50 Coisas que eu Odeio em Você escrita por Mayy Chan


Capítulo 6
Eu odeio seus segredos


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que o capítulo atrasou, mas a culpa não foi minha. É que eu tinha muita coisa pra fazer e, como ele já estava escrito, eu acabei esquecendo de postar e fui lembrar só agorinha.
Espero que gostem e eu dedico esse capítulo para a Natasha Grace, a linda que recomendou a fanfic. Amore, eu coloquei uma dose de romance só pra você, okay? Você é muito fofa! Ah, e eu também fiz ele grandinho graças a você, que me deu uma inspiração linda.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448163/chapter/6

Não sei exatamente o que estava fazendo quando aceitei ajudar Percy a estudar. Será que eu mesma não estou me lembrando que: 1) Ele me odeia 2) Eu odeio ele 3) Meu pai vai me matar.

Mas, bem, acho que vai ser bem legal não ter que andar mais a pé. Meus pés lindos e maravilhosos agradecem intensamente. Só que ainda havia um problema: eu não estava com a mínima vontade de ajudar Percy a estudar.

No entanto, eu já estou na porta da casa dele. E eu não consigo não sentir um frio na barriga, não sei o motivo. Acho que talvez seja apenas pelo fato de eu estar há muito tempo na porta da casa dele e ninguém ter me atendido até agora.

Bato mais uma vez na campainha e sou surpreendida por um Percy de camiseta amassada, bermuda velha, cabelos bagunçados, olhar de sono e descalço.

— Caiu da cama, Jackson?

— E você? Caiu de paraquedas aqui em casa, Chase?

— Esqueceu das suas aulinhas particulares, tapado?

Ele parou de me encarar e virou o rosto, como quem sente vergonha ou quer esconder algo. Bem, acho que a única opção é a primeira, porque a única coisa que Percy teria para se preocupar em esconder é o fato de ele usar maquiagem ou algo assim.

Só que o que eu não esperava era que, como sempre, ele me empurrasse para dentro da casa e falasse que era pra eu ir pro quarto dele enquanto ele ligava pra namorada piriguete dele.

Dessa vez ele me deu um beijo na bochecha e me abraçou apertado. E sabe o pior? Eu o abracei de volta com a mesma intensidade.

— Esquece essas aulas. Vai embora, tudo bem?

— Olha, se você quer cancelar pra dar uns pegas na Drew, é só me falar. Cara, eu só não acredito que você me fez vir até aqui atoa. Podia ter me ligado.

— Annabeth, eu não quero isso! É que é melhor você ir embora agora.

— Percy, eu nunca mais confio em você! O motivo disso era pra você zoar com a minha cara e postar tudo no YouTube, né?

— Sai daqui agora, Annabeth! Saia já da minha casa!

— Vai a merda Percy!

E cada hora eu só não ficava mais nervosa, como também queria saber o motivo de ele estar me expulsando da casa dele. Eu não sei, mas ontem ele mal se importava comigo, e de uma hora para a outra ele simplesmente parece preocupado com alguma coisa que eu não faço ideia do que seja e eu estou morrendo de medo de descobrir.

Ele me olhou e apertou os olhos, como se fosse um garotinho indefeso com medo do bicho-papão. E sim, eu senti pena pra caramba.

— Vaza daqui, nerd insuportável!

— E depois me perguntam o motivo de te eu te odiar! Sabia que você tem problemas mentais, garoto? Você é egocêntrico e narcisista como jamais existiu outro! Fora que você só se preocupa com essa sua namorada idiota que não está nem aí pra você. Percy, eu posso te odiar e tudo mais, só que sabe o que realmente me incomoda com você? Você não liga pra nada! A única coisa importante na sua vida é você mesmo!

E eu desabei no choro. Quem ele acha que é pra me fazer chorar? Aquele “nerd insuportável” me lembrou tudo. A minha madrasta e tudo o que as criar nojentas dela falavam para mim. Tudo que elas fizeram para me diminuir ou fazer com que eu parecesse menos que eu sou. Não que eu seja muita coisa, mas quando de tem pouco, a subtração machuca muito mais.

Só que dessa vez foi mais do que um arranhão estúpido no coração. Dessa vez foi como se realmente estivessem pisado em cima do meu orgulho e quebrado tudo que eu tinha. Quem fazia isso não era aquela biscate nojenta? E eu ainda tive a ideia brilhante de contar isso pra ele quando eu estava de muito bom humor.

Porém quando eu olho para trás, eu realmente descubro uma desculpa para chorar. Na minha frente eu só via um homem com uma garrafa de vodka na mão. E logo após perto do meu rosto, que virei com medo de que ele me acertasse com ela. No entanto, tudo que ele fez foi me apontar o dedo livre e falar com uma voz embargada e perversa:

— Essa que é a sua tal namorada? Eu converso com ela ou com você?

Não sabia do que ele estava falando, mas quando Percy se enfiou na minha frente, soube que era uma coisa séria.

— Sua mãe não te ensinou que não se deve bater nas mulheres não, Gabe? Deixa minha amiga em paz ou eu mesmo quebro a sua cara no meio.

— Tô até vendo no que isso vai dar, pirralho idiota. Nem pra pegar meninas você serve.

— Meninas não foram feitas pra “pegar”, Gabe. Sabia que namoro e casamento também existem? E, claro, amizade.

Tudo bem, eu sei que a situação está meio crítica com o meu maior inimigo me defendendo de um psicopata que quer socar a minha cara até fazer mingau com ela e tal, mas será que além de louca eu estou com problemas de audição? Eu ouvi mesmo o cara mais pegador da escola falar em casamento?! Será que ele não é casamentofóbico ou algo assim?

— Tanto faz. Dessa vez eu deixo passar, mas da próxima vez que eu ver uma “amiguinha” sua dando sopa na porta da minha casa, é bom você estar bem agarrado com ela ou eu mesmo faço isso por você.

Ah sim, agora as coisas ficam mais confusas do que nunca. O cara que eu achei que fosse me matar, mas depois deixou a pensar que queria me bater, quer me dar uns pegas. Fato um. Ele acha que eu sou alguma coisa mais que amiga do Percy. Fator dois. Acho que nem precisa de fator três pra deixar claro que essa luta não tem nem ganhadores nem perdedores.

— Viu? É por isso que eu não queria que você ficasse aqui, tapada!

— Acredite, eu já nem me preocupo mais com isso. Minha madrasta também é a maior peste, então pouca coisa me surpreende. Sabia que a minha irmãzinha já queimou o cabelo dele com o ferro de passar roupa só porque resolveu alisar o cabelo da forma mais complicada? — falei só pra quebrar o gelo, fazendo ele rir.

— É. Talvez nenhuma família seja totalmente normal. Eu só sinto falta de ser um cara na casa, sabe? Alguém que eu não tenho vergonha de apresentar e que me dá conselhos amorosos, coisa que eu preciso muito no momento.

— Olha, eu vim aqui para estudar e não esqueci disso. Então que tal se a gente fosse para o seu quarto estudar, e depois você me contasse essa história direito?

E foi isso que nós fizemos. Tudo bem que eu tive que explicar umas mil vezes pra ele que álgebra só é difícil pra quem é realmente burro ou tem um mini-piggy.

— Agora me conta mais sobre essa menina misteriosa. Vai que, enquanto você não arranja alguém pra te dar conselhos, eu posso te ajudar. Não é porque eu te detesto, que não posso fazer uma forcinha pra ser legal.

— Tudo bem, então. Mas é que esse é o problema: eu não sei quem é. Minha mãe sempre me disse que quando eu estivesse apaixonado eu ia saber. Só que eu não sei por quem eu estou, entende?

— Sinceramente?

— Sim, oras.

— Não.

— É assim: eu sinto aquelas frescurinhas que toda menina adora ficar falando e tal. Mas é que eu só sinto. Não sei exatamente quem me faz sentir assim, porque é meio que se eu sentisse isso o dia todo.

— Se ferrou, cara. Se apaixonar já é um grande problema, agora não fazer ideia de quem seja a sortuda é demais até pra mim! Não faz o mínimo sentido!

— Viu? Até você! Eu estou ferrado.

— Não preocupe essa sua mente. Você já tem uns parafusos soltos, é melhor que pelo menos um ou dois se mantenham intactos, né?

— Idiota. Nem sabe fazer o seu trabalho direito.

— Trabalho! Trabalho! Esqueci completamente da coisa do professor Quíron.

— Viu? Não tem como me odiar.

— Me poupe, Percy. Eu acho que até já sei o assunto, só precuso de papel e caneta.

— Aqui. — falou me entregando o meu pedido com prontidão.

“Eu odeio seus segredos

Sabe quando você confia pra caramba em uma pessoa, professor? Percy não é desses. Acredita que ele tem um padrasto quase tão estranho quanto a minha madrasta e nunca me contou?! E pior ainda: ele nem me avisou que tinha padrasto! E olha que eu contei pra ele até que eu tenho uma madrasta com sérios problemas hormonais que adora infernizar a minha vida.

Só que o estranho é que eu continuo confiando nele. Ele pode até não ser um cara que confia em você, mas ele é tão preguiçoso que aposto que ele só não fala nada porque tem preguiça. Até parece que o bicho comeu o cérebro dele.

Mas, bem, ele me defendeu daquele louco psicopata paranóico que tentou me beijar ou sei lá. Pior que, além de velho, ele era mais feio do que os ratos de esgoto, ou aquela gosma verde que eu brincava quando era criança.

E outra coisa é que eu não tenho certeza que eu REALMENTE odeio isso nele. As vezes eu também quero ter meus segredos, então nada mais justo do que ele também ter os dele, estou certa? Não que eu não esteja magoada, porque ainda estou. Mas talvez seja melhor do que nada.

Então eu não sei se esse é realmente um motivo para eu odiar ele.”

— Ora de ir. Agradeça-me.

— Obrigada por tudo, Annie. — falou me abraçando tão apertado que eu quase sufoquei.

— Obrigada, meu herói.

E assim eu dei um beijo na bochecha dele e saí correndo em direção ao meu apartamento.

Só que, como eu sou eu, ainda tinha um problema: cadê as chaves?

Cara, eu estou muito ferrada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e eu quero meus reviews, okay?
Beijinhos, Mayy