Gotas de Vinho – Reescrita escrita por Babs Toffolli


Capítulo 15
Edward - Busca e Regressão – Modificado


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, fiquei quase que o dia todo trabalhado neste capítulo. Mais um que foi modificado e que está imperdível. Acompanhem ^^



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Eu estava sentado em uma pedra perto da casa pensando em o que eu tinha feito. Edward, seu completo inútil, porque foi aprontar uma coisa dessas?, pensei comigo mesmo. Eu não sei. Não sei o que deu em mim naquela hora, eu enlouqueci. Apenas pensei que não era certo matar a garota. Mas desde quando você liga para o que é certo?, pensei novamente. É verdade, eu nunca liguei mesmo para esse detalhe. Eu devia esquece-la e tocar com essa minha vida de solidão e assassina.

Assassina.

Eu não era mais um assassino. Bom, eu ainda era porque todo o sangue humano que já derramei nunca deixará de manchar minhas mãos. Mas desde o dia que eu ataquei minha última presa humana - a última presa que me escapou e que só escapou porque eu fui fraco e a deixei ir -, eu deixei aquela vida de tortura e matança.

Fazia poucos dias que eu havia voltado para casa com minha antiga família.

Eu nunca havia reparado em como eu estava com saudades. De todos eles. Princialmente Alice, minha baixinha encrenqueira. Meu pai, Carlisle, ficou feliz e satisfeito em me receber de volta, mas eu anda não o tinha visto pessoalmente. Minha mãe, Esme, recebeu-me de braços abertos e se pudesse chorar, estaria em prantos até hoje.

Alice era a única que sabia meu real motivo de ter voltada para casa. Ela não ficou nem um pouco feliz quando me viu abandonando a garota já com o veneno em seu sangue.

Ela me contou que a garota estava no hospital, com Carlisle tentando controlar a situação. Tentando explicar o mínimo para o pai da garota.

– Como você pôde, Edward? – Ela me encarou com um olha assassino. Me encolhi. – Agora o que vamos dizer para a família da pobre menina? Você por acaso não pensa? Garoto estúpido! – E lançou uma pedra de quase dois quilos na minha cabeça.

– Eu entrei em pânico! – Tentei me defender.

– Em pânico? Em pânico, Edward?! – Disse sarcástica – Quando pessoas entram em pânico elas paralisam, gritam ou desmaiam! Você fugiu. Você foi um completo covarde!

Abaixei a cabeça e aceitei a bronca da baixinha. Eu não podia negar de que cada palavra que ela me dizia estava completamente certa. Alice sempre teve mais facilidade em me dizer a verdade na minha cara, sem ter medo de me magoar.

– Agora vamos caçar. – Ordenou ela – Não suporto ver você com esses olhos horríveis!

Nossos irmãos juntaram-se a nós e partimos em disparada em direção a Seattle.

Corremos todos em silêncio, mas eu podia ver a felicidade de minha volta na mente de cada um. Até mesmo de Rosalie, que fingia não se importar com minha presença ou a falta dela.

Chegamos a um bosque repleto de abetos. Havia uma pequena montanha que iríamos escalar. Ao chegar no topo, demos de cara com um urso. Emmett adorou.

– Ele é meu. – E partiu para cima do animal.

Assistimos nosso irmão lutando, brincando e até xingando o urso. No final, o urso enlouqueceu e jogou todo seu peso nos ombros de Emmett, que não pode deixar de ficar feliz com a oportunidade e enterrar seus dentes no animal. O urso caiu já sem vida após poucos segundos.

Depois de nosso show particular entre vampiros e ursos, cada um se dividiu para uma parte da montanha ou da floresta para arranjar suas próprias presas.

Fui atrás de um leão da montanha que estava cochilando em cima de uma árvore. Rosalie preferiu um alce. Jasper achou um urso que havia se escondido em uma caverna. Alice disse que não estava com sede. O que era verdade, pois seus olhos ainda estavam bem dourados. O problema é que senti que ela me escondia alguma coisa.

Sua mente vagava, tentando evitar algum pensamento, e eu não sabia dizer qual era.

Após duas horas de caçada, todos já tinham se alimentado e estávamos satisfeitos. Decidimos ir embora, mas Alice me informou que meus olhos ainda estavam feios. Disse para eu ficar e beber mais sangue. Eu discordei, dizendo que não estava com sede, mas ela disse que não conversaria comigo enquanto ainda estivesse com aqueles olhos avermelhados. Eu cedi. Mas não queria ficar sozinho.

– Emmett lhe fará companhia. – Disse ela sem nem olhar para o irmão. – Não é, Emmett?

– Hamm... – Emmett pensou um pouco, confuso. – Hm, tudo bem. Eu fico.

E eles foram. Emmett ficou e invadiu mais uma caverna de urso. Sentei em uma pedra e senti a brisa quente em minha pele. Era bom estar em casa.

– Cara, o que você tem? – Emmett se sentou comigo.

– Nada. – Respondi.

– Não me venha com "nada" – Retrucou ele. – Você está estranho desde que voltou. E sua explicação de ter voltado não convenceu a Rose.

Encare-o, sem saber o que dizer. Eu havia voltado dizendo que tinha ficado com saudades de ter uma família. A única que acreditou foi Esme.

– Emmett, – Falei cuidadoso – não quero falar sobre isso.

– Ah, tudo bem. – E deu um soco e meu ombro – Só estou feliz que tenha voltado.

– Eu também. – Falei sinceramente. Emmett nunca foi do tipo que xereta a vida dos outros.

Segui o conselho de Alice e cacei pelo que pareceu uma noite inteira. Corri um pouco com Emmett durante o começo da manhã. Fomos até a fronteira canadense e voltamos. Cacei mais uma vez. No final da manhã decidimos voltar para casa.

Ao chegar, fui recebido por Carlisle, com um abraço acolhedor.

– Bem vindo de volta, filho – Disse ele. Olhei em seus olhos dourados e senti uma tremenda felicidade.

– Oi, pai. – Respondi sorrindo de volta pra ele.

Conversamos por um longo tempo e acabei dando falta de duas pessoas na casa.

– Onde estão Alce e Jasper? – Virei meu rosto para Esme. Farejei um por um tempo – Que cheiro é esse? Alguém esteve aqui?

– Foram levar uma garota em casa. – Respondeu ela com naturalidade. Olhei em sua mente e era de fato a verdade. – O cheiro é dela.

– Que garota? – Perguntei. Desta vez Carlisle respondeu.

– Uma jovem que acabou de ser transforada. – Disse ele – Filha do Chefe Swan. Algum irresponsável a transformou e a deixou sozinha na floresta. O pai não soube o que fazer o ligou para o hospital. Por sorte eu estava em meu plantão e resolvi ajudar.

Paralisei. Uma garota havia sido transformada e deixada na mata. Ela foi parar no hospital. Ela é filha do Chefe Swan. Bella!

– Ela seria Bella Swan? – Resolvi confirmar.

– Ela mesma – Respondeu Esme e consegui ver o rosto da garota em sua mente. Ela estava linda. – A coitadinha não sabia quase nada do que fazer. Estava desesperada para não ser uma assassina. Carlisle lhe mostrou a dieta vegetariana e tiramos algumas de suas dúvidas. Alice e Jasper a levaram para casa para garantir que ela não mataria seu pai.

– Eles a levaram para casa? – Arregalei os olhos e minha voz subiu algumas oitavas – Como puderam fazer isso? É perigoso! Ela é muito jovem.

– Calma, Edward – Carlisle disse sério – Ela é muito mais controlada sobre sua sede que muitos mais velho de nossa espécie. Vai se sair bem.

Enlouqueci de preocupação e pulei a janela do segundo andar. Saí correndo pela floresta até estar longe o bastante para que ninguém pudesse me ouvir. Saquei meu aparelho de celular e disquei o número de Alice. Ela demorou um pouco mais do que de costume para atender.

– Alô? – Ouvi sua voz com raiva.

– Alice? – Falei, com medo de sua fúria.

– Sou eu, Edward. – Disse ela com impaciência. Eu gelei ao ouvir meu nome. Mas lembrei que a garota nunca soube quem eu era.

– Acabei de chegar em casa e não te achei. Esme me disse onde você foi e agora preciso que volte pra casa. Imediatamente. – Tive que ser discreto mas também urgente, por isso usei um tom de voz parecido com o de Alice. Eu nem sequer podia imaginar o que ela podia estar dizendo para Bella.

– Você não pode esperar mais algumas horas? – Algumas horas? O que Alice estava pensando? É claro que eu não poderia esperar mais algumas horas. Precisei implorar.

– Alice, é urgente!

– Urgh! – Grunhiu ela – Tudo bem, tudo bem. Chego aí em dez minutos. – Desliguei.

Fiquei no topo de um abeto e esperei por dez minutos. Pensando o que Alice devia ter dito para Bella. Será que ela seria capaz de dizer quem eu era? Ela faria isso comigo?

Comecei a vagar minha mente. Imaginando se algum dia eu contaria a verdade para minha família sobre o que fiquei fazendo esses anos todos. Ou se iria procurar a garota para explicar tudo que aconteceu. Mas só de pensar nessa ideia sentia um calafrio. Eu era covarde de mais para encara-la.

Contei os dez minutos. Alice já devia estar chegando.

– Ei, vampiro-deprimido-na-árvore! – Ouvi a voz de Alice abaixo do abeto. Olhei para baixo a tempo te vê-la escalando o tronco e se sentando no galho ao meu lado. – O que você quer comigo de tão importante?

– Alice... – Eu não sabia como começar – Você contou pra ela?

– Se contei que o assassino de Mellany, torturador e criador dela é meu irmão? – Disse ela cruelmente – Não. Não contei. Mas não foi porque tenho pena de você. Não contei porque é você quem vai contar?

– Como é? – Encarei-a furioso – Por que acha que eu faria isso?

– Simples – Ela deu de ombros. Mas não voltou a falar. Em vez disso, sua mente saiu de órbita indo para algum lugar do futuro. Mas não pude ver. Ela começou a pensar em outra coisa.

– O que foi isso? – Perguntei.

– Não posso dizer agora. – Disse ela.

– Por que não? – Eu estava começando a perder a paciência.

– Você fugiria. E não se pode fugir do futuro, Edward! – Ela estava mais séria que eu.

– Alice, eu preciso saber! – Insisti.

– Não. – Foi sua resposta final.

Rosnei e pulei da árvore, caindo em pé e já começando a correr. Ouvi Alice se aproximando.

– Seria exatamente isso que você faria seu eu lhe dissesse. – Seus olhos eram caridosos. E não quero que você vá embora de novo, ouvi em sua mente.

–Tanto faz, Alice. – Falei com raiva.

Seguimos de volta para casa em silêncio. Ela ainda se recusava-se a pensar em sua última visão. Isso me deixou louco e disparei na frente dela, aproveitando de ser o mais veloz da família.

Entrei em casa sem nem falar com Esme que estava na sala e rumei para o meu quarto no terceiro andar e tranquei a porta. Eu não queria ver ninguém. Queria poder dormir e me desligar um pouco de toda essa história. Ouvi Esme no andar de baixo:

– Já pedi para não correrem aqui dentro.

Tentei ignora-la, queria paz. Queria desligar minha mente e esquecer tudo isso. Mas era inevitável. Bella não saia de minha cabeça. Aqueles olhos anormalmente grandes e castanhos apareciam a cada piscar de meus olhos.

Aqueles lindos olhos cor de chocolate ao leite já haviam se perdido. Agora eles deviam estar num assustador e horripilante vermelho carmim. Assim como seu cheiro, que antes era o motivo para minha sede acender e me deixar louco, mas agora era um cheiro doce e um pouco ameaçador. Tudo graças à mim. Seu estúpido, idiota, covarde!, xingava-me eu mesmo. Como pude ter feito isso com ela? Ela tinha uma vida toda pela frente! Tenho que dar um jeito nisso. Mas você não pode desfazer o que fez, ouvi minha consciência. Não importa. Eu sou o culpado disso tudo e tenho que dar um jeito.

Talvez eu tenha que fazer o que Alice disse. Talvez eu tenha que ir até lá e me explicar. Mas como Bella reagiria à isso? Provavelmente ela aproveitaria sua força superior a minha e me partiria em dois. Talvez fosse melhor esperar um tempo. Ver se ela vai se estabilizar devidamente e sem causar qualquer problema sendo uma recém-criada.

Eu só precisava esperar a hora certa.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Mandem Reviews, digam se estão gostando da história até aqui.
Até o próximo cap, beijoos :**



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