A semideusa e o Deus escrita por Sayuri Hyuga


Capítulo 19
Deuses e Choro


Notas iniciais do capítulo

oi, primeiramente, desculpa pelo atraso, mas demorei para conseguir arrumar algumas coisas no capitulo.
Agradeço á:Saraby, Ladu Dreams of Love, Valerine, isy123, isabela, Isabela Valdez, Almofadinhas, Cher, Sherlocked, Larissa Toledo, Mrs Lightwood Herondale, IsabellaCullenSwanMalik, LucyMusics2, Gabriella Castanho Duarte, Dark Angel, Alice Zahyr, Bruna Lins, Lady Riddle, Duda Peixoto, Coral Greysson.
Deu uma mudada na maneira de ver quem favoritou e acompanha, mas não sei como, mas tem mais gente que favoritou do que acompanha(?)
MUAHAHAHA AGORA EU SEI QUE SÃO OS FANTASMINNHAS!



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~Beth~

Terminei o banho, e me sequei com uma das duas toalhas brancas e macias do banheiro, tentei evitar aquela pergunta idiota da minha mente: “Porque será que tem duas?”, já sabia a resposta mesmo, então só me vesti rápido.Olhei para a lingerie e resolvi carregá-la em minhas mãos, era fina, então ia passar despercebida por Jules e Cindy. Eu coloquei o vestido e dei uma olhada no espelho, eu tinha que me apressar, ainda tinha que voltar ao acampamento e trocar de roupa, sai rapidamente do banheiro. Vi que Apolo olhava as placas de agradecimentos e as flores na parede. Seu olhar estava perdido, provavelmente lembrando algum daqueles casos. Me aproximei devagar e parei ao seu lado, eu o olhei para ele, seu olhar agora estava em mim, e eu corei sem saber porque. Olhei em volta e percebi que era uma tarde, de um dia de semana. Porque não havia pessoas sabe, visitando o templo?

–Hey, hoje o templo não abre?

Ele arregalou os olhos.

–Na verdade ele deve estar abrindo agora.

Eu me engasguei com o ar, provavelmente ele tinha se esquecido, se lembrar não deve estar na lista de poderes dos deuses. Eu entrei em desespero, e acho que ele notou e me explicou o plano.

–Não podemos sair pelo “tele transporte” aqui dentro quando está aberto, então vamos apenas sair, eles não vão nem notar pelo jeito que rezam alto.

Apolo passou os dedos pelas duas têmporas, e eu segurei o riso e sorriso, ele pegou a minha mão e nós saímos peça porta. Ele estava certo, ninguém nos notou, então apenas atravessamos as pessoas que se aglomeravam no templo, passamos por um grupo de visitantes que falavam alguma língua oriental, e quando íamos sair pela porta eu vi aquele espaço reservado para acender as velas, na verdade, as velas já estavam lá, e tudo que devíamos fazer era pegar um fósforo de um pote e acender uma, como não tinha muita gente, tive uma idéia. Eu soltei a mão de Apolo e parei de andar, ele parou em minha frente.

–Eu acho que vou fazer um pedido. Lá.

Eu apontei para as velas, e ele sorriu, um pouco irônico e um pouco feliz, eu acho. E sorri de volta e fui para as velas. Pensei por alguns segundos o que eu ia pedir, e peguei um fósforo, acendi uma vela branca no centro e fechei os meus olhos.

Primeiramente, eu sei que você está escutando Apolo. O meu pedido é bem simples, não deixe eles me matarem, só quero sair viva e de preferência intacta.

Anh, obriga...

Fui interrompida pelas mãos de Apolo em meu quadril, seu rosto estava quase colado em meu ouvido e podia escutar a sua respiração. Eu abri os meus olhos e me virei de frente para ele, sua expressão era seria.

–Nada vai acontecer com você, Beth.

Sem perceber eu estava arfando, tentei dar o meu melhor sorriso, e saímos do templo, e mais uma vez sem notar nós estávamos dentro do meu chalé.

Jules e Cindy provavelmente estavam treinando e como tínhamos pouco tempo, eu fui pegar o meu vestido, Apolo se sentou na minha cama, eu sorri para ele e tirei aquele vestido, e o larguei na mesa junto da lingerie, estava nua, mas nem tinha tempo para pensar no olhar que queimava em meu corpo. Coloquei o vestido e dei uma rápida ajeitada no cabelo, e me virei para Apolo, que sorriu, acho que aquilo queria dizer que eu estava bem. Me lembrei de um pequeno detalhe que fez o meu sorriso aumentar.

–Graças a Hades! Estamos no verão, assim não tenho chances de encontrar mamãe por aí.

Dei ênfase no mamãe irônico, Apolo se levantou e veio na minha direção, e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto, eu bufei. Estava nervosa e ansiosa.

–Eu não conheço tão bem Perséfone, mas a minha família não é tão ruim.

–Espera, nossa família. Gente, isso deve ser mais proibido ainda.

Apolo e eu éramos parentes, e estávamos em um relacionamento. Resolvi deixar essa passar, só porque já devíamos estar atrasados e os deuses deviam gostar de pegar a família. Eu suspirei.

–Acho que devíamos ir, não?

–Sim, vamos.

Ele me puxou para perto de si e nos levou para o Empire State.

Pelo visto o Empire State estava fechado, não havia ninguém, nem mesmo um guarda.

Apesar do céu claro e nenhuma nuvem, havia um vento forte, enquanto esperávamos o elevador, que nos levaria para o Olimpo, eu me aproximei da borda do prédio, já tinha vindo aqui, e já tinha ido ao Olimpo, mas com outros novos semideuses, me lembrei de uma foto que eu Cindy e Jules batemos aqui, fazíamos umas caras loucas, não consegui evitar o sorriso, e por um momento esqueci o que estávamos fazendo aqui, mas a chegada do elevador fez questão de me lembrar, eu me virei e entrei junto de Apolo, no elevador. Me apoiei por um momento no corrimão, minha boca estava seca, eu olhei para Apolo, que estava calmo, nem tinha motivo para se preocupar, afinal, o deus era ele. E assim a porta se abriu.

O Olimpo, sem pré é a mesma coisa, os grandes tronos dos deuses no formato de meia lua, só para encarar a pessoa, também mais uma vez para a minha sorte, os tronos estava em sua forma pequena, o que não deixava os deuses menos opressivos. Os deuses estavam em seus respectivos tronos, dei uma rápida olhada para cada um deles, sem olhar diretamente nos olhos. Zeus, como sempre no centro, majestoso e imponente, com um olhar de congelar. Aos seu lado estava Atena, que tinha o mesmo olhar de Zeus, mas com uma pontada de curiosidade. Ao outro lado de Zeus estava Poseidon, meio esparramado no trono, apoiando a cabeça na mão, parecia cansado. Ao lado de Poiseidon estava Hera, fiquei meio curiosa pelo fato dela não estar ao lado de Zeus, Hera tinha uma cara de nojenta (nunca teria coragem de dizer isso), e ao lado de Hera a deusa mais engraçada, Afrodite. Ela estava com um sorriso bobo, e suas mãos unidas, como se dissesse “que lindo”, não sei como, mas acho que ela já sabia o que íamos contar. Apolo deu um passo a frente sorrindo, eu estava meio paralisada, para fazer algo.

– Família!

Ele abriu os braços como se desse um abraço em conjunto. Os deuses estavam confusos e curiosos, Zeus apenas deu um sorriso discreto antes de responder, o que era uma grande coisa.

–Apolo, que é essa garota.

Todos os olhares se voltaram para mim. Podia sentir o meu coração batendo forte, mas mantive o meu olhar respeitoso e direto. Apolo se virou e veio em minha direção e me puxou pela cintura, eu hesitei, mas não o retive.

–Ela é uma semideusa, e.... e minha namorada.

Parei de respirar com aquela palavra, Atena massageou os olhos (?), e ouvi um trovão a certa distancia.

–Você quer dizer amante, a pessoa que você se deita e gera semideuses.

Zeus falou direto, parecia tentar convencer Apolo de suas palavras. Apolo sorriu irônico.

–Não, eu quero dizer namorada, do jeito normal. Mas não é isso que viemos falar.

Não? Franzi o cenho, e Apolo continuava.

–Na verdade houve uma profecia menor, parte da grande que dizia que devíamos contar para o céu e a terra, e agora os dois sabem. Esperávamos que vocês tivessem a próxima parte da profecia.

–Não temos, o deus das profecias e oráculos é você Apolo. Mas já que a trouxe aqui, talvez possamos discutir a sua loucura.

Zeus parecia bravo, Afrodite que já estava meio brava se levantou.

–Eu acho romântico um amor impossível, não vejo razão por discutir.

Zeus a fitou, mas Afrodite manteve o seu sorriso de garota e os olhos fixos em nós. Hera se levantou, mais calma que Afrodite.

–Só aprovo com casamento.

Eu arregalei os meus olhos, casamento? Isso devia ser proibido, mas aposto que tinha que ser virgem até a noite de lua de mel, o que não ia ser possível. Atena se levantou em seguida.

–Será que podemos deixar a menina falar.

Agradeci mentalmente Atena.

–Qual o seu nome? Não é minha filha.

Eu sorri de leve, Apolo me incentivou com o olhar.

–Bethany, eu sou filha de Perséfone.

Zeus se levantou e me fitou.

–Há você podia imaginar a cara de sua mãe se ela te visse com Apolo.

Apolo endureceu o olhar, eu tremi, mas tomei coragem para responder. Todos os deuses tinham se levantado e discutiam, mas se calaram quando escutaram a minha resposta.

–Primeiramente ela tentaria me matar, como sempre que nos encontramos.

Hera franziu o cenho.

–Isso é uma grande acusação.

Eu levantei o meu olhar para ela, não havia percebido que tocava na cicatriz no pescoço de vez que meu pai morreu. Não sabia como responder Hera, acho que ela percebeu a verdade em meus olhos e voltou a discutir com Poseidon. Zeus gritou e um trovão apareceu de relance. Todos os deuses se calaram meio relutantes.

–Bem, não posso impedir.

–Não pode mesmo.

Apolo sorriu para mim. Na verdade eles só podiam me matar... e acabava, mas não ia dar idéias. Zeus lançou um olhar mortífero para Apolo, que desviou e continuou sorrindo.

–Então, Hera e Afrodite querem falar com Bethany em particular.

Eu arregalei os meus olhos para elas e para Apolo, Ele aproximou o seu rosto de meu ouvido e cochichou.

–Elas são beleza, pior ia ser se ele quisesse falar com você a sós.

Ele estava tentando me acalmar, eu sorri para ele, e Hera se levantou e veio em minha direção e me acompanhou até o fundo da sala dos tronos, onde demos uma volta conversando.

–Sabe, eu realmente disse a verdade que irei abençoar esse relacionamento com o casamento.

–Anh, isso é possível?

–Ah sim, querida. É um casamento aos modos de deuses.

Eu tinha ouvido falar algo sobre isso. Os deuses se casam sem possibilidade de separação, e infidelidade, sendo uma união eterna.

–Mas, é uma união eterna, e sabe, eu sou mortal. Não quero que Apolo viva a eternidade amaldiçoado por uma garota de séculos atrás. Espero que depois que eu, bem, morra, ele encontre outra.

Hera sorriu para mim, parecia meio comovida.

–Bem, talvez isso possa ser resolvido.

Não entendi o que ela queria dizer, e quando ia perguntar, Afrodite apareceu e se agarrou em meu braço.

–Minha vez, adeus Hera.

Hera deu um suspiro e se retirou. Era possível notar a diferença entre as duas, Afrodite parecia mortal, sorria e mexia as mãos como uma garota boba e apaixonada.

–Eu achei muito lindo, ainda mais com todas aquelas declarações de amor.

–Você sabia.

–Claro que eu sabia, posso sentir o amor, quanto mais forte mais noto, e o de vocês é.. uau.

Eu sorri.

–Mas bem, não era isso que queria falar.

Ela estendeu a mão para mim e me entregou uma pulseira em minhas mãos. Era linda, uma espécie de corda trançada que se juntava ao meio com pequenas perolas que as uniam.

http://www.dicasaki.com/wp-content/uploads/2011/08/Pulseiras-de-Prata-femininas.jpg

–È um cordão de Afrodite, significa a minha aprovação. Vem, eu coloco em você.

Ela pegou o meu pulso e prendeu o cordão.

–Ele também significa a união de vocês, e que sempre vão voltar uma para o outro.

Eu sabia que Afrodite era uma deusa que romantizava qualquer coisa, mas aceitei perfeitamente aquela idéia, afinal, acreditava no propósito. Ela colocou a mão em cima da minha.

–Sabe, posso ter até uma pitada de inveja sobre vocês dois, mas uma inveja boa.

Aleluia! Imagina se fosse uma inveja ruim.... Ela deu uma risadinha, e eu sorri junto dela. E tomei um susto quando Apolo se materializou em meu lado.

–E o que as garotas estão conversando?

Eu levantei o braço para ele e mostrei a pulseira. Ele sorriu amplamente e olhou para Afrodite que fez um biquinho. Apolo desviou a atenção para mim, e por algum motivo eu corei.

–Nossa, vocês são quentes. Nem me venha com ironias, Apolo. Eu falo do amor, e de outras coisas também...

Eu corei loucamente e Apolo colocou a mão apoiada no final de minhas costas, na verdade, a sua mão estava na minha bunda.

–Anh, não temos que ir, Apolo?

–Sim, vamos direto, sem elevadores.

Afrodite, que já estava saindo, se virou e gritou.

–Não acho uma boa idéia, elevadores deixam um tesão no ar.

Apolo riu e deu um adeus para Afrodite, eu me virei para ele, e fiz uma careta.

–Nossa... ela é... o amor dos dois tipos.

Apolo sorriu e me puxou para mais perto.

–E qual seria os dois tipos?

–O amor romântico, e o sexu...

Ele colocou o dedo em frente de minha boca, e gesticulou sem falar “Não aqui”, eu fiz um beicinho.

–Vamos, temos que voltar.

Eu sorri e assenti com a cabeça, e em um piscar de olhos, estávamos no meu chalé, Cindy e Jules deviam estar fora, olhei de relance para a janela e notei que já era noite, olhei para o relógio de parede e vi que já eram oito horas, Apolo já devia ter guiado o sol enquanto falava com as deusas. Notei que provavelmente já era a hora dele fazer a busca da barreira.

–Você tem que ir, não?

Ele fez que sim com a cabeça, e chegou mais perto de mim, e colocou as mãos na minha bunda,eu coloquei as minhas pernas entrelaçadas nas suas e senti a sua ereção. Já sabia onde isso ia dar. Então eu me afastei levemente.

–Eu te amo, mas não posso colocar o seu cargo de segurança em risco.

–Segurança?

–Sim, segurança.

Não queria que ele sentisse que tinha algo errado com nós, então completei.

–Eu te amo.

Ele sorriu.

–Eu também te amo.

E assim nós nos beijamos. E ele foi embora. Eu estava exausta, só me mantive em tirar os sapatos e me deitar, e em um gesto inesperado deixei as lagrimas quente caírem, me lembrando de algumas coisas no dia.

“Espero que depois que eu, bem, morra, ele encontre outra.”

“Você quer dizer amante, a pessoa que você se deita e gera semideuses.”

A verdade, era que eu nunca ia dar filhos a Apolo, nunca ia me casar, e nunca íamos ser um casal de velhinhos na praça. Eu comecei a soluçar. Nunca ia ser uma mulher completa, nunca ia ser perfeita, nem ia dar o que ele precisava. E eu ainda ficava mais brava comigo mesma por não conseguir me afastar e ser tão egoísta.


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Notas finais do capítulo

o que acharam?