Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 5
Capítulo 4




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No último capitulo...

Na manha seguinte os Granger tentaram achar qualquer coisa sobre a bela menina que dormia em sua casa, mas era como se ela não existisse. Não foi difícil para o ótimo advogado que eles contrataram conseguir a guarda permanente da criança, e desse modo à família Granger ganhou sua mais nova integrante.

Capitulo 4

POV Hermione Granger

Eu sempre soube que era diferente, só não sabia por quê.

Lembro que desde pequenininha sempre chamei meus pais de Jean e Paul... parecia errado chama-los de mamãe e papai, apesar de ama-los. Eu também sempre tive medo do escuro; cada vez que meus pais apagavam as luzes e fechavam a porta, eu mal conseguia dormir, e quando o fazia me ouvia gritando de medo e chamando por alguém, mas Jean e Paul diziam que era apenas um sonho ruim.

Eu sabia que não era verdade, mas de nada adiantava discutir.

Quando eu tinha três anos meus pais me colocaram em uma escolinha. Eles trabalhavam muito e nunca puderam cuidar de mim o tempo todo. Eu nunca gostei de ir a escola. Na verdade eu amava estudar, mas eu nunca tive amigos. As crianças me achavam estranha, e eu os achava estranhos.

Então eu passei a ler. Meus pais se surpreenderam com minha inteligência, sendo que eu podia entender praticamente qualquer coisa que eu lesse. E isso me tornou ainda mais estranha aos olhos dos outros.

Aos cinco anos, então, passou a acontecer algo que me tornou ainda mais diferente de todos. Eu podia ter e fazer o que eu quisesse. Se algum brinquedo estava alto demais, ele aparecia na minha frente; se uma das amigas chatas de Jean viesse em casa, seu cabelo podia ficar misteriosamente verde; se meus pais não me deixassem cuidar de algum bichinho que eu visse, a casa seria infestada por aranhas e cobras, e assim por diante.

Foi apenas quando completei 11 anos que entendi porque era tão diferente. Eu acordei naquela manha com uma coruja batendo na minha janela, e quando abri o vidro ela pousou na minha escrivaninha com uma carta amarrada na perna. Uma carta da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts dizendo que eu era uma bruxa.

A carta dizia que, por eu ser filha de trouxas – por algum motivo eu ri quando li isso –, a vice-diretora Minerva McGonagall estaria vindo em casa para explicar o que tudo aquilo significava. Bastava eu responder confirmando meu interesse na vaga e marcando um dia para a visita.

Imediatamente respondi aceitando a vaga – sem por nenhum momento duvidar da veracidade daquela carta – e marcando com a professora McGonagall para que ela viesse em casa no próximo domingo às 14h, sendo esse o único dia que eu tinha certeza que meus pais estariam em casa.

Quando desci para tomar café da manha, fiquei surpresa com os presentes e desejos de feliz aniversario, pois com a carta de Hogwarts todo o resto deixava de ter importância.

Falei para meus pais que havia sido aceita em um colégio interno, e que a vice-diretora estaria vindo domingo a tarde falar com eles. Paul e Jean não estranharam, afinal essa não era a primeira vez que eu era aceita em um colégio que eles nem sabiam que eu havia feito a prova.

Quando domingo chegou, não pude conter minha ansiedade. Vesti minha melhor roupa, arrumei bem o cabelo e até arrisquei passar um batom que Jean havia me dado apesar de eu não gostar de maquiagem. Eu queria impressionar a professora.

14h em ponto a campainha tocou. Paul atendeu a porta convidando Minerva a entrar e apresentou nós três a ela. Nos sentamos na sala e a professora passou a explicar sobre Hogwarts, magia e nascidos trouxa. Meus pais apenas acreditaram que tudo era verdade quando McGonagall transformou-se em uma gata em nossa frente.

– Você quer ir para essa escola, Mione? – Perguntou Jean enquanto eu reprimia uma careta para o apelido.

– Claro que eu quero! – exclamei.

Minerva explicou então que o normal era os alunos começarem a escola com 11 anos, mas como as aulas haviam iniciado há 20 dias atrás, eu teria que esperar até o próximo ano letivo. Concordei um tanto desapontada. A professora disse então que quando estivéssemos mais próximos do inicio das aulas ela voltaria para nos levar ao Beco Diagonal, onde eu compraria todo o material necessário para estudar em Hogwarts.

Ainda desapontada por ter que esperar um ano inteiro, convenci meus pais e a professora a me levarem ao Beco Diagonal na semana seguinte. Minerva me entregou então uma copia da lista de materiais do primeiro ano, mas não sem antes avisar que a lista poderia mudar no ano seguinte.

Na semana seguinte, Minerva chegou ao mesmo horário, e me ensinou a usar Pó de Flu. Fomos então até o Caldeirão Furado, o lugar que ligava o mundo trouxa ao mundo bruxo. Quando passamos pela parede que nos levaria ao Beco Diagonal, fiquei completamente abismada. Aquele lugar era totalmente diferente do que eu imaginara.

O primeiro lugar que fomos foi ao Gringotes, o banco dos bruxos. Meus pais abriram um cofre para mim e transferiram toda a minha poupança para galeões, e depois deles trocarem mais algum dinheiro trouxa em bruxo, fomos às compras.

Entramos na loja do Sr Olivaras para comprar minha varinha.

– Senhorita Hermione! – disse ele quando o sininho da porta parou de bater – admito que não a esperava tão cedo! Mas vamos lá... Qual é o seu braço da varinha? – depois de responder mais algumas perguntas estranhas ele me estendeu uma varinha – Teste essa!

Mal segurei a varinha e o Sr Olivaras já a tirou de minha mão dizendo “Não, não! Não queremos explodir nada por aqui!”. Ele se abaixou para pegar outra varinha quando as caixas que estavam bem no alto começaram a tremer. Ele olhou espantado para mim, e usou uma escada para chegar as “varinhas dançantes”.

Quando ele tirou uma das caixas da gigante prateleira, pude ver que ela brilhava.

– Videira com núcleo de fibra de coração de dragão e 32 cm. Tome! Experimente! – ele dizia agitado me olhando com expectativa.

No momento que encostei-me à varinha, sabia que ela era minha. Senti uma onda de poder passando entre mim e a varinha, e quando apontei para um livro pensando em mudar sua capa de cor, foi exatamente o que aconteceu.

– Sim, sim. Essa é sem duvida uma combinação interessante – disse Olivaras quando lhe devolvi a varinha para que ele pudesse embrulha-la. – Sabe... as varinha de videira são bem incomuns, e seus donos tendem a ter uma visão além do normal, e surpreendem mesmo aqueles que pensam que os conhecem melhor. São varinhas pertencentes a pessoas misteriosas. Agora este núcleo sempre produz varinhas poderosas... sem duvida é a melhor escolha para quem pretende praticar Artes das Trevas. Aqui está!

Peguei a varinha e esperei que meus pais a pagassem para irmos à próxima loja. Como decidimos que não havia necessidade de comprarmos vestes agora, já que eu cresceria até ir para Hogwarts, fomos até o boticário onde comprei dois caldeirões – é sempre bom ter um reserva –, um quite de frascos, alguns ingredientes que eu achei interessante, uma balança e um jogo de facas e colheres. Minerva disse que eu não precisava de tudo aquilo, mas eu queria ter minhas próprias coisas.

Saindo da botica, paramos em uma lojinha para eu comprar penas, tintas e pergaminhos. Eu precisava me acostumar a escrever daquele modo. Depois compramos um telescópio, e então finalmente fomos a livraria Floreios e Borrões – quer dizer, eu e a professora McGonagall fomos, já que meus pais conheciam minha paixão por livros eles decidiram nos esperar na sorveteria e me entregaram uma bolsa com dinheiro bruxo.

Peguei primeiro os livros do primeiro ano, e como a loja estava praticamente vazia, pedi para a moça do caixa guarda-los para mim. Comecei então minha busca, lendo capas e sinopses, buscando por livros que despertassem minha atenção. Devia ter se passado mais de uma hora quando voltei ao caixa onde McGonagall conversava com a moça, e entreguei-lhe mais oito livros que eu havia escolhido.

– Você gosta de ler então, Hermione? – perguntou a professora enquanto eu pagava.

– Sim... – disse tentando pegar todos os livros e agradecendo quando Minerva os fez encolher com um feitiço – Mas eu também quero saber tudo o que eu puder para quando as aulas começarem eu não ficar atrasada em relação àqueles que cresceram no meio da magia.

– Entendo. Vou te dar um presente que pode ajuda-la – Minerva entrou no meio das prateleiras e voltou pouco depois com um livro nas mãos que pediu para ser embrulhado – Já passou seu aniversario, mas mesmo assim, parabéns! – Ela me entregou o livro encolhido e eu o guardei enquanto íamos para a sorveteria.

– Qual é o nome do livro que você me deu? – perguntei curiosa.

– Hogwarts, uma história.

Acompanhamos Jean e Paul em um sorvete, e Minnie nos levou de volta para casa, fazendo minhas coisas voltarem ao tamanho real.

– Tchau Sr e Sra. Granger. Hermione, até Hogwarts – Professora McGonagall estava quase saindo pela porta quando se lembrou de alguma coisa – Hermione, me prometa que não fará nenhuma magia até você entrar em Hogwarts.

– Desculpe professora, mas não vou prometer algo que sei que não vou cumprir – disse sinceramente.

Ela me olhou seria, mas então sorriu.

– Por enquanto o Ministério verá qualquer magia que você fizer como um ato de magia espontânea, mas assim que você pisar em Hogwarts seu rastreador começará a funcionar, e então até completar 17 anos, você só poderá fazer magia dentro da escola. Aproveite o tempo que você tem – ela piscou e antes que eu pudesse responder, ela já tinha ido embora.

E eu não podia estar mais feliz.


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Notas finais do capítulo

Apenas uma pequena observação:
Quando Hermione teve que "fugir" de casa, ela tinha apenas dois anos, e como acontece com todos nós, ela não se lembra de nada do que ela viveu até encontrar os Granger. E ajudando esse fato de lapso de memória, a elfa Maya, a pedido de Bellatrix, bloqueou qualquer lembrança ligada a sua antiga vida, para segurança da própria Hermione.
Espero que esse fato fique mais claro agora...
No próximo capitulo... Chegada à Hogwarts!