Damon acordou pela manhã no sofá da sala, o mesmo sofá que ele ficou paralisado desde que Katherine terminou com ele e saiu dali. Ele olhou ao redor da casa vazia e suja. Se levantou sentindo dor no corpo todo por ter dormido sentado, subiu direto para o seu quarto mas a última coisa que ele esperava ver quando abrisse a porta era um cara na sua cama, não um simples cara, o seu professor de literatura.

― Eu devo ter sido um menino muito mal na minha vida passada.

Klaus acordou e se sentou na cama de imediato como se tivesse acordado de um pesadelo, ele olhou o quarto em que estava e se lembrou da noite passada, então finalmente viu Damon parado ali na porta.

― Damon. ― Ele disse ainda sonolento. ― Eu apaguei aqui ontem a noite, me desculpe.

― Bom dia, professor. ― Damon deu um sorriso ironico.

― Olha, eu vou ser sincero e dizer que na noite passada eu fiz sexo com uma garota na sua cama, esse é o primeiro estágio para uma boa amizade... sinceridade sempre. ― Klaus disse como se isso fosse mudar o fato de ele estar de cueca na cama de Damon.

― Não tem problema. ― Damon disse desanimado. ― Eu já ia queimar esse colchão mesmo. Minha ex-namorada dormiu ai, o cheiro dela não sai por nada. ― Ele fez uma cara de tristeza.

Klaus se abaixou e cheirou o colchão.

― Pelo menos ela cheira bem.

― Infelizmente. ― Damon entrou no quarto e foi direto para o banheiro falando. ― Eu vou tomar um banho, tem comida na geladeira se você quiser tomar café da manhã.

― Não, obrigado. Eu agradeço mas é melhor eu ir... ― Ele envergonhado enquanto vestia a calça. ― Me desculpe por fazer sexo na sua cama.

Katherine chorou até perto das cinco da manhã, apesar de eu estar com a curiosidade no nível máximo e querer perguntar o motivo do porque eles terem terminado, eu não podia fazer isso. Não ainda, era muito cedo. Mas o que realmente me incomou foi a idéia de que aquilo poderia ser culpa minha, será que foi por minha causa que eles terminaram? Bom, eu ia ter o dia todo para tentar descobrir.
Nos fins de semana, eu e Katherine vamos tomar café da manhã no Mystic Grill enquanto nossos país trabalham. Me levantei primeiro e decidi deixar Katherine dormindo na minha cama enquanto tomava banho.
Assim que sai do banho ela já estava acordada e sentada na cama.

― Ei garota. ― Ela deu um sorriso amigável ao me ver, ainda estamos na terra dos unicórnios. Ela não disse: Bom dia, idiota! Ou, Bom dia, placenta! ou Bom dia, Elesma! E por aí piores.

― Ei. ― Sorri. ― Está melhor? ― Falei me sentando na cama ao seu lado.

― Eu tenho que estar, sou Katherine Pierce, eu sou uma sobrevivente. Não é um termino que vai acabar comigo. ― Ela sorriu orgulhosa e se levantou. ― Eu vou tomar um banho e já vamos para o Grill, certo?

― Tudo bem. ― Concordou.

― Elena, ― Ela disse antes de entrar no banheiro. ― obrigado pelo o que fez ontem por mim. Você não é a pior irmã do mundo.

― Obrigado. ― Falei rindo. E parece que a velha Katherine está de volta.

Enquanto Katherine tomava banho eu me vesti e depois tive que esperar mais meia hora até ela se vestir. Nós fomos direto para o bar que já estava cheio por sinal, nós nos sentamos do lado de fora já que era uma manhã bonita.

― Olha só quem está vindo nos atender, tequila no tanquinho. ― Falei para Katherine olhando Matt Donovan, o garoto que ela lambeu tequila no tanquinho ontem.

― Oh meu Deus! Está falando sério? Ele trabalha aqui? ― Katherine disse puxando um cardápio para o rosto, tentando se esconder e eu comecei a rir.

― E ele está vindo aqui nós atender. ― Gargalhei. ― Se serve de consolo ele parece tão envergonhado quanto você.

Matt parou ao lado da mesa com o bloco de pedidos e deu um sorriso muito envergonhado, suas bochechas estavam parecendo dois tomates de tão vergonhas.

― Oi Matt! ― Sorri para ele. ― Gostou da festa ontem?

― É, foi... foi... foi muito boa. ― Ele gaguejou e olhou para Katherine escondendo o rosto com o cardápio.

― É, realmente. Eu vou querer um latte e dois donuts, daqueles com granulado colorido sabe? ― Sorri. ― E você Elena, o que vai querer? Eles não servem tequila no tanquinho aqui.

Katherine abaixou o cardápio e o colocou sobre a mesa, seu queixo caiu e ela me deu um olhar mortal. Eu poderia ver ela pulando sobre a mesa e me atacando como naquela cena de Meninas Malvadas.

― O mesmo que ela, Matt. Muito obrigado. ― Ela disse sem desviar os olhos dos meus.

Matt recolheu os cardápios envergonhados e saiu dali.

― Eu vou matar você! ― Katherine disse.

― Não foi tão ruim assim, pelo menos ele tem um tanquinho. Já imaginou se você tivesse lambido uma barriga peluda e suada?

― Oh, eu acho que eu vou vomitar. ― Katherine fingiu uma ansia, me fazendo rir.

― Segure esse vomito mais um pouco, Stefan está vindo. Ele definitivamente ia deixar de te amar se te visse vomitando. ― Falei bem humorada.

Stefan atravessou a rua e nos viu sentadas ali, ele sorriu simpático e começou a vir na nossa direção.

― Você está convidando todos os caras com quem eu tive contato na noite passada para tomar café? ― Katherine disse mal humorada.

― Não mas isso é uma idéia.

― Eu vou fingir que vou até o banheiro porque eu já tive minha cota de humilhação do dia e você não vai dizer nada a ele sobre o que eu te contei ontem, certo? ― Ela se levantou da cadeira e saiu dali antes de Stefan chegar.

― Ei! ― Stefan me comprimentou com um beijo no rosto. ― O que aconteceu? ― Ele olhou para Katherine entrando no Grill.

― Ela está com vergonha porque você a viu chorar ontem a noite, lágrimas de dragão. Sabe como é... ― Falei sorrindo.

― Ela te contou sobre ontem? ― Stefan ficou surpreso.

― Sim, obrigado por ter ido buscar ela sem pensar duas vezes mesmo depois de tudo o que ela já fez para você. ― Dei um sorriso tímido. ― Eu sei que ela se faz de durora e adora ser má mas é o jeito que ela é, é muito difícil para ela baixar a guarda. Mas quando ela baixa ela tem esse coração maravilhoso, sabe? Você só precisa ser paciente.

― É, é algo que vocês duas tem em comum além da aparência. ― Ele sorriu. ― Bom, eu vou lá dentro pegar um café. Nos vemos depois.

― Vai lá.

Mas quando Stefan abriu a porta do Grill ele deu de cara com Katherine, ela ficou surpresa e parada quando o viu ali.

― Ei Katherine, você está... ― Mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa ela desviou o olhar do dele e passou ao lado dele como se não o conhecesse. ― me ignorando. ― Ele terminou a frase e olhou por cima dos ombros onde ela voltou para a mesa.

― Porque você é tão má com ele? Tudo o que ele fez a vida toda é te amar. ― Falei quando ela se sentou.

― Eu não sou má, eu até o abracei ontem a noite. ― Ela então colocou a mão na boca e eu fiquei muito surpresa, ela não havia em contado essa parte ainda.

― Você o abraçou? Você abraçou uma pessoa? Um corpo humano? Vivo? Com um coração batendo?

― Foi um momento de fraqueza e eu vou me arrepender amargamente disso. ― Ela disse como a garota popular novamente, me fazendo rir.

Matt então chegou com os nossos pedidos e colocou sobre a mesa, nós duas agradecemos e ele saiu dali. Bom, estava tudo indo bem até agora, quem sabe esse não seria o momento perfeito para pergunta o motivo do termino dela com Damon? Eu abri a minha boca para perguntar mas o meu celular tocou.
Tirei da bolsa e olhei o nome que chamava, Damon. Senti um frio na barriga e para ajudar Katherine.

― Quem é? ― Ela perguntou.

― Damon. ― Respondi olhando para ela.

― Então atenda, ele está ligando para você. ― Ela disse dando mais interesse para o seu donut do que para a ligação de Damon.

Engoli em seco e pressionei o verde na tela do celular, atendendo a chamada. Meu estômago deu um nó imaginando o que ele iria falar.

― Damon. ― Falei.

― Katherine?

― Não, é a... é a Elena. ― Eu praticamente sussurrei, me esvaziando como um saco de ar por imaginar que ele estivesse ligando realmente para mim. ― Nós trocamos de celular também.

― É verdade, eu me esqueci. Mas serve com você também. ― Ele deu um longo suspiro. ― Ela já te contou?

― Sobre o que? ― Me fingi de mal entendida.

― Você sabe sobre o que.

― É, ela me contou. ― Falei esperando ele me dizer o porque.

― Hum. Bom, eu estou ligando para dizer que vocês duas deveriam vir aqui em casa mas tarde, mesmo sendo uma situação esquisita eu acho que não tem problema, pelo menos para mim.

― Ir aí fazer o que?

― Bom, sabe a festa que eu dei ontem a noite? Você também estava então, bom minha casa costuma ficar um pouco destruída após essas festas e por isso as pessoas costumam vir me ajudar a limpar todo ano. ― Ele falou comigo como se eu fosse uma criança aprendendo a falar.

― Porque você não desenha, quem sabe eu entendo com mais facilidade... ― Respondi tão ironica quanto ele.

― Bom, eu espero vocês a tarde.

― Vamos ver sobre isso. ― Falei, desligando o celular.

― O que ele queria? ― Katherine perguntou com interesse.

― Faxina coletiva na casa dele á tarde, o que você acha? Todas as pessoas daquela festa ontem sobrias e juntas naquele lugar.

― Pode ser uma coisa boa ou... um desastre total. Nós definitivamente vamos. ― Ela deu um sorriso de ouro para a minha tristeza.

Eu passei o resto da manhã e o inicio da tarde com Katherine, nós falamos até sobre a bunda linda do Ryan Reynolds mas toda vez que eu tentava entrar no assunto do motivo dela ter terminado com Damon ela sempre dava um jeito de fugir do assunto. Ela era mais escorregadia que sabão. Katherine sabia muito bem fugir de um assunto, como ninguém mais.
Já eram quase duas horas quando Katherine pegou as chaves do SUV da minha mãe e a chacoalhou na frente do meu rosto.

― Nós vamos nos atrasar se você ficar com a bunda no sofá o dia todo, vamos? Eu dirijo.

― Você dirigir? Hoje é um dia muito lindo para morrer. ― Falei me levantando do sofá e tentando pegar as chaves dela.

― Você já dirigiu de manhã, pare de ser egoísta.

― Porque você quer ir de qualquer forma? Tem certeza que quer passar a tarde limpando vomito? ― Fiz uma careta.

― Eu limpando vomito? Não é problema meu! Eu estou indo lá porque... bem, eu quero ir. Vamos logo.

― Eu só vou se você me deixar dirigir. ― Falei. ― Eu realmente não quero morrer.

― Relaxa e aproveite o passeio! ― Ela saiu na frente dando pulinhos e eu fui me arrastando atrás.

Assim que entramos no carro eu coloquei o cinto de segurança e me segurei em todos os lugares que eu pude.

― Você é a pior motorista do planeta. ― Falei. ― Eu não esperava que eu fosse morrer assim.

― Detalhes, detalhes! Eu não sou tão ruim assim, ok? ― Ela deu de ombros. ― Apenas gosto de dirigir um pouco mais rápido do que o normal.

Katherine ligou o carro e saiu dali cantando pneu, eu não sei o que fez mais barulho. O meu grito ou o pneu.

― Isso é tão legal! ― Katherine disse com um sorriso diabólico.

― Agora eu entendo porque Damon nunca te deixa dirigir o carro dele.

Quando Katherine quase parou o carro dentro da casa de Damon eu agradeci que ela não bateu em nada e nem matou ninguém, nunca fiquei tão feliz por poder andar de apé como naquele momento.
Quando saímos do carro ela realmente havia batido em algo, mas até que não foi tão grave assim, apenas um vaso de flor.

Coloque a música antes de continuar lendo.

― Oops! ― Ela riu. ― Se alguém perguntar não é problema meu.

― Se alguém perguntar eu vou agradecer por ser um vaso de flor e não uma pessoa.

― Você é tão dramática. ― Ela me mostrou a língua e saiu andando na frente.

Eu a segui e foi então que vi os carros que já estavam ali, Stefan definitivamente já estava ali. Katherine abriu a porta e foi direto até a sala.

― Podem aplaudir, a maravilhosa chegou! ― Ela disse parando numa pose.

― Me faça um favor, se jogue dentro desse saco de lixo e nunca mais saia! De nada. ― Caroline apareceu entregando um saco de lixo preto para Katherine.

― Essa vai ser uma longa, longa tarde. ― Choraminguei.

― Elas vão se matar até o fim do dia. ― Stefan apareceu com mais sacos de lixo e me ofereceu um.