Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 28
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Acho que preciso parar de me desculpar pela demora em postar os capítulos... e não vou prometer mais não demorar - já ficou claro que isso é uma mentira constante.
Sei que não é da conta de vocês, mas perdi um pouco de minha felicidade em escrever. Como devo ter comentado em algum momento, estou fazendo faculdade de Cinema, e pretendia me tornar roteirista em alguns anos. Para minha infelicidade, o comentário mais constante que ouvi de meus professores é que não sei escrever e preciso melhorar muito se um dia eu quiser fazer alguma coisa.
É horrível ouvir quase todo dia que você é péssima naquilo que você mais ama fazer.
Por esse motivo não tenho conseguido escrever muito nesses últimos meses.
Assim sendo, gostaria de fazer um acordo com vocês: se vocês concordarem com meus professores - e espero sinceridade de cada um - vou colocar Don't be fear of the darkness (as duas partes) em hiatus até que eu seja capaz de reescrevê-la. Se a resposta de vocês for contrária, prometo não deixar a opinião dos outros me afetar tanto e voltarei a escrever mais constantemente.
Com isso dito, aqui está o capítulo.



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No último capítulo...

Kingsley apontou prontamente a varinha para Severus, provavelmente lembrando-se da aparição do estranho animal no ataque dos jovens Comensais. Um rosnado saiu do Bakant e eu quase me joguei contra ele. Felizmente não o fiz, pois, com um salto, Severus estava sobre Kingsley e sangue começava a manchar o chão e as paredes do quarto.

Senti o calor aumentar conforme o fogo crescia mais próximo da Toca. A magia que me mantinha presa acabou com a vida de Kingsley e pude finalmente me levantar. Assisti Lupin, Gui e Molly Weasley tentarem acabar com o fogo sem sucesso e apenas fui despertada do meu estado contemplativo pelo focinho do Bakant esfregando-se contra minha cintura.

– Vamos para casa? – pedi ao esfregar sua cabeça.

Vamos para casa Companheira.

Capítulo 22

POV Hermione Riddle

Eu entendia a preocupação de Severus. Talvez, se fosse outra época ou estivéssemos em uma situação diferente, eu poderia ter surtado. Mas não. Depois de eu ter sido pega pela Ordem, eu entendia por que Severus se recusava a tirar os olhos de mim. Eu também não queria perdê-lo de vista. Então, voltarmos juntos para Hogwarts naquele semestre era sim a melhor escolha. Okay, não juntos já que ele seria o novo diretor e eu estaria completando meu sétimo ano, mas pelo menos poderíamos compartilhar um dormitório e nos veríamos todos os dias.

Deitada no chão gelado do meu quarto com as pernas estendidas sobre minha cama, eu não conseguia fazer nada além de pensar. Papai havia surtado comigo, pois, apesar de todo meu treinamento, eu quase havia sido morta tanto quando recebi minha marca, quanto em minha primeira missão. Se não fosse por Severus, em ambos os casos, eu provavelmente não estaria ali. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo.

Certo, era praticamente impossível alguém vencer Sev. Provavelmente apenas meus pais, e talvez tio Lucius, conseguissem isso. Mas quando nós lutávamos, eu quase podia equipará-lo! Eu aguentava horas de treinamento, tendo meu corpo e minha mente forçados ao máximo! Era ridículo eu ter sido pega nas únicas oportunidades que tive de mostrar meu valor, minha capacidade.

Sim, sim. Papai e mamãe sabiam muito bem do que eu era capaz. Apesar de meu déficit razoável em relação a estratégias de batalha, eu era a melhor! Entretanto, bastava eu sair em uma missão de campo para que eu fosse derrotada.

Uma almofada atingiu meu rosto, tirando-me de meu devaneio.

– Não cobre tanto de si mesma, priminha. – a porta de meu quarto voltou a se fechar atrás de Draco e meu primo sentou-se no chão, escorado a minha cama, e bagunçou meu cabelo.

– Como foi com Astoria?

Falar de Astoria era a jogada mais simples para tirar um sorriso verdadeiro do rosto de Draco. Se eu não o conhecesse tão bem, poderia me surpreender com o nível de amor que ele deixava transparecer em um sorriso. Tio Luc era assim também: quando ele falava de tia Ciça, seu rosto sempre se iluminava.

– Bem... Ótimo, perfeito, maravilhoso! – ri junto a Draco – Sério, foi muito bom. Conseguimos conversar um pouco sem a presença de nossos pais... Eu realmente não entendo por que não podemos ficar sozinhos. Somos noivos! E em alguns dias estaremos indo para Hogwarts, onde não teremos ninguém nos vigiando.

– Não finja que você não conhece os motivos melhor que eu, Draco. Exatamente porque vocês vão se casar é que vocês não devem ficar sozinhos. E em Hogwarts, eu e Dafne estaremos sempre observando você.

– Eu sei, eu sei! Mas não é justo. Você e Severus passam todo o tempo juntos! – meu querido primo fez birra.

– Ao contrário de Astoria, eu não sou virgem. Temos que assegurar que a menina permaneça pura até a noite de núpcias.

O rosto de Draco tornou-se repentinamente sério. Ele me encarou por um momento e seus olhos desceram em direção a minha barriga. Pressentindo o que ele iria dizer, cobri meu estomago instintivamente com um braço.

– Quando você vai dizer a ele? – em outro momento eu acharia incrível como os Malfoy têm a grande habilidade de passar de felizes e animados para austeros e controlados em questão de segundos.

– Quando eu tiver coragem, quando estivermos longe de minha mãe, quando ele próprio perceber... Não sei Draco.

– Você tem certeza que você está... – ele indicou minha barriga com a cabeça.

Apenas assenti.

Eu sabia exatamente quando havia acontecido.

Quando o Bakant me tirou da Toca, meus pais estavam tão preocupados que não me permitiram sair da Mansão Malfoy para nada. Em sua raiva – com motivos, eu sei – Tom Riddle transformou-se em Lord Voldemort perante meus olhos.

– Vê o que crescer no meio de trouxas te fez? Você não é capaz de sair de uma missão sem que precise de alguém para te resgatar! Como você quer que eu confie em você? Você não passa de uma criança Hermione! E como você quer que eu confie em uma criança? Como você quer que eu fique em paz e mantenha minha cabeça nos planos que devemos seguir quando eu preciso me preocupar com você a cada instante? EU PENSEI QUE VOCÊ FOSSE MORRER! Não apenas uma vez, mas DUAS VEZES! Severus te treinou da melhor forma, te ensinou tudo o que podia, e ainda assim você precisa que ele corra atrás de você a cada maldita missão que eu te entrego! O QUE TEM DE ERRADO COM VOCÊ?

Eu preferia que ele tivesse me lançado um Cruciatus. As palavras que eu ouvi saindo da boca de meu pai me machucaram imensamente. Não deixei que ele visse minhas lágrimas, apenas dei-lhe as costas e corri para meu quarto, onde finalmente quebrei.

O estresse de ter sido descoberta e pega pela Ordem da Fênix acumulou com as palavras de meu pai e eu me perdi dentro de mim mesma. Horas mais tarde acordei no peito de Severus. Ainda estávamos em meu quarto, em minha cama, na Mansão Malfoy, porém daquela vez nem sua presença era capaz de me acalentar.

– Você sabe que ele não quis dizer aquilo, Carinho. – a voz tranquila de Sev sussurrou em meu ouvido. – Seu pai ficou desesperado quando não conseguimos mais te alcançar. Você sabe que ele te ama, e quer apenas o seu melhor.

– Não. Ele está certo Sev. Você me treinou incansavelmente. Eu devia ser a melhor! Eu não devia ter me deixado ser pega!

– Você não deixou! Foi sua primeira missão, você estava cansada, estava na casa mais bem protegida pela Ordem, usou maldições poderosíssimas e estava sozinha com dois aurores experientes e mais, pelo menos, cinco grandes bruxos. Você foi ótima Hermione!

Não respondi. Eu sabia que não adiantaria dizer qualquer coisa.

Enterrei minha cabeça no vão de seu ombro e inalei profundamente.

– Obrigada por me salvarem mais uma vez. – sussurrei e abracei com força o homem que era minha força, minha âncora, minha vida. – Eu amo vocês.

– Também te amamos Carinho. – as palavras vieram tanto acima de minha cabeça quanto em minha mente. Homem e monstro aquecendo ao mesmo tempo meu corpo e coração.

E como eu estava descobrindo acontecer com as coisas mais importantes na vida das pessoas, tudo começou com um gesto inocente, tranquilo e sem planejamento: seus dedos dançavam por minhas costas, tentando me acalmar, quando esbarraram na lateral de meu seio, acendendo uma inesperada chama – tão inesperada quanto às reviravoltas de minha vida naquele dia.

Em um momento totalmente não planejado, minha boca ligou-se à sua como se eu dependesse dessa ínfima conexão para permanecer viva. Com o quarto escuro, não vi meus movimentos, apenas obedeci ao desejo lançado em mim por meus instintos. Tirei sua blusa devagar, aproveitando cada novo centímetro para saborear sua pele, seu sabor. Eu era como uma pessoa sedenta no meio do deserto e, ali, Severus era meu Oasis.

Nossas bocas se encontraram novamente, uma promessa tranquila, silenciosa. Gemi ao sentir seus dedos amassarem minha cocha, trazendo-me para mais perto de si de modo que eu montasse em seu colo.

Com uma ponta de desespero, busquei perdida por seu cinto, que foi ao chão assim que consegui abri-lo. Minha blusa o seguiu, e logo mais meu sutiã. No momento em que sua boca encontrou meu peito, cobrindo-o sobre a prazerosa marca do Bakant, meu desespero atingiu o limite. Uma de minhas mãos voou para sua cabeça, prendendo seus cabelos com força e mantendo-o em contato com minha pele sensível. A outra mão voou para sua calça, tateando em busca de seu volume, fazendo esforço para abrir a braguilha sem que houvesse necessidade de nossos corpos se separarem.

Ao contrario de meu repentino desespero, Severus trabalhava tranquilamente, torturando a pele de meu busto com sua boca e lentamente abrindo minha calça. Com minha paciência esgotada, levantei-me com um pulo, tirei o que sobrava de minhas roupas e voltei para seu colo, parando apenas para libertar seu membro antes de encaixá-lo em minha entrada, deslizando-o centímetro por centímetro para dentro de mim.

Perdi o fôlego por um instante ao senti-lo me encher, mas logo voltei ao ritmo anterior, impulsionando meu corpo para cima e para baixo, empalando-me a cada movimento.

Com os olhos um pouco mais acostumados ao escuro, assisti Severus largar a cabeça contra a parede atrás de si, sua boca aberta em um gemido rouco enquanto ele me permitia dominá-lo. Estremeci pelo prazer da situação.

Seus braços cercaram minhas costas, deitando meu tronco contra o seu, e em seguida foram para minha cintura, ajudando meu quadril a se mover cada vez mais rápido, de forma que a cada novo movimento meu peito se esfregasse contra o seu, criando um atrito delicioso a mais entre nós.

Minha Companheira.

O Bakant ronronou em minha mente, me fazendo ascender ainda mais.

Em um movimento que me pegou de surpresa, Severus ficou por cima de mim. Minhas costas bateram com força no colchão tirando meu fôlego, e logo uma de minhas pernas estava dobrada por cima de seu ombro, fazendo-o ir mais fundo dentro de mim.

– Sev! – gritei surpresa e excitada.

Passei minha perna livre por cima de seu corpo; o atrito de sua calça em minha pele fazendo-me tremer ainda mais. Seus movimentos aceleraram e apertei suas costas, inclinando a cabeça para trás e revirando os olhos quando meu prazer ameaçava atingir o máximo.

Cheguei ao céu pouco antes dele e arfante, senti seu calor em mim.

– Amo vocês – murmurei mais uma vez, sem forças para fazer mais nada.

Senti seu corpo deixar o meu e a cama se mover, mas meus olhos já estavam pesados demais para observar cada um desses movimentos. Severus voltou pouco depois, trazendo com sigo um cobertor. Mais uma vez deitada em seu peito, eu finalmente estava tranquila.

Não se preocupe, eu cuidarei de vocês.

Muito mais tarde, lembrando-me dessa noite, as palavras do Bakant, instantes antes de eu adormecer, voltaram a mim. Eu não tive dúvidas. Eu soube imediatamente o que elas queriam dizer. Mais de um mês depois, com minha menstruação dias atrasadas, eu não tinha mais dúvidas. Eu estava grávida.

Draco, com sua mania incrível de não bater antes de entrar, havia surgido no meu quarto no instante em que eu estava fazendo um feitiço para confirmar meu estado. Não que fosse necessário. De alguma forma, eu sabia que estava grávida. Foi difícil no começo. Meu primo me encarou chocado, mas quando comecei a chorar, ele me abraço e passou a noite comigo, impedindo que eu quebrasse.

Depois daquela noite, Draco passou a evitar me deixar sozinha, temendo que eu cometesse alguma loucura. Eu não conseguia encarar minha mãe e minha tia, com medo que elas de alguma forma descobrissem o que estava acontecendo. Papai não era um problema, já que desde a nossa briga não havíamos voltado a nos falar. Infantil, eu sei.

Severus era o maior problema. Eu tinha certeza que o Bakant sabia, porém também tinha certeza que, se Sev soubesse, ele teria falado comigo. Como isso não aconteceu, eu estava perdida. Levando as coisas como eu podia, pesquisei tudo o que eu precisaria saber sobre ter uma gravidez saudável e torci para que ninguém descobrisse meu segredo. E que o Bakant não contasse à Severus.

Não que eu planejasse esconder dele para sempre. Eu só não sabia o que dizer. Não é como se eu pudesse simplesmente parar na sua frente e “Sev, então, sabe o que acontece quando duas pessoas transam sem usar qualquer tipo de proteção? Isso meio que aconteceu comigo... Aceita um charuto?”

Draco, apesar de sempre voltar a perguntar se eu estava mesmo grávida, era uma grande ajuda. Eu não sabia o que eu faria se não houvesse ninguém que eu podia falar. Enquanto eu me escondia, eu contava os dias para que 1º de setembro chegasse logo. Hogwarts nunca pareceu tanto uma salvação como agora.

Voltei ao momento presente ao sentir Draco me puxar para seu colo e me abraçar. Só então, com o rosto apoiado em seu ombro, foi que percebi que eu estava chorando mais uma vez.

– Não se preocupe Herms. Você não está sozinha.

Felizmente eu não precisei enfrentar as horas de viagem no Expresso de Hogwarts quando 1º de setembro finalmente chegou. Não que flu me fizesse muito bem, mas era uma alternativa. Despedi-me rapidamente de mamãe e de meus tios. Era estranho não ter papai ali, ainda mais agora que eu podia vê-lo livremente, mas meu egocentrismo me impedia de ir falar com ele e pedir desculpas.

Por um momento meus hormônios ameaçaram tomar conta, então dei as costas à minha casa e, entrando na lareira, logo cheguei ao castelo. Agradecendo ao fato de eu estar sozinha na sala do diretor, corri para o banheiro e coloquei meu lanche da tarde para fora.

Aproveitando que estava no banheiro, tomei um banho não muito rápido e me preparei para o jantar de seleção. Eu passaria pelo Chapéu Seletor mais uma vez e, se mais alguém quisesse, naquela noite poderia ser – talvez – reselecionado.

Vesti o uniforme que Pierre havia desenhado para mim agora que eu podia “usar roupas de verdade”, palavras dele (http://www.polyvore.com/pierres_version/set?id=176761385). Sentei na enorme cama de casal que eu dividiria com Severus a partir dessa noite e lancei um feitiço mudo em meus saltos para impedir qualquer tombo.

Fechei os olhos e me deixei cair na cama. Tateei minha barriga delicadamente, mesmo sabendo que era muito cedo para haver qualquer mudança visível. Eu não conseguia entender por que eu estava com tanto medo de dizer a Severus. Sim, ele tinha toda uma reputação que o precedia e parecia odiar crianças, porém eu sabia que ele me amava, independente do Bakant.

Diga a ele então.

Minha consciência continuava a sussurrar para mim a cada momento que meus pensamentos me levavam nessa direção. Por mais que eu quisesse, sempre que eu olhava para meu companheiro, algo me impedia.

– Você está pronta? – meu corpo se arrepiou completamente ao ouvir a voz de Severus. Abri os olhos para vê-lo próximo a porta abotoando sua capa.

Sorri e levante-me indo em sua direção.

– Estava com saudades. – Beijei-o lentamente ao alcançá-lo – Você sumiu esses últimos dias.

– Eu tinha que arrumar as coisas aqui. – Sev me beijou mais intensamente, mordendo meus lábios e fazendo-me ofegar em sua boca. – Pensei que Tom iria te avisar.

Olhei em seus olhos por um instante e, vendo a inocência lá, baixei meu rosto.

– Nós ainda não estamos nos falando. – sussurrei.

– Vai ficar tudo bem Carinho. Ele te ama, vocês apenas são parecidos de mais em alguns pontos.

Ri sem humor e me perdi em seu abraço até que sentimos as enfermarias do castelo mudando com a chegada dos alunos.

Você não pode ficar triste Companheira.

Eu sei. Projetei meus pensamentos para o Bakant.

Severus olhou para mim em dúvida. – O que eu perdi?

Dei as costas para ele para pegar minha própria capa e amarrei-a em meu pescoço.

– Prometo-te dizer quando for a hora. – respondi não sabendo se estava prometendo aquilo a ele ou a mim mesma. Segurando sua mão, deixei que Severus me guiasse até o Salão Principal.

Como concordamos depois de uma longa discussão há alguns dias, não iríamos deixar pública nossa relação, pelo menos não para que toda Hogwarts soubesse de cara. Assim sendo, ao chegarmos às portas do Salão, separei-me de Severus e deixei que ele tomasse à dianteira.

Não demorou muito depois que Severus começou a desfilar por entre as mesas de Ravenclaw e Hufflepuff para que os alunos ficassem em silêncio. Ao entrar no mesmo corredor, vi que mesmo os primeiros anos – que já esperavam na frente do Salão na companhia de Minerva – haviam ficado em silêncio.

Amycus e Alecto se levantaram instantaneamente ao me verem entrar e os outros Comensais fizeram o mesmo ao me reconhecerem. Mesmo sem saber por que, a casa de Slytherin também se levantou.

Sev chegou ao lugar do diretor em frente a mesa principal e esperou por mim antes de qualquer coisa. Amycus e Alecto fizeram uma pequena reverência quando aproximei-me, ao qual respondi com um leve aceno cordial.

– Sentem-se – disse ao parar ao lado de Sev e me voltar para os alunos, sabendo que os Comensais, por respeito à Princesa das Trevas, permaneceriam de pé até que fossem ordenados o contrário.

Como Minerva já devia ter explicado aos primeiranistas como funciona a seleção e só aguardava o Diretor chegar para dar início ao processo, Severus apenas indicou para que ela começasse e o primeiro nome, Damien Avery, foi chamado. O Chapéu mal tocou sua cabeça antes de gritar “SLYTHERIN”.

A seleção acabou não muito depois e Severus impediu que Minerva banisse o Chapéu Seletor para o escritório do Diretor.

– Como os menos ignorantes de vocês já devem ter percebido – Severus começou em sua postura de professor – teremos algumas mudanças esse ano. Estes são os professores Alecto e Amycus Carrow. – os Comensais se levantaram ao serem apresentados – Eles estarão ensinando, respectivamente, Estudo dos Trouxas e Artes das Trevas e serão responsáveis por manter a disciplina entre os alunos, juntamente com o Sr. Filch. A matéria de Estudo dos Trouxas passa a ser obrigatória para todos aqueles a partir do Terceiro Ano.

O silêncio que se seguiu foi pesado, ninguém se atrevia a contestar. Senti Severus roçar minha mente com cuidado e respondi com um aceno discreto.

– Para aqueles que não estão familiarizados, está é a Senhorita Hermione Riddle. Em nome de sua segurança, Srta. Riddle foi enviada em seu primeiro ano para uma casa diferente da qual ela pertence. Hoje não temos mais o que temer. Srta. Riddle?

Sorri para Severus e avancei até onde Minerva aguardava boquiaberta.

– Essa noite, todos aqueles que cogitam terem sido selecionados para uma casa a qual não pertencem poderão vestir o Chapéu Seletor mais uma vez.

Olhei para Minerva esperando, para seu próprio bem, que ela obedecesse à ordem implícita sem questionar. A dúvida e a indignação eram claras em seu rosto, mas ela fez como era esperado e colocou o Chapéu sobre minha cabeça.

Bem, o que temos aqui! Não esperava vê-la novamente. Assim como eu me lembrava, a voz velha e enérgica do Chapéu surgiu em minha mente. Espero que essa noite você reencontre mais algumas pessoas. Tentei responder educadamente. Não foram muitas as pessoas que acabaram em uma casa da qual eu não tinha certeza... Você foi uma das maiores exceções Hermione. Eu disse que Slytherin seria seu verdadeiro lar. Lembre-me daquele primeiro dia em Hogwarts e das palavras ditas durante minha breve conversa com este mesmo chapéu.

Infelizmente, eu não me lembrava de meu passado na época. Mas acho que você já sabia disso. A risada do Chapéu foi alta o suficiente para eu saber que todos no Salão a ouviram. Você está certa menina. Espero que agora você esteja pronta para voltar para casa.

– SLYTHERIN!

Tirei o chapéu de minha cabeça e depositei-o no banquinho ao meu lado enquanto a mesa verde e prata se levantou e aplaudiu fortemente. Sorri ouvindo os assobios e comemorações de minha casa. Sabendo que todos no Salão prestavam atenção em mim, andei com calma até onde maior parte do sétimo ano estava sentado e, depois de receber um abraço de boas vindas de meu primo, sentei-me entre os sonserinos e esperei que a mesa se acalmasse.

Levaram alguns minutos que Severus não fez questão de abreviar para desgosto dos antigos professores. Finalmente, com o Salão mais uma vez em silêncio, Sev disse que os que desejavam passar pela seleção novamente deviam se aproximar.

Alguns alunos o fizeram, a maioria sendo Comensais ou filhos de Comensais. Uma lufana meio-sangue foi enviada para Ravenclaw e outro teve o infeliz destino de voltar para a mesma casa. Um Griffindor também foi para Ravenclaw e seis corvinos – quatro meninas e dois garotos – vieram para Slytherin.

Quando todos foram finalmente reselecionados, Severus sentou-se no lugar do diretor e as mesas se encheram de comida.

Aquele seria, sem dúvida alguma, um ano interessante.


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Notas finais do capítulo

Espero que a demora tenha valido!
Kisses