Ned levou Jenifer a uma pizzaria que costumavam ir no tempo de colégio. Às vezes só os dois, às vezes com Cookie, às vezes também era o ponto de encontro da galera do colégio ou de Sed e Feymoze. Ou seja, aquele lugar era o resumo da infância e adolescência dos alunos James K. Polk.

–Ai meu Deus, Ned! Eu não acredito que me trouxe aqui. –disse Jenifer surpresa.

–Se você preferir outro lu... –começou Ned nervoso.

–Tá brincando? É perfeito. –respondeu Jenifer antes mesmo que Ned terminasse de perguntar. -Tem ideia do quanto eu senti falta desse lugar? –o sorriso mal cabia no rosto.

–Sabe, eu não venho aqui desde o colégio. Achei que seria simbólico pra gente, por isso escolhi esse lugar. –Ned explicou. –Vem, vamos sentar.

–Nossa, não mudou quase nada. –Jenifer disse.

–Verdade. Puxa, só agora que to aqui que venho me tocar no quanto senti falta. –replicou Ned.

–Mas porque você não veio por aqui depois do colégio? –questionou Jenifer.

O garço, se aproximou e pôs os cardápios sobre a mesa.

–Bom, eu era aluno bolsista, minhas notas tinham que ser perfeitas, então a minha vida se resumia a estudar, estudar eestudar. –respondeu Ned passando aos olhos pelo cardápio, mesmo já sabendo o que queria.

–Ah meu Deus! Sua faculdade foi o retorno de Den Ybgib. –disse Jenifer caindo na gargalhada.

Ai, Moze, nem me lembra disso. –pediu Ned fazendo uma careta ou lembrar do embaraçoso episódio. –Eu definitivamente ficava ridículo com aquelas roupas.

–Nada. Ficava ate fofo. –disse Jenifer. –Mas era esquisito, prefiro muito mais assim.

–É, eu também. –disse Ned chamando o garçom de volta.

–Mas e depois da faculdade? –quastionou Jenifer.

Depois de fazer os pedidos, Ned respondeu. –Bom, eu meio que esqueci daqui. Quer dizer, não que eu tenha esquecido, eu pensei em vir, mas me pareceu meio estranho voltar aqui sozinho, então não vim. Foi bom voltar com você.

Depois que os pedidos chegaram, Ned e Jenifer conversaram sobre muitas coisas mais.

Jenifer contou como foi jogar vôlei pela faculdade, como e porque terminou com Feyman, os projetos de ficar na cidade e como o Cabeça-de-Coco estava diferente depois de tantos anos.

Ned contou que a faculdade não havia sido muito interessante já que ele ficava com a cabeça enfiada nos livros, como e porque o namoro com Suzie não deu certo, sobre como era estranho, mas bom trabalhar no James K. Polk, e com quem ainda tinha contato como Claire Sawyer, a advogada e William Billy Loomer, o herdeiro do Lava-Carros Loomer.

Depois, Ned levou Jenifer para casa.

–Eu não acredito que o Loomer chegou a fazer faculdade. –disse Jenifer rindo. –Ainda mais de administração.

–(risos). Pois é. Eu também não. –disse Ned.

Se olharam po alguns segundos e o presidente Lincoln aparaceu no ombro de Ned.

“Meu rapaz, o que esta esperando para beijar a moça?” –disse Abraham.

“Geralmente eu não concordo com o Cartola, mas... Anda logo, Ned, manda ver!” –disse o outro presidente no outro ombro.

–Parem com isso. –Ned passou as mãos pelos ombros vazios, derrubando os presidentes imaginários.

–Ai meu Deus! Depois de tantos anos, isso ainda acontece? –perguntou Jenifer perplexa.

–Não. (risos). Eu to só brincando com você. Lembrando dos velhos tempos. –mentiu Ned.

Jenifer riu e Ned olhou para a câmera com cara de alívio.

–Já tá tarde, amanhã eu tenho que trabalhar. Tchau, Ned. –disse Jenifer com um sorriso doce.

Ned se inclinou e beijou os lábios de Jenifer docemente, com certo receio. De inicio, Jenifer ficou surpresa e sem reação, mas dois segundos depois, retribuiu com beijo.

–Tchau, Moze. Eu ti ligo pra gente sair de novo qualquer dia desses. –disse Ned com um sorriso charmoso enfeitando o rosto.

–Será um imenso prazer. –resdondeu Jenifer abrindo a porta.

Ned se virou sem vontade e foi embora com um brilho diferente nos olhos azuis. Fazia anos que não se sentia tão feliz e completo. Só Moze, sua Moze, conseguia fazê-lo se sentir tão bem com o mundo.