Cidade do Tempo Cruzado escrita por Beatriz Costa


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o novo capítulo.
Vou tentar não demorar com o próximo.
Boa leitura :)



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Capitulo 8

Jace não tinha sido o único a pensar que um pouco de ar fresco seria benéfico. Na frente do Instituto umas lápides ocasionais. Parecia que alguém tinha começado um cemitério e desistido a meio. Os olhos de Jace detetaram a forma alta e os cabelos escuros de Will uns passos á sua frente. Perguntou-se se sua visão seria boa naturalmente ou se era outro resultado do sangue de Ithuriel em suas veias. Ele sempre foi capaz de ver a longas distâncias, mesmo na escuridão, mas nunca tinha pensado nisso até saber das experiências de Valentine.

Jace aproximou-se de Will quase silenciosamente e parou para se encostar a um túmulo coberto de musgo a alguns passos de distância. “Belo lugar, não é?” comentou ele.

Will saiu de qualquer universo alternativo em que se encontrava. Olhou em volta até ver Jace apoiado confortavelmente contra um dos túmulos que tinha lido antes. Isso era o que vinha fazendo durante os últimos 20 minutos, não querendo ficar dentro do Instituto com pouca iluminação e a presença imponente de Starkweather. “Já vi melhores,” respondeu Will.

“Starkweather pode tentar contratar alguém dessa metade do século para cuidar do paisagismo,” ele desencostou-se da sepultura e caminhou até Will. “Você tem o hábito de passear em cemitérios durante a noite?”

Will deu de ombros. “Se você me indicar um bom pub em qualquer lugar da vizinhança, terei o maior prazer em dirigir até lá. Não tenho o hábito de dormir durante a noite.”

O sleep, O gentle sleep, Nature's soft nurse, how have I frightened thee. That thou no more will weigh my eyelids down, And steep my senses in forgetfulness?” citou Jace.

“Shakespeare,” reconheceu Will. “King Henry. De qualquer maneira, não acho que haveria muito de bebidas alcoólicas em Yorkshire”, suspirou ele. “Eu sei porque ainda estou acordado, que força o impediu de dormir pacificamente?”

Jace deu de ombros. “Várias coisas. Pesadelos e inquietações, mas principalmente apenas não é da minha natureza.”

Will olhou para ele de forma critica. “Você fala muito esse tipo de coisas. Dando respostas que não respondem a nada.”

“Um crime do qual você é igualmente culpado,” comentou Jace. “O que se passa é que eu nunca fui capaz de dormir com facilidade, não importa a situação. A Clary fica preocupada, mas não consigo me obrigar a dormir não importa o quanto me ajude de manhã. Para mim, a única maneira para uma boa noite de sono é runas, medicamentos ou lutar até à exaustão. Ocasionalmente há álcool envolvido, mas não ultimamente.”

“Falando em Clary,” disse Will. “Parece que fizeste bem em sair. A Tessa não ficou muito bem com o que viu. Temo que um dia, a curiosidade dela a vá levar a uma situação difícil de escapar.”

“Descobri que pessoas podem se encontrar em situações inescapáveis por elas mesmas sejam curiosas ou não”, refletiu Jace.

Houve silêncio por um momento até Will perguntar, “Porquê disse que ao Starkweather que seu nome é Jonathan? Você parecia muito certo para ter sido uma escolha aleatória.”

Jace se moveu de maneira a estar sentado em cima de um grande túmulo, “É um nome comum entre Caçadores de Sombras,” ele disse, lembrando as palavras que Maryse tinha usado quando refletiu sobre não ter suspeitado dele ser filho de Valentine quando descobriu o nome dele. “Pensei que dificilmente causaria suspeita. Além disso,” acrescentou. “É o mais próximo do meu nome.”

Will franziu o sobrolho, ”Então Jace não é o nome que seus pais lhe deram?”

“É de minhas iniciais, J. C.,” explicou relutantemente. “Para Jonathan Christopher.” Riu amargamente. “É irónico, porque eu nem sequer sabia que tinha um segundo nome até aos oito anos. Meu pa - ” ele parou e recomeçou. “O homem que me criou,” ele disse. “Só me chamava Jonathan, eu descobri o segundo nome num livro. Ainda mais irónico é que o livro não tinha nada a ver comigo. Quando disse o meu segundo nome à mãe do Alec e da Isabelle ela decidiu que me chamaria de Jace. Quando me perguntei qual deveria ser o meu nome, a Clary decidiu que se eu apenas considerava Jace como meu nome, então era o que devia permanecer. Não faço ideia qual poderia ser meu nome.”

Will estava para lá de surpreso, mas escondeu bem a surpresa. Essa tinha sido a maior quantidade de informação que tinha sobre Jace ou qualquer outro desde que essa situação tinha começado. Ele também notou que Jace tinha o cuidado de não dizer “meu pai” era sempre “o homem que me criou.” Também não havia “minha mãe” apenas a de Alec e Isabelle. Era deveras interessante.

Jace olhou para o céu. A lua e as estrelas estavam mais visíveis do que com que estava acostumado. Em Nova Iorque a poluição escondia a maior parte do céu. Ele supunha que não havia muitas preocupações em termos de poluição luminosa num século onde a eletricidade tinha sido inventada à três quartos de século. Ele olhou para Will. “De onde vêm seus hábitos noturnos?”

“Acho que passa uma imagem que ajuda a afastar pessoas que gostam de pedir favores,” replicou Will.

Jace considerou a resposta. “Posso ver os méritos nesse plano. Quem iria perguntar a alguém para fazer algo de boa vontade quando não acreditam que tem coração para alguma coisa a não ser bombear lodo negro em suas veias? É uma estratégia sólida.”

“Obrigado,” disse Will secamente. “Tenho orgulho em mim mesmo por essa estratégia."

Jace acenou. “Você sabe que eles não acreditam, certo?” ele disse, gesticulando para o Instituto. “Tessa, Jem, eles não se importam como você age. Eles apenas vão ser teimosos o suficiente para acreditarem no que é bom em você quando você não consegue,” ele se levantou e começou indo embora. Já estava a alguma distância quando replicou. “Falo por experiência.”

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Na manhã seguinte Jace desceu para o café encontrando Jem e Will já sentados. Will estava fazendo com pedaços de torrada o que pareciam ser desenhos rudes e Jem mexia sem entusiasmo uma tigela de mingau de aveia como se procurasse alguma coisa que provasse que a coisa peganhenta era comestível. Clary estava desenhando num bloco, seu cotovelo mal evitando o pote de geleia.

Ele espreitou por detrás da cadeira e olhou o bloco de desenho. Estava dividido em duas secções. Sua face ocupava metade da página, enquanto a de Will tomava forma na outra metade. No fundo da folha estavam versões menores de feições. Jace achou que eram comparações entre suas feições e as de Will.

Ele inclinou-se de maneira que sua boca estava perto do ouvido dela. “Tentando encontrar o link perdido?” sussurrou.

Clary saltou e olhou para ele. Ela sorriu, “Estou tentando conectar alguns pontos,” ela sussurrou de volta. “Tenho também da Isabelle e da Sophie.”

Jace deslizou para o assento ao lado dela no momento em que Tessa entrava.

“O que é suposto isso ser?” perguntou Jem sobre a torrada – desenho de Will. “Quase parece –“ ele interrompeu a frase quando viu Tessa. “Bom dia.”

“Bom dia,” respondeu de volta enquanto sentava em frente a Will. Jace notou que ela olhou rapidamente para Will antes de voltar o olhar para algum ponto acima do prato.

Jem olhava para ela preocupado. “Você está bem, Tessa? Depois da noite passada-“ ele se calou assim que Jace ergueu a cabeça ao som pesado e desigual dos passos de Starkweather na soleira da porta. “Bom dia, Sr. Starkweather,” disse Jem, empurrando o prato de Will para que os pedaços de torrada não estivem numa formação rude.

Starkweather olhou para eles com uma expressão funesta. “A carruagem está esperando nas traseiras,” disse na sua maneira recortada. “É melhor vocês se apressarem se querem chegar antes do jantar. Vou precisar da carruagem esta noite. Eu disse a Gottshall para vos levar diretamente para a estação. Acredito que tenham tudo que precisam?”

“Sim, senhor,” disse Jem com a voz que todos os jovens utilizavam para acalmar os adultos. “O senhor foi muito gentil.”

“E a comida estava simplesmente soberba,” disse Jace alegremente. “Dê meus cumprimentos ao chefe.”

Starkweather olhou para ele com suspeita, mas aparentemente decidiu que ele estava sendo honesto, ou que não valia a pena discutir. Ele olhou uma vez mais para Tessa antes de se virar e sair do cómodo.

“Coma depressa Tessa,” advertiu Will. “E você também Clary. Antes que ele mude de ideia sobre a carruagem.”

Clary olhou um pouco surpresa. “Eu não comi?”

Jace riu e agarrou numa maça antes de a descascar e cortar em quartos para Clary comer.

Tessa apenas abanou a cabeça, parecendo da mesma maneira, Jace percebeu, que Alec quando fica doente. “Não tenho fome.”

“Pelo menos beba o chá,” disse Will, enchendo a chávena e adicionando leite e açúcar. Tessa parecia pouco segura das ações de Will, mas bebeu o chá. Pelo que Jace vira, Will fazia gestos destes muitas vezes.

Assim que todos tinham comido alguma coisa, se levantaram e pegaram as malas. Tessa e Clary tinham conseguido encontrar seus mantos de viagem e chapéus e luvas foram localizados. Logos todos estavam do lado de fora, piscando pela pálida luz de Yorkshire. A carruagem esperava por eles, pintada com os quatro C’s que simbolizavam a Clave. O velho cocheiro com barba cinza que os tinha conduzido até ali, esperava.

“Inferno sangrento, é o Ancient Mariner novamente, “disse Will, embora ele parecesse mais entretido do que qualquer outra coisa. Ele entrou no transporte e ajudou Tessa após ele. Jace entrou e ajudou Clary a subir. Jem foi o último, fechando a porta atrás si. A carruagem começou a movimentar-se pelas ruas, passando por árvores e colinas. Jace encostou a face perto da janela tentando absorver o verde de tudo. Era uma das coisas que sentia falta sobre Idris depois de ter ido para Nova Iorque. Na cidade, a não que se fosse para o Central Park, as coisas eram monocromáticas.

Eventualmente a carruagem parou a uma boa distância de uma mansão com altas chaminés de pedra.

“Mas nós ainda não chegamos,“ disse Tessa intrigada. “Se isso é Ravenscar Manor-“

“Nós não podemos apenas andar até a porta da frente; seja sensível Tess,” disse Will saltando da carruagem. Ele ajudou Tessa a descer e suas botas afundaram no chão enlameado. Jace saiu de seguida e limitou-se a pegar em Clary antes de a deixar numa parte relativamente seca. Jem desceu ao lado deles.

“ Precisamos dar uma olhada no lugar. Usar o dispositivo de Henry para registrar presença demoníaca. Podemos ir de encontro a alguma coisa,” disse Will.

“Isso realmente funciona sem explodir?” perguntou Clary.

Jace sorriu para ela e silenciosamente ergueu seu próprio, mais moderno Sensor. Clary ficou de queixo caído. Aparentemente alguma invenção do Henry foi bem sucedida no mundo moderno.

Tessa, que olhava as árvores em volta, estremeceu.

Jem, vendo-a tremer, deu um sorriso de lado.

“Moça da cidade,” Tessa riu.

“Eu estava pensando o quão estranho seria crescer em um lugar como este, longe de qualquer civilização.”

“Onde eu cresci não era tão diferente daqui,” disse Will. Pelas expressões, Jace percebeu que foi inesperado. “Não é tão solitário como você poderia pensar. No campo, você pode ter certeza, as pessoas visitam uns aos outros como um grande negócio. Eles só têm uma maior distância a percorrer do que, em Londres. E uma vez que eles vão, muitas vezes fazem uma longa estadia. Afinal, por que fazer a viagem só para ficar uma noite ou duas? Nós muitas vezes temos convidados em casa que permanecem por semanas.”

“Eu partilho da opinião de Tessa,” disse Jem. “Eu nunca poderia me imaginar crescendo assim, do que em uma cidade. Eu não sei como eu conseguiria dormir à noite, sem saber que outras mil almas sonhadoras estariam ao meu redor.”

“Com a sujeira em toda parte, e todos respirando no pescoço um do outro,” rebateu Will. “Quando cheguei a Londres, eu estava tão cansado de está cercado por tanta gente, que foi com grande dificuldade que eu não peguei o sujeito mais próximo que cruzou o meu caminho, e cometesse atos violentos contra ele.”

“Você está ciente,” disse Jace eventualmente. “Seja uma mulher mundana ou não, elas ainda sabem arranhar no sítio onde realmente iria doer.”

“Verdade,” confirmou Clary.

“Alguns podem dizer que você ainda tem esse problema,” disse Tessa para Will.

Will soltou uma risada à medida que se iam aproximando da mansão. O prédio era muito grande, uma pilha grande de pedra cinza que deu a impressão de que tinha estado lá por séculos. Uma grande unidade circular curvada na frente das portas dianteiras enormes. Nada sobre o local sugeria abandono ou nenhuma erva daninha crescia sobre a unidade ou os caminhos que levaram às dependências de pedra, e nenhum vidro estava ausente nas janelas gradeadas.

“Alguém está vivendo aqui,” disse Clary. O grupo começou a descer o morro. A grama aqui era maior, quase na altura da sua cintura de Jace, o que significava que Clary praticamente tinha de andar sobre a ponta dos pés para manter a erva longe do nariz.

Jem franziu a testa. “Talvez se- “Ele parou quando o chocalho de rodas tornou-se audível.

Jace fez uma careta. Ele tinha bastante certeza que não era a carruagem que Gottchall tinha conduzido até ali. Soava mais pesada, como se tivesse um mecanismo diferente. Momentos mais tarde percebeu que tinha razão. À carruagem que se dirigia para a mansão, faltava-lhe o emblema com o C. Jace baixou-se rapidamente e Jem, Will, Tessa e Clary, o seguiram, embora no caso de Clary não fizesse muita diferença.

Eles observaram a carruagem parar diante da mansão, e o motorista saltou para abrir a porta da carruagem. Uma jovem saiu. Jace aproveitou a sua notavelmente boa visão, o que realmente precisava, porque a seus olhos, parecia que Isabelle tinha acabado de sair de uma carruagem.

Will deu um suspiro estrangulado. “Cecily.” Will cambaleou. Ele estava com uma cor cinza doentia, como as cinzas de um fogo morto. “Cecily.” Disse novamente. Sua voz tinha admiração e horror.

“Quem diabos é Cecily?” perguntou Clary.

Tessa levantou-se para ir até Will, mas Jem foi mais rápido. Jace levantou-se devagar, não tendo encontrado nenhuma razão para entrar em pânico. No entanto, essa conclusão teria de ser reavaliada, pois Will continuava a murmurar ‘Cecily’ em intervalos irregulares.

“Will, você deve falar com a gente,” dizia Jem. “Você olha como se você tivesse visto um fantasma.”

Will arrastou um longo suspiro, “Cecily.”

“Sim, você já disse isso,” disse Tessa. Jace viu ela parar e suavizar a voz. Ele supunha que era o certo a fazer, quando um amigo estava mentalmente perturbado.

Isso pouco importava. Will pareceu não ter ouvido.

“Minha irmã,” disse ele. “Cecily. Ela era - Cristo, ela tinha nove anos quando eu saí.”

“Sua irmã,” repetiu Jem.

Tetra tetra tetra tetra tia Lightwood. Jace anotou mentalmente.

“Isso não deve ter sido ambientalmente amigável,” disse Clary examinando a erva com algum desgosto.

Jace estremeceu um pouco. Problemas ambientais não estavam na cabeça da maioria dos Vitorianos. Felizmente ninguém parecia notar. Jem estava ocupado demais tentando parar Will e Tessa olhava ambos, preocupada.

Will tentou puxar o braço do aperto de Jem. “Se Cecily está lá, então o resto deles, minha família, eles devem estar lá também.”

Tessa correu para alcançá-los e Clary também. Jace suspirou e foi atrás delas. Se o seu ancestral era alguma coisa como ele, então ele sabia onde isto ia dar.

“Mas isso não faz qualquer sentido que sua família esteja aqui, Will. Esta era a casa de Mortmain. Starkweather o disse. Estava nos jornais.”

“Eu sei disso,” Will falou.

“Cecily poderia estar visitando alguém aqui,” sugeriu Clary.

“No meio de Yorkshire, sozinha? E essa é a nossa carruagem. Eu reconheci. Era a única carruagem. Não, a minha família está aqui de alguma forma. Eles foram arrastados para esta confusão e eu tenho que avisá-los,” Ele começou a descer a colina novamente. Jem chamou-o, mas ele não se virou.

Jace se aproximou ficando de frente com o outro garoto. “Eu vou arriscar e dizer que isso não era suposto acontecer.”

“Não,” disse Jem aflito. “Claro que não!” Ele começou a correr atrás de Will, mas tropeçou tossindo. Jace o agarrou e sentou no chão. Quando Jem tirou a mão da boca, Jace viu algo vermelho que definitivamente sangue. Tessa afundou ao lado dele parecendo preocupada. “Eu estou bem,” disse Jem através do ataque de tosse.

“Sua definição de ‘bem’ deve ser diferente da minha,” comentou Clary. Ela sentou perto de Jem, com a estela na mão.

Jace decidiu que Clary seria capaz de tomar conta da situação e colocou de lado a situação de Jem. Ele olhou para onde Will tinha ido, “Alguém devia pará-lo antes de ele chegar na casa, não é?”

Jem tentou sentar-se. “Eu vou,” ele disse, tossindo novamente.

“Por favor,” disse Jace confiantemente. “Sou mais rápido que você em seu melhor dia,” ele voltou-se para Clary. “Eu volto já.”

Clary assentiu, “Vai.”

Jace correu. Para a maioria, a sua corrida seria cansativa mas Jace nem sentiu a necessidade de respirar. Mal olhava para os pés mas não caiu. Em segundos ele chegou até Will e o virou para si. “Péssimo plano,” disse casualmente.

Will parou e olhou para ele, “Como raios-“

“Yeah, yeah, yeah,” Jace fez pouco caso. “Você está espantado com minha incrível rapidez e habilidade física. Agora, ou você dá meia volta e sobe o morro ou você tenta passar por mim. Realmente não temos o dia todo para isso. ”

Will atirou-se a ele pronto a dar um murro, mas Jace já tinha se desviado e reposicionado, ficando entre Will e a mansão. O olhar de Will se encontrou com o de Jace. Era incrível ver a rapidez com que Jace se movia. Era como raios de sol nas ondas. Aos olhos de Will parecia que Jace estava em vários sítios ao mesmo tempo. Ou talvez se movendo entre os dois.

Jace olhou para o seu furioso ancestral, ”Seria agora uma boa hora para mencionar que seu parabatai está tossindo sangue no cimo do morro agora mesmo?”

Will tentou acertar-lhe mais uma vez e Jace deixou que lhe acertasse no estômago, mas tencionou os músculos para que não doesse. Ele usou a distração e os movimentos impulsivos de Will para lhe dar um golpe nas costelas. Will caiu ao chão, tentando respirar.

Ooops, Jace pensou. É capaz de ter sido um pouco mais forte do que deveria. Força humana, pense em força humana. Jace ficou onde estava. “Está preparado para ir embora? ” Perguntou Jace levemente.

Will resmungou algo que Jace reconheceu como a versão Galesa vitoriana de “Vai se ferrar. ”

“Se tivesse um centavo de cada vez que ouço isso, ” ponderou Jace. “Juro por Deus que estaria rico. Agora, respire, pense no que ia fazer e então tente responder novamente. ”

Will olhou e continuou a xingar Jace.

“Okay,” disse Jace. “Isso também serve,” ele sentou em frente a Will e esticou as pernas, apoiando-se no cotovelos.

Uns minutos mais tarde, Will tinha conseguido clarear a cabeça. Ele olhou para a cara de Jace, vendo que o garoto loiro parecia irritantemente calmo e imperturbável com os olhos fechados. Ele olhava para o mundo como se estivesse a aproveitar um belo dia no campo. Não batia certo com o atual estado mental de Will. “Jem, ” disse finalmente. “Ele está bem?”

“Isso depende de como você define “bem”, disse Jace abrindo os olhos. “É bom sinal ele estar tossindo sangue?” Will empalideceu. “Acho que não,2 disse Jace, notando a palidez. “Infelizmente, os problemas médicos do seu amigo, não são o nosso maior problema de momento, ” ele continuou. Ele levantou a mão e apontou para um ponto a meio da colina acima da mansão. “Olhe para ali. ”

Will virou a cabeça e focou no ponto que Jace apontava. Ali, quieto como uma estátua, estava um autómato. Era alto e esguio como um inseto. Will xingou baixinho. “Esse é mais um dos dispositivos infernais de Mortmain. Eu juro que eles estão ficando cada vez mais feios. O último lote ao menos parecia mais humano. “

Jace estreitou os olhos e olhou melhor. Ele deixou escapar um assobio baixo. “Acho que Mortmain precisa crescer. Encerrar brinquedos? Esse tipo tem cinco anos mentalmente? “

Nesse momento Clary desceu o morro, seguida por Tessa e Jem. Jace notou que Jem acenou a Will, um sinal silencioso que estava bem.

“Vocês viram os autómatos? “perguntou Jem. “Acho que essa coisa tem nos seguido. Vi um flash de metal da janela da carruagem. Você quer levar essa coisa até sua família? ”

Will olhou para Jem. Sua voz estava mais controlada quando falou novamente. “Não vou me aproximar da casa, “ prometeu. Ele e Jace levantaram-se.

“Ótimo, ” disse Jace, dando uma palmadinha no ombro de Will. “Agora, vamos matar alguns besouros gigantes. ”

“Pelo menos não é um pato, ” apontou Tessa.

Seu comentário foi perdido pelos dois garotos que iam lançados contra os autómatos.

Jem virou-se para Clary. “Obrigado, ” ele disse. “Pela runa, ” ele também se virou e correu até aos outros dois.

Clary e Tessa trocaram olhares, então Clary levantou o vestido, revelando que ainda estava usando tênis, antes de os seguir. Tessa se juntou a ela. Não era fácil subir um morro com saias rodadas e ambas as garotas soltaram algumas palavras pouco femininas.

Clary bufou. “Esses garotos precisam tentar correr com um desses vestidos a ver se gostam. ”

Tessa encontrou-se em pleno acordo sobre o assunto.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?