Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 13
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Parabéns para mim! Como presente do meu aniversário a vocês, mais um capítulo!
Sobre o último capítulo, entendo que vocês tenham ficado "tristes" (para não dizer uma palavra feia) com a parte dramione. Eu apenas quis fazer uma coisa mais realista. Não mintam, quem se casa e passa o resto de sua vida com a primeira pessoa que beijou, ou com a primeira com quem dormiu?
Enquanto Severus sabe quem Hermione é, e o que ela significa para ele, ela não faz ideia da situação em que se encontra. Ela tem todo o direito de aproveitar a vida...
Para apaziguar vocês, terá uma pequena interação do nosso amado casal no fim do capítulo.



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No último capítulo...

– Prometa que vai nos ver nas férias, não importa o que aconteça até lá, quero ver minha filha em casa novamente.

– Quero ir ver meus pais... Jean e Paul, sabe, explicar a eles sobre vocês... Mas depois, prometo que passarei alguns dias com você e meu pai.

Ela me abraçou de novo, e quando nos separamos, cada uma foi para um lado.

Ao atravessar a barreira para pegar o trem, empurrei para o fundo da minha mente todas as lembranças do feriado, e quando avistei Harry e os Weasley, já era a velha Hermione Granger novamente.

Capítulo 11

POV Hermione

Durante a viagem para Hogwarts, Ron e Harry me atualizaram com tudo o que aconteceu, e apesar de Ron estar um tanto indignado por eu não ter ido com eles para o Largo Grimmauld, tudo correu bem. O Sr Weasley já estava melhor, e Harry ia ter aulas de oclumência com o professor Snape, o que era um tanto injusto... Eu também queria ter aulas particulares com ele.

Mais ou menos no meio da viagem Draco entrou na cabine, dizendo que havia uma reunião de monitores de última hora. Estava saindo, mas quando Ron tentou vir junto, Draco bateu a porta da cabine e me arrastou para o compartimento dos monitores. Sem dizer nada ele me agarrou.

– Queria desejar boa sorte para esse semestre, prima.

– Com a sapa, vamos precisar. – respondi e o beijei de volta. Mais tarde, quando voltei para Harry e Ron, eles nem perguntaram sobre a suposta reunião.

Estávamos há dois dias em Hogwarts quando o Profeta Diário anunciou uma fuga em massa de Azkaban, e estavam envolvendo Sirius. Eu não sabia como me sentir. Pela primeira vez na vida eu estava repleta de emoções divergentes. De um lado minha família, de outros meus amigos – que eram como uma segunda família.

Com o passar dos dias, os encontros da AD voltaram, e todos estavam indo muito bem, parecia que os alunos estavam mais estimulados a aprender agora. Em contra partida, Harry não estava tendo nenhum progresso com as aulas de oclumência, e voltava com uma dor de cabeça cada vez pior depois das aulas, o que me fazia pensar na verdadeira lealdade de Severus, e se ele estava realmente tentando ensinar algo a Harry.

Provavelmente não, pois certo dia Harry e Ron me contaram sobre uma “visão” em que Voldemort castigava Avery por ele não ter feito algo. Sem saber ao certo o que devia fazer, disse que Harry devia se empenhar mais em fechar a mente, e contar o que viu a Dumbledore.

O dia mais feliz daquele semestre, para mim pelo menos, foi quando uma noite a sapa cor de rosa demitiu a professora Trelawney. Infelizmente Dumbledore impediu que ela fosse expulsa do castelo, mas essa noticia foi o suficiente para me deixar alegre. Muitos cérebros estavam sendo salvos de sua charlatanice. Se bem que eu não tinha certeza se contratar um centauro para dar aula seria uma boa ideia. As garotas pareciam animadas de mais.

Com o passar dos dias, os N.O.M.s estavam cada vez mais perto. Era fácil ver o desespero no rosto dos alunos do meu ano. Vira e mexe alguém era levado para a ala hospitalar para receber algumas doses de poção calmante. Surpreendentemente, eu estava calma, os estudos conseguiam me distrair dos outros problemas que rodeavam minha vida. E bem, quando estudar não era o suficiente para me acalmar, Draco estava sempre disposto para se distrair comigo.

Na última reunião da AD antes da páscoa, Marieta nos dedurou para Umbridge. Por sorte Dobby conseguiu nos avisar, e todos puderam fugir, mas Harry foi levado para o escritório de Dumbledore. Mais tarde ele nos contou o que aconteceu. Em primeiro lugar fiquei super orgulhosa de minha azaração ter funcionado excepcionalmente bem, e ninguém conseguir tirar a marca de “dedo-duro” da testa de Marieta. Só digo duas coisas do resto do encontro de Harry com Dumbledore e o ministro: Percy Weasley é um ser da pior espécie, e Fineus Nigellus, está completamente certo. Dumbledore tem classe. Infelizmente a sapa foi nomeada diretora.

Méritos a Fred e George, o primeiro dia de Umbridge como diretora foi muitíssimo movimentado com todos os fogos de artifício que encheram o castelo. Para nossa tristeza, pouco tempo depois os dois criaram um pântano – que cheira horrivelmente – no meio do castelo, e ‘fugiram’ para tomar conta de sua nova loja no Beco Diagonal.

No fim os N.O.M.s chegaram, e apesar de passarem tranquilamente e eu não ter tido dificuldade em nenhuma questão, no último dia, enquanto fazíamos a prova de história da magia, Harry desmaiou. Ele disse ao examinador que havia dormido, mas quando olhei para ele, ele estava tão pálido e assustado que eu soube que havia sido uma visão a causa do seu sono.

Quando consegui falar com ele, Harry contou a mim e a Ron que havia visto Voldemort torturando Sirius no Departamento de Mistérios. No segundo em que ouvi isso, soube que era mentira. Meu pai não arriscaria ir ao Ministério no meio da tarde com um monte de aurores e pessoas trabalhando. Era obvio que aquilo era uma armadilha para que Harry, com seu ego de herói, fosse atrás do padrinho.

Tentei abrir a mente do meu amigo, mas nada diminuía sua raiva. Por fim consegui convencê-lo a falar com Sirius pela lareira da Umbridge antes de fazer qualquer coisa impensada.

Para meu completo azar, Sirius não falou com Harry. Eu sabia que tinha algo de errado nisso, e que Sirius estava sim em casa, mas Harry teve toda a confirmação que precisava, e disse que estava indo para o Departamento de Mistérios. Mal Harry tirou o rosto da lareira, Umbridge já estava na sala dela. Bulstrode me prendeu, e dois garotos da sonserina entraram segurando Ron e Neville, e uma garota arrastava Gina e outra a Luna. Alguns outros membros da Brigada Inquisitorial enchiam a sala também, inclusive Draco. Este me lançou um olhar indagador, mas eu apenas neguei e voltei a encarar Harry.

Umbridge mandou Draco chamar Sev... o professor Snape. Enquanto o esperávamos, em silêncio, eu tentava concluir se a presença dele ali seria algo bom ou ruim.

– A senhora queria me ver, diretora? – disse o professor ao entrar na sala, sua voz escorrendo sarcasmo.

Ele e a sapa discutiram por um momento sobre veritasserum e formas de fazer Harry falar a verdade. Aproveitando que Bulstrode estava distraída, consegui recuperar minha varinha, porém, quando terminei de encaixa-la ao coldre, a sonserina percebeu meu movimento e me segurou mais forte, fazendo com que um pequeno gemido de dor escapasse por meus lábios.

A diretora havia acabado de expulsar Snape da sua sala quando Harry disse que Almofadinhas estava em perigo. Para mim estava óbvio que o professor entendeu o que Harry quis dizer apesar de sua resposta quando Umbridge perguntou o que ele estava querendo dizer.

– Não faço ideia – Snape deu um aceno quase imperceptível, mas ainda assim parecia que Harry era burro de mais para compreender – Potter, quando eu quiser que você grite bobagens, lhe darei uma Poção da Incoerência. E Srta Bulstrode, afrouxe os braços. Não quero ter que acrescentar aos seus documentos que você deixou alguma marca em uma trouxa. – ele se virou com a capa flutuando atrás de si, e saiu da sala.

Agradeci mentalmente a Severus quando a garota, que era um tanto forte demais, praticamente me soltou. Eu ainda não podia sentir o lugar em que suas mãos estavam, mas era um avanço.

No instante em que Umbridge ameaçou lançar um crucius em Harry, um plano começou a se formar em minha mente. Facilmente consegui fazer a sapa acreditar na minha história, e depois que a convenci a deixar os sonserinos para trás, eu, ela e Harry seguimos pelo castelo até a Floresta Proibida.

Eu sabia que Harry nem imaginava o que se passava por minha mente, então apenas torci para que ele ficasse quieto. Passamos pela cabana de Hagrid e entramos na floresta. Eu segui um caminho diferente, mais longo e tortuoso, para chegar até Grope. Eu respondia as perguntas de Umbridge o mais alto que podia, na esperança de que os centauros me ouvissem.

Funcionou exatamente como eu queria. Uma flecha voou por cima de nossas cabeças poucos minutos depois, e logo em seguida começamos a ouvir barulho de cascos. Para o azar de Umbridge, seu preconceito falou mais alto e ela acabou insultando os centauros, que não gostaram nenhum pouco. Depois que os “cavalinhos” acabaram com a sapa, eles tentaram decidir o que fariam comigo e com Harry. Nesse momento Grope apareceu perguntando de Hagrid, e assustou os centauros por tempo suficiente para conseguirmos fugir.

Ao chegarmos à orla da floresta Harry explodiu.

– Belo plano Hermione. Realmente, uma beleza. – fiquei quieta ainda que minha vontade fosse saber o que ele faria se estivesse sozinho. Custava dizer um simples obrigado?

Não consegui dizer nada antes que Ron, Luna, Neville e Gina aparecessem.

Tinha que ser a louca da Luna para sugerir que fossemos de Testrálio até o Ministério. Mais louco ainda foi Harry por aceitar. No fim, nós seis voamos nos cavalos invisíveis a mim.

Se Harry usasse os poucos neurônios que tem, perceberia que, mesmo que Sirius estivesse no Departamento de Mistérios, a essa altura ele já estaria morto, e de nada adiantaria irmos até lá. Eu não sabia qual era o plano do meu pai, mas com certeza estava funcionando muitíssimo bem.

Foi cômico o telefone nos dar crachás com nossos nomes e escrito “Missão de Salvamento” antes de entrarmos no Ministério. Depois que entramos, pegamos o elevador até o departamento o mais rápido que podíamos. Chegamos a uma sala redonda, completamente escura e com umas doze portas. Depois que Neville fechou a porta pela qual entramos, a sala começou a rodar.

Na primeira sala em que entramos havia um tanque cheio de cérebros. Ao sairmos e voltarmos a sala redonda, marquei um X de fogo na porta em que havíamos passado, e como eu imaginei, ao Luna fechar a porta, a sala voltou a rodar. Na segunda sala havia um véu muito estranho. Na próxima sala haviam centenas de prateleiras formando corredores, e cada prateleira estava cheia de bolas de vidro com luzes azuis tremeluzindo. Eu tinha quase certeza que aquelas eram profecias. Essa era a sala dos sonhos de Harry. Entramos e começamos a procurar pelo corredor que ele havia visto.

Depois de muito andarmos, Harry finalmente disse que Sirius poderia não estar lá. Em seguida Ron chamou e mostrou que em uma das bolinhas estava escrito “Lorde das Trevas e Harry Potter”. Eu e Neville tentamos impedir que Harry pegasse a profecia, mas ele não nos ouviu, e no instante em que a tirou do lugar, ouvi claramente a voz do tio Lucius atrás de nós.

– Muito bem Potter, agora se vire muito devagarzinho, e me entregue isso.

Eu podia sentir que estávamos cercados pelos Comensais da Morte.

– Onde está Sirius? – Harry perguntou sem se mover.

– O Lorde das Trevas sempre tem razão! – minha mãe exclamou em algum lugar da sala.

– Sempre – meu tio sorriu – Agora , me dê a profecia, Potter.

Ah! Eu sabia que eram profecias!

– Eu quero saber onde está o Sirius! – disse Harry teimosamente.

Eu quero saber onde está o Sirius! – imitou Bellatrix com sarcasmo. – O bebezinho acordou com medo e pensou que o sonho era realidade...

Depois de uma conversa entediante enquanto tio Luc tentava fazer Harry entregar-lhe a profecia, explodimos as prateleiras que estavam a nossa volta e fugimos. Nos separamos em algum momento, e eu, Harry e Neville paramos em uma sala com vidros em forma de sino. Vira-tempos. Sem que eu percebesse, um Comensal me atingiu com um feitiço mudo, e eu caí para trás perdendo os sentidos momentaneamente.

Quando acordei estava escorada a uma parede na sala onde havia o véu. Ron, Gina e Luna estavam conosco, mas os outros comensais estavam vindo. Mal fiquei de pé e já senti alguém prender meus braços para trás. Os outros estavam na mesma situação, menos Harry que estava a poucos metros do véu com tio Lucius ainda tentando convencê-lo a entregar a profecia.

– O que você está fazendo aqui? – minha mãe perguntou próximo ao meu ouvido. Suspirei aliviada por ser ela.

– Eu disse a Harry que Sirius não estava aqui, mas quem disse que ele me ouviu? Eu não podia deixa-lo vir sozinho. Ele iria se matar. – respondi o mais baixo que pude.

– Que morra! – mamãe rosnou – você não imagina o quão preocupada eu fiquei quando Severus nos avisou que você não estava no castelo. Eu não devia estar aqui hoje. Mas os outros não sabem de você. Eu não podia deixar que algo acontecesse. Você está bem?

– Sim mãe. – tentei tranquiliza-la – algum Comensal me acertou, não sei com qual feitiço, e fiquei desacordada por algum tempo, mas estou melhor.

Bella murmurou um feitiço diagnóstico e depois praguejou “Dolohov”. Em seguida ela fez uma contra-maldição que me deixou um tanto atordoada e disse que logo eu ficaria bem.

A sala foi invadida por luzes brancas, e membros da Ordem da Fênix apareceram, instantaneamente nos libertando e começando a lutar contra os Comensais. Após mais um pouco de luta, Dumbledore chegou, e todos tentaram fugir. Apenas minha mãe e Sirius continuaram lutando. Por um momento, eu vi um flash de compreensão passar pelos olhos de Sirius, e ele desviou o olhar para mim. Eu soube que ele se lembrou com quem eu me parecia. Ele e Bella lançaram feitiços ao mesmo tempo, mas o da minha mãe era mais forte, de modo que o de Sirius voltou para ele.

Apenas entendi o que havia acontecido quando seu corpo sem vida passou pelo véu.

Eu gritei seu nome ao mesmo tempo em que Harry, mas era tarde de mais. Ele já havia ido. Bellatrix saiu correndo da sala sendo seguida pelos outros Comensais, e ela cantarolava “Eu matei Sirius Black!”. Ela parecia louca, mas eu devia ser mais louca ainda por achar a cena cativante, e querer me juntar a ela em seu momento de felicidade. Harry seguiu-a correndo.

Da próxima vez que eu o vi, meus pais haviam acabado de ir embora, e o Ministro da Magia, Fudge, estava acompanhado por aurores na mesma sala que Harry e Dumbledore. Lupin levou a mim e aos outros – menos Harry – de volta para Hogwarts, e ficou conosco na enfermaria até que o professor Snape chegou.

Madame Pomfrey primeiro cuidou de alguns machucados de Luna, mas ela não foi gravemente ferida, então a enfermeira mandou ela de volta para seu salão comunal. O professor estava tendo um pouco de trabalho para curar Ron, que foi atingido por algumas maldições, e em algum momento atacado por um cérebro pelo que Gina disse.

O nariz de Neville foi rapidamente colocado no lugar, e assim como Luna ele foi expulso da ala hospitalar. Gina recebeu uma dose de Esquelece. Ela torceu o tornozelo, mas por continuar andando e forçando ele, acabou quebrando-o. Ela dormiu quase que no segundo em que Madame Pomfrey lhe entregou a poção de sonho sem sonhos.

Eu estava de olhos de olhos fechados quando ouvi aquela voz perfeita.

– Deixe Poppy. Eu vejo a garota. – ela tentou discutir, mas foi logo cortada – O Weasley vai precisar de reforço das poções daqui a quatro horas. Vá descansar até lá. Eu cuido da menina.

Abri os olhos a tempo de ver o agradecimento mudo da enfermeira antes que ela se virasse e entrasse em sua sala.

– Como você está se sentindo Srta Granger? – Snape perguntou ao se aproximar de mim, sentando ao meu lado na maca.

– Você avisou meus pais que eu estava indo com Harry para o Ministério. – pela primeira vez um sorriso cruzou sem rosto, e ele acenou mesmo não sendo uma pergunta. – Mas também avisou a Ordem onde estávamos.

Novamente ele acenou. Ao ver minha sobrancelha erguida disse – É um tanto confuso. Não vou falar sobre lealdade ou estratégias agora. – fiquei espantada com sua sinceridade, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa a mais, ele mudou de assunto. – Que maldição te acertou?

– Como você sabe que uma maldição me acertou?

– Quando foi me chamar, o lobo disse que Longbottom falou que você ficou desacordada por um bom tempo. – ele respondeu depois de fazer uma careta.

– Não sei que maldição era – optei por ser sincera também – Acho que foi Dolohov quem lançou. Pelo menos foi isso que minha mãe disse depois que fez um feitiço diagnóstico em mim. E ela já me curou.

Vi uma mistura de raiva e alivio passar por ele. Era bom conversar normalmente com Severus. Era natural.

Ele passou a varinha por cima do meu corpo e curou algumas pequenas feridas.

– Prefiro que você passe a noite aqui, mas se você quiser, pode voltar para o seu dormitório – só de pensar em andar até a torre da Grifinória já me senti cansada, então neguei. – Você ainda tem os pesadelos?

Espantei-me por ele se lembrar de algo que eu comentei cinco anos atrás.

– Desde que eu estou tomando as poções todas as noites, não. Mas hoje não é o dia que eu pretendo descobrir se estou “curada”.

– Aqui está – ele tirou de sua capa o frasco que eu estava mais do que acostumada a ver, e me observou enquanto eu engolia de uma vez seu conteúdo.

Ele tirou o vidro de minha mão, uma ótima sensação cruzou meu corpo quando nossas peles se encontraram, e eu me entreguei à sonolência. Devo ter sonhado com sua voz sussurrando “Boa noite Carinho”, sua respiração batendo em meu pescoço enquanto ele falava, e em seguida seus lábios deixando um delicioso beijo em minha testa.

Ron só saiu da ala hospitalar três dias antes do termino do ano letivo. Eu estava correndo para acertar algumas matérias que faltavam, e devolver alguns livros a biblioteca, então quando cheguei ao salão principal para jantar, meus amigos já haviam voltado para o salão comunal. Comi tranquilamente e voltei cantarolando uma musica trouxa até chegar ao retrato da mulher gorda.

Harry, Ron, Neville e Gina estavam sentados nos sofás próximos à lareira, e não me viram chegando. Eu juro que não era minha intenção ouvir a conversa deles, mas inconscientemente foi o que fiz.

– Eu não consigo entender como vocês aguentam... – Neville dizia com uma cara de desgosto.

– Feia, mandona, rata de biblioteca, cabelo de vassoura – a cada adjetivo Ron levantava um dedo. Todos eles riram.

– Mas o pior é que é tudo culpa dela – disse Harry com raiva. – Todos os professores não dizem que ela é a aluna mais inteligente do século? – eles estavam falando de mim? Perguntei-me abismada. – O mínimo que ela devia ter feito era perceber que aquilo tudo era um plano de Voldemort para me atrair. Era tão óbvio! Se ela não tivesse enrolado tanto para deixar que eu usasse a lareira da Umbridge, ou se não tivesse inventado aquele plano maluco para levar a mim e a sapa para a floresta, teríamos chego muito antes ao ministério. Se ela não tivesse se deixado atingir pela maldição de Dolohov, e não tivesse desmaiado, nos atrasando, poderíamos ter ido embora muito antes. A culpa é inteiramente dela por Sirius estar morto. Se não fosse por ela, nada disso teria acontecido.

– Você está certo Harry – Gina disse com uma voz enjoativamente doce. – Eu só não consigo entender por que vocês sequer falam com a Hermione. Ela é horrível.

– E nós não sabemos? – disse Ron desdenhoso – Mas precisamos de alguém para fazer nossa lição de casa. Você não acha mesmo que eu e Harry iríamos gastar nosso precioso tempo prestando atenção às aulas quando podemos jogar quadribol e pegar umas gatinhas.

Eles riram. Neville começou a dizer mais alguma coisa, mas eu me recusava a continuar ouvindo. Corri escada acima, em direção ao meu quarto, e me joguei na minha cama, só então percebendo que eu estava chorando.

Como eles podiam dizer aquelas coisas? Como eles podiam falar assim de mim? Eu que sempre estive lá, ajudando todos eles em tudo! Como podiam dizer que era minha culpa Sirius ter morrido? Eu fui a única que tentou impedir Harry de ir ao Ministério, e que tentou enfiar um pouco de razão em sua cabeça! Ele e Ron não teriam sobrevivido ao primeiro ano se não fosse por mim!

Esmurrei o travesseiro tentando inutilmente extravasar toda a minha raiva. Agradecendo por estar sozinha, lancei um feitiço para silenciar o quarto, e gritei o mais alto que pude, mostrando toda a minha dor. Deixei que minha magia se libertasse e as janelas se quebraram.

Quando fui concertar o estrago que fiz no quarto, uma coruja – que reconheci como sendo uma da escola – entrou no quarto, deixando cair em minha cama um pedaço de pergaminho e um ramo de flores.

A coruja saiu sem esperar resposta. Arrumei minha bagunça, e mais curiosa do que estressada, fui até minha cama. As flores eram gerânios vermelhos. O significado daquela flor veio imediatamente a minha mente: superação de obstáculos; consolo. Aspirei o perfume lentamente, ficando mais calma, e cada vez mais curiosa. Depois de colocar as flores delicadamente em meu criado-mudo, abri o pergaminho.

“Não chore por quem não merece suas lágrimas. Potter e Weasley são idiotas. Nunca serão capazes de ver uma fração de quem você é. Não se deixe levar pelo que eles falam e fazem. As palavras de inferiores não podem te fazer sofrer. Há pessoas que te amam de verdade, que morreriam por você. Não deixe que quem apenas te usa também te quebre. Você não tem noção do que é capaz. Não são todos que entram em nossas vidas para nos fazer bem, e menos pessoas ainda merecem nossas lágrimas. Só seu coração pode te dizer quem realmente se importa com você. Confie nele Hermione. Um dia, quem sabe, ele te traga até mim.”


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Notas finais do capítulo

Palpites de quem enviou a carta e as flores para Hermione? Kkkk
Se alguém quiser ajudar a escolher como Harry, Ron, Gina e Neville vão pagar pelo que disseram da Hermione, sintam-se à vontade.
Estou querendo fazer um capítulo com POV de Severus, o que vocês acham?
Kisses