Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 11
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu estou viva!
Não vou mentir, já tinha este capítulo pronto desde que postei o último, mas minha vida estava um verdadeiro inferno e acabei nem postando... depois eu desanimei com essa fanfic e deixei de lado.
Naomi Prince, muito obrigada pela recomendação! Esse capítulo é inteiramente dedicado a você!



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No último capítulo...

Parei um momento do lado de fora da Casa dos Gritos. Um instante de duvida bateu em mim, e sem perceber eu peguei minha varinha. Entrei na casa, fechei a porta atrás de mim, e comecei a percorrer os cômodos. Por um momento pensei estar sozinha, mas quando olhei dentro de uma sala, vi a sombra de alguém.

Ela deve ter ouvido meus passos, pois assim que parei do lado de fora da porta, a mulher virou-se para vim e veio em minha direção.

Então eu congelei. Eu havia visto aquele rosto nos jornais. Tremendo, automaticamente apontei minha varinha para ela.

– Bellatrix.

Capítulo 9

POV Hermione Granger

– Bellatrix.

Foi a única coisa que eu consegui dizer, e ao contrario do que eu pretendia, não saiu com raiva ou indignado. Era como se eu estivesse apenas a cumprimentando.

– Hermione! – ela respondeu um tanto animada e veio em minha direção, mas eu apontei a varinha mais firmemente para ela.

– O que você quer comigo? Vai me levar para o seu Lorde? Como você descobriu sobre mim? – perguntei temendo as respostas. Assim que comecei a falar ela parou de andar.

– Vamos conversar, por favor. – ela disse tirando a varinha do bolso. Recuei um passo com o movimento, mas ela foi até uma prateleira e colocou a varinha lá. – Veja. Estou desarmada. Não vou fazer nada a você.

Analisei-a por um segundo antes de acenar. Ela virou as costas para mim e se dirigiu até um conjunto de poltronas que eu não tinha percebido em um canto. Bellatrix sentou-se em uma delas e eu me sentei a sua frente sem largar a varinha.

Ficamos em silêncio, mas eu não iria quebra-lo. Ela suspirou, e olhando para mim, sorriu.

– É tão bom te ver, saber que você está bem. Você está tão bonita! – vi o carinho iluminar seus olhos, e pela primeira vez reparei na mulher a minha frente. Ela não era muito magra, tinha a pele pálida que contrastava com os cabelos negros. Ao contrario das fotos do Profeta Diário, ela não era largada, e sim muito bonita. Os olhos carregavam uma maquiagem escura, e o cabelo caia em cachos até o meio de seu tronco. Não pude deixar de comparar seu cabelo com o meu, e apesar do meu ser um pouco mais claro, eu podia ver a semelhança.

Sabia que ela me analisava também, e quando olhei em seus olhos, havia um brilho lá que sem minha permissão aqueceu meu coração.

– Veja – ela começou – eu vou te contar tudo. Tudo o que você quiser saber, te prometo, mas antes você precisa me prometer não contar nada a ninguém, principalmente ao Potter e a Dumbledore.

Pensei por um momento, mas eu sabia que não contaria, pois se o fizesse teria que explicar sobre ser adotada, e eu realmente não queria falar para eles sobre isso. Não agora, e não por causa daquela mulher.

– Tudo bem. Eu prometo não falar a ninguém sobre o que você me contar hoje – disse finalmente, ainda com um pé atrás.

– Primeiro quero deixar claro que eu não vou te levar a lugar nenhum, ao menos que você queira ir, certo? – acenei, sentindo-me mais tranquila com essa afirmação. – Agora... Veja, existe algo que quase ninguém sabe, apenas nós, Comensais da Morte – um arrepio passou por meu corpo por ouvi-la falar tão tranquilamente que é uma Comensal. – 17 anos atrás – ela continuou – meus pais queriam me casar com Rodolphus Lestrange. Nas famílias de puro sangue, são comuns casamentos arranjados para mantermos a pureza de sangue, e normalmente ninguém discute a decisão dos pais. Mas eu estava apaixonada por outro homem. Eu tinha quase certeza que meus sentimentos não mudariam a opinião dos meus pais, mas quando ele ficou sabendo que eu me casaria, ele falou com meu pai e me pediu em casamento. O Senhor Black nunca recusaria um pedido de seu Lorde, mas ele e minha mãe estavam orgulhosos.

Ela parou e eu deixei que as informações penetrassem em mim. Se o que ela estava dizendo era verdade... então ela se casou com...

– Sim – Bellatrix disse percebendo para onde meus pensamentos me levavam – Há pouco mais de 16 anos eu me casei com Tom Riddle, ou como vocês o conhecem, Voldemort. Tom criou um feitiço para que nosso casamento só pudesse ser comentado entre pessoas que possuem a Marca Negra, então ninguém ficou sabendo. Pouco temo após nossa lua de mel, eu descobri que estava grávida.

Ela olhou fixamente em meus olhos quando disse isso. Meu coração passou a bater mais rápido, mas eu não podia acreditar... se eu estava entendendo direito, se ela realmente era minha mãe, então eu era filha de Voldemort?

– Você está mentindo. – afirmei veementemente – Voldemort nunca amou ninguém, nunca se casou, nunca teve filhos. Ele é apenas um monstro sem coração!

Bellatrix me encarava e eu podia ver claramente a dor e a decepção em seu rosto.

– Você conhece apenas o lado da história que o velho Dumbledore conta. Deixe-me terminar. – fiquei em silêncio e ela continuou a falar. – Como eu disse, ninguém que não é Comensal sabe de meu casamento, e sobre você, apenas nossa família sabe. Tom sabia que se Dumbledore descobrisse sobre nós duas, nós seriamos as armas perfeitas contra Tom, então fizemos o possível para te manter escondida.

“Naquela época, Tom estava no auge de seu poder, mas então uma profecia foi feita, uma profecia que dizia que nasceria uma criança com o poder de derrota-lo. Eu sabia que algo iria acontecer, mas nada do que eu disse dissuadiu Tom; então, naquela noite ele foi até os Potter e eu até os Longbottom, mas antes de sair de casa eu disse para que a elfa que cuidava de você, Maya, que se algo acontecesse a mim e a Tom ela devia pegar você e leva-la até uma rua trouxa, onde eu sabia que Paul e Jean Granger te encontrariam e cuidariam de você como se você fosse filha deles. Foi o que aconteceu.”

“Tom ficou enfraquecido ao máximo e teve que fugir. Os Aurores conseguiram me pegar, e eu fui levada a Azkaban, mas ao menos tínhamos certeza de que você ficaria bem.”

Um lado de mim queria acreditar fielmente nela, mas havia algo coçando em minha mente.

– Meus pais, Jean e Paul, – eu comecei lentamente – quando me contaram que haviam me achado na rua, eles disseram que eu tinha dois anos. Eu sei que eu era pequena, mas mesmo assim eu devia me lembrar de algo...

– Isso é culpa minha. – ela respondeu – Ordenei a Maya que quando você estivesse segura na casa dos Granger, ela deveria ir até você e apagar suas lembranças sobre nós, e retardar a sua magia. Eu não podia arriscar que descobrissem você e quem você é. O único jeito de protegê-la foi fazer você esquecer.

Olhei mais fixamente para aquela mulher. A cada segundo que passava, mais eu queria acreditar nela. – Como você descobriu que eu sabia sobre ser adotada?

Ela parou por um segundo, e quando respondeu, eu pude ver claramente que ela não estava contando toda a verdade, mas também não tentava esconder. Era como se ela quisesse que eu soubesse que ela não estava falando tudo.

– Maya. Desde que você chegou a Hogwarts em seu primeiro ano ela tem te vigiado. Ela estava lá quando os Granger te contaram. Depois que seu pai recuperou o corpo dele e me tirou de Azkaban, nós a chamamos e ela contou tudo o que sabia sobre você. Nós pedimos para que ela continuasse a cuidar de nossa filha, e quando você descobriu ser adotada, ela imediatamente veio a nós. Tom queria ir imediatamente a você... Ele é muito impulsivo e protetor com quem ele ama, mas decidimos esperar até que você voltasse a Hogwarts.

De olhos fechados eu podia ver tudo o que Bellatrix me contou se encaixando. As coisas pareciam finalmente fazer sentido.

– Eu preciso de uma prova – disse antes quase sem perceber – Algo que comprove que você está falando a verdade. Algo que ninguém saiba.

Ela ficou quieta por um momento, mas então se inclinou para frente e segurou minha mão esquerda. Uma sensação de segurança se apoderou de meu corpo. Percebi então que ela corria um dedo por minha cicatriz. Sorrindo ela soltou minha mão e voltou a se recostar na sua poltrona. Aquela era toda confirmação que eu precisava, mas a ouvi dizer:

– Você tinha apenas um mês quando... precisamos fazer um ritual de proteção envolvendo você. Tivemos que usar seu sangue, mas quando ele cortou sua mão, você nem percebeu. A cicatriz ficará para sempre.

Eu acreditava nela, apesar de ainda precisar me acostumar com aquilo tudo. Tracei a cicatriz quando uma memória veio em minha mente, e não pude deixar de sorrir pela coincidência.

– Posso perguntar o que trouxe um sorriso tão bonito em seu rosto? – Fiquei vermelha imediatamente, mas mesmo assim respondi.

– Em meu primeiro ano eu fui pedir ao professor Snape uma poção. Por algum motivo ele pediu para ver minha mão esquerda, e imediatamente traçou a cicatriz assim como você fez. – então eu finalmente entendi – ele sabe, não sabe?

– Sim. Severus... – eu vi uma mistura de magoa e inveja em seu olhar – Ele parece sempre conseguir ficar no meio de tudo.

– Isso quer dizer... eu sempre pensei, todos pensamos... – falei comigo mesma. Se Snape sabia o tempo todo quem eu era, ou Dumbledore também sabia, ou ele não era um espião da Ordem.

– Você pensava, assim como todos pensam, que ele se arrependeu por algum motivo de ter se juntado a nossa causa, e correu para os braços de Dumbledore em busca de proteção. – Assenti, pois era isso o que o professor Dumbledore sempre deixou a entender. Ela riu. – Isso foi exatamente o que ele devia ter feito, e o bastardo conseguiu conquistar o velho completamente.

– Você parece não gostar muito dele. De Severus, eu digo.

– Não que eu não goste, mas Severus... Você vai entender em breve – ela disse me deixando completamente curiosa. – Agora, ao contrario de mim, você parece gostar muito de seu professor. – ela disse sorrindo, e eu fiquei completamente vermelha mais uma vez.

– Não! – exclamei um tanto assustada com a insinuação – Eu quero dizer, o professor Snape é um ótimo professor, e...

– E?

Ri totalmente sem graça, tentando entender como o rumo da conversa havia se transformado em Severus Snape.

– Vamos dizer que desde o primeiro ano ele foi o único professor que não caiu aos meus pés dizendo que eu sou a bruxa da minha idade mais inteligente do século, perfeita e etc.

Não precisei dizer mais nada. Eu podia ver que ela entendeu onde eu queria chegar, e eu estava feliz por poder falar livremente com alguém, sabendo que ela não me julgaria. Era tão fácil falar com ela, me sentir querida e amada. Era tão bom!

Permanecemos quietas, cada uma concentrada em seus próprios pensamentos.

– O que vocês querem de mim? – perguntei finalmente.

– Eu e seu pai ficaremos muito felizes se você nos aceitar, mas sabemos que isso não vai acontecer de uma hora para outra. Queremos que você confie em nós verdadeiramente. Leve o seu tempo para digerir isso Hermione. Nós entendemos que não será fácil, mas uma hora, que tememos não demorar a chegar, você vai ter que escolher um lado.

“Não queremos te pressionar ou te influenciar. Você tem livre arbítrio para escolher o que quer fazer da sua vida”.

“Saiba apenas que estamos aqui para o que você precisar. E se você quiser, ficaremos muito felizes em recebê-la em casa no fim do ano”.

– Prometo pensar nisso tudo – disse. Olhando para fora vi que já começava a escurecer. – Eu preciso ir. Daqui a pouco não conseguirei mais entrar no castelo.

– Claro... Posso pedir um abraço antes de você ir?

Olhei para ela e sorri confirmando. Com os braços dela me prendendo senti-me de um modo que nunca senti nos braços de Jean. Ela se separou um pouco e prendeu meu rosto entre suas mãos. Olhando em seus olhos era possível ver as lágrimas se formando.

– Eu te amo minha filha. Nunca duvide disso. – ela deixou um beijo na minha testa e se afastou sorrindo – Agora vá, não quero criar problemas para você no castelo.

Virei e antes de sair olhei para trás. Ela me encarava, mas agora estava ao lado da cômoda, pegando a varinha que havia sido deixada lá.

– Tchau mãe – testei a palavra e ela pareceu incrivelmente certa saindo da minha boca para aquela mulher. Ela sorriu e pude ver uma lágrima escorrer por seu rosto antes de me virar e correr de volta para o castelo.

Quando cheguei à torre da Grifinória, meus amigos estavam todos sentados perto da lareira conversando e rindo. Parei um pouco afastada pensando no que diria, mas eles não perceberam minha presença ali, então aproveitei para correr até meu quarto, que felizmente estava vazio. Eu queria testar algo.

Sentei na minha cama, notando que o frasco de poção sonho sem sonhos já estava ali. Olhei em volta para ter certeza que estava sozinha.

– Maya? – chamei para o nada um tanto insegura. Um segundo depois ouvi um pop e antes que eu entendesse o que estava acontecendo fui agarrada por bracinhos esverdeados.

– Senhora chamou Maya! Maya esta tão feliz! Maya não consegue acreditar que sua senhora finalmente a chamou!

Afastei-me lentamente da pequena criatura que me abraçava e sorri para a sua felicidade.

– É verdade Maya?

Não precisei elaborar mais a pergunta. A elfa passou a me contar tudo o que ela havia feito, e suas palavras batiam perfeitamente com o que Bellatrix havia contado. Alem disso descobri que era a elfa que trazia minhas poções todas as noites. Mais um pequeno mistério resolvido.

Depois que disse a Maya que ela podia ir, tomei um banho quente e demorado, antes de beber a poção e cair imediatamente no mundo dos sonhos.


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Notas finais do capítulo

Não sei se mais alguém está na mesma situação que eu, mas vou ter prova na escola todos os dias apartir da semana que vem até o fim do mês. Por esse motivo não sei quando vou conseguir postar o próximo capítulo, mas já comecei a escrevê-lo.
Até lá,
Kisses