Made Of Honor escrita por Jupiter rousse


Capítulo 26
Here we are


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como vocês estão? Tenho uma notícia incrível para vocês, a partir de agora contagem regressiva e um capítulo por dia.



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Parecia que havia sido ontem que ela cruzara aqueles portões pela primeira vez. E depois, tantas outras vezes, quando Colin a levara para passear na cidade. Rose, sempre voltava desses passeios muito cansada, mas completamente realizada e nas nuvens.

Suspirou fundo, uma vez que seu estômago se contorcera de uma maneira que a fez ter vontade de chorar. Não é justo, eu deveria estar feliz. No entanto, culpa e medo eram tudo que ela sentia.

Como poderia ser diferente? Havia o traído. Em um momento completamente estúpido que se deixou levar e algo dentro dela gritava que não teria feito diferente se pudesse. E, claro, isso fazia com que ela se sentisse pior.

Já podia ver as grandes torres de mansão, que mais parecia um castelo medieval, se erguendo. Suas mãos suavam frio e ela mal escutava os comentários maravilhados das meninas no banco de trás do carro, a única coisa que ela parecia ouvir era o silêncio incomodo do Scorpius.

Quando abriu a porta do carro, agradeceu mentalmente que suas pernas não cederam. A viagem havia sido cansativa e ela estava uma pilha de nervos, mal podia ver a hora de tomar um bom banho e, ao menos, tentar relaxar.

Sentiu pequenas lágrimas brotarem em seus olhos quando Colin a tirou do chão com um abraço apertado e, pela primeira vez desde a noite anterior, sentiu-se segura. O abraço era familiar, confortável e francamente tudo que ela precisava. Colin a amava, sem dúvidas, sem incertezas, um amor tranquilo e seguro.

— Senti sua falta. - a voz dele perto de sua orelha causou calafrios em sua espinha.

 

— Eu também - e foi, de fato, sincera dando-lhe um beijo casto nos lábios.

A cena lhe pareceu tão espontânea que Scorpius poderia socar uma parede. Na verdade, não era nem mesmo raiva que sentia, seu estômago simplesmente afundou de tal maneira que ele achou que poderia vomitar. O loiro quase podia ver os corações se formando ao redor dos dois e desviar o rosto não lhe pareceu bom o suficiente. Talvez nada tenha lhe doido tanto assim antes.

 

Cumprimentou Colin e os pais do mesmo no piloto automático, sua mente estava em algum lugar muito distante enquanto algo parecia quebrar dentro dele. Não ajudava em nada que o maldito lugar parecesse como um conto de fadas, como seria possível competir com aquilo? Nem mesmo toda auto-estima que o loiro tinha poderia lhe convencer de que ainda tinha alguma chance. Ele havia perdido e só havia a si mesmo a culpar por isso.

Mas vocês se beijaram.

Nem mesmo aquela vozinha insistente que predominava no fundo de sua cabeça parecia convence-lo de que ainda havia alguma esperança.

[…]

— Por mais que eu quisesse passar a tarde toda aqui, tenho umas coisas para resolver hoje - Colin beijou suas costas nuas, aumentando o aperto em sua cintura

Rose resmungou manhosa, se aconchegando mais nele.

— Seria muito errado de sequestrar pelo resto do dia? Ninguém vai descobrir, eu prometo.

Ele deu uma sonora gargalhada.

 

— Acho que não conseguiríamos nos casar se você estivesse presa, amor.

 

A ruiva reclamou, quando sentiu-o levantando da cama e se virou a tempo de ver a bunda perfeitamente durinha dele sumir no banheiro. Jogou a coberta por cima do seu corpo quando uma brisa entrou pela janela, fazendo-a se arrepiar.

 

— Não esqueça que temos um jantar de boas vindas hoje! - ele gritou do banheiro, com a voz abafada pelo barulho do chuveiro.

 - Ou nós podíamos faltar e ficar aqui mesmo - ela brincou, sabendo que seria inútil.

— Você sabe que eu adoraria - ele saiu com uma toalha envolta na cintura, algumas gotinhas de água escorrendo pelo peito definido - Mas meus pais matariam nós dois.

— Preciso agradar meus sogros então - ela lhe deu um sorriso malicioso - Coloque logo uma roupa, antes que eu te obrigue a voltar para cama.

 

Ele riu novamente, se abaixando para dar um selinho nela. Menos de dez minutos depois já havia se vestido, daquele modo todo formal, e deixado-a sozinha no quarto.

Rose não queria ficar sozinha porque sabia que acabaria pensando demais. E agora, além de tudo, estava se sentindo suja.

Que tipo de pessoa consegue agir tão naturalmente, fazer amor dessa forma como se não houvesse acabado de trair o noivo dias antes do casamento?

Eu sou horrível.

Levantou, bufando e começou a preparar um banho de banheira quentinho com alguns sabonetes caseiros feitio de um passatempo da sua sogra.

Aquilo mal pode ser considerado um beijo, não conta como traição.

Ela começou a esfregar o braço esquerdo, alguns fios de cabelo solto grudavam em suas costas.

Assuma as coisas que você faz Rose Weasley, é claro que pode!

Passou a bucha nos ombros, sentindo-os duros de tanta tensão.

Todos tem direito a errar…

Abraçou os joelhos com força e se permitiu chorar. Chorar de raiva, de culpa, de confusão, de dor. Deixou que sentisse tudo aquilo que precisava ser sentido, pois quando saísse daquela banheira estava determinada a esquecer tudo.

Era impossível dizer que aquele beijo não significara nada, mas estava disposta a esquece-lo. Passara tempo demais esperando por Scorpius, não sabia que interesse repentino era esse que ele estava demonstrando, mas agora era tarde demais. Ela amava Colin e sabia que poderia ser feliz com ele. Colin havia juntado os pedaços dela, havia feito ela se sentir desejada, se sentir amada com uma mulher, havia sido carinhoso, engraçado, gentil. Ela precisava dele e todo bom senso que ela tinha lhe dizia que era sobre isso que casamento era.

 

[…]

Era provavelmente a quarta dose dupla de wiskey que Scorpius virava sem hesitação. Sabia que aquilo era um retrocesso, pura imbecilidade dele, coisa de criança. Mas ainda assim afogava suas mágoas na bebida como se fosse um adolescente com o primeiro coração partido. Bom, apesar dele não ser mais um adolescente aquele talvez era, de fato, seu primeiro coração partido.

A risada que saiu de sua garganta foi tão cortante e irônica que a quinta dose desceu como se fosse água. Passou a mão nos cabelos rebeldes e desejou, mais do que nunca, sumir.

Não, sumir dali exatamente. Mas sim, sumir de todo e qualquer lugar, sumir da existência. No entanto só de pensar o quanto ele magoaria Rose por não estar em seu casamento, já era o suficiente para que ele mudasse de idéia.

Ele a amava tanto e já havia machucado-a tanto que não poderia suportar a idéia de ver a sua ruiva sofrer ainda mais. Mesmo que aquilo significasse que ele teria que assisti-la casando com outro.

Como se não bastasse tudo isso, o wiskey que ele havia recorrido para afogar suas mágoas fora produzido pelos próprios McMurray. Talvez eu mereça. Pensou amargo, tão amargo quanto a bebida em sua garganta.

O som de seu celular estava tirando-o do sério. Com certeza Lily enchendo-o de mensagens querendo saber se ele estava bem. A maldita ruiva com certeza percebera que aquela cena havia afetado-o mais do que o normal e conhecendo-a bem daqui há pouco estaria esmurrando porta por porta do castelo atrás dele.

 

Então, virando a última dose, Scorpius decidiu que daria uma volta pelos jardins. Precisava clarear a cabeça de qualquer forma e com um pouco de sorte, Lily demoraria mais a encontrá-lo.

[…]

Talvez não tivesse sido uma idéia tão boa assim. Primeiro, como se aquele maldito castelo de príncipe encantado não fosse grande o suficiente o lado exterior era infinitamente maior. Repleto de jardins paisagísticos, pequenos chafarizes, um lado gigantesco, estufas era tudo irreal demais.

Até eu me apaixonaria assim.

A sua ironia pingava e seus pensamentos eram venenosos. Talvez estivesse tão destruído que percebera, tarde demais, que havia dado de cara com a ruiva. Ele estancou no lugar sem saber o que fazer já que dar meia volta não era uma opção, Rose estava olhando diretamente para ele apenas há alguns metros de distância sentada em um balanço de madeira.

Ela pareceu engolir em seco, os pés fincados no chão com força.

— Hm - o loiro coçou a parte de trás da cabeça, completamente desconfortável - Oi.

Rose soltou o ar que nem ao menos havia percebido que prendera, suas mãos começaram a brincar com o caderninho que segurava. O balanço era daqueles em formato de um banquinho largo para duas ou mais pessoas, o que fazia Rose se sentir pequena. Ou talvez fosse apenas a presença dele.

— Oi.

 

O silêncio, provavelmente, foi o mais constrangedor e desconfortável da vida dos dois.

 

Nunca tivemos esse problema antes.

Anda, qual o seu problema? fala alguma coisa

 

— O que você tá fazendo? - Scorpius soltou por fim, colocando as mãos no bolso da frente e se encaminhando, com certo receio, até ela.

— Hm, eu estava pensando no que vou dizer nos meus votos. 

Merda. Desejou na hora que não houvesse aberto a boca. Você tem que fazer isso por ela, pare de pensar em você por um segundo. E não podia acreditar no que estava prestes a dizer.

— E como está se saindo? - ele deu a volta, por trás do balanço.

— Não muito bem - confessou e parecia, de certa forma, aliviada por estarem conversando - Acho que tudo fica clichê demais.

— Talvez o amor seja clichê - não conseguiu evitar e jogou um pouco de sua frustração com esse sentimento para fora.

— Acredita mesmo nisso? - rebateu em seguida, Rose se amaldiçoou porque no segundo em que proferiu aquelas palavras já pode ouvir seu coração martelando em seu peito com expectativa.

 

Meio incerto, ele começou a empurrar o balanço de leve. Rose ergueu os pés do chão, deixando que o loiro controlasse seus movimentos.

— Talvez - ele suspirou, dando de ombros - Não sei.

— Hm.

O silêncio retornou, mas dessa vez não parecia tão incomodo quanto antes. E também não tardou a ser quebrado.

— Eu só queria que fosse algo especial. - ela fechou o pequeno caderno e deixou-o repousado em seu colo, se afundando um pouquinho mais no balanço.

— Talvez esse seja o problema.

— Como assim? - ela franziu as sobrancelhas.

— Acho que você não tem que querer que seja especial - ele empurrou-a mais uma vez - Acho que é o tipo de coisa que tem que fluir, você tem que sentir aquelas palavras quase como se não conseguisse conte-las, como se o sentimento fosse tão verdadeiro e puro que te obrigasse a demonstrá-lo.

Rose sentiu a boca seca.

— Acho que ser especial nesse caso, seria apenas uma conseqüência inevitável. - terminou satisfeito e sincero.

— Scorp…

 

Ela tombou a cabeça um pouco para trás, com os olhos fechados. Vendo-a de cima, a vontade de beijá-la parecia explodir em seu peito como se estivessem queimando-o vivo.

— Acho melhor voltarmos, não? Soube que tem um jantar hoje.

As palavras foram como um balde de água fria e Rose concordou, levantando.

— Sim, é melhor voltarmos mesmo.


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Notas finais do capítulo

Eu não aguentoooooo com essas conversas, com essas mini declarações disfarçadas e com todo esse amor camuflado. A Rose tá bem confusa, ne? Vou deixar as coisas um pouquinho mais claras nos proximos caps. Louca para saber o que vocês estao achando... E o feriado? Viajaram? Contem tudinho, quero saber...

Beijos e até amanha!



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