O Sol veio pela manhã banhando meu rosto. Abri os olhos e vi Klaus dormir ao meu lado, nossas mãos estavam entrelaçadas e estávamos deitados virados um de frente para o outro. Mesmo dormindo, ele estava com um sorriso sereno no rosto. Parecia feliz, e isso me fez sorrir.

Levantei da cama com o cuidado de não acorda-lo e tentei desfazer o nó que eram nossas mãos. Dei a volta na cama e o observei dormir. Tínhamos um relacionamento complicado, mas eu já tinha certeza de que podia chamar de relacionamento. Beijei a sua bochecha e sai do quarto. Tomei um banho rápido e fui para a sala onde Rebekah e Elijah pareciam estar discutindo algum assunto, tentei passar despercebida mas é claro, falhei.

– Ei, Caroline - Rebekah me chamou, olhei para ela e Elijah - você está ocupada esta manhã?

Droga. Eu não tinha lugar nenhum para ir e não tinha como mentir.

– Não, na verdade não - eu disse me sentando na poltrona.

– Preciso da sua ajuda para seguir o rastro de alguns lobos que estão ameaçando Hayley e o bebê, como deve imaginar, eles também não querem que ele viva e Elijah e eu estamos matando todos que ameacem destruir nossa família, e bom Elijah tem que ficar aqui com com Hayley, porque ele não confia muito nos vampiros que Marcel ainda ordena, e não quero ir sozinha - ela cruzou os braços esperando uma resposta.

Elijah me olhava como se dissesse "você é a única que pode ajudar Klaus e é praticamente da família então deveria ajudar Hayley também." Era uma frase longa para se observar em um pequeno olhar, mas foi o que pareceu.

– Tudo bem - eu disse me levantando da poltrona - porque não? Klaus ainda está dormindo, então vamos.

Percebi uma troca de sorrisos entre Rebekah e Elijah, eu não sabia se era por minha resposta ser positiva ou por eu estar incluindo Klaus na conversa.

Rebekah saiu e eu a segui, deixando Elijah para trás com um sorriso esperançoso no rosto. Eu ainda achava que era por causa do Klaus.

– Então Caroline - começou Rebekah andando por uma rua que eu nunca havia visto desde que havia chegado lá - como foi?

– Como foi o que? - eu não sabia aonde ela queria chegar.

– O sexo, entre você e Nik - enquanto ela falava com curiosidade na voz eu quase tropecei e cai de cara no chão. Ainda bem que era vampira.

– O que? - eu perguntei perplexa.

– Qual é, eu sei que dormiram juntos essa noite - ela disse com um sorriso. Provavelmente esse era o motivo das risadas dela e Elijah.

– Sim, mas não aconteceu nada - eu disse envergonhada.

– Tá brincando - disse ela parecendo se divertir - parece que Klaus realmente está apaixonado por você. Me conta, o que exatamente vocês tem?

Essa pergunta me fez pensar em uma resposta e cheguei à conclusão de que eu não tinha nenhuma.

– Somos... próximos - foi o melhor que eu consegui. Rebekah riu como o esperado.

– A proximidade de vocês é tanta que até trocam beijos - ela continuou rindo.

Eu não respondi mas sorri involuntariamente, ela tinha razão. Viramos uma esquina que dava a uma loja de aviamentos que era enorme. Rebekah olhou para a rua provavelmente se perguntando se era a correta. Ela seguiu a rua e eu a segui.

– Então, porque você se uniu à Marcel contra Klaus? - perguntei.

Sua boca ficou firme em uma linha rígida, e ela olhou para mim antes de responder.

– Eu dormi mais em caixões do que vivi, Caroline. E Klaus é o culpado disso, eu vi uma chance de ser livre para viver do jeito que eu sempre quis sem Klaus para fazer as escolhas para mim. Me uni à Marcel e o desfecho você já sabe.

Percebi que ela não queria mais falar daquele assunto, mas eu insisti.

– Marcel também traiu você, agora traiu duas vezes. Ele escolheu lealdade à Klaus do que ficar com você. Você foi enganada por ele duas vezes pelo mesmo motivo. Klaus ao menos é da sua família e enquanto vocês estavam fora ele se apossou de sua casa e se recusou à devolve-lá quando voltaram - Rebekah parecia brava e pensativa enquanto eu continuava a recitar tantos motivos para ela entender o lado que ela decidiu se unir - acho que você agiu imprudentemente.

Rebekah parou na minha frente com o rosto retorcido em fúria.

– Não ouse achar saber o que acontece entre mim e meus irmãos. Parece que Klaus contou todos os detalhes à você, mas isso não significa que você pode escolher com quem eu me alio

– Tudo bem - eu levantei as mãos em gesto de inocência.

Rebekah seguiu na frente pensativa, com certeza ela estava pensando sobre o que eu disse à ela.

– Chegamos - anunciou Rebekah.

Estávamos paradas de frente para o que parecia ser uma mansão abandonada. Pelo visto, estavam reformando quando à deixaram. Rebekah puxou as correntes que trancavam o portão da mansão. E no mesmo momento em que pisamos no que deveria ser jardim, um homem apareceu.

– Rebekah Mikaelson - disse ele pronunciando o nome dela de forma lenta - a vampira original. Pelo visto já descobriu os planos que meu bando e eu estamos prestes a colocar em prática.

– Tolice apresentar tais planos - respondeu Rebekah com um sorriso assustadoramente diabólico - se não me falha a memória, hoje não é noite de lua cheia.

– Tem coisas sobre nós - começou ele quando apareceu centenas de homens e mulheres à nossa volta - que você não sabe, somos uma linhagem diferente de lobos.

Rebekah olhou ao redor pra ver se dava conta de todos eles, eu acreditava que sim por não ser lua cheia.

– Não importa a linhagem que vocês descendem. Eu vou matar agora, cada um que tentar chegar perto da minha família - disse Rebekah. Parecia mais coisa que o Elijah diria, fiquei surpresa de ouvir isso de Rebekah.

O homem olhou em volta com um sorriso super confiante no rosto.

– Matem as duas - ele ordenou.

Todos que estavam presentes nos encarando vieram correndo em nossa direção. Vi Rebekah decapitando vários que se aproximavam dela, e segui o exemplo fazendo o mesmo. Mas eu não era uma vampira original, não conseguia dar conta de tantas pessoas ao mesmo tempo, e por estranho que pudesse parecer, eles eram fortes como se estivesse lua cheia. Por trás, um deles me enforcou com o braço. Enquanto vários outros seguravam meus braços e pernas. Uma mulher levantou a manga do meu braço e cravou os dentes nele. Achei o gesto estranho, mas não tive tempo pra pensar, pois vi a cabeça do homem que me segurava cair nos meus pés e as pessoas na minha frente estavam com a cara apavorada. Klaus estava atrás de mim.

– Saindo de fininho amor? - disse ele me ajudando a ficar de pé novamente. Mas eu não estava conseguindo sustentar meu corpo em pé, vi Marcel e outros vampiros chegar e entrar no meio da bagunça que tinha se tornado, e vi vários dos lobos-ainda-humanos correr em direções diferentes.

Klaus me olhava intrigado enquanto meu corpo se desligava da minha mente. De novo.