Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 27
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Não me matem, não me matem, não me matem!
Sabe aquela sensação de que você apenas piscou, porém cinco meses já se passaram? Eu juro que não percebi que tantos meses se passaram desde que escrevi o último capítulo...
Deixarei vocês lerem, até lá em baixo!



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No último capítulo...

Musculus Expandere! Necromantus Plantae! Nollove Sangui Glaciare! –lancei as maldições sem me preocupar quem elas atingiriam. Eu só queria tempo para conseguir fugir.

Gui havia se aproximado enquanto eu lançava os feitiços, e lembrando-me das aulas de Severus, parti para o combate físico, pegando-o desprevenido e derrubando-o ao chão antes de pegar sua varinha. Joguei-me no chão para impedir que um feitiço atingisse minha cabeça. Sem ousar me levantar, mas sabendo que ao permanecer no chão eu era um alvo mais fácil, me arrastei para longe. Apenas dois metros! Minha mente dizia sem parar.

Eu começava a me sentir fraca pelo número de maldições que eu havia lançado. Eu subestimei meus adversários e agora eu estava fraca. Eu já tinha a desvantagem numérica e estava presa, sem poder aparatar ou usar minha Marca Negra como meio de locomoção até meu pai.

Finalmente alcancei a fronteira. Com a força que me restava voltei a ficar de pé e me preparei para aparatar. Então minha cabeça explodiu em uma dor insuportável e tudo escureceu.

Capítulo 21

POV Hermione Riddle

Até aquele momento eu não sabia que era possível acordar sentindo ódio e raiva. Melhor ainda, eu não sabia que eu poderia acordar por sentir esses sentimentos, vindos de outra pessoa, chegando a mim. Senti meus pulsos e tornozelos presos por cordas – sem dúvidas um feitiço imobilizante. Abri os olhos imediatamente. Eu ainda estava na Toca, mais precisamente no quarto que pertencia a Percy. Como imaginei, eu estava presa em uma cadeira no meio do quarto, impedindo-me de alcançar qualquer objeto.

Tentei falar com meu pai, mas de alguma forma haviam bloqueado minha conexão com o Lorde das Trevas. Concentrei-me então em meus sentimentos, tentando passar a Severus o que havia acontecido.

Primeiro senti um alívio que não era meu me inundar. Companheira. Você está bem. Sim, pensei com toda a vontade que eu possuía, torcendo para que o Bakant pudesse me ouvir. Não posso ler palavras Hermione. Preciso que você se concentre em sentimentos. Mostre-me onde você está. Respirei fundo pensando em como eu faria isso. Olhei ao redor, buscando tentar descobrir que sentimento mostraria a Severus onde eu estava.

Desespero tomou conta de mim quando, não muito depois, ouvi passos subindo a escada. Fique calma Carinho. Eu estou com você. Fiz o possível para me acalmar, concentrando-me nas palavras do Bakant e inspirando lentamente. Ouvi alguém, provavelmente Kingsley, murmurando feitiços contra a porta, e a maçaneta começou a girar. Hermione, sabemos que você está passando por muita coisa, mas precisamos que você fique calma. Não ataque ninguém. Não deixe que eles te machuquem. Você precisa nos dizer onde você está. Severus tem que avisar seu pai. Então eu preciso que você toque minha Marca. Eu vou chegar até você, não importam quais feitiços tenham colocado ao seu redor. Eu estarei com você assim que você tocar minha Marca.

Acenei inconscientemente. A porta finalmente se abriu.

– Você está acordada. – Afirmou Kingsley. Não respondi. Era óbvio que eu estava acordada. Ele entrou no quarto e voltou a fechar a porta atrás de si. Eu não sabia se ficava mais preocupada com o que o auror faria a mim, ou com o fato de que eu não sabia dizer através de meus sentimentos que eu estava na Toca. – Bem, devo dizer que estou surpreso, Hermione. Nunca imaginei que Você-Sabe-Quem permitiria que uma nascida trouxa se tornasse Comensal. E você fez um grande estrago noite passada. Por que tudo isso?

Sorri maliciosamente, porém não disse nada. Era fácil ler Kingsley. Era fácil ver que ele não queria me machucar. Ele gostava de mim e queria verdadeiramente que toda aquela situação não passasse de um sonho.

– Talvez você queira tentar quebrar a maldição imperius que está me dominando? – foram minhas palavras, acompanhadas por um sorriso vindo de minha enorme convivência com Severus.

– Foi meu primeiro movimento. Há alguma magia em sua aura, infelizmente não é um Imperius, mas não consigo descobrir mais sobre ela agora. – o auror parou e em seus olhos havia uma mistura de desespero, ódio e curiosidade. – Você tem alguma ideia do que você fez Hermione? Gui e Molly passaram horas tentando acabar com as maldições que você lançou em Fleur e Harry! Por que você não matou Harry de uma vez? O estado dele está tão ruim que não sabemos se ele voltará à consciência!

– Só quando Fleur se recuperou foi que conseguimos curar Arthur! Se ela não tivesse estudado em Beauxbatons maldições que apenas são curadas com poções, Arthur teria perdido muito mais que um braço! E Tonks! Ela nem estava perto de você! Nenhuma maldição a atingiu! COMO VOCÊ CONSEGUIU MATÁ-LA?

Não percebi que estava sorrindo até que minha face começou a doer pelo esforço. Assisti Kingsley conjurar uma cadeira e se sentar, encarando-me, esperando que suas dúvidas fossem esclarecidas. Mexi meu corpo tanto quanto podia, observando por um minuto o jardim da Toca através da janela. Os quatro Weasleys mais novos estavam sentados na grama conversando. Seria pedir demais que ao menos uma maldição tivesse atingido um dos filhotes ruivos?

Você está na Toca. Veio a voz do Bakant em minha cabeça. Seria bom se eu soubesse como ele chegou a essa conclusão, pouparia esforços caso eu necessitasse dizer isso em outra ocasião. Não sei se é ignorância ou inteligência não te moverem. Por um lado, este é o último lugar que a procuraríamos, mas também é onde estão mantendo Potter. Enrole o auror e tente alcançar minha marca. Acenei mesmo sabendo que ele não veria e voltei minha atenção a Kingsley.

– Então a traidora de sangue está morta? Mamãe ficará feliz em saber. – Ignorei seu olhar de repulsa e confusão. – Diga-me Kingsley, em seu treinamento de Auror, alguém ensinou sobre um feitiço chamado Nollove? Não? Bem, é uma magia curiosa que não emite luz, som ou impacto quando lançada. Passei a gostar muito desse feitiço, pois ele não faz nada a quem é atingido, mas repercute em quem essa pessoa mais ama. Imagino que Lupin foi atingido com o Sangui glaciare, não? Mas ele não apresentou nenhum sinal de estar sofrendo os danos?

– Remus disse que foi atingido... – Kingsley balbuciou olhando-me com choque. Perdi suas próximas palavras ao sentir uma apreensão que não era minha.

– Eu preciso usar o banheiro. – afirmei cortando as palavras do auror. Mais uma vez ele olhou para mim pasmo e isso estava começando a me cansar.

– Você não vai conseguir fugir Hermione. Não gaste suas energias tentando.

– Não sou idiota. Eu não tentaria fugir, não assim pelo menos. Eu realmente preciso usar o banheiro.

Esperei o Auror me soltar da cadeira, entretanto ele manteve minhas mãos presas contra minhas costas até entrarmos no banheiro.

– Não espere que eu deixe-a sozinha. – Revirei os olhos.

– Você pode soltar minhas mãos? Não vou tentar fugir nem vou te tacar... Ou você prefere abaixar minha calça e limpar minha bunda?

– O que aconteceu com a Hermione que eu conhecia? – Ele perguntou enquanto liberava minhas mãos.

– Morreu com Paul e Jean Granger oito meses atrás. – respondi enquanto abria minha calça sem me importar com a sua presença. Aproveitei o momento de vergonha do Auror para esfregar a marca de Severus. Por um segundo pude sentir uma explosão de seus sentimentos, e uma vontade gigante de voltar para casa.

Estou a caminho, Carinho.

Sorri e me levantei, lavando as mãos antes de estendê-las para Kingsley me prender mais uma vez. Voltamos em silêncio para o quarto de Percy e novamente fui presa à cadeira.

– Você quer saber por quê? – pedi olhando nos olhos de Kingsley. Ele acenou levemente. – Por que minha vida toda foi uma mentira. Potter e os Weasleys me usaram desde o primeiro ano, enquanto falavam mal de mim pelas costas. Dumbledore manipulou cada um de nós, mas vocês são cegos demais para aceitar a verdade: se dependesse do velho, cada um de vocês morreria para que ele se mantivesse no poder. Vocês se dizem os melhores, porém nunca pararam para pensar no outro lado da história. Vocês são ignorantes, egocêntricos e ultrapassados. A evolução está batendo na porta desse mundo há quase 50 anos, mas vocês não se permitem mudar. Vocês fecham os olhos para o que é diferente, vocês ignoram os problemas que esse mundo está enfrentando.

– Eu posso continuar a te dar incontáveis motivos, mas a principal razão é que eu vi a verdade. Voldemort e Bellatrix são meus pais, meu sangue e minha família. Eles, que vocês dizem ser maus e terríveis, me estenderam a mão quando eu mais precisei. Eles estavam ao meu lado enquanto eu pensava estar perdida. Eles enfrentariam o inferno e o que mais fosse necessário para me salvar.

Com um timing que não poderia ser mais perfeito, a risada de minha mãe invadiu meus ouvidos através da janela. Kingsley, paralisado talvez por minhas palavras, não se moveu. Aproveitei o momento para observar mamãe voando em volta da Toca enquanto ela lançava um anel de Fogomaldito ao redor de nós. Do quarto em que eu estava, pude vê-la parar no limite de proteção da casa e sorrir. Algo me dizia que os Weasleys observavam-na boquiabertos. Um segundo depois ela saiu correndo e o circulo de fogo começou a se fechar.

– O que ela está fazendo? – Kingsley finalmente saiu de seu estado de torpor. Dei de ombros e silenciosamente testei minha magia, que voltava ao seu estado normal. Antes que eu pudesse tentar me soltar, um estalo repercutiu pelo quarto e no instante seguinte o Bakant estava em minha frente como se não houvesse nenhuma magia impedindo-o de estar lá. – Você!

Kingsley apontou prontamente a varinha para Severus, provavelmente lembrando-se da aparição do estranho animal no ataque dos jovens Comensais. Um rosnado saiu do Bakant e eu quase me joguei contra ele. Felizmente não o fiz, pois, com um salto, Severus estava sobre Kingsley e sangue começava a manchar o chão e as paredes do quarto.

Senti o calor aumentar conforme o fogo crescia mais próximo da Toca. A magia que me mantinha presa acabou com a vida de Kingsley e pude finalmente me levantar. Assisti Lupin, Gui e Molly Weasley tentarem acabar com o fogo sem sucesso e apenas fui despertada do meu estado contemplativo pelo focinho do Bakant esfregando-se contra minha cintura.

– Vamos para casa? – pedi ao esfregar sua cabeça.

Vamos para casa Companheira.


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me por não ser um super capítulo, e por ele ser bem curtinho...
Em primeiro lugar, muuuitissimo obrigada pelas recomendações e comentários que vocês deixaram nesses últimos meses, e um obrigada ainda maior por não terem me abandonado!
Nunca pensei que a faculdade fosse me tomar um tempo tão grande e ocupar tanto minha cabeça, mas agora que estou de férias prometo tentar escrever tanto quanto possível!
Até o próximo!
Kisses