Hello, Goodbye escrita por Vitor Matheus


Capítulo 20
1x20 - Battlefield


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, é que eu tive alguns problemas na minha vida pessoal e não tive tempo de postar. Mas cá estou eu de volta, anunciando que ainda teremos mais dois capítulos e um epílogo para terminar "Hello, Goodbye" do jeito que ela merece!

Dica de música: "Battlefield", da Lea Michele. Boa leitura :D



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POV Rachel

– Vocês o QUÊ?

– Isso mesmo que você ouviu, Hobbit. Eu e Sebastian estávamos quase nos tratando como namorados oficiais, mas aí teve todo esse lance do “atraso” e aí o romance não foi adiante. Estou tão desolada... Você pode vir aqui em casa?

– Óbvio, daqui a pouco chego aí. Mas não tenta se matar, OK?

– Tá bem, vou me manter longe das facas por enquanto.

– Também não precisa exagerar, Santie. Beijo, até daqui a pouco.

– Até.

E foi assim que minha maravilhosa segunda-feira começou. Com a ligação de Santana às 9h30 da manhã e com um cheiro de panquecas que só minha mãe sabia fazer. Espera, eu pensei que ela tinha ido embora ontem à noite.

Ah não, isso foi no dia das mães do ano passado. Ontem ela disse que adorou Los Angeles e que decidiu ficar aqui até sexta-feira. Nossa, estou tão esquecida assim? Devo estar pirando com tudo o que vem acontecendo nos últimos tempos: o começo da divulgação do filme, o relacionamento com Finn e agora o problema com Santana. Haja ânimo para lidar com tudo isso.

Por conta disso, apenas tomei meu café da manhã assistindo a um episódio gravado de “Donas de Casa Desesperadas” com minha mãe, e saí correndo para o apê da latina. No meio do caminho pensei ter visto o carro de Finn, mas estava tão apressada que nem liguei para o fato. Apenas cheguei no prédio, me identifiquei, subi o elevador e abri a porta da casa dela sem muita cerimônia. E o que eu encontrei não foi uma cena boa de se ver: Santana Lopez deitada no sofá, com as cortinas da janela da varanda cobertas enquanto ela assistia novela mexicana (daqueles dramas bem melodramáticos) e uma xícara de café pela metade no chão.

– Santana, é você?

– Infelizmente...

– Meu Deus, olha pra você! Completamente acabada por fora e por dentro. Vem, você precisa jogar água na sua cara e acordar pra vida. - Tentei puxá-la para fora do sofá, mas não deu certo.

– Dá pra me confortar em vez de fingir que nada aconteceu? - Santie respondeu, se sentando ali mesmo.

– Mas o que eu posso fazer? Dizer que vai ficar tudo bem e que você vai encontrar alguém melhor?

– É, foi por isso que te chamei, criatura.

Eu sabia que se bancasse a “amiga que toma as dores da BFF”, Santana não iria melhorar nunca. Então tive que encorajá-la, ao modo latino de fazer.

– Então você chamou a amiga errada. Nunca vi Santana Lopez chorar por causa de homem, e não vai ser agora que vou presenciar uma cena dessas. Então você vai relembrar o porquê de vocês terem terminado... - Ela me interrompeu.

– Não vou desenterrar o passado, Berry.

– Dá pra me deixar terminar? - Fiz uma cara de brava que segurou-a no lugar. Depois voltei a falar. - Você vai relembrar, pensar como um ser humano racional e se a culpa for mesmo dele, você vai mostrar ao Sebastian tudo isso que ele perdeu!

– E se eu for a culpada?

– Aí você fala comigo, que eu dou um jeito de fazer ele te perdoar.

– É por isso que você é a minha melhor amiga, Rachel.

– Por quê?

– Você sempre usa minhas próprias artimanhas contra mim mesma, e aí é impossível contrariar meus próprios ensinamentos.

– Falou a filósofa Santana Lispector que está com um visual horripilante por causa de um Smythe. - Ironizei, para ver se ela conseguia rir. E deu certo.

– Tá, eu entendi essa indireta. Vou tomar um banho.

– E eu voltarei para casa.

Já estava praticamente na porta quando a latina surgiu do nada e se enfiou entre mim e a saída.

– Você não vai sair.

– Me obrigue.

– Sua mãe não precisa aproveitar Los Angeles com uma filha privando-a de alguns prazeres. Deixe-a viver um pouco, Rachel.

– Mas eu preciso voltar, não posso deixá-la sozinha.

– Esta é a situação: você não quer deixar sua mãe sozinha e eu não quero ficar sozinha por enquanto. Então, por que não vamos seguir a Shelby por onde ela vai? Sabe, como espiãs.

– Não é uma atitude meio infantil?

– Para brincar de espionagem não é preciso ser criança. Já viu aquelas crianças que brincam de espiões na FBI?

Pensei durante um bom tempo, enquanto ela trancava a porta com todas as cinco trancas que haviam do lado de dentro. Seria bom voltar a ser uma menina de dez anos que brinca de espionagem com a melhor amiga; só que agora seria algo mais interessante de ver. Além do mais, eu não tinha nada a perder naquele dia.

– Tá bem, nós vamos.

POV Marley

– E então? Ela já está na sua casa?

– Sobre isso...

Santana havia me ligado quando eu já havia chegado no apartamento da Rachel. Finn havia decidido de vez pedi-la em casamento, então Santie entrou no plano como “a pessoa que deixa a vítima longe da surpresa”.

– Não me diga que ela está voltando para casa!

– Brincadeira! Ela ainda está aqui, mas vamos precisar da Shelby.

– Explique melhor.

– Ela precisa passear em L.A. para assim eu e a Hobbit brincarmos de espionagem com a sra. Corcoran.

– Não acredito que vocês duas são tão infantis assim. - Dei uma risada.

– Dá pra ser ou tá difícil?

– Tá bem, eu digo pra Shelby aproveitar a cidade sabendo que está numa enrascada. Nos vemos à noite. - E então desliguei o telefone.

– Falou meu nome durante a ligação? - A própria Shelby apareceu na minha frente.

– Você vai ter que passear pela cidade sabendo que sua própria filha estará brincando de espiã com a Santana. - Ironizei no final.

– Tudo bem, então. Pode dar algumas dicas de pontos turísticos?

– Sorte sua que Rachel Berry tem um livro de viagens. - Peguei um dos livros da pequena estante onde ficava a TV e o entreguei à ela. - Aproveite.

– A propósito, Ryder está te chamando no banheiro.

– Tá, eu... No banheiro?

– E parece que a coisa é séria. - Em seguida ela saiu pela porta.

Saí correndo para o banheiro da casa, mesmo sabendo que não era necessário por causa do curto caminho até o cômodo. Cheguei lá, bati três vezes na porta e depois Ryder a abriu.

– Algum problema, Ryder?

– Tirando a parte de que eu tô no banheiro vomitando e sentindo uma falta de ar por causa desse banheiro minúsculo, acho que estou bem. - Ele estava sentado no chão, de frente para o vaso sanitário. Entrei em aflição na mesma hora, e tentei levantá-lo.

– Vamos, você precisa ir pro hospital.

– Não, me deixe aqui… Eu vou me recuperar. Vai, você tem que preparar a surpresa para Rachel. Viro-me por aqui.

– Jamais vou te deixar aqui sofrendo. Só aumentaria a minha culpa de ver você assim. Nós vamos sair agora e nem tente me contrariar. - Coloquei minha cabeça para o lado de fora e gritei: - Finn! Artie! Preciso de ajuda aqui!

– O que está acontecendo? - Finn chegou primeiro, Artie logo atrás.

– Ele está passando mal e eu preciso levá-lo ao hospital. Ajude-me a levantá-lo, por favor...

– Tudo bem, eu ajudo. - Ele veio e colocou um dos braços de Ryder por cima de seu pescoço.

[…]

– É, realmente Ryder vai ter de ficar em observação pelo resto da semana. Parece que seu organismo está reagindo mal ao tratamento. - A dra. Holly anunciou, poucos segundos depois de ter entrado no quarto. Finn havia ficado no lugar para terminar a grande surpresa, enquanto que Santana acabou descobrindo e trouxe Rachel junto para o hospital.

– É normal isso acontecer? - Perguntei.

– Reações assim acontecem em 1 de cada 10 casos. - Ela respondeu. - Mas vai ficar tudo bem, iremos tratá-lo adequadamente. Assim que Holly saiu do ambiente, ficamos uns 40 segundos em silêncio até o próprio Ryder quebrar o gelo.

– Pessoas, eu ainda estou vivo. Não precisamos de um minuto de silêncio aqui.

– Ryder Lynn, sempre tirando as palavras certas da minha boca. - Santie abriu um sorriso sarcástico.

– É o que acontece quando alguém passa meses convivendo com uma Lopez no estúdio. - Ele revidou.

– Eu fico aqui. Melhor vocês irem para… - Eu ia dizer “casa”, mas lembrei da surpresa que estava sendo preparada para Rachel. - Algum lugar. Finn, podemos conversar um minuto?

– Então vamos na lanchonete. Preciso de um sanduíche agora ou então vou matar alguém. - Finn brincou, já se dirigindo até a porta.

Fui logo atrás, enquanto a latina inventava uma desculpa para manter a mais baixa ali mesmo. Saímos do quarto e nos dirigimos até uma mesa qualquer da lanchonete, onde ele pediu o que queria e eu aceitei apenas um café. Logo ele começou a falar.

– Algum problema?

– Sim. Você não pode levar a Rachel para casa! - Adverti.

– Mas por qual motivo?

– Distração, surpresa, casamento. Essas palavras te lembram alguma coisa?

– Não acho que... - Sua cara de dúvida logo se transformou em uma de esclarecimento. - Ah, lembrei. Enfim, estou ferrado.

– E como você vai fazer agora que sabe disso?

– Já sei. Podemos voltar lá, fazer toda uma cena e no final acaba decidido que eu fico aqui com o Ryder e você inventa um drama para fazê-la ir à sua casa. - O grandão bateu palminhas no final, numa cena completamente gay.

– Tá bem, Finn, pode parar com essa cena. Está estranha. - Ele rapidamente se conteve.

– Desculpe.

– Mas talvez ela não aceite ir direto para a minha casa. A garota simplesmente não tem nenhuma roupa para dormir.

– Eu falo com a Santana depois. O importante é que a Rach não pode, em momento algum, descobrir sobre a surpresa. Está me entendendo?

– Que surpresa, Finny?

Virei minha cabeça para o lado esquerdo, assim como Finn, e não acreditamos na pessoa que estava próxima à nossa mesa. Era Rachel. Nós simplesmente estávamos ferrados.


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Notas finais do capítulo

Então... Algum comentário sobre o capítulo de hoje? Lembrem-se, estou carente das suas opiniões! :P



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