Gotas de Vinho – Reescrita escrita por Babs Toffolli


Capítulo 13
Amizades – Novo


Notas iniciais do capítulo

OiOi, gente!! Como estão?
Aqui está mais um capítulo inédito da fic. Espero que gostem.



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Carlisle me assistiu caçar por quase uma noite inteira – eu não me sentia cansada, e Carlisle disse que não precisávamos dormir. Eu não queria deixar qualquer vestígio de que minha sede continuava viva em minha garganta. Perguntei a ele se não iria se alimentar também. Ele disse que não estava com sede.

– Cacei pela última fez há mais ou menos uma semana.

Uma semana?, pensei, E eu aqui achando que amanhã mesmo vou ser capaz de destruir a vida selvagem desta floresta. Como posso aguentar ficar sem sangue por uma semana? Carlisle viu minha reação.

– Eu sei, parece que é difícil, mas com o tempo e um pouco de prática, você vai adquirindo um autocontrole cada vez mais forte. – Explicou ele.

– Quanto tempo isso leva? – Perguntei curiosa.

– É diferente pra cada um. – Contou – alguns levam meses, outros anos. Meu filho Jasper até hoje tem alguns descuidos de vez em quando.

Encarei-o. Eu poderia ficar descontrolada por sangue por anos?!

– Anos? – Minha voz saiu num sussurro.

– Sim, mas não acho que seja seu caso. – tranquilizou-me – Você demonstrou bastante força até agora.

Assenti.

– Já acabou por hoje? – Perguntou ele, apontando para um cervo que esbarrou comigo no lugar errado e na hora errada enquanto eu corria. Eu o segurava pelo pescoço com as duas mãos. O animal já estava morto, e minha sede finalmente havia sido abafada. Soltei o corpo no meio da relva.

– Acho que sim.

– Então vamos.

– Pra onde?

Ele me olhou e sorriu.

– Você certamente deseja um banho, roupas limpas e uma escova de cabelo. – Riu.

– Vai me levar para casa? – Enchi-me de esperança. Estava com saudades do meu quarto e de meu pai.

– Ainda não, querida. – Minha esperança desapareceu na escuridão. Ele foi andando a passos humanos em direção à saída da floresta e eu o segui. – Vou leva-la para minha casa. Minha esposa, Esme, quer conhece-la.

– Sua família sabe de mim? – Isso me espantou. Eu não me lembrava de ouvir ele falando sobre mim no telefone. Apenas tinha dito que era um "caso complicado".

– Sabe. – Respondeu com simplicidade. – Eu os avisei enquanto você estava... Bem, não estava devidamente disposta.

Abaixei a cabeça tentando tirar a lembrança do fogo correndo sem misericórdia em meu corpo. A simples lembranças me fazia tremer.

Voltamos a correr na velocidade sobrenatural que aprendi a adorar. Chegamos na trilha o mais rápido do que achei ser possível, a julgar o fato de que tínhamos adentrado muito além do bosque.

Chegamos no carro, entramos e Carlisle não deu meia volta para retornar à cidade, como achei que faria. Ele continuou em frente, por vários quilômetros.

Após alguns minutos, Carlisle virou em uma curva, numa estrada de terra que seria difícil um humano perceber se estivesse procurando por ela. Fomos seguindo mais cinco à dez quilômetros até que chegamos a um gramado muito verde e bem aparado. Do outro lado do gramado, havia o que me parecia uma mansão branca, com detalhes amadeirados, portas duplas de vidro, e janelas de vidro, e até paredes de vidro.

– Uau! – Soltei sem pensar. – Ela é linda.

– Obrigado. Foi ideia de Esme. Deixar a casa bastante clara nos dias de sol.

– Mas vampiros não queimam ao sol? – Me assustei em como não havia pensado nisso. Eu nunca mais poderia ver a luz do dia?

– Isso é apenas um mito.

– Então podemos sair no sol? – Perguntei enquanto entrávamos em uma garagem cavernosa, onde eram guardados os carros que eu sempre fui acostumada a ver na escola. Apenas um deles era desconhecido: um Volvo prata reluzente.

– Não exatamente. – Respondeu ele – Não sei se reparou mas meus filhos não iam à escola em dias de sol.

– Então o que acontece? – Eu queria saber mais.

– Já vai amanhecer, e acho que hoje fará sol. Vou deixar que veja por você mesma.

Olhei para o céu e vi que algumas estrelas – as que conseguiam aparecer em meio as nuvens – já estavam quase desaparecendo. Logo eu veria o que o sol pode fazer conosco.

Saímos da garagem, e Carlisle me conduziu para uma das portas duplas da frente, que ele mantinha aberta para que eu entrasse.

O lado de dentro era tão incrível como o de fora. As paredes de vidro dava um tom de liberdade no ambiente. Haviam quadros nos paredes internas, estantes lotadas de livros, e à minha esquerda, uma escada projetava-se graciosamente. E a minha direita, no que parecia um pequeno palco baixo em forma de círculo, havia um pomposo piano de calda negro. Tudo parecia um gigante quebra-cabeça, onde cada mobília, janela e até os tapetes eram peças que encaixavam uma com a outra perfeitamente.

Vi Carlisle se dirigindo à escada e o acompanhei. Chegamos ao segundo andar e fui recebida por uma mulher.

Ela era um pouco mais alta que eu, parecia ser mais velha, mas não muito. Tinha um sorriso angelical, o rosto em forma de coração moldado por seus cabelos cor de mel. Sua pele era tão branca quanto a minha e Carlisle. E os olhos dourados como os de Carlisle. Seu cheiro adocicado combinava perfeitamente com sua doçura. Presumi que aquela seria Esme, a esposa de Carlisle.

– Carlisle! – Ela se aproximou e recebeu o marido com um abraço seguido por um beijo carinhoso em seus lábios. – É ela? – Voltou a dizer, olhando-me com um brilho nos olhos.

– Sim – Respondeu Carlisle.

– Ah, seja bem vinda, querida. – E veio até mim, me recebendo com um abraço caloroso.

– Obrigada. – Sorri para ela. Ela era o tipo de pessoa que poderia ser amiga de qualquer um.

– Espero que tenha gostado da casa.

– Sim, é linda! – Falei sinceramente. Esme sorriu.

– Que bom que gostou. – Ela me segurou pelos ombros. – Vamos entrando, fique a vontade. Os meninos já devem está voltando.

Ela me levou para uma sala de estar, e como no andar de baixo, cada detalhe tinha seu toque especial. Sentei-me no sofá de três lugares. Esme sentou ao meu lado e Carlisle em uma das poltronas.

Carlisle contou o que aconteceu comigo e como me transformei. Escutei sua história atentamente, pois mesmo eu tendo vivenciado tudo aquilo, haviam coisas que eu não estava ciente. Como o fato de meu pai estar ligando para ele o tempo todo, mas Carlisle desligou o telefone.

– Sei que é uma tremenda falta de educação, mas eu não posso deixar que ele chegue perto de você. – Esclareceu ele.

– Eu sei. – Concordei – Mas como vai ser agora? Temos que dar alguma explicação a ele.

– E nós vamos, querida, vamos sim. – Esme esfregou meus ombros tensos. – Alice deve pensar em algum jeito.

– Ela já chegou! – Ouvimos uma voz fininha e linda vindo de trás da casa no andar de baixo. – Cadê, cadê ela? – E na mesma hora, uma fadinha entrou na sala.

Alice era uma baixinha elétrica, seu cabelo preto e curtinho fazia com que suas expressões faciais ficassem ainda menores. Sua pele era – obviamente – muito branca. Seus olhos eram dourados, assim como Carlisle e Esme.

Isso fez com que uma pergunta surgisse em minha cabeça: por que o meu era de um vermelho assustador e o dos Cullen era de um dourado lindo e amigável? Será que todos usavam lentes de contatos? Mas eram tão brilhantes. Não tinham o brilho fosco como se tivesse alguma camada artificial os cobrindo.

– Ah, aí está você! – Gritou ela quando me encontrou encolhida e imersa em meus pensamentos no canto da sala. – Olá, sou Alice.

– Ah, oi – Que "oi" mais sem graça, Isabella!, pensei – Sou Bella.

Ela riu. Mas mais parecia um coral de sinos.

– Eu sei. Estávamos na formatura juntas.

Sorri, sem graça.

Antes que pudéssemos dar mais rumo à conversa, duas pessoas entraram na sala. Um era um homem. Eu o conhecia. Era Jasper, namorado de Alice.

Era louro, mais alto que Carlisle e lindo. Seu olhar – também dourado – era um pouco intimidante. Ele nos olhava com um ar militar. Formal.

– Olá, Bella. – Disse ele – É um prazer te conhecer.

– Igualmente. – Sorri.

A segunda pessoa a entrar na sala era uma mulher. Mas parecia uma Miss Universo, uma Top Model. Ela era linda! Loura, alta, as feições mais que perfeitas e um corpo de dar inveja. Reconheci Rosalie.

– Oi, Rosalie. – Cumprimentei-a tímida.

– Oi. – Foi um "oi" seco. Um pouco arrogante.Senti que talvez minha companhia não fosse de seu agrado.

– Onde estão Edward e Emmett? – Esme perguntou.

– Edward achou que deveria ficar mais um pouco caçando. Emmett ficou para fazer companhia. – Alice respondeu.

Quem era Edward?, Até onde eu sabia, o único membro da família Cullen que eu não conhecia era Esme, e ela estava na sala com todo o resto.

– Bom, vocês estavam esperando eu chegar, e cá estou – Alice retomou nossa atenção para si – Do que precisam?

– Alice... – Carlisle começou, mas parecia lutar contra suas palavras – Bella acabou de ser transformada e...

Um som horrendo cortou a sala em uma altura baixa, mas que todos podiam sentir a fúria e desafio que interrompeu Carlisle. Todos olhamos para o vampiro louro na sala, com os dentes arreganhados, soltando um rosnado bestial, olhando em minha direção.

Alice era a mais próxima a mim, isso fez com que Jesper ficasse ainda mais furioso. Em duas passadas ele já estava entre nós duas, numa postura semi agachada, virado para mim.

– Jesper, está tudo bem – Disse Esme. – Ela está controlada.

– Eu lhe garanto que está – Completou Carlisle – Eu mesmo a levei para caçar.

– Mas não podemos nos arriscar. – Soltou ele com os dentes cerrados – Sabem que recém-criados são perigosos!

– Não ela, Jasper. – Carlisle argumentou – Ela é tão controlada quanto qualquer um de nós. Só precisa aprender a controlar sua força. – E lançou um sorriso discreto para mim.

– Jasper, – Assustei-me quando escutei minha própria voz – eu estou bem. Não vou machucar ninguém da sua família. – Não pude descartar o fato de não prometer o mesmo quanto a minha família.

Jasper voltou a posição ereta, mas continuou ao lado de Alice, pronto para o caso de eu estar mentindo.

De repente, senti uma onda de paz se espalhar pelo meu corpo. Senti-me leve, calma. Como se nada no mundo fosse um problema pra mim. Como seu não houvesse nada que eu devesse me preocupar. Relaxei na mesma hora.

– Bom, já sei o que você e Bella querem, Carlisle. – Voltou a dizer Alice – Não sei se é uma boa ideia, mas como acabou de dizer que ela pode ser tão controlada como nós, não pode ser tão difícil.

– Do que estão falando? – Perguntei.

– Você que morar com seu pai, não é? – Ela me perguntou, levantando as duas pequenas e finas sobrancelhas.

– Quero! – Me animei – Quero sim, muito.

– Saiba que não vai ser fácil, Bella. – Desta vez ela me olhou séria – Sendo jovem como você, mesmo com um bom autocontrole, é muito perigoso deixar com que humanos convivam conosco. Principalmente se é alguém que você ama.

– Eu sei, Alice, mas acho que com um pouco de esforço, eu possa voltar para a vida de Charlie. – Falei – Ele deve estar muito preocupado comigo.

– E com certeza está. – Alice disse como se realmente soubesse disso. Como poderia saber? Talvez por que era completamente obvio.

– E o que faremos? – Perguntei.

– Eu vou leva-la para casa, e faremos um pequeno teste. – Explicou ela – Vou ficar ao seu lado o tempo todo, caso não suporte o cheiro. Farei com que você continue sendo você, e seu pai continue vivo.

– E se eu não conseguir? – Sussurrei.

– Jasper irá com a gente. Ele é bom em lidar com recém-criados.

Olhei para o vampiro que ainda me encarava tenso. Como seu fosse atacar a qualquer momento. Mas achei que seria uma boa ideia leva-lo conosco.

– Tudo bem. – Foi a resposta dele.

...

Ficamos durante as últimas horas da madrugada conversando, e aproveitei para tirar mais dúvidas sobre esta nova vida.

Descobri que vampiros podem ter sextos sentidos. Uma espécie de poder, que poderia ser com qualquer um. Alguns tinham, outros não.

Alicie me contou que seu dom era ver o futuro. Perguntei como ela não poderia ter me visto na noite em que fui atacada. Ela fez uma careta. Disse que não teria como me ver, por não éramos próximas.

Mas então perguntei o porquê dela ter me olhado daquela forma na festa de formatura.

– Não sei do que está falando, Bella. – Foi sua resposta.

Jasper podia controlar as emoções. Isso me fez entender o momento na sala e que fui tomada por uma onde de tranquilidade sem explicação.

Além deles, havia um irmão que eu não conhecia. Porque ele esteve fora por muitos anos, mas retornou há alguns dias. Este podia ler a mente de qualquer pessoa que estivesse perto.

Mais algum tempo depois, o sol – como previra Carlisle – espalhou-se pelas paredes de vidro. Iluminando cada um de nós. Literalmente!

Olhei para os vampiros na sala sem conseguir acreditar em tamanha beleza. Olhei para as palmas de minhas mãos e vi que eu também estava brilhando em centenas de facetas, como se tivesse milhões de diamantes cobrindo minha pele.

Olhei para Carlisle, que sorriu, lembrando de minhas perguntas na vinda pra cá.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Vou postar o próximo o mais rápido possível ^^



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