Por Klaus. (18 horas antes, New Orleans)

Eu estava com raiva. Eu não poderia matar Trevor, era uma das regras absolutas de Marcel, não que eu seguisse suas regras. Eu era o rei de New Orleans, mas eu até passei a considerar Marcel um amigo, e matar Trevor traria a revolta dos demais vampiros. E o mais importante, Caroline. Se eu o matasse ela nunca me perdoaria. Deixei que ele partisse, e Caroline foi para Mystic Falls, uma cidade pacata e completamente sem algum tipo de atrativo. É claro que eu tentei convence-la a ficar, mas ela estava decidida a visitar seus amigos, eu teria ido com ela, entretanto, tinha assuntos para resolver. Assuntos que não poderia deixar para Marcel resolver. Práticas de magia das bruxas do Quarter foram detectadas pelos vampiros que colocamos para monitorá-las e eu iria resolver isso. Faziam menos de 1 dia que Caroline havia ido para Mystic Falls, mas para mim parecia mais com umas três semanas. Virei o copo de uísque que segurava nas mãos.

– Então Caroline resolve partir e você decide beber logo pela manhã, muito sútil - disse Elijah entrando na sala e sentando-se ao meu lado.

– Vai embora com todo esse mártir Elijah - eu disse levantando e servindo-me com mais uísque.

– Soube que tem negócios à resolver no Quarter hoje.

– Na verdade, estou indo fazer isso agora - eu disse virando outro copo de uísque e saindo pela porta.

Sai pela porta sem olhar para Elijah, e peguei o celular enquanto andava pelas ruas em direção ao Quarter, e disquei para Caroline. Caiu na caixa postal.

– Caroline, eu só liguei para saber se você chegou bem..

Um sinal informou de que a mensagem foi enviada, quando guardei o celular que percebi que já estava no Quarter. Estava vazio, e não se ouvia nada por perto.

– Ei, apareçam! Eu sei que estão aqui - ordenei para o nada sem resultados. Isso me enfureceu.

– É frustante não é, não conseguir o que se quer - não precisei me virar para saber de quem era a voz que vinha atrás de mim.

– Trevor - eu me virei - achei que meus irmãos haviam te compelido à não voltar.

Ele sorriu sarcasticamente.

– Eu quis conhecer melhor a Caroline, ela é linda por sinal.

A raiva dominou o meu corpo, e Caroline ficando brava ou não, eu iria acabar com o sorriso que ele esboçava no rosto.

– É linda mesmo, pena que você não terá a chance de conhece-la.

O que eu queria era correr até ele e acabar com ele ali mesmo. Mas por algum motivo minhas pernas não obedeceram, eu não conseguia mover minhas pernas, olhei para as minhas mãos e elas estavam ficando brancas.

– Sabe Klaus, você deveria saber - disse Trevor enquanto meus joelhos caíam no chão - quando você entrar em uma guerra, não deve subestimar seus adversários.

Ao dizer isso, eu cai completamente no chão e o sorriso de Trevor só aumentou.

– Tem coisas sobre mim, que você ainda não sabe. Talvez Caroline possa me conhecer agora - ele disse.

Minha vista saiu fora de foco e tudo ficou escuro.

Por Caroline (atualmente, Mystic Falls)

Eu dei risada enquanto todos continuavam a me olhar.

– Klaus do outro lado Bonnie? Você está de brincadeira comigo? Ele é imortal – respondi tentando evitar a verdade.

–Caroline, ele está parado na minha frente – disse Bonnie tentando manter a voz estável.

– Como assim Bonnie? Ele não está morto, pare de brincadeiras – eu disse mas minha voz estava passando para a histeria quando meu celular tocou. Era Rebekah.

– Rebekah – atendi prontamente.

– Caroline me escuta – ela me interrompeu com a voz chorosa – Klaus saiu para ir atrás das bruxas do Quarter e não voltou até agora, ninguém o viu e não estamos o encontrando. Receio de que alguém tenha feito algo contra ele.

Meu coração batia mais forte a cada segundo que tais palavras eram pronúnciadas, e por alguns segundos Rebekah não teve respostas minhas. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu fiquei em estado de choque por um tempo.

– Rebekah, vocês precisam encontrar ele ok? Eu estou com a Bonnie, ela é a ancora para o outro lado e esta vendo Klaus, ele não pode estar morto ta? Voltarei o mais breve possível.

– Espera Caroline, como assim a Bonnie está vendo Klaus? –disse Rebekah assustada.

– Rebekah, preciso desligar, voltarei hoje mesmo – e desliguei o celular.

Me virei para Bonnie, Elena se levantou e colocou os braços em meu ombro. Stefan e Damon trocaram olhares, e Katherine esboçava um sorriso cada vez maior.

–Bonnie, você consegue falar com ele? – perguntei com o rosto cheio de lágrimas.

Bonnie desviou os olhos de mim e focou para a lareira. Provavelmente onde Klaus estava.

– Ele disse que tentou te proteger do Trevor, e foi esse tal de Trevor que fez isso com ele.. Espera - disse Bonnie parando.

– O que foi Bonnie? - eu disse apavorada.

– Ele estava aqui, mas ele sumiu... Ele estava aqui agora - disse Bonnie confusa andando para perto da lareira.

Coloquei a mão na têmpora e suspirei fundo, dei as costas para todos ao mesmo tempo furiosa e desesperada. Elena e Bonnie me seguraram.

– Espera Car, precisamos saber o que aconteceu - disse Elena.

– Eu vou descobrir isso sozinha, e quando descobrir, eu vou matar todos os responsáveis por isso - eu disse e a fúria tomou conta de mim.

Por Klaus (do outro lado do véu, atualmente)

Por um momento eu estava conversando com Bonnie, e no outro eu estava em um lugar escuro. Vi Caroline enquanto estava falando com Bonnie, preso do outro lado. Ela estava chorando, parecia desesperada e meus irmãos também. O outro lado era solitário, sombrio e terrivel, assim como eu.

– Então Klaus, o hibrído imortal, visitando a família? - me virei e vi Kol esperando uma resposta.

– Kol? - perguntei perplexo - O que você faz aqui?

– Não se lembra? Os amigos da sua namorada me mataram, estou do outro lado também. Estou decepcionado, esperei meses por ver meu irmão me vingando.

– Por que eu consigo ver você?

– Uma regalia dos vampiros originais. É claro que não são todos na nossa família que quiseram revê-lo.

Minha boca se firmou em uma linha rígida.

– Eu não estou morto não é? Não posso morrer - eu afirmei.

– Acho que seu corpo está oscilando, só uma magia muito poderosa poderia ter feito isso com você. Nada além de uma estaca da madeira do carvalho branco poderia matar um original.

– Então, como eu volto? - perguntei

– Talvez eu possa ajudá-lo - disse ele pensativo.

Olhei para ele com desconfiança.

– E por que você faria isso?

– Niklaus, sempre desconfiando de tudo e todos. A verdade é que eu sei como fazer você voltar.

Eu o olhei e ele parecia estar falando a verdade. Como ele estava do outro lado, provavelmente estava sempre observando tudo e contatando as outras bruxas.

– Então me fale como voltar Kol, eu o ordeno.

– Não está em um momento de ordernar alguma coisa irmão. Para que eu te ajude terá que me fazer um favor. Eu quero que quando você volte, mate Jeremy Gilbert.

– Caroline jamais me perdoaria.

– E você estaria de volta. Qual é, você já fez coisa pior Nik, admita.

Eu fiquei ali, encarando ele e pensando na proposta feita.