A História Sempre Se Repete - 2ª Temporada escrita por EvansPotter


Capítulo 5
Saint Mungus




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P.O.V. Scorpius

– Será que você pode fazer o favor de acordar, Malfoy?

– Desculpe. – Gritei de volta para o treinador.

– Presta atenção, moleque!

Moleque. Por que ele vive me chamando de moleque? Que idiota. Parece até que eu...

– MALFOY! VOCÊ VAI ACORDAR OU QUER QUE EU VÁ ATÉ AI TE ENSINAR COMO É QUE VOCÊ DEVE JOGAR?

Bom, você é o treinador, você devia fazer coisas como essas. E como é que ele quer que eu pegue o pomo se ele ainda não soltou a maldita bolinha dourada no campo? Cara louco.

– Como é que eu vou jogar se você ainda esta segurando o pomo? Minha função é captura-lo , sabia?

– Se você estivesse prestando atenção saberia que eu disse para você ir até a porra do vestiário pegar a caixa com as bolas. Onde é que você está com a cabeça?

– Onde ele está com a cabeça agora eu não sei, mas aposto que ontem a noite ele estava com a cabeça em um lugar bem agradável e por isso não consegue ficar acordado hoje. – Ouvi Jack Ogg dizendo.

Bom antes fosse, eu e Rose passamos a noite acordados sim, mas cuidando de Claire. A ruiva maior acha que a ruiva menor está com varíola de dragão, mas Rose é louca e exagerada, tenho certeza que é só gripe. Até porque não tem nenhuma pústula gigante na Claire, mas não, claro que é varíola de dragão. Uma simples gripe é para os fracos.

A verdade é que desde que Emily Parkinson voltou, Rose parece mais louca, agitada e estressada que o normal. Outro dia ela me disse que está com medo que Emily faça alguma coisa com a minha ruivinha, mas o que esperar de uma mulher que confunde varíola de dragão com gripe?

Para ser sincero até tive a impressão no começo de que Emily podia realmente fazer alguma coisa, mas agora acho que não. Talvez ela tenha voltado apenas para trabalhar mesmo. E talvez volte a viajar por ai daqui a algum tempo. Mas na realidade estou pouco me fudendo para o que ela vai fazer da vida dela.

– Até que enfim! – O treinador gritou quando voltei ao campo. – Bom, agora que o caríssimo e ilustre senhor Malfoy trouxe o equipamento podemos começar o treino. Muitíssimo obrigado, senhor Malfoy.

– Não tem de que.

Acho que mais ninguém do time aguenta esse cara. Todos querem Gwenog Jones de volta. Ela saiu a quase um mês de licença para uma viagem, algum problema na família dela, e ainda não voltou. E esse imbecil que acha que entende alguma coisa de quadribol ficou no lugar por enquanto. Maldito Cormac McLaggen. Ele é um completo idiota, mas ouvi dizer que Gwenog vai voltar até o final do mês.

O dia de treino até que foi bem produtivo. Isso por que ignoramos a maior parte das instruções de McLaggen e jogamos como quando treinamos com Gwenog. No fim do dia fui para o chuveiro já que estava cheio de lama e se chegasse assim em casa mais uma vez Rose iria querer me matar.

– Scorpius! – Ouvi uma voz me chamando no meio do meu banho e segundos depois a porta do box se abrindo.

– Rose! O que você está fazendo aqui?

– A pergunta é: por que você está se cobrindo com a mão? Desse jeito parece que tem alguma coisa ai que nunca tenha visto.

– Ah, desculpe Rose! E que quando abrem a porta do box no meio do banho eu não espero que seja minha mulher que nem devia estar aqui. Agora voltamos para a pergunta: o que você está fazendo aqui? Não. Espera. Responde essa primeiro: e se você tivesse aberto o box de outra pessoa?

– Só você ainda está no banho, madame.

– Aprendi a demorar no banho com a mestre, não é mesmo, senhora Malfoy?

– Aham, claro.

– Ok. Ok. O que é que você está fazendo aqui?

– Vou levar a Claire no St. Mungus.

– Sabia que isso aqui é um campo de quadribol e não um hospital, né?

– Sabia. Só vim te avisar para você vir comigo.

– Por quê?

– Por que sim.

– Rose, ela só está com gripe.

– Eu tenho quase certeza de que ela está com varíola de dragão!

Preferi não argumentar, simplesmente entortei a boca, me enrolei na toalha e sai para o vestiário para me trocar enquanto Rose me apresava dizendo que quanto mais cedo levássemos Claire ao hospital melhor. E eu com a doce ilusão de que ia chegar em casa e dormir um pouco.

Cerca de meia hora depois do meu banho interrompido nós estávamos com Claire na frente da vitrine de uma loja abandonada que levava ao Saint Mungus. Eu ainda não entendo o que estamos fazendo aqui. De qualquer forma, passamos pela bruxa um tanto mal educada de recepção e fomos até o segundo andar onde tivemos que ficar esperando por um bom tempo até que um curandeiro nos chamasse.

Como disse, Claire só tem uma gripe. O curandeiro deu uma pequena dose de uma poção a ela. Minha ruivinha saiu da enfermaria com fumaça saindo pelos ouvidos. Dá um efeito legal junto com os cabelos dela. Merece uma foto. Rose sentou Claire em uma das cadeiras no corredor para eu tirar a foto.

– Ah, Scorp, você é um pai muito bobo sabia? – Ouvi uma voz atrás de mim. Rose pegou rapidamente nossa filha no colo.

– Por Merlin, Parkinson! Até aqui eu tenho que te aguentar?

– Está preocupado com o motivo pelo qual estou aqui, não é? Não precisa, Scorp. Só não estava me sentindo bem e resolvi passar aqui para tomar alguma poção ou algo assim. Mas estou bem.

– Ótimo. Que bom para você. Nós já vamos indo. – Me virei e segurei uma Rose de orelhas muito vermelhas pela cintura, levando-a para o fim do corredor. Ela parecia prestes a explodir.

– Ei, Scorp! – Emily gritou. – Elise tem alguma coisa que lembra bastante você. Talvez os olhos. Pena que ela tem os cabelos da tomatinho.

– Ignora, ruiva. – Rose tinha parado de andar e respirava profundamente. – Vamos.

A ruiva fechou lentamente os olhos e quando abriu novamente voltou a andar.

– Mas tudo bem, isso não vai ser um problema. Posso dar um jeito nisso depois. – Parkinson disse quando já estávamos quase virando para outro corredor.

Uma expressão homicida apareceu no rosto da minha mulher.

– Vem, ruiva. – Falei a puxando.

– O que é que ela quis dizer com isso?

– Nada, Rose. Ela só está provocando.

– Scorpius! Você ouviu o que ela disse? “Posso dar um jeito nisso depois”.

– Ruiva, me ouve. – A parei no corredor, virando-a de frente para mim. Claire, como sempre, brincava com os cachos de Rose. – Eu não vou deixar essa louca encostar na minha ruivinha, entendeu?

– Como ela sabe o nome do meio da Claire?

– Não sei, Rose. Ela deve ter lido em...

– Scorpius, quase ninguém sabe o nome do meio dela. Só nossas famílias.

– Talvez ela...

Talvez ela o que? Como ela pode saber disso? Rose está certa. Só nossas famílias sabem que o nome do meio dela é Elise.

– Parece que ela está nos vigiando.

– Seu irmão chama ela de Elise.

– Ah é! E Hugo e Emily são muito amigos, então é claro que ele contou isso para ela.

– Talvez ela tenha ouvido ele a chamando assim.

– E isso só prova que ela está nos vigiando.

– Ruiva...

– Ela sabia que eu vinha aqui hoje. Comentei com a Alice que ia sair do Ministério e vir para cá. Ela deve ter ouvido.

Ficamos parados um tempo nos encarando no meio do corredor. Eu realmente não sei o que dizer. Acho que tudo que Rose disse faz sentido, mas ao mesmo tempo não faz. De qualquer forma, alguma coisa parece realmente estranha nessa situação toda.

– Vamos para casa logo. – Rose disse finalmente. – Você tinha razão. Não devíamos ter vindo aqui.

– Eu disse que era só gripe. – Falei pegando Claire do colo de Rose.

– Podia muito bem ser varíola de dragão.

– Não podia não, Rose.

– Merlin! Eu devia ter procurando alguma coisa na biblioteca antes de vim para cá! – Ela bateu na testa. – Por que não pensei nisso?

– Eu digo, Rose. Eu estou sempre certo.

– Em que planeta, doninha?

– Escolha qualquer um.

Ela deu um tapa no meu braço e começou a rir. Isso só prova que ela não tem argumentos, ou seja, eu estou sempre certo.


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