Gotas de Vinho – Reescrita escrita por Babs Toffolli


Capítulo 7
Edward - Refeição


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é muito bom! Aproveitem.



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Havia mais de uma semana que eu não caçava. Não que esse tempo me deixasse louco de sede ou fraco. Mas era muito tempo sem ter torturado alguém, o que pra mim é uma perda terrível.

Eu estava passando por dentro da floresta que cerca a estrada que liga Forks com Port Angeles no final de uma tarde de sábado. O dia estava bom para caça, estava quente e o vento era úmido e forte. Estava apenas esperando alguém de "sorte" para atacar. Foi quando o vento soprou forte e eu senti o cheiro. O cheiro mais delicioso que já senti em todos os meus anos de chacina. Um cheiro floral intenso que eu precisava mais do que tudo naquele momento.

Saí a procura daquele aroma irresistível a toda velocidade, passando perto da estrada mas não o suficiente para ser visto por entre as árvores. Mas quem poderia ter passado por aqui? É quase impossível ver pessoas andando a pé por essas estradas. Alguém pode ter passado de carro por aqui, pensei comigo. Era um bom palpite, mas não importava, porque eu seguiria aquele perfume até o Inferno, mas o encontraria. Eu precisava dele. Precisava com toda minha força sobrenatural de vampiro.

O cheiro seguia para o lado de Forks, então dei meia volta e voei pelas árvores, seguindo até onde aquele cheiro me levaria. Quando cheguei a cidade, ficou mais difícil seguir o cheiro porque se misturou com os outros cheiros da cidade – pessoas, comidas, combustível e outros. Mas não foi impossível. Cheguei a cidade a tempo de encontrar o carro que transportava aquele aroma delicioso e já condenado. Não tive muito tempo para saber quem era a vítima, nem mesmo li sua mente, mas me parecia ser uma mente muito quieta. Apenas segui o carro até parar em uma casa simples de dois andares e uma garota sair. Era ela. Ela era a garota que depois desta noite, não veria mais a luz do sol. Esta era a garota que amanhã iria ser procurada pelos policiais na floresta. Esta é a garota que muitos estariam sofrendo e em luto em seu enterro após acharem o corpo.

Eu não a atacaria agora, seria muito suspeito a outra garota do carro ter chegado ilesa em casa enquanto a outra não. Poderiam acabar culpando-na por uma coisa que não fez e eu nunca admirei tamanha injustiça, mesmo sendo quem sou. Iria esperar que alguém a visse e a deixasse sozinha novamente, e então eu faria o show da noite.

Então fui me esconder no bosque logo atrás da casa, para ficar vigiando até que eu pudesse entrar em cena. Não prestei muita atenção na casa, não estava afim de conhecer minha nova vítima, isso poderia fazer-me piedoso e isso é algo que nunca serei. Apenas notei que a casa era silenciosa e que não havia outro humano lá dentro se não a garota. Fiquei meio entediado e dei uma corrida até uma montanha há alguns quilômetros da casa e deixei que os últimos raios solares do dia tomassem minha pele de gelo. Fiquei pensando na dona daquele perfume inacreditavelmente bom, como seria a sensação quando meus lábios tocassem em sua pele macia e o sangue escorresse boca à dentro e em como os pensamentos da garota se reagiriam com isso – claro, depois de tortura-la.

Minha ultima caça foi até bem tranquila comparado ao que vou fazer essa noite. Isso porque em minha ultima caçada, eu estava louco de sede e não pude me controlar por muito tempo e não fiz o que normalmente faço com outras presas. Chaguei a ser bondoso com a ultima garota, Mellany. Nada comparado com um homem quem matei há alguns anos, mas que foi uma caça muito prazerosa.

Eu estava correndo perto das fronteiras do Canadá, procurando uma vítima. Ele apareceu do nada por entre algumas árvores, que estavam agrupadas no lado direito da trilha, e me viu correr – não só correr, ele me viu quase voando pela floresta e eu não podia deixar aquilo passar. Acabei com ele ali mesmo – sem perguntas ou sons –, apenas com meu rosnado de sede.

Ele tinha aproximadamente 32 anos, era ruivo com o olhos cinzentos e a pela sardenta. Fiquei "brincando" com ele por um período de tempo bem extenso, o jogando de alturas imensas, o enforcando e soltando quando o sentia caindo na inconsciência, e quebrando ossos – tomando sempre muito cuidado para não atingir a coluna nem o pescoço, não queria que ele deixasse de sentir alguma coisa se a graça do jogo era essa, sua dor. E eu gostava dos sons que os ossos faziam quando quebravam, me deixava com vontade de fazer mais até que não sobrasse nenhum inteiro. Quando seus gritos – tanto verbais quanto mentais – estavam começando a se sessarem e ele começou a ficar mole – um princípio de desmaio pela dor –, cravei meus dentes em seu pulso esquerdo. Sim, o pulso. Pois era no pulso que eu poderia me alimentar e ainda conseguir assistir e ouvir seus últimos berros e gemidos de dor até que não sobrasse uma gota de vida naquele homem.

Despertei-me de meus pensamentos quando notei que o sol já havia se posto e corri de volta até a casa. Quando cheguei lá, ela estava mais um pouco movimentada do que antes. Olhei para a frente da casa e vi um carro com listras azuis e luzes no teto: Uma viatura. Perfeito! Um policial. Eu mataria sua filha hoje! Eu não deixaria um osso e nem uma parte de sua pele intactos apenas para sentir sua dor da perda depois. Um novo jogo que me fez sorrir em resposta.

A conversa dentro da casa era calma e consegui pegar alguns pontos:

– Bells, já está pronta, querida? – Perguntou o policial.

– Ah, sim. Eu já vou sair – Respondeu a menina. Sua voz era baixa e clara. Suave como seda.

Dei por intender de que eles tinham algum compromisso e estavam prontos pra sair. Mas depois de algum tempo eles ainda não tinham saído da casa. Foi quando ouvi:

– Bella, vamos nos atrasar! – O homem disse, impacientemente.

Tomei a decisão de que se eles iriam sair, eu os esperaria voltar e atacaria a garota durante a noite em seu sono – levando para dentro da floresta antes que começasse os gritos de "socorro". Eu esperaria. Não havia pressa. Contanto que eu fosse recompensado com o gosto daquele sangue incrivelmente cheiroso.


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Notas finais do capítulo

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