Hello, Goodbye escrita por Vitor Matheus
Notas iniciais do capítulo
Mil desculpas pela demora, é que eu tive alguns problemas na minha vida pessoal e não tive tempo de postar. Mas cá estou eu de volta, anunciando que ainda teremos mais dois capítulos e um epílogo para terminar "Hello, Goodbye" do jeito que ela merece!
Dica de música: "Battlefield", da Lea Michele. Boa leitura :D
POV Rachel
– Vocês o QUÊ?
– Isso mesmo que você ouviu, Hobbit. Eu e Sebastian estávamos quase nos tratando como namorados oficiais, mas aí teve todo esse lance do “atraso” e aí o romance não foi adiante. Estou tão desolada... Você pode vir aqui em casa?
– Óbvio, daqui a pouco chego aí. Mas não tenta se matar, OK?
– Tá bem, vou me manter longe das facas por enquanto.
– Também não precisa exagerar, Santie. Beijo, até daqui a pouco.
– Até.
E foi assim que minha maravilhosa segunda-feira começou. Com a ligação de Santana às 9h30 da manhã e com um cheiro de panquecas que só minha mãe sabia fazer. Espera, eu pensei que ela tinha ido embora ontem à noite.
Ah não, isso foi no dia das mães do ano passado. Ontem ela disse que adorou Los Angeles e que decidiu ficar aqui até sexta-feira. Nossa, estou tão esquecida assim? Devo estar pirando com tudo o que vem acontecendo nos últimos tempos: o começo da divulgação do filme, o relacionamento com Finn e agora o problema com Santana. Haja ânimo para lidar com tudo isso.
Por conta disso, apenas tomei meu café da manhã assistindo a um episódio gravado de “Donas de Casa Desesperadas” com minha mãe, e saí correndo para o apê da latina. No meio do caminho pensei ter visto o carro de Finn, mas estava tão apressada que nem liguei para o fato. Apenas cheguei no prédio, me identifiquei, subi o elevador e abri a porta da casa dela sem muita cerimônia. E o que eu encontrei não foi uma cena boa de se ver: Santana Lopez deitada no sofá, com as cortinas da janela da varanda cobertas enquanto ela assistia novela mexicana (daqueles dramas bem melodramáticos) e uma xícara de café pela metade no chão.
– Santana, é você?
– Infelizmente...
– Meu Deus, olha pra você! Completamente acabada por fora e por dentro. Vem, você precisa jogar água na sua cara e acordar pra vida. - Tentei puxá-la para fora do sofá, mas não deu certo.
– Dá pra me confortar em vez de fingir que nada aconteceu? - Santie respondeu, se sentando ali mesmo.
– Mas o que eu posso fazer? Dizer que vai ficar tudo bem e que você vai encontrar alguém melhor?
– É, foi por isso que te chamei, criatura.
Eu sabia que se bancasse a “amiga que toma as dores da BFF”, Santana não iria melhorar nunca. Então tive que encorajá-la, ao modo latino de fazer.
– Então você chamou a amiga errada. Nunca vi Santana Lopez chorar por causa de homem, e não vai ser agora que vou presenciar uma cena dessas. Então você vai relembrar o porquê de vocês terem terminado... - Ela me interrompeu.
– Não vou desenterrar o passado, Berry.
– Dá pra me deixar terminar? - Fiz uma cara de brava que segurou-a no lugar. Depois voltei a falar. - Você vai relembrar, pensar como um ser humano racional e se a culpa for mesmo dele, você vai mostrar ao Sebastian tudo isso que ele perdeu!
– E se eu for a culpada?
– Aí você fala comigo, que eu dou um jeito de fazer ele te perdoar.
– É por isso que você é a minha melhor amiga, Rachel.
– Por quê?
– Você sempre usa minhas próprias artimanhas contra mim mesma, e aí é impossível contrariar meus próprios ensinamentos.
– Falou a filósofa Santana Lispector que está com um visual horripilante por causa de um Smythe. - Ironizei, para ver se ela conseguia rir. E deu certo.
– Tá, eu entendi essa indireta. Vou tomar um banho.
– E eu voltarei para casa.
Já estava praticamente na porta quando a latina surgiu do nada e se enfiou entre mim e a saída.
– Você não vai sair.
– Me obrigue.
– Sua mãe não precisa aproveitar Los Angeles com uma filha privando-a de alguns prazeres. Deixe-a viver um pouco, Rachel.
– Mas eu preciso voltar, não posso deixá-la sozinha.
– Esta é a situação: você não quer deixar sua mãe sozinha e eu não quero ficar sozinha por enquanto. Então, por que não vamos seguir a Shelby por onde ela vai? Sabe, como espiãs.
– Não é uma atitude meio infantil?
– Para brincar de espionagem não é preciso ser criança. Já viu aquelas crianças que brincam de espiões na FBI?
Pensei durante um bom tempo, enquanto ela trancava a porta com todas as cinco trancas que haviam do lado de dentro. Seria bom voltar a ser uma menina de dez anos que brinca de espionagem com a melhor amiga; só que agora seria algo mais interessante de ver. Além do mais, eu não tinha nada a perder naquele dia.
– Tá bem, nós vamos.
POV Marley
– E então? Ela já está na sua casa?
– Sobre isso...
Santana havia me ligado quando eu já havia chegado no apartamento da Rachel. Finn havia decidido de vez pedi-la em casamento, então Santie entrou no plano como “a pessoa que deixa a vítima longe da surpresa”.
– Não me diga que ela está voltando para casa!
– Brincadeira! Ela ainda está aqui, mas vamos precisar da Shelby.
– Explique melhor.
– Ela precisa passear em L.A. para assim eu e a Hobbit brincarmos de espionagem com a sra. Corcoran.
– Não acredito que vocês duas são tão infantis assim. - Dei uma risada.
– Dá pra ser ou tá difícil?
– Tá bem, eu digo pra Shelby aproveitar a cidade sabendo que está numa enrascada. Nos vemos à noite. - E então desliguei o telefone.
– Falou meu nome durante a ligação? - A própria Shelby apareceu na minha frente.
– Você vai ter que passear pela cidade sabendo que sua própria filha estará brincando de espiã com a Santana. - Ironizei no final.
– Tudo bem, então. Pode dar algumas dicas de pontos turísticos?
– Sorte sua que Rachel Berry tem um livro de viagens. - Peguei um dos livros da pequena estante onde ficava a TV e o entreguei à ela. - Aproveite.
– A propósito, Ryder está te chamando no banheiro.
– Tá, eu... No banheiro?
– E parece que a coisa é séria. - Em seguida ela saiu pela porta.
Saí correndo para o banheiro da casa, mesmo sabendo que não era necessário por causa do curto caminho até o cômodo. Cheguei lá, bati três vezes na porta e depois Ryder a abriu.
– Algum problema, Ryder?
– Tirando a parte de que eu tô no banheiro vomitando e sentindo uma falta de ar por causa desse banheiro minúsculo, acho que estou bem. - Ele estava sentado no chão, de frente para o vaso sanitário. Entrei em aflição na mesma hora, e tentei levantá-lo.
– Vamos, você precisa ir pro hospital.
– Não, me deixe aqui… Eu vou me recuperar. Vai, você tem que preparar a surpresa para Rachel. Viro-me por aqui.
– Jamais vou te deixar aqui sofrendo. Só aumentaria a minha culpa de ver você assim. Nós vamos sair agora e nem tente me contrariar. - Coloquei minha cabeça para o lado de fora e gritei: - Finn! Artie! Preciso de ajuda aqui!
– O que está acontecendo? - Finn chegou primeiro, Artie logo atrás.
– Ele está passando mal e eu preciso levá-lo ao hospital. Ajude-me a levantá-lo, por favor...
– Tudo bem, eu ajudo. - Ele veio e colocou um dos braços de Ryder por cima de seu pescoço.
[…]
– É, realmente Ryder vai ter de ficar em observação pelo resto da semana. Parece que seu organismo está reagindo mal ao tratamento. - A dra. Holly anunciou, poucos segundos depois de ter entrado no quarto. Finn havia ficado no lugar para terminar a grande surpresa, enquanto que Santana acabou descobrindo e trouxe Rachel junto para o hospital.
– É normal isso acontecer? - Perguntei.
– Reações assim acontecem em 1 de cada 10 casos. - Ela respondeu. - Mas vai ficar tudo bem, iremos tratá-lo adequadamente. Assim que Holly saiu do ambiente, ficamos uns 40 segundos em silêncio até o próprio Ryder quebrar o gelo.
– Pessoas, eu ainda estou vivo. Não precisamos de um minuto de silêncio aqui.
– Ryder Lynn, sempre tirando as palavras certas da minha boca. - Santie abriu um sorriso sarcástico.
– É o que acontece quando alguém passa meses convivendo com uma Lopez no estúdio. - Ele revidou.
– Eu fico aqui. Melhor vocês irem para… - Eu ia dizer “casa”, mas lembrei da surpresa que estava sendo preparada para Rachel. - Algum lugar. Finn, podemos conversar um minuto?
– Então vamos na lanchonete. Preciso de um sanduíche agora ou então vou matar alguém. - Finn brincou, já se dirigindo até a porta.
Fui logo atrás, enquanto a latina inventava uma desculpa para manter a mais baixa ali mesmo. Saímos do quarto e nos dirigimos até uma mesa qualquer da lanchonete, onde ele pediu o que queria e eu aceitei apenas um café. Logo ele começou a falar.
– Algum problema?
– Sim. Você não pode levar a Rachel para casa! - Adverti.
– Mas por qual motivo?
– Distração, surpresa, casamento. Essas palavras te lembram alguma coisa?
– Não acho que... - Sua cara de dúvida logo se transformou em uma de esclarecimento. - Ah, lembrei. Enfim, estou ferrado.
– E como você vai fazer agora que sabe disso?
– Já sei. Podemos voltar lá, fazer toda uma cena e no final acaba decidido que eu fico aqui com o Ryder e você inventa um drama para fazê-la ir à sua casa. - O grandão bateu palminhas no final, numa cena completamente gay.
– Tá bem, Finn, pode parar com essa cena. Está estranha. - Ele rapidamente se conteve.
– Desculpe.
– Mas talvez ela não aceite ir direto para a minha casa. A garota simplesmente não tem nenhuma roupa para dormir.
– Eu falo com a Santana depois. O importante é que a Rach não pode, em momento algum, descobrir sobre a surpresa. Está me entendendo?
– Que surpresa, Finny?
Virei minha cabeça para o lado esquerdo, assim como Finn, e não acreditamos na pessoa que estava próxima à nossa mesa. Era Rachel. Nós simplesmente estávamos ferrados.
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Então... Algum comentário sobre o capítulo de hoje? Lembrem-se, estou carente das suas opiniões! :P