Eu desci as escadas e ouvi Klaus gritando. Assustada procurei por ele e o encontrei na entrada da casa com Elijah e Rebekah.

– Hayley sempre está em perigo - gritava ele com Rebekah - isso não significa que você deva heroicamente sair para procurar briga com o desconhecido e levar Caroline com você. Ela teria morrido se eu não estivesse lá no momento certo!

– Qual é o seu problema? - indagou Rebekah também gritando - eu achei que se importasse com esse bebê mais do que qualquer um!

– Não ouse questionar minhas intenções Rebekah, sabemos o que acontece no final.

– Klaus? - eu o chamei interrompendo a briga familiar.

Os três originais se viraram para me olhar. Elijah parecia aliviado por eu ter interrompido a briga entre eles.

– Caroline - disse ele com a voz controlada e totalmente diferente dos gritos que rodeavam a sala à pouco.

Ele veio em minha direção e eu peguei sua mão.

– Vem, quero falar com você - falei puxando ele.
Seus olhos pareciam intrigados mas ele se deixou ser puxado enquanto Rebekah e Elijah se retiravam aliviados. Fiquei de costas para ele tentando colocar as palavras em ordem na minha mente que seria pronunciadas a seguir.

– Klaus, não quero ver você brigando com Rebekah e Elijah ainda mais se o foco do assunto for eu - parecia egocêntrica demais, mas foi a melhor forma que consegui.

– Caroline, você não entende que Rebekah colocou você em perigo? Ela é imortal, mas você poderia ter morrido! - ele parecia furioso de novo.
– Ela não me obrigou a ir, eu aceitei na tentativa de ajudar não só Hayley, mas você também.

– Você não consegue ouvir a parte em que quase morreu Caroline? - disse ele quase gritando novamente.

– E você não entende que não pode ficar furioso com seus irmãos quando alguma coisa não da certo? - eu disse o desafiando e quase gritando também.

– Por que essa insistência em ajudar Hayley? Ela nunca fez nada de bom para você! - ele disse de forma hostil.

– Não sei. Talvez eu sou idiota demais por achar que as pessoas possam mudar - eu disse dando as costas à ele, entretanto ele me segurou pelo braço.
– Não me dê as costas Caroline - disse ele de forma ameaçadora.
– Acho melhor você me soltar - eu disse balançando e soltando meu braço.
– Como pode estar brava por eu defender você? - perguntou ele.
– Você não entende não é? - perguntei me virando para encará-lo - estou brava porque você não irá mudar. Não adianta insistir, Rebekah e Elijah são sua família e são os únicos que vão passar a eternidade com você tentando enxergar a humanidade que eles acham que restam em você.
– O que quer dizer com isso?
– Estou indo embora. Não posso me prender aqui com você.
Klaus mudou a expressão de fúria, para um misto de desespero e angústia.
– Caroline... você não pode ir -disse ele devagar.
– Me dê um motivo para ficar - eu o desafiei.
Ele olhou em volta, se sentou em um degrau e depois abaixou a cabeça.
– Eu não sou Tyler, e acho que você ainda sente falta dele porque não se cansa de tentar me transformar nele. Mas tudo que eu faço desde que você chegou aqui é por você, Caroline. Foi tudo por você.
Seus olhos pareciam muito sinceros quando ele disse tudo aquilo, então eu percebi que era tudo verdade. Minha raiva parecia ter se evaporado naquele instante e eu sabia que Klaus estava certo e os olhos dele estavam com algumas lágrimas tentando escapar. Cheguei perto dele e sentei nos degraus ao seu lado.
– Está tudo bem - eu disse tentando acalma-lo - eu não vou para lugar nenhum se você não estiver comigo.
Ele me olhou surpreso por minha declaração desajeitada e segurou a minha mão. Coloquei a cabeça em seu ombro e suspirei. Eu estava sem dúvidas apaixonada por ele, com todos os seus defeitos.