POV Hermione

–Hermione, pode me ajudar com uma pesquisa na biblioteca?

Olhei para Harry, certa de que meus olhos brilhavam.

–Sobre?

–Um modo de... Bom, um modo de respirar debaixo d’água durante mais ou menos uma hora.

Franzi a testa.

–Por quê?

–Eu desvendei a pista do ovo e é algo relacionado a isso.

–Potencialmente problemático, admito.

Ele revirou os olhos, e eu me encaminhei aos corredores de Hogwarts, a fim de pesquisar um pouco antes do moreno.

Escolhi alguns livros para levar e estudar do lado de fora do castelo, por conta do calor infernal que fazia meus cabelos e vestes grudarem ao corpo. Desci até os corredores próximos aos jardins e já ia me animando pelo fresco vento que atingia meu rosto quando ouvi uma voz conhecida. Na verdade, duas. Pode me chamar de bisbilhoteira, mas isso estava um tanto instigante.

–Estou falando sério. Você não estaria considerando, talvez... Voltar comigo?

–Sabe, Ange... É tão complicado! O que você fez foi tão...

Dei mais um passo, o que foi o suficiente para ver a cena toda. Ou seja, Angelina agarrando o Fred. Ok, estou sendo injusta. Ele é mais forte do que ela e poderia muito bem tê-la afastado. Nesse momento, senti meu sangue ferver e ouvi meus livros caírem, com um baque surdo, no chão. Caminhei, pisando forte, até o casal, que, apesar do barulho, não parou de se beijar. Me aproximei da linda morena de corpo escultural, e puxei seu maravilhoso e sedoso cabelo.

–SUA VADIA! QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

Ela me olhou assustada, tentando arrumar as madeixas.

–QUAL O SEU PROBLEMA, GAROTA?

–MEU PROBLEMA?! VOCÊ É A ÚNICA A TER UM PROBLEMA AQUI! DEPOIS DE TRAÍ-LO VOCÊ AINDA TENTA VOLTAR COM O FRED?

–E O QUE ISSO TEM A VER COM VOCÊ?

A esse ponto, ela já havia se levantado. Eu jamais devia ter feito isso. Quer dizer, a garota deve ter duas vezes a minha força! Mas eu estava tomada pela adrenalina e por um sentimento conhecido, mas que nunca tinha vindo tão forte: Ciúmes. Por minha visão periférica, pude observar o ruivo, estupefato, no mesmo lugar. Angelina veio para cima de mim, mas eu me adiantei e lhe tasquei um tapa na cara. Ela colocou a mão no rosto e me olhou, certamente capaz de me mandar um Avada Kedavra. Por sorte, nesse momento,alguns garotos da Ravenclaw, que passavam por ali, seguraram a morena e a levaram para o fim do corredor. Só então percebi o grupo de pessoas que havia se formado, a fim de assistir a briga.

Pela primeira vez, olhei para Fred diretamente. Este, começou a rir de mim. Eu o empurrei contra a parede, sentindo a descarga de adrenalina me abandonar subitamente.

–QUAL É A SUA, WEASLEY? DIZ QUE GOSTA DE MIM E DEPOIS SAI SE AGARRANDO COM ESSA VADIAZINHA? PARE DE RIR DE MIM, SEU BOSSAL!

O garoto limpou as lágrimas que escorriam pelos cantos dos olhos, e agarrou em minha cintura. Ele tocou meus cabelos com as pontas dos dedos, de forma tão doce, que perdi a fala. Se aproximou e de leve, tocou seus lábios nos meus, mas logo os deixou, indo lentamente, em direção ao meu ouvido.

–É engraçado. E fofo o jeito que você sente ciúmes de mim.

Ele disse baixo o suficiente para apenas eu ouvir. E calmo o suficiente para me fazer arrepiar. Seus dedos fizeram um percurso novamente até o meu cabelo, mas logo se voltaram para o meu rosto. Ele segurou meu maxilar e me beijou novamente, mas desta vez, mais urgente e preciso. Nossas bocas se encaixavam tão perfeitamente, que era impossível haver colisão de queixo ou estranhamento de dentes. Fred tinha sido feito para mim. Por onde suas mãos passavam, deixavam um rastro ardente para trás. Me esqueci de todo o público que tínhamos, e me entreguei completamente aos braços do meu salvador. E foi aí que eu soube que aquilo era diferente. Eu amava Fred Weasley.