50 Coisas que eu Odeio em Você escrita por Mayy Chan


Capítulo 9
Eu odeio "fofo"


Notas iniciais do capítulo

Vim rápido, né? Fazer o que se o sono é pouco pra muita imaginação.
Espero que venham a gostar, porque eu amei escrever esse capitulo GIGANTE. Sim, eu estava inspirada pra caramba, amoras XD
Amoras, eu estou SUPER preocupada com a Sá. Baby, só te desculpo por ter sumido se for um motivo MUITO importante mesmo, okay?
Boa leitura, espero que gostem e eu quero meus reviews, okay?
Beijocas, Mayy



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Brigar com Annabeth meio que virou costume. Ontem de tarde ela pulou em cima das minhas costas e meteu os cotovelos raquíticos dela da curva do meu pescoço me matando de dor, hoje cedo ela me deu uma garfada, mesmo que acidental, quando foi roubar um pedaço da minha pamonha. Estou até com medo do que está por vir hoje.

Estou na postava da casa dela, quando ela a abre com uma panela com, provavelmente, brigadeiro dentro e uma colher na sua boca melada de chocolate. De acordo com as regras que a minha mãe me ensinou sobre as mulheres, essa era a hora de abraçá-la e esperar que ela chorasse no meu ombro enquanto contasse sobre o menino que fez ela ficar desse jeito.

— O que aquele idiota fez pra você, querida? — falei a abraçando.

— Qual é a sua Percy? Tá falando do que, moleque? — indagou dando mais uma colherada generosa no brigadeiro.

— O menino que te magoou, ora essa.

— Cara, eu não preciso de um menino pra comer brigadeiro. Meninos são idiotas. Eles colocam umas calças largas, chinelos, colocam um boné para trás no cabelo seboso e acham que estão irresistíveis.

— Está generalizando ou mandando uma indireta?

— Tanto faz. Entra logo.

A Chase saiu da frente da porta e me deixou passar. Sua vestimenta era bem diferente da que eu era acostumada a ver na maioria das garotas. Uma camiseta cinza enorme, um short curto surrado, chinelos e um coque mal feito. Uma merda bonita, diria eu.

— Pega uma colher pra você. Segunda gaveta do armário. — disse se sentando no sofá.

Fiz o que ela disse e começamos a dividir o brigadeiro, que estava com um leve gosto de queimado, mas que ela não reclamava hora nenhuma. Ela colocou um filme de comédia para assistirmos e colocou os pés no meu colo na maior folga.

Definitivamente Annie não era apenas mais uma menininha tipo as que eu estava acostumada. Ela não faz nenhum plano para me fazer gostar dela, apenas é o que ela é. Tipo, se fosse outra menina, ia colocar um filme de terror pra se agarrar em mim a cada cena boba, ou um de romance pra ver se rolava um clima. Só que ela colocou "Doze é Demais" é só. A única coisa que ela fazia erra rir pra caramba até das coisas mais idiotas.

Quando o brigadeiro acabou, ela me olhou e perguntou:

— Faz mais pra mim?

— Não, não, princesa. Tira já essa ideia da cabeça.

— Qual é, Cabeça de Alga? Acha difícil superar?

Ah, ela não devia mesmo ter dito isso. Lavei a panela e coloquei os ingredientes que ela me entregava. Sabe, quando a minha mãe terminou com o meu padrasto, por mais cafajeste que ele fosse, ela chorava pra caramba e eu tinha que cozinhar pra ela. Acho que, depois disso, eu me acostumei.

Quando ficou com a textura certa, peguei a panela quente e coloquei-a sobre a mesinha de centro para que nós dois pudéssemos degustar, como se diz a minha prima nojenta.

— Uau, Percy! Por que nunca me disse que sabia cozinhar?

— Se eu tivesse falado você ia querer que eu fizesse isso todos os dias, não ia?

— E quem te disse que eu não vou? Todos os dias que eu te ver, eu quero uma panela de brigadeiro pessoal. Eu mereço por estar tentando colocar alguma coisa que presta nessa sua mente vazia.

— Obrigado.

Conhecia ela o bastante pra saber que isso pra ela é meio que um elogio. No vocabulário problemático dela, isso significava que, ou eu cozinhava bem, ou que eu era gordo. Ambos são a mesma coisa, eu acho. Ou talvez possa significar "Tem um ornitorrinco no seu jardim, panaca". Cara, essa menina é confusa demais pra minha mente pura.

Quando o seu pai chegou, eu tive uma ideia. Meio idiota, mas ia ser o máximo ver no que isso vai dar.

— Olá, senhor Chase.

— Olá, Percy. Ainda fazendo aquela redação?

— Nono dia, senhor. Mas hoje eu queria saber se posso te fazer um pedido?

— Já fez um, mas como eu sou um cara muito legal te deixo fazer outro, garoto. — indagou sorrindo, o que eu imitei. Primeira regra em como conquistar o pai da garota que é sua companheira no trabalho de redação.

— Eu queria saber se posso levar a sua filha em uma festa. Não estou namorando ela, mas também não vou deixar ela nem chegar perto de outro garoto, não vou deixar ela beber nada do copo de ninguém, vou andar no limite de velocidade e trarei ela de volta na hora que o senhor desejar.

— Deixe ela se aproximar de caras descentes, porque ela precisa urgentemente de um namorado, não deixe ela beber nada que seja alcoólico e traga ela de volta às duas da manhã, entendido marujo?

— Melhor impossível, senhor.

Me sentei ao lado de Annabeth e falei:

— Temos uma festa pra ir. Daqui à uma hora eu venho te buscar, beleza?

— Tanto faz. Onde vai ser?

— "The Reds". Tchau.

A última coisa que eu vi antes de fechar a porta foi sua cara de surpresa. "The Reds" era uma das melhores casas de festa da cidade, e onde geralmente eu levava as meninas que eu estava interessado. Mas, como nesses dias eu não estava com ninguém, resolvi levar ela pra ver se essa nerd loira deixa de ser sedentária e passa um tempo dançando.

Fui pra minha casa, e vi a minha mãe sentada na sala. Sabendo que ainda tinha um bom tempo para me arrumar, sentei do seu lado.

— Hey, mãe.

— Quem é a sortuda da vez?

— O que?

— Toda vez que você se interessa em uma menina resolve levar ela pro "The Reds" e vem me pedir conselhos. É sempre assim.

— Dessa vez eu não vou precisar.

— Já está confiante o bastante?

— Não quero conquistar ninguém dessa vez. Vou levar Annie só para ver se ela tomar um ar.

— Olha, entre todas, essa é a mais difícil, mas é a melhor. Li um livro que falava que a melhor companhia é aquela por qual você tem que lutar, e essa Annabeth me parece do tipo difícil. Cuide bem dela, okay?

— Mãe, eu não quero conquistar ela.

— Tudo bem então, mas depois não diga que eu não te avisei.

Levantei do sofá e ouvi ela dizer que queria que eu passasse com ela antes de irmos pra festa. Subi as escadas e entrei no meu quarto, onde eu provavelmente poderia me arrumar sem que minha mãe começasse a supor um romance entre eu e a loira nerd que eu comecei a passar mais tempo só faz um oito/nove dias.

Tomei um banho e lavei o meu cabelo, o que eu fazia quase sempre. Enrolei a parte debaixo do meu tronco com uma toalha e saí do quarto bagunçando meu cabelo quando tomei um susto.

— Mãe?

— É impressão minha ou você andou malhando mais essas semanas?

— Sem a Drew na minha cola é mais fácil. Tenho mais tempo pra praticar boxe e, as vezes, ir na academia.

— Alguém especial nessas aulas?

— Mãe, pode parar de tentar me casar? É uma aula masculina. A única menina é a Clarice, que é a única menina que consegue dar um soco bem dado no meio da cara do Chris Rodrigues.

— E algum bom motivo para estar malhando? Acho que os brutamontes não fazem muito o estilo da A...

— Mãe, se eu quisesse alguma coisa com a Annabeth era melhor eu fazer o estilo nerd. E além do mais, ela nunca, jamais, nunquinha mesmo vai me ver sem camisa.

— Nunca se sabe. Eu vou me enfiar no banheiro e, assim que terminar de colocar roupa, me chama porque, pra essa eu quero te ajudar.

— Tá legal, mãe. — ri.

Depois ela saiu eu coloquei o meu desodorante predileto e uma roupa. Camiseta azul clara com o primeiro botão desabotoado, calça jeans escura e um tênis. Chamei a minha mãe e ela saiu de lá com uma caixinha.

— Vamos escolher o melhor perfume, na minha opinião. Você sabe qual é o que ela mais gosta?

— Mãe, ela não é a Drew pra ficar me cheirando. Ela é só a minha... colega de sala.

— Não importa. Vocês vão dançar e você precisa estar melhor do que nunca, querido!

— Tudo bem. — falei pegando o meu perfume usual, que eu tenho certeza que não tem como errar.

— Ótima escolha.

Quando eu fui ver, já estava todo arrumado, mas de um jeito que eu conseguia ser eu. Acho que a única diferença do que eu geralmente ficava era o fato de eu estar mais... diferente, sei lá.

Desci as escadas e peguei a chave do carro para passar na casa da Annabeth. Prometi pra minha mãe passar aqui em casa outra vez pra ela dar uma olhava na Annie, e tomei o caminho para a casa dela.

O caminho foi curto, o que foi um saco porque eu estava nervoso pra caramba. Tipo, e se tudo desse errado e a Annie entrasse numa fria por minha culpa? Eu tenho certeza que, pra segurança masculina, é melhor que nenhum idiota passe perto da Chase, porque se não eu mesmo ia dar um jeitinho no pescoço dele.

Saí do carro e bati na porta. Cara, eu estou simplesmente surpreso. Só isso que eu consigo dizer.

Ela não estava nada menos do que perfeita. Seus cabelos loiros estavam soltos, o que me fez descobrir que eles eram bem maiores do que eu imaginava, na curva da cintura mais ou menos, uma maquiagem leve e gloss, um salto alto, que por mais que fosse grande ainda me deixava com uma boa vantagem na altura, e um vestido azul de alças finas que parecia a deixar mais linda do que nunca.

— Entra, panaca.

Cara, eu não acredito que eu fiquei encarando.

— Olá, senhor Chase.

— Olá, Percy. Eu não vou enrolar porque quanto mais cedo vocês forem mais dá pra aproveitar, o que vai impedir que vocês demorem pra voltar. Nada de bebidas, nem cigarro, nem homens do seu lado, filha. Ande no limite de velocidade e eu não quero a minha filha metida em nenhuma confusão. Quero vocês aqui às duas, sem mais. Entendido, senhor Jackson? Tchau, e juízo.

— Tudo bem, senhor Chase. Tchau.

— Tchau, pai.

Quando chegamos de fora, ela simplesmente abriu a boca e disse:

— Me surpreendeu, Jackson.

— Estou muito mais gato do que os seus olhos inocentes podem enxergar? — falei dando o meu melhor sorriso.

— Digamos que, pelo menos, você não está de boné de aba reta. Tão fofo quanto o Austin Mahone.

Ah, não. Fofo definitivamente não. Eu nunca fui chamado de uma palavra tão... pueril. Isso foi mais do que simplesmente inesperado, foi simplesmente um desafio para eu provar pra ela que eu sou muito mais que fofo, algo muito mais... eu. Queria mostrar pra ela que se "fofo" eu não tenho merda nenhuma.

Coloquei ela no carro e ouvi ela começar a contar uma música qualquer que eu não tenho a mínima ideia de qual seja, mas definitivamente cantar não é um dos seus talentos.

Quando chegamos na porta da minha casa, abro a porta do carro e também a da minha casa para que a minha mãe a veja.

— Hey, querida. — indagou ela abraçando a loira.

— Olá, senhorita Jackson.

Sim, eu tenho o sobrenome da minha mãe desde que meu pai não quis me registrar.

— Querida, será que eu posso roubar o Percy um pouquinho?

— Claro.

Fui atrás da minha mãe até a cozinha, onde ela finalmente falou:

— O perfume dela é ótimo e ela se veste muito bem. Fora que tem cara de ser super fofinha.

— Nem me fale a palavra "fofo". Acredita que ela me disse que eu sou "fofo"?! Isso é pior do que ser chamado de vagabundo.

— E o que você quer fazer quanto a isso?

— Mudar essa droga de ideia dela.

Ela mordeu o canto do lábio inferior, como quando ela começa a notar que eu não tenho mais sete anos e que eu saio com garotas e, principalmente, eu não tenho nada de "fofo" como um urso, mas sim "gostoso" como um... sorvete de baunilha.

— Vai lá e me deixe orgulhosa, então. sorriu.

Sorri de volta. É por isso que eu tenho a melhor mãe do mundo.

Nos despedimos e pegamos a estrada para ir para o "The Reds".

Quando chegamos é fácil notar a surpresa dela. O lugar completamente brilhante por fora, com um tapete vermelho e seguranças enormes na porta parece realmente assustador. Mas, por dentro, é bem confortável, porque poucas pessoas conseguem realmente entrar.

Segurei o seu braço e quando os seguranças, Paul e John, me viram, logo abriram a porta com um sorriso enorme. Assim mesmo, sem convites, sem fila, sem nada. Sempre paguei na saída sempre que vim aqui, e também o meu pai tem muita influencia, o que faz com que eles fazerem meio o que eu quiser e não seja exatamente ilegal.

— Uau, aqui tem muita gente. — gritou Annie tentando falar mais alto que a música.

— Só na pista de dança. Quer dançar ou dar uma volta antes?

— Você me trouxe aqui pra agitar. Agora a única coisa que falta é aprender a dançar.

— Vem cá que eu te ensino.

No meio da pista de dança, ao som de "Say You're Just a Friend", eu a puxei pela cintura e falei pra ela soltar as mãos. Era difícil ensinar ela como dançar sem encostar nela, porque eu não queria que meu pé acabasse sangrando.

Rápido ela já estava dançando de uma forma que eu não sou muito acostumado. Era uma mistura meio ousada e meio infantil que só ela conseguia.

Quando começou a tocar "You Make me Fell... " do Cobra Starship nós já estávamos grudados pra caramba, e nem tinha como soar porque o ar condicionado estava tão forte que chegava a doer. Era estranho, era bizarro, mas nem dava pra lembrar porque nossa animação era demais até pra isso.

Seu cabeço estava solto, já que antes ela tinha feito um coque mal feito, e o meu estava todo bagunçado, o que ela fizera o favor de fazer mas que eu não dava a mínima.

Era estranho ficar assim tão próximo à Annie. Ela tinha um cheiro com pra caramba, o que me dava mais vontade de ficar junto com ela e não largar tão cedo. Obrigada mãe por ter me feito colocar um que também é bom pra caramba.

— É, Cabeça de Alga, talvez você não seja tão fofinho assim.


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Notas finais do capítulo

Gente, espero que tenham gostado porque eu achei ele muito legal XD
Eu quero meus reviews, okay?
Beijocas, Mayy XD