POV Frank (Sharks):

—PERCY, PERCY, PERCY!

Ai sim, cara. Ai sim.

Finalmente um pouco de reconhecimento para quem realmente merece.

Agora que temos Reyna, SOMOS INVENCÍVEIS!!!!!!!!!!

(Pausa para dança da alegria)

Então eu estava lá de boa, aclamando meu melhor amigo como um bom melhor amigo faria, quando recebi uma mensagem:

“Armário do zelador, Zhang.

AGORA.”

— Mozão linda dona no meu ♥

AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE ELA TA QUERENOOoOOoooOOoo

O dia acabou de melhorar.

Cheguei no armário do zelador e o abri com a copia da chave que eu tinha.

Sim, eu roubei a chave do zelador e fiz uma copia. PROLEMA?? NÃO??? Obrigado.

Ok, me deixe explicar: nós não podíamos nos encontrar em qualquer lugar. Pra todo lugar que íamos tinha um Shark ou um Jet, então resolvemos que o armário do zelador seria nosso cantinho da pegação. Fofo né? É o meu jeitinho.

Quando abri a porta, estava tudo escuro.

Que safadjenha.

—Hazel? – chamei

E de repente a luz acendeu, e lá estava Hazel Levesque (mais conhecida também como “conselheira dos Jets” ou “amor da minha vida”) de braços cruzados, me esperando com uma cara que não parecia muito de alguém que queria dar uns amassos.

—Zhang – disse ela áspera.

—Hazel Zhang – eu disse tentando diminuir a tensão – bonitinho não?

Mas acho ela não ficou encantada com a minha fofura dessa vez.

—Não vem com essa, espertinho. Você sabe o que fez, e quero saber por que.

—O que eu fiz?

Ela descruzou os braços e me olhou indignada.

—Você é o conselheiro dos Sharks! Como pode deixar eles fazerem aquilo com o Jason?

—Ah, é isso?

—É CLARO QUE É ISSO, SEU... SEU... GRANDE... IDIOTA!

Meu Deus, Hazel Levesque acabou de usar um xingamento.

A porra tá séria.

—Não acredito que estamos brigando por isso! – exclamei – a tempos os Jets estão na frente dos Sharks e agora que finalmente temos a chance de nos reerguer temos que jogar pra valer.

Ela me encarou sem expressão por um tempo, depois disse:

—Então esse foi seu conselho a eles?

—Foi sim.

—Que belo conselheiro você é – ela ironizou

—Melhor que você, pelo menos.

Ela arregalou os olhos.

—VOCÊ NÃO DISSE ISSO.

Me arrependi imensamente de ter dito aquilo, havíamos prometido que nunca brigaríamos por causa desse tipo de coisa, e lá estávamos fazendo exatamente isso.

—Eu... perdão – eu disse finalmente – é que as vezes você é tão controladora que me sufoca. Sempre tem que estar por cima, em todos os sentidos. Por que você não pode só ficar feliz com o fato de que finalmente os Sharks podem ter uma chance?

Ela perdeu a expressão novamente e me encarou magoada. Era nossa primeira briga em meses.

—Nós juramos que nunca deixaríamos essa briga entre os Jets e os Sharks atrapalharem nosso relacionamento – minha voz soou sem vida, e até um pouco desesperada.

—Eu acho que já atrapalhou – ela respondeu

Logo depois ouvimos um barulho de mensagem chegando. Era a celular dela.

—Terminamos essa conversa depois – ela disse assim que leu a mensagem.

Hazel saiu do armário e me deixou sozinho encarando o nada.

POV 3ª pessoa:

“Hazel, cadê você? Reunião de equipe urgente.

Temos a Reyna.”

—Leo V.

Era isso que lia a mensagem que Hazel recebeu enquanto estava no armário com Frank. Era um momento critico para os Jets, então preferiu ir sem perguntar por que. Mas precisava pelo menos perguntar onde.

“Onde vocês estão, Valdez? Não sou vidente.”

—Haze

“Na sala de música, nervosinha. Troxemos Reyna Judas-traidora-cuzona pra cá por que era a única sala aberta e vazia”.

—Leo V.

“A caminho”

—Haze

Hazel correu como nunca havia corrido. Ela sentia uma tempestade chegando, e essa seria das piores.

—Ah, apareceu a margarida! – exclamou Leo assim que a viu entrando pela porta da sala de musica.

Ele estava em pé, com uma das pernas em cima de uma cadeira. Uma posição não muito favorável na opinião de Hazel.

Jason, que estava andando de um lado pro outro, parecia alarmado. Estava com uma mão cobrindo o rosto e tremendo como uma garotinha em sua primeira vez numa montanha russa.

Bianca, Zoe e Piper estava encostadas no piano cochichando entre si; pareciam devastadas.

Annabeth estava sentada em uma cadeira encarando as mãos que estavam em seu colo, sua expressão era envergonhada como se aquilo tudo fosse culpa dela.

E na cadeira ao lado: Reyna de braços e pernas cruzadas como a dona do mundo. Sem nada a perder, sem nada a esconder; não era mais uma Jet.

—Ah, Hazel, até que enfim! – disse Jason ao perceber que Hazel havia chegado – não poderíamos começar sem você.

Hazel olhou para Reyna mais uma vez, essa levantou uma sobrancelha e disse:

—Venha, Haze. Venha assistir ao meu interrogatório.

—Você não tem direito de falar nada agora, Reyna – disse Jason se virando para ela – o que você fez foi um ato de pura crueldade e traição! Há uma semana você era uma Jet.

Reyna deu uma risada sarcástica.

—Eu era uma Jet. Até que percebi que vocês estão muito preocupados consigo mesmos para perceber o quanto eu era importante pra essa equipe. Vocês não seriam nada sem mim. – ela parou por alguns segundos e estudou o rosto de Jason – mas só agora que não me têm mais, percebem como isso é verdade.

—Não importa se é verdade ou não, sua psicopata – Jason estava começando a perder a paciência. – não te dá o direito de me humilhar publicamente daquele jeito! Onde você conseguiu aquela gravação?

Reyna apenas sorria.

—Por que você não pergunta a um de seus amigos? – ela gesticulou para os Jets – ah, não! Eles não teriam nada a ver com isso. Afinal são tão fieis, não é?

Jason franziu o cenho, e todos encararam Reyna.

—Está insinuando alguma coisa? – perguntou Zoe claramente exaltada.

—Talvez eu esteja sim, minha querida “intimidadora” – continuou Reyna, o cinismo em cada palavra – aliás, ótima intimidação em Nico Di Angelo quando ele entrou na cabine de áudio, te tirou de lá e colocou a gravação pra tocar.

O silêncio tomou conta da sala até que Jason teve coragem de quebra-lo.

—É verdade? – perguntou olhando para Zoe, que parecia prestes a desmaiar.

—Ohhhh, Jason! – exclamou Reyna – não seja tão duro com Zoe. Pelo menos ela não namora um Shark como nossa querida Hazel aqui.

Hazel gelou. Como ela sabia?

Foi a vez de Leo falar.

—O QUE? VOCÊ NAMORA UM SHARK? – ele parecia não acreditar

—Cuidado, Valdez – disse Reyna – sua quedinha por ela está começando a ficar na cara.

Leo corou e abaixou a cabeça.

—Ah! E esse Shark seria ninguém mais ninguém menos que Frank Zhang! – Reyna continuou animada

—CHEGA DE MENTIRAS, REYNA! – gritou Jason

—Mentiras? Por que não pergunta sua querida conselheira sobre o “tubaraozão”? – disse Reyna saboreando a última palavra.

Alguém soltou uma risadinha: Piper.

Reyna fechou a cara pela primeira vez desde que chegou na sala.

—Isso, continue rindo, Muppet. Aposto que não vai rir depois que descobrirem que aquelas coisas que sumiam na casa de vocês não era obra dos Sharks.

Piper parou de rir e encarou Reyna.

—Você não...

—Eu não o que? Acha que eu não percebia? – Reyna elevou a voz enquanto se levantava da cadeira – era ela, gente! A preciosa concubina do Jason andava roubando nossas coisas. O nome disso é cleptomania. – disse a ultima frase como quem explicada sobre o alfabeto à crianças. – e o pior de tudo: ele sabia e não fazia nada.

Jason arregalou os olhos e olhou para seus companheiros, que o encaravam chocados. Por fim, olhou para Piper, que estava prestes a chorar.

Ele se voltou para Reyna.

—Como você sabe disso tudo? - disse ele, sua voz quase falhando.

Reyna sorriu.

—Talvez eu tenha alguns informantes.

“Informantes?” Pensou Jason. “A única pessoa com informantes nessa escola é...”.

—Você escreve Battlefield. – sussurrou ele.

Reyna arqueou as sobrancelhas e ficou em silencio por um tempo, até que disse:

—Talvez sim, talvez não.

Nesse momento ouviram batidas na porta, e quando olharam para ela havia um papel no chão.

Leo foi até lá e o pegou. Depois de alguns segundos lendo, estendeu a mão e deu à Jason.

—Alguém passou isso por baixo da porta – disse Leo.

E Jason leu.