50 Coisas que eu Odeio em Você escrita por Mayy Chan


Capítulo 23
Eu odeio seu beijo


Notas iniciais do capítulo

Sei que eu atrasei? Sei. SÓ QUE EU TÔ MUITO ANIMADA PORQUE TENHO CINCO CAPÍTULOS PRONTOS AGORA o/. Bem, para algumas de vocês, o dono da resposta foi... diferente, estou certa? Um tal Thomas? Esse é meu migs que me fez voltar a escrever, então meio que... dei um espacinho pra ele, como agradecimento. Ele adorou, e eu também, porque, bem, é pra isso que servem os amigos U_U.
Hoje eu queria agradecer a: Sabrina Marques, Débora Valdez e Karoline L, as meninas LINDAS que me deram recomendações no último capítulo. Já disse que adoro vocês? Se não, esse capítulo com algumas... revelações foi feito só pra vocês, queridas.
Será que seria chato pedir para darem uma passadinha na minha "nova" fanfic? Sério mesmo, eu estou fortemente apaixonada por ela e adoraria ter vocês lá.
http://fanfiction.com.br/historia/514253/Simple_Bad/

XOXO, espero que gostem, Mayy.



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Annabeth Chase. Se você frequenta ou já frequentou a mesma escola que eu já deve ter ouvido esse nome. Ele corre na boca do Clube de Matemática e de todos os professores das redondezas, assim como o de todos os estudantes que precisam de uma revisão antes da prova.

Ela sempre fora a garota certinha dos sorrisos abertos e que provavelmente seria venerada por um grupo de nerds viciados em RPG que, por mais que se mantenham na puberdade, não parecem ter tal idade. Porém, para a infelicidade deles, ela agora está em um relacionamento sério com o irmão dela (ou quase isso).

Nunca imaginei engatar um relacionamento logo após do primeiro beijo. Isso é algo clichê e faz com que o encanto da conquista perca a sua graça. E foi então que notei uma coisa que sempre se passara reto pela minha cabeça.

Talvez, a nossa afetividade repentina tenha tido algum motivo. Não há necessidade de flertar com alguém que te conquista um pouco mais todos os dias, por mais que você jamais vá admitir isso.

Joguei as cobertas pro lado e, assim que escovei os dentes, resolvi descer as escadas. Com sorte, minha mãe me deixaria sair um pouco mais cedo para poder treinar. Já faziam alguns dias que eu andava meio fora dos jogos, entretanto não poderia esquecer de algumas pequenas prioridades. Além disso, realmente seria desagradável se logo agora perdêssemos a nossa temporada.

Peguei a caixa de cereal e despejei o conteúdo dentro de um vasilhame de leite, deixando um pouco cair sobre o balcão. É, eu realmente não funciono devidamente na manhã.

— Filho? Acordado uma hora dessas? — minha mãe bocejou ao sentar na cadeira que se encontrava na minha frente.

— É, tenho que ir treinar. Sabia que, de acordo com o meu professor de biologia, temos que praticar esportes pela manhã. Faz bem para o metabolismo.

— Desde quando você cita os ensinamentos de um professor?

— Desde que Annabeth Chase é minha namorada.

— Falando nela, temos uma séria conversa pra ter, senhorzinho.

Se você é um garoto e gosta de meninas, já provavelmente ouviu falar “da conversa”. Sim, é aquela situação chata em que você tem que ouvir seus pais (ou no meu caso, apenas a minha diviníssima mãe) tudo aquilo que você sabe desde os seus catorze anos.

— Diga.

— Não vou te dar uma lição de vida, ou mesmo de proibir de algo. Você é crescidinho o bastante para saber os seus próprios limites, e até mesmo para poder tomar decisões por si mesmo, porém tenho que lhe avisar os perigos da vida, sabe? Como sua mãe, não posso simplesmente deixar com que você siga um relacionamento sério com alguém como a Annabeth achando que será a mesma coisa do que com suas antigas namoradas. Não, ela é esperta, inteligente, sabe que os riscos estão até nos lugares mais confiáveis, entende? Talvez ela venha a ficar na retaguarda e... não aceite alguma coisa que você venha a fazer. Só quero te pedir para que a entenda.

— Mãe, é claro que eu não vou forçar a Annie a nada, né? Isso é uma desconfiança que chega a ser idiota. Não faria nada que ela não quer, até porque ela é... — parei um tempo para pensar na significação da loira na minha vida.

— Ela é...?

— Minha pirralha melequenta, minha irmã, minha anã, qualquer coisa contanto que não envolva outro menino no meio.

— O que aconteceu com aquela história de “Eu não sinto ciúmes. Foda-se se alguém me trocar, só ela que vai estar perdendo mesmo. Posso arrumar outra”. Lembra? Me disse no começo desse ano quando terminou com aquela loira alta que eu não lembro o nome.

— Annabeth Chase não é “outra” ou mesmo “uma das minhas namoradas”. Ela é minha exceção particular, aquela pessoa que, mesmo que eu terminasse, ia continuar amando com cada célula do meu corpo. Ela é meu mundinho, a única garota que teve esse efeito sobre mim desde... sempre. Mesmo quando eu julgava a odiar, ela continuava sendo o centro dos meus momentos. Se eu me lembrar bem, a enchia o saco muito antes de realmente... ser obrigado a falar com ela.

Minha mãe sorriu pra mim abertamente, como se fosse uma criança que aprendera a falar. Reconhecia aquele olhar de orgulho que toda mãe parece ter feito graduação para mandar-lhe uma mensagem tão convincente. Apostava minhas fichas que ela não esperava alguma relação minha afetiva com qualquer pessoa que respirasse.

— Eu realmente espero que ela te ame como você a ama.

— Também espero, mãe. Também espero. — sorrio olhando para baixo. — Falando nela, se a loira chegar aqui, fale pra ela que eu fui... resolver alguns assuntos pendentes.

— Vai treinar?

— E falar com o pai dela. Precisamos de ter uma conversa séria sobre, bem, eu. Posso não ser o primeiro namorado dela, mas me conheço o suficiente pra saber que um sermão é quase que um balde de água fria. — passo as mãos no cabelo e sorrio.

— Você é impossível, meu filho. — riu. — Agora vá antes que eu te dê uns tapas, mocinho. Não me importa se está namorando a filha do papa, ainda quero que tenha suas responsabilidades.

A dei um beijo na bochecha e saí correndo até meu carro. Não conseguia sentir a frustração de estar na frente do meu sogro, já me acostumara com essa situação, porém já não tinha mais catorze anos e nem uma alma pura. Desde a última vez que fiz isso, a liberdade praticamente sumira graças ao fato do tanto de merdas que fui capaz de fazer. Era quase incrível como estava fluindo normalmente.

Parei o carro na frente da casa da minha loira e esperei ser atendido polo senhor Chase, porém tive uma surpresa.

— Jackson? — o sorriso travesso de Kaitlin se abriu.

— Wipfray? O que faz aqui?

— Hoje é o dia das garotas, como você não sabe? Guerra de travesseiros de lingerie, listas dos garotos mais gatos, dançando sensualmente... um paraíso masculino. — continuou estampando um sorriso malicioso.

— Sabe qual é a real? Você está passando tempo demais com seus irmãos.

— E por que eles podem falar certas coisas e eu não?

— Você é uma menina. Quer que te chamem de vadia, ou prefere continuar com a proteção excessiva dos Stoll? Eles são viciados em você, Anã.

Não era exatamente mentira isso. Desde que eu andava com os gêmeos, sempre soube que Kayt era um território particular, algo que estava completamente fora do alcance de qualquer mero mortal. Por isso Will Solace é praticamente venerado pela população masculina. Tem que ser no mínimo muito foda para conseguir encostar na garota, mas beijá-la era um grande gesto de estupidez humana.

— Minha altura é... aceitável. E, bem, gostaria de experimentar o delicioso gosto da liberdade ao menos um dia, porém nem tenho esperança de tal coisa. — revirou os olhos. — Porém acho que estamos mais perto disso agora, ainda mais com essa nova temporada Gardner. Não seria meio estranho dois gêmeos namorando irmãs tão parecidas?

— Sabe, eu adoraria discutir todas essas questões genéticas com você, mas preciso de conversar com Frederick Chase. Onde ele se encontra?

— Encontro com o sogro? Isso tá ficando sério.

— Sempre foi. — reviro os olhos. — Será que vai te arrancar pedaço me falar onde ele está?

— Ele está na garagem fazendo sei lá o que no carro.

Mal me despedi da garota, e já me dirigi para os fundos da casa. Lá estava o cara que forneceu metade do código genético da minha garota.

— O senhor queria falar comigo? — me apoiei na porta do conversível prata.

— Não é nada de especial. Ontem eu estava falando com Atena, a mãe de Annabeth. Não sei se você sabe algo sobre ela, mas toda a informação necessária é que a velha é uma vadia completa. Annie não foi exatamente algo... premeditado, quase que um caso de verão. Assim que ela a teve, fugiu para Oklahoma com o namorado e deixou minha loirinha aqui. Tive que abandonar muita coisa pra cuidar dela e, mesmo que já não tenha mais a chance de me tornar um dentista novamente, ainda faria tudo de novo e de novo, quantas vezes precisasse. — falava normalmente enquanto arrumava algo no painel do carro. — Você não é o primeiro que veio falar comigo, mas também foi o único sincero quando falei sobre questões mais... particulares. Sabe, posso não estar vivo para ver ela se formar, se casar, ou mesmo ter o seu primeiro filho. Ninguém sabe o dia de amanhã, filho. Na verdade, nada nesse mundo passa de uma pequena dúvida que temos que enfrentar. Porém, não posso deixar que ela simplesmente caia no desgosto do mundo, ainda mais caso eu a deixe. Sei que, mesmo tendo errado tanto, você ainda tem um bom coração, forte o suficiente para servir de apoio para Annabeth quando ela se quebrar. Por isso, pode ser que vocês não tenham um “felizes para sempre”, ou mesmo ela pode ir para o altar com outro garoto qualquer, que nem mesmo ela dá a devida importância. Contudo, independentemente do que venha a acontecer, é a você que eu confio nela. — limpou uma lágrima silenciosa do canto do olho.

Engoli seco. Em vinte e poucos dias, eu mudara toda a minha percepção sobre uma pirralha loira irritante, porém jamais pensei que... sempre estivera ali. Me lembro de quando entramos no primário, passamos para a escola e depois para o colégio. Sempre soube que, quer sim ou não, seríamos separados pelas universidades. Eu em direito, ela em odontologia. Eu para uma universidade estadual, ela pra Yale.

Cuidar dela sempre fora algo pessoal, uma coisa que fazia simplesmente porque a tinha como... sangue do meu sangue. Porém jamais conseguira imaginar como objeto de confiança de seu pai, ou mesmo de qualquer pessoa que obtivesse uma filha com idade ao menos parecida com a minha. Meu histórico não era... excelente para isso, digamos dessa forma.

— E o que quer que eu faça, senhor?

— Não deixe que a mãe de aproxime, nem qualquer pessoa que possa quebrar seu coração.

— Juro não deixar.

— Ah, e outra coisa.

— Pode falar.

— Ela ainda tem família e amigos, não deixe que ela se esqueça disso.

— Ela não esqueceria. — sorrio de lado. — Agora, bem, eu tenho um treino para ir.

— Pode ir, filho. — acenou com um pano sujo de graxa e os olhos úmidos.

Saindo da garagem, senti-me no chão e tentei me recompor. Jamais conheci o afeto real de um pai, então era quase um orgulho receber essa responsabilidade de alguém que não abandonara a esposa e o filho na capital com um cartão de crédito. É realmente um gesto de “amor” que ninguém quer passar, mesmo que tenha mantido uma boa vida depois do abandono.

Respirei calmamente, não podia deixar uma conversa me afetar pelo resto do dia, ainda mais quando precisava retomar o meu lugar consciente para um treino pesado a essa hora da manhã. Antes, ia dar um bom dia para Annie e, logo após, enfrentaria a zoação de Nico por ter “me amarrado”. Não que eu me importasse, porque amarrar é meio que uma aproximação forçada, e admito que até gostaria de manter uma distância curta com minha namorada.

Peguei meu celular e lhe mandei uma mensagem:

Tô aqui em baixo. Quero beijo de ‘boa sorte’

Esperei alguns poucos minutos até ver a silhueta pequena de Annabeth chegando até mim e se sentando do meu lado. Não começamos a nos falar imediatamente, apenas entrelaçamos os nossos dedos e olhamos para a rua, pois ainda tinha alguns minutos de sobra antes de ter que treinar.

Puxei seu rosto para mim e selei lentamente os nossos lábios, que um tempo depois passaram a se movimentar em sincronização. Senti suas mãos bagunçando meus cabelos e coloquei as minhas em sua cintura para nos aproximarmos mais. Aprofundei o beijo, e rapidamente fui retribuído avidamente.

— Esse é definitivamente um dos nossos melhores beijos. — sussurrei contra sua boca.

— Concordo plenamente, Jackson. — respondeu voltando a bagunçar mais ainda meu cabelo.

— Não acredito que você pode beijar tão bem, Chase. Será que esse é o momento certo para eu afirmar que estou profundamente viciado em ficar assim com você?

— Não, é melhor esperar até o beijo terminar. — voltou a me beijar lenta e profundamente, a junção que se tornara meu pequeno paraíso.

Interrompi um beijo, pegando uma folha qualquer do meu bolso e, com a caneta que prendia o coque de cabelos loiros, passei a escrever.

“Eu odeio seu beijo

Cada dia se torna mais e mais difícil achar coisas que eu odeio em Annabeth Chase. Talvez porque aprendi a amar cada pequeno pedaço de... coisa detestável nessa garota irritante. E quando se ama, vai esquecendo dos momentos ruins da vida. Tudo que se torna fato é que, por mais irritante que aquela pessoa seja, simplesmente se torna o seu pequeno mundinho de amor e afeto.

Então, por mais que eu possa estar sendo ridículo, eu não consigo odiar nada sem amar em Annabteh Chase, muito menos seus beijos.

Obrigada por me fazer enxergar isso, senhor Quíron.

E é por isso que eu odeio tudo nela.”


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Notas finais do capítulo

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO, EU ESTOU MUITO ANIMADA *----*
EU JÁ DISSE QUE AMO VOCÊS? Se não, aqui está a prova kk.
XOXO, Mayy