Cidade do Tempo Cruzado escrita por Beatriz Costa


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Novo capitulo para vocês!

UM GRANDE ABRAÇO PARA TODOS OS QUE COMENTARAM O PRIMEIRO CAPITULO:)

BOA LEITURA!



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Clary, que estava perto de Jace, sentiu seu corpo ficar tenso. Jace semicerrou os olhos até que apenas fosse visível um pequeno brilho dourado. Clary, Isabelle e Alec olharam de Jace para Will nervosamente. Conhecendo Jace, ele poderia fazer qualquer desde fazer uma piada, a dar uns passos e socar Will na cara.

Clary aproximou-se mais de Jace e tentou dar o máximo de apoio possível sem falar. A mão dele apertou em volta da dela ao ponto de ela começar a se preocupar que ele lhe pudesse partir alguns dedos por acidente.

Jem fitou os dois com curiosidade. O garoto loiro Jace parecia da mesma maneira que Will quando tentava arduamente se manter impassível. Ele estava fazendo um bom trabalho, mas Jem podia ver a tensão que segurava em cada um de seus músculos. Além disso, julgando pelo olhar de Clary, Jace estava a pouco de quebrar os pequenos ossos de sua mão. Isso era outra coisa estranha, refletiu Jem. Normalmente um cavalheiro nunca pegaria a mão de uma dama em público, mas a pequena garota ruiva aparentava não esperar outra coisa.

Finalmente Alec falou, quebrando o silêncio momentâneo. “Bem,” a voz dele suou muito alta. Ele clareou a garganta e começou de novo. “Bem, é bom conhecer vocês todos. Nós realmente sentimos muito por termos interrompido a reunião. Nós não queríamos estar aqui acreditem. Haveria algum problema se ficarmos aqui no Instituto por uns dias até resolvermos nossa situação?”

A diplomacia de Alec quebrou alguma da tensão e trouxe toda a gente de volta á ação. Charlotte chamou Sophie. Jem conseguiu fazer conversa com Isabelle e Alec enquanto Will se afundava numa cadeira.

Clary sentiu alivio quando Jace soltou seus dedos. Ele olhou para ela. “Desculpa,” ele murmurou. “A sua mão está bem?”

Ela sorriu e ergueu a mão para lhe mostrar os dedos. O sangue começava a correr de novo para seus dedos, lhes dando uma nova cor. “Sem danos, sem problemas,” ela assegurou.

Jace pegou a mão dela e inspecionou a nódoa que começava a formar antes de a beijar levemente. “Tudo bem.”

Ele ergueu a cabeça ao ouvir a porta abrir-se e Sophie entrar. Ele relaxou novamente quando julgou sua não ameaça e puxou Clary até ás cadeiras que pareciam ter sido recentemente abandonadas. Acontecia que essas cadeiras estavam ao lado de Henry que não tinha encontrado nada para dizer durante a maior parte da conversa.

“Sophie,” disse Charlotte. “Você acha que poderia encontrar algo meu ou de Jessamine para as duas jovens usarem?”

Sophie olhou Isabelle e Clary com um olhar profissional. Encontrar algo para a senhorita Clary seria fácil, já que tinha uma constituição como a de Charlotte e também caberia em algo da senhorita Jessamine. Contudo, a altura da senhorita Isabelle tornava mais difícil encontrar algo para usar. “Sim, senhora,” ela respondeu. “Temos igualmente também alguns quartos preparados. Eu os limpei hoje mesmo.”

“Isabelle poderia usar um dos meus vestidos,” sugeriu Tessa. Ela já havia reparado no problema da altura e assumiu que algo dela serviria melhor na garota mais alta.

Charlotte assentiu. “Jem, Will, poderiam arranjar umas roupas para o Sr... e o seu amigo Sr...” ela arrastou a frase ao se aperceber que não sabia o último nome de nenhum membro do grupo. “Jace e Alec,” ela disse.

Will ergueu-se. “Vocês dois venham comigo,” ele disse para Jace e Alec. “Vocês estão mais próximos da minha altura do que Jem, e as roupas do Henry podem vos cegar.”

“Bem, de maneira a preservar minha visão,” Jace resmungou ao se levantar.

Charlotte levantou-se e saiu do cómodo seguida por Jem, que lhe explicava melhor a sua ideia sobre Reparação dos arquivos.

Sophie gesticulou para que Isabelle e Clary a seguissem e Tessa decidiu ir junto. Ela gostava de falar com Sophie e Charlotte, e uma decente meia conversa podia ser ocasionalmente extraída de Jessamine, mas ultimamente Tessa vinha se sentido um tanto privada de conversar com garotas da mesma idade que ela.

Enquanto caminhavam pelo corredor, Isabelle deu o seu melhor sorriso. “Então vocês são Sophie e Tessa?” ela conferiu.

Sophie assentiu. “Sim, senhorita.”

Isabelle franziu o cenho. “Se eu vou chamar você de Sophie, você vai me chamar de Isabelle,” ela insistiu. “Clary é Clary, Alec é Alec e Jace é Jace. Falando em Jace,” ela falou quando um pensamento lhe ocorreu. “Se ele der qualquer tipo de problemas, sinta-se á vontade para lhe acertar com alguma coisa pesada na cabeça.”

“Tem certeza que isso é sábio?” perguntou Tessa um pouco alarmada.

A garota morena acenou com a mão. “Por favor! Eu tenho feito isso por anos e ainda não vi nenhum sinal de cérebro danificado. Além disso,” ela acrescentou. “Qualquer cara que consegue sobreviver depois de ser espetado com várias espadas três vezes em quatro meses, pode apanhar com um livro.”

“Isabelle,” disse Clary um pouco nervosa. “Talvez você possa se acalmar em contar histórias de extrema violência até conhecermos toda gente um pouco melhor?”

Tessa aproveitou a oportunidade para levar a conversa para tópicos menos sangrentos e depressa chegaram ao quarto de Tessa após pararem brevemente para Sophie pegar um vestido de Charlotte que pudesse servir em Clary. Na realidade, mudar-se para o vestido demorou um tempinho. Dizer que Clary e Isabelle estavam inseguras sobre o que supostamente deviam vestir era falar suavemente.

Foi preciso quase hora e meia para ajudar ambas as garotas com as camadas que constituíam a roupa Vitoriana, e ainda mais tempo para conseguirem se movimentar com elas. Isabelle conseguiu aprender mais rapidamente a se mover e andar no vestido que Tessa lhe emprestou do que Clary. Para Clary, andar de jeans e camiseta já era difícil sem tropeçar. Saias até ao chão não estavam ajudando nada seu equilíbrio.

Uma vez que as roupas estavam estabelecidas, Isabelle tentou novamente fazer conversa. “Meu nome do meio é Sophia,” ela disse para Sophie. “O seu é um nome de família?”

Sophie desviou-se do olhar atento de Isabelle. “Não, Srta. Eu acredito que minha mãe apenas me deu o nome quando nasci.”

“Foi assim que tive o meu nome,” disse Clary com um encolher de ombros. “Só Deus sabe porque ela me chamou Clary.”

“Algumas histórias dizem que comer as sementes da clary sage deixam ver o povo das fadas. Talvez seja por isso,” sugeriu Tessa.

Clary deu sorriu um pouco. “Duvido. Minha mãe me queria afastada de tudo isso. Ela até tinha um bruxo me bloqueando a visão. Eu apenas descobri sobre os Caçadores de Sombras alguns meses atrás.”

“Então você e eu estamos no mesmo barco,” disse Tessa amigavelmente.

“O que você é exatamente?” perguntou Isabelle rudemente.

Clary, pegando numa parte do conselho de Isabelle, pegou num livro que estava numa mesinha e o usou para acertar em Isabelle. Ignorando os xingamentos murmurados da amiga, Clary voltou-se para se desculpar com Tessa.

Tessa ergueu a mão. “Não faz mal Clary. Mas receio que seja uma longa história.”

“Temos tempo, se nos quiser contar,” disse Clary gentilmente. “Nossas histórias também são longas. Provavelmente demoraria dias para contar tudo a alguém.

Tessa encolheu os ombros. “Há que ter cuidado com as histórias e as palavras. Elas têm o poder de nos mudar.”

“Eu prefiro imagens,” murmurou Clary.

Sophie, que estava a ponto de abandonar o quarto, se voltou ao ouvir isso. “ A Srt... Clarissa desenha?”

Clary acenou e procurou em sua mala até encontrar seu bloco. “Eu desenho aqui,” ela explicou. “Todas as coisas que não quero esquecer. O tipo de coisas que são muito bonitas para palavras. Você desenha?”

Sophie negou. ”Eu tentei. Eu apenas não tenho o talento natural para isso.”

“Eu podia ensinar você,” ofereceu Clary.

Mas Sophie apenas negou com a cabeça. “É muito gentil da sua parte, Srta,” ela disse. “Mas tenho trabalho a fazer,” e com isso ela fez uma vénia e saiu.

Isabelle deu de ombros assim que a porta fechou. “Eu conto com o Alec deixando notas espalhadas pela casa sobre as coisas que não devo esquecer.”

“Isso soa como um sistema sólido,” comentou Clary ironicamente. “É por isso que continuo a encontrar lembretes dentro da caixa dos ovos?”

Depois disso a conversa fluiu naturalmente. Tessa descobriu que era muito fácil conversar com Clary e Isabelle e eventualmente ela explicou o que sabia da situação. Depois de tudo, ela tinha razão. Eles poderiam ficar no Instituto por um tempo. Eles iriam descobrir durante esse tempo.

Jace e Alec tinham mais sorte em se movimentarem em suas próprias roupas. Aquelas eram imensamente mais formais que suas roupas regulares, mas as roupas de Jem tinham servido em Alec embora as mangas ficassem um pouco curtas, e a roupa de Will tinha servido quase bem demais em Jace para o gosto de Will. Pareciam que tinham sido feitas sob medida para o corpo de Jace e ele achou esse facto confortante. Jace podia ser arrogante e vaidoso quanto á sua aparência, mas ele tinha uma boa razão.

Jace andou pelo quarto com extremo cuidado. Era incrivelmente desarrumado. Havia objetos espalhados pelo chão e todas as superfícies estavam cobertas com o entulho do quotidiano. Ele tirou algumas coisas do assento de uma cadeira e as mudou para uma mesa próxima. O livro no topo era um que Jace reconheceu. Depois de tudo, era a mesma cópia de Um Conto de Duas Cidades que tinha herdado de Stephen Herondale. Só para ter certeza abriu o livro e olhou na capa e lá estava, escrito á mão: Propriedade de William Herondale.

Ao virar as páginas, vários pedaços de papel caíram. Jace olhou de relance para eles e fez um tsk tsk com a língua. “Meu Deus, Billy Boy. Da última vez que verifiquei, as garotas não gostam quando lhes leem a correspondência.”

Will virou-se. “Me dê isso,” disse friamente. Ele pegou as cartas da mão de Jace sem receber nenhum protesto, mas notou que os olhos do loiro se estreitaram por um ínfimo de segundo. Alguma coisa parecia fora do lugar nele. A convencida arrogância que ele possuía. Alguma coisa em Jace parecia... instável. Como um dos explosivos de Henry que podiam rebentar a qualquer minuto sem qualquer aviso se você não pisasse levemente. Isso o confundiu, e Will odiava estar confundido. Normalmente era ele que confundia.

Ele sentiu uma vontade súbita de deixar a vizinhança de Jace. “Vou sair,” anunciou aos dois com um tom duro. “Não toquem em nada meu, e não arranjem problemas por aqui. Esse é o meu trabalho.”

Assim que a porta bateu atrás dele, Jace se espreguiçou na cadeira. “Bem,” disse. “Faz parecer que o sarcasmo e a grosseria juntos com um curto temperamento são herança de família, não é?”

“Jace, “Alec tentou dizer.

“Não tem muita organização, sendo que é meu não-sei-quantas-vezes avô,” disse Jace. Como se não tivesse ouvido Alec. “Achas que o gene se perdeu ao longo das gerações? Ou apenas veio da Mamãe Querida?”

“Eu sei que isso é estranho para você,” Alec interrompeu novamente.

Jace levantou-se. “Não Alec. Descobrir que o Taki´s está sem comida de fada é estranho para mim. Ir de encontro a membros da família que supostamente deveriam estar seguramente mortos e incapazes de me incomodar está se tornando estranhamente muito rotineiro!” Ele se afundou na cadeira depois do seu desabafo e riu sem humor. “Acabei de conhecer o parente vivo mais próximo do meu pai biológico e ele vive na Londres Vitoriana." Ele riu novamente. “Você acha que isso conta como ironia?”

Antes que pudesse responder, houve uma batida na porta e a cabeça prateada de Jem apareceu. “Tinha que esperança que vocês dois estivessem aqui,” ele disse. “Venham. Charlotte quer que vos mostre o Instituto antes da ceia.”

Alec e Jace o seguiram para fora do quarto. O mesmo pensamento rondava suas cabeças.

Quanto da conversa Jem ouviu?


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Notas finais do capítulo

O que acharam?