acertar o ângulo para fazer com que a esfera escolhida por Katniss atingisse a caçapa. Acabou errando por alguns centímetros.

Sabia que não conseguiria.

Você sabe demais, Kat.

Me assustei quando a mão de Delly tocou meu ombro, fazendo com que eu voltasse a focar minha atenção nela, e não na morena que ria alguns metros em nossa frente.

─ Hey, - ela sussurrou. ─ não é a sua crush ali?

Soltei um riso fraco e afirmei levemente com um aceno de cabeça.

─ Será que ela já se recuperou, hm, daquele dia?

Dei de ombros. Nós não havíamos conversado sobre esse assunto ainda – e também não previa. Quero dizer, não é algo que você aborde na ida à escola, por exemplo. E parece que andamos nos evitando há algum tempo...

─ Espero que sim... Ei! Dee-Dee! O que diabos voc...

Não adianta. A loira já estava inclinada sobre a mesa de sinuca, observando com curiosidade os dois amigos. Um pouco envergonhado, me aproximei e sorri de canto para eles. Katniss usava uma calça jeans um pouco justa demais e uma blusa azul escura de mangas compridas com bolinhas brancas espalhadas nela. Parecia, agora ao me ver, um tanto nervosa.

Em todos os anos de minha vida, Katniss Everdeen sempre me ignorou,. Eu entendia que ela tinha um pouco de inveja: meu pai está vivo, sã e salvo, presente e na maioria das vezes comigo. E o dela está morto. O de Gale também. Clove vive de problemas familiares, mas todos sabemos que seus pais tiveram uma separação dura, e Annie nunca falou dele para nós. E eu sou um dos únicos que parece normal.

─ Oi, Katniss. – cumprimentei. Ela deu um sorriso torto e acenou, sem graça.

─ Eaí, Mellark! – Gale disse, mas não parava de olhar minha amiga com curiosidade.

─ Tem espaço pra nós aqui?

─ Claro que sim, Delly. – ele piscou. A loira deu risada, flertando com o garoto.

Katniss o olhou torto (e eu também). Era impressão nossa ou estávamos mesmo segurando vela para eles?

No final, após algumas rodadas em que quase perdi – eu sou mais baralho ─, a morena acabou se irritando e disse que queria pegar alguma bebida no bar. A acompanhei e ela não disse nada sobre se importar com isso.

Bufando, se sentou em um banco alto e pediu ao garçom gim com tônica.

─ Não acredito que ele está dando em cima da Delly! Ele tem namorada!

A música estava muito alta e corpos tropeçavam em mim toda hora, bêbados e dançantes. Apenas conseguia entendê-la ao associar os sons que eu achava ter ouvido de sua boca com palavras reais.

─ E você? Tem namorado?

Sem realmente querer, por puro impulso, as palavras escapuliram da minha boca um pouco altas demais. Não era um pedido, pelo amor de Deus! Era uma curiosidade tola, que até saíra em som de deboche, como se eu achasse graça disso tudo. Katniss, já no quarto gole de sua bebida quase-recém-chegada, estreitou os olhos para mim e gargalhou.

─ Como assim, Peeta? – deu risada, bebendo mais um pouco. Preocupado que ela se alterasse com apenas alguns goles, afastei seu copo para longe no balcão. ─ Fica tranquilo! Você não tem concorrência não, Mellark.

Meus olhos se arregalaram, e agora era ela que parecia estar se divertindo com isso. Ou não. Pois, no momento em que percebera o que disseram, estancou imediatamente:

─ Ai, desculpa! Acho que eu me perdi um pouco. Quero dizer, a gente nem se conhece direito, né Peeta? – eu conheço você. Eu sei tudo sobre você. ─ Mas não que eu não te daria uma chance! Q-quero dizer, é complicado, sabe? Minha vida é meio complicada. O que a gente tava falando mesmo? Era do Gale colocando um par de chifres na Madge, não é? Que absurdo!

A risada explodiu de dentro de mim. Não consegui reprimi-la: vendo-a desse modo, tão vulnerável, tão tagarela (quando é que temos a oportunidade de ouvir mais que apenas sílabas monótonas da boca de Katniss Everdeen?) e perdida, que não suportei. Minha barriga começou a doer e eu mal conseguia manter os olhos cheios de lágrimas abertos.

─ Hey... – ela disse, meio manhosa, tocando em meu ombro. Arfando, ainda com um sorriso, tive que olhá-la. Suas bochechas estavam coradas (por suas falas ou pela pouca bebida, nunca vou saber) e os cabelos negros caiam como uma cortina ao lado de seu rosto. ─ pare com isso. Foi você que começou, Peeta.

Me acalmei. Ouvi-la chamando meu nome, de um modo calmo e tranquilo – nada parecido com alguns minutos antes ─, fez com que meu coração revirasse no peito, falhando algumas batidas.

Assenti e pedi desculpas, chamando-a para voltar à mesa de sinuca, que eu pediria para Delly ir embora comigo e separaríamos de uma vez o clima de flerte. Ela concordou e, quando virei-me para passarmos entre as pessoas que dançavam no local, senti seus dedos gelados segurarem os meus.

─ Para não nos perdermos – ela disse atrás de mim. Mas eu não me movi, não por alguns segundos. Porque Katniss estava segurando minha mão.

Talvez ela nunca saiba o efeito que causa em mim.


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Notas finais do capítulo

PS: Capítulo passado recebi poucos reviews. E isso facilita muuuito para que eu desanime e demore. Por favor, se você leu, pelo menos escreva um "Oi" e me envie.
Um beijoo (vou ver insurgente agora!)



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