POV Fred

Assim que desci as escadas, meu olhar se fixou em Hermione. Ela estava encantadora, em seu vestido vermelho, que constratava com a pele pálida. Os cabelos anelados, presos por presilhas pretas. Ela me encarou, e por um momento eu esqueci de tudo, e sorri. Seus lábios cheios e vermelhos, me convidando para a aproximação que tanto queria. Saí do transe em que estava e me sentei à unica cadeira vazia, que para minha infelicidade, estava um tanto longe da garota.

–Fred, estou querendo saber há um tempo... E a tal da Hermandra?

Olhei para Bill, confuso.

–Quem?

–A garota que resistiu aos seus, nada visíveis, encantos.

Busquei em minha memória algo relacionado a isso, mas não encontrei. George foi quem me salvou.

–Ele ainda não a esqueceu. Acredite, ele murmura o nome dela enquanto dorme.

Bill riu, enquanto eu olhava para meu gêmeo, agradecido e furioso.

–Murmuro o nome dela enquanto durmo?

Só ele pôde ouvir.

–Bom, não da Hermandra, mas de outras garotas. Uma dica: Começa com Her, e termina com Mione.

Ele riu sozinho. Estava chateado demais, pensando no fato de eu falar enquanto durmo, para rir também.

Quando mamãe permitiu que comêssemos, depois de rezar e tudo mais, o silêncio tomou conta do espaço. A comida estava divina, como sempre. Quando não aguentei mais, deixei o prato de lado, e me recostei na cadeira. Percebi que meus pais olhavam para mim e George, com o rabo do olho, de tempos em tempos.

–Ei, você preparou alguma coisa?

Meu irmão também se recostou, e começamos a cochichar.

–De que tipo?

–Travessuras, ou algo assim.

Ele sorriu.

–Acha que eu deixaria passar, irmãozinho?

Ele tirou do bolso algumas bombas de bosta.

–Meio fraco, não acha?

–Você é quem tem as melhores ideias, mas estava preocupado demais pensando na "Hermandra"

Ignorei o comentário.

–E quando vai soltá-las?

–Mais ou menos... agora.

George me deu um tempo para me afastar e acionou as bombas. A fumaça verde e malcheirosa invadiu todo o cômodo.

–FRED E GEORGE WEASLEY!

A voz estridente soou pela casa inteira. Eu corri para o jardim, a fim de respirar ar puro antes que mamãe nos matasse. Assim que eu saí, percebi que Hermione já estava lá. Ela me olhou, envergonhada, e encarou os pés. Voltei em direção à porta por que entrei, mas George fechou-a à chave, não antes de dizer um "Se entendam!" apressado.

Me virei para a garota, que já estava bem mais corada.

–Hãn, noite bonita, né?

Ela me olhou com raiva.

–Por que fez isso comigo?

–As bombas de bosta? Foi o Geor...

–Não. Fez eu me apaixonar por você. Por que?

Não consegui conter o sorriso que brotou em meu rosto.

–Você está apaixonada por mim, é?

Me aproximei dela, e vi seus olhos marejados.

–Não ria de mim! Eu sou o quê? Uma aposta? Uma brincadeira? Ou só um passatempo?

–O quê? Eu realmente gosto de você, Hermione.

–Não minta pra mim. Por favor.

As lágrimas corriam por suas bochechas. Uma sensação extremamente desconfortável atingiu meu peito. Ela estava chorando por minha causa?

–Eu não menti. Ei, eu gosto de você. De verdade. Eu só achei que... Bom, eu fui um idiota. Mesmo. Me perdoe.

Ela continuou em silêncio, e abaixou a cabeça. Não resisti ao impulso, e abracei-a. Ela se aconchegou em meus braços, minhas mãos tocando seus ombros nus. Levei-a até um banco de madeira, e nos sentamos. Depois de um tempo, seus soluços sumiram, e sua respiração ficou pesada. Achei que tivesse dormido, mas não.

–É lindo não é?

–Eu? Obrigado.

Ela riu, e foi a melhor coisa que eu escutei a noite inteira.

–O céu. As estrelas. Tudo.

Ela ergueu a cabeça e me beijou. Eu podia notar a falta de experiência em seus lábios, mas ainda sim, era o melhor beijo que já tinha provado. Beijo doce, beijo delicado... Beijo perfeito.