A História Sempre Se Repete - 2ª Temporada escrita por EvansPotter


Capítulo 40
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Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeey amores
Ainda estou viva.
E, acho que se alguém ai tiver prestado atenção no que eu falo nas NI sabe que esse é o ultimo capitulo :'(
Mas calma, semana que vem ainda tem o Epilogo então vou deixar para me despedir de vocês apropriadamente na proxima semana.
De novo, quem quiser o outro final é só me mandar o e-mail por MP que eu envio para vocês depois que postar o epilogo. (para quem já mandou, eu não respondi nenhuma msg porque não abri nenhuma, assim quando for enviar o final da hsitoria não esqueço ninguem)
Bom, eu espero de verdade que tenham gostado da história e mais um vez, obrigada por acompanharem até o fim.



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P.O.V. Rose

– Rose? Querida, acorda. – Ouvi alguém me chamando e balançando levemente minha perna.

– Hum?

– Temos que sair daqui a pouco.

– Que? – Falei tirando meu braço de cima de Claire e Matt do meu lado e esfregando os olhos.

– Temos que sair daqui a pouco, Rose. – Minha mãe disse passando a mão pelo meu cabelo.

– Sair? Sair para onde? Não quero sair, mãe.

– Rose... é hoje...

– O que? Do que você...? Ah... o... o funeral... – Falei abaixando a voz e sentindo um nó se formar na minha garganta.

– É. – Minha mãe disse e se sentou na beirada da minha cama, segurando minha mão.

Me virei para Claire e Matthew, ainda dormindo tranquilos depois de dias praticamente sem nenhuma hora de sono. Comecei a chorar antes mesmo que pudesse pensar em segurar as lagrimas.

– Rose... – Mamãe falou fazendo carinho na minha mão.

– Não quero acordar eles. Eles quase não dormiram desde... quase não dormiram esses dias.

– Então deixa eles dormindo enquanto nos arrumamos para sair.

Concordei com a cabeça e levantei cuidadosamente da cama. Fechei devagar a porta do quarto e desci com minha mãe até a cozinha. Roxanne, que está dormindo em casa desde a noite seguinte a... invasão da Emily, e meu pai estavam sentados quietos na cozinha, cada um com uma xicara de café nas mãos. Os dois vestidos de preto. Mamãe também estava de preto. É, acho que estão todos prontos para o funeral.

Mal tinha me sentado quando ouvi Matt gritando lá em cima:

– Mãe! Mãe! Cadê você? Mamãe!

– Calma, Matt! – Ouvi Claire respondendo.

Subi correndo e os encontrei em pé na minha cama. Matthew chorando alto. Ele correu e pulou no meu colo assim que me viu.

– Tudo bem, Matt. Calma.

– Achei que tinha ido embora.

– Eu não vou embora, Matt.

– Onde você estava?

– Só ali embaixo na cozinha.

Claire continuava parada em pé em cima da cama nos olhando com os olhos meio arregalados.

– Nós precisamos nos arrumar para sair. – Falei.

– É hoje, não é? – Claire perguntou se sentando na cama e olhando para os pés.

– É sim, Clar.

– Eu separei roupa para vocês dois. – Roxanne disse atrás de mim. – Vão tomar banho e se vestir, tudo bem? Precisamos sair logo. Querem ajuda?

– Não. Obrigada, tia. – Claire falou e saiu devagar do quarto, de cabeça ainda baixa.

Mal tinha feito menção de ir atrás dela e Roxanne já me disse:

– Não, Rose. Pode deixar que eu fico com eles. – Ela falou pegando Matt do meu colo. – Não se preocupe. Eu falo com ela.

– Obrigada.

Ela sorriu levemente para mim e saiu com Matt do quarto. Tomei um banho demorado e só desliguei o chuveiro quando ouvi a voz de Scorpius. “Dá para sair logo dai, Madame? Vamos nos atrasar!”. Arrumei meu cabelo e coloquei um conjunto de vestes pretas que ele tinha me dado no Natal passado.

Passei pela porta do quarto de Matt e o vi vazio, ele deve estar lá embaixo com meus pais. Roxanne estava com Claire no quarto dela. Ela penteava os cabelos ainda molhados de Claire, fazendo uma trança neles.

– Tia?

– Hum?

– Posso ficar aqui em casa?

– Por que, Claire?

– Eu não quero ir.

– Eu sei, meu amor, ninguém quer ir, mas precisamos. - Ela terminou de prender o cabelo de Clair e a apertou forte nos seus braços. – Todo mundo vai estar com vocês lá, ok? E prometo que vou ficar do seu lado o tempo inteiro. Não vou sair nem um minuto.

Demoramos bastante até chegarmos ao lugar onde ele seria enterrado. Draco e Astoria que tinham escolhido. Todos os Malfoys tinham sido enterrados ali, não seria diferente com ele. Apesar de ele ter quebrado muitas das “regras” dos Malfoys. Casar com uma Weasley, por exemplo.

Toda a minha família já estava lá quando chegamos. Um a um eles foram me abraçando e sempre dizendo alguma coisa na tentativa de me confortar. Caminhei até Draco e Astoria assim que eles chegaram, alguns minutos depois de nós, e abracei os dois.

– Desculpe não... não ter ido até a casa de vocês, eu... eu realmente, não... desculpe...

– Tudo bem, Rose. – Astoria interrompeu com a voz embargada. – Entendemos.

– Vovó! – Matt e Claire exclamaram ao mesmo tempo e correram até ela e Draco, quieto, pálido e parecendo fisicamente enfraquecido, como se mal pudesse ficar em pé.

– Me desculpe. – disse em voz baixa para ele.

– Tudo bem. – Ele respondeu em voz ainda mais baixa e pesadas lagrimas começaram a escorrer pelo rosto dele.

A cerimonia toda levou pouco mais de meia hora. No final, pouco a pouco e bem lentamente, como se tivessem acabado de acordar, as pessoas foram se levantando e caminhando lentamente, cada um no seu caminho.

Me levantei com Claire e Matt e por alguns segundos fiquei sem saber para que direção ir. Não queria ir para casa. Não queria ir para casa dos meus pais, nem para dos pais de Scorpius, nem para a casa de Roxanne.

– Rosinha. – Meu pai me chamou de algum ponto atrás de mim. Ele estava do lado da minha mãe e falando com Draco e Astoria, parados na frente deles. – Vem aqui.

– Acabei de falar com o Kingsley. Er... a Parkinson tentou fugir outra vez. – Meu pai disse.

– O que? – Eu, Astoria e Draco exclamamos ao mesmo tempo.

– Ela não conseguiu.

– Os aurores pegaram ela? – Perguntei.

– Quase... ela...

– Como assim quase? Pai, ela não está solta de novo, né? – Perguntei já procurando desesperada onde Claire e Matt estavam. Estavam um pouco atrás de mim junto com Roxanne, Adam e Gale.

– Não, Rosinha. Os aurores não tiveram tempo de chegar até ela. Um dementador chegou primeiro. Bom, ela estava sem varinha...

– Ela recebeu um beijo? – Draco perguntou arregalando um pouco os olhos.

– Sim. – Minha mãe respondeu. – Está no St. Mungo’s agora.

Nós cinco ficamos em silencio, meio chocados, meio aliviados. Ela agora não vai poder fazer mal algum para nós. Nunca mais. Mas ela já causou um mal tão irremediável que já não sei mais se isso faz diferença. Na verdade nem sei mais se ainda me importo com o que acontece com ela. Ela ser presa, morrer, ser beijada por um dementador ou qualquer outra coisa que pudesse acontecer, não traria Scorpius de volta.

– Ainda não conseguimos pegar o John, mas não deve demorar muito até acharmos ele. – Papai disse depois de um longo período de silencio.

Não importa. John só queria ouro, e agora está com medo de ser preso, não vai se atrever a chegar perto de nós. Tenho certeza disso. Mas apesar disso às vezes acho que tenho mais raiva dele do que da Emily. Talvez eu tenha mais raiva de mim do que dos dois.

– Mamãe, podemos ir para casa? – Claire chamou puxando a manga das minhas vestes e olhando para o pedaço de terra onde agora estava Scorpius.

– Vamos, Claire.

– Rose. – Roxanne me chamou. – Eu vou com vocês, mas só para pegar minhas coisas. Desculpa, Rose, eu... eu preciso ir para casa.

– Eu sei. Não tem problema. Obrigada. – Falei dando um mínimo sorriso para ela.

– Tem certeza de que não quer ir lá para casa, Rosinha? – Papai perguntou.

– Sim. Tenho.

Acho que levamos mais tempo para voltar para casa do que levamos para ir até lá. Já era meio da tarde quando finalmente entramos em casa. Mal tínhamos colocado o pé na sala e começou a chover forte lá fora. Roxanne subiu, pegou a pequena mala que ela tinha trazido assim que soube tudo que tinha acontecido e dando um abraço forte em cada um de nós três, foi embora. Mamãe e papai foram junto com ela, logo depois de perguntarem outra vez se não queria ir com eles. Mas é melhor ficar aqui. Não vai resolver ficar adiando as coisas. Uma hora eu, Claire e Matthew vamos ter que nos virar sozinhos e é melhor que comecemos logo.

Então pela primeira vez desde aquela noite, nós três estávamos sozinhos em casa. Assim que Roxy, minha mãe e meu pai saíram, nós ficamos em silencio, um olhando para o outro, sentados na sala, como se esperássemos que alguém nos dissesse o que fazer. Mas se alguém tem que fazer isso, sou eu. Eu sou a mãe deles e eles precisam de mim agora mais do que nunca. E mesmo sem saber o que fazer com a minha vida agora, eu tenho que tentar direciona-los para algum lugar. Tentar fazer eles serem as crianças alegres, bagunceiras, comilonas e barulhentas que eles sempre foram. Não posso deixar eles continuarem tristes, com medo e quietos como estão agora. Eles ainda são muito pequenos. Eles ainda têm a vida inteira. E eles precisam ser felizes.

– Venham aqui. – Falei estendendo meus braços para eles que se sentaram do meu lado no sofá e se acomodaram sobre mim. – Eu sei que as coisas estão bem ruins agora e eu não posso prometer que tudo vai ficar bem logo, logo. Mas eu posso prometer que eu vou me esforçar todo dia para as coisas irem pouco a pouco melhorando para vocês.

– E para você, mamãe? – Matt perguntou.

– Se vocês ficarem bem eu vou melhorar. – Falei olhando para os dois. – E eu não vou mentir para vocês, vocês vão sentir alta do papai pelo resto da vida. Mas essa saudade ruim, cheia de tristeza que vocês sentem agora, pouco a pouco vai se transformar em uma saudade boa. Vocês vão lembrar dele, do que ele fazia e falava, e vão sorrir, vão ficar felizes em saber que ainda tem um pouquinho dele dentro de vocês. Ás vezes, mesmo daqui anos e anos, vai doer sim, e vão querer mais que tudo ter ele com vocês, mas nessas horas, eu vou estar com vocês sempre, vão poder chorar comigo e falar tudo o que precisarem.

– Tio Harry me disse hoje que uma vez o padrinho dele disse que sempre podemos encontrar quem perdemos aqui. – Claire me falou apontando para um ponto junto ao coração dela.

– É verdade, Claire. “Aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade.”

Abracei os dois forte, beijando a cabeça de cada um deles. E fiquei muito tempo ali, segurando nos braços os melhores dois presentes que Scorpius podia ter me deixado.


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