50 Coisas que eu Odeio em Você escrita por Mayy Chan


Capítulo 22
Eu odeio sua sinceridade


Notas iniciais do capítulo

Vou explicar a demora: DUAS recomendações minhas sumiram. Gente, eu faço de tudo. Deixo de ir pra casa dos meus amigos, deixo de sair, deixo as vezes até de fazer algumas coisas que eu gosto para poder escrever. E sério que depois isso tudo, vocês ainda me abandonaram assim?
Então o meu melhor amigo me disse que eu não devia pensar naquelas que ficaram sempre ao meu lado, e não nas que simplesmente esqueceram de mim. Eu relutei, quis apagar e cheguei bem perto de fazer isso. Mas, quando eu fazia, ele me disse: "Dá opção: se elas ficarem, você continua. Se você ver que elas estão te deixando, eu mesmo apago pra ti". E é isso que eu vou fazer. Espero que vocês continuem comigo, porque me importo MUITO com vocês.
Ah, e só mais uma coisa: eu queria dedicar esse capítulo pra umas meninas. Sabidinha Chase, Anônimo, Ju Jackson, Amanda Valdez, Louca por Livros, Barbara Farias, IsahRibeiro, Fire Grimes Goldapple, Ana Beatriz Mendonça, Sweet Disaster, pinktribute, missValdez (ainda não respondi a sua MP, sorry), Lady Mongestern, Laura Waters, Lupeeana, Leticia Chase, Titã (moço, tô quase me apaixonando por ti :3), Annabeth Fray 12, Vicky Sousa, Naty Valdez Waters, Layanna Havelly por terem recomendado. Sério, eu amo vocês. E também pra todas as meninas que vem me lendo, mandando comentários e tudo mais. São por vocês que eu não desisti *u*

Espero que gostem, amoras
XOXO, Mayy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448163/chapter/22

Não que eu esteja reclamando, mas namorar Percy Jackson é de longe um dos maiores desafios que já tive que suportar. Ele não é um cara chato, nem tentou enfiar a mão dentro das minhas roupas, mas ainda é estranho ter o capitão do time de futebol americano na sua casa depois de todos os treinos.

E não é como se isso estivesse na minha lista de desejos de todos os Natais. Você não se imagina realmente namorando uma pessoa até que isso se torne algo concreto, mesmo que você seja Will Solace e esteja apaixonado pela irmã do seu melhor amigo.

Pela primeira vez em algumas semanas, Thalia Grace tinha voltado pra minha casa para passar a noite. Ela, claramente, ia começar a reclamar da sua quase relação com Nico di Angelo enquanto eu ouvia tudo com uma grande cara de tédio.

— ... E então eu quis largar tudo e ir pro Luke, sabe? Ele me dá mais valor, parece me amar de verdade e ser um fofo. Mas, sabe, eu não aguento mais isso. Annabeth?

— Oi.

— Você ouviu algo do que eu disse?

— Sim. — levantei, fui para trás do balcão e peguei um pote com cereal.

— Sobre o que eu estava falando então?

— Não que eu precisasse realmente ouvir para saber que você estava falando, pois ultimamente não foi uma coisa muito variada. Mas, sim, eu estou entendendo que o Nico está te enrolando e blá blá blá. Ele joga futebol, nenhum dessa laia presta.

— Seu namorado é um dessa laia. — revirou os olhos.

— E quem disse que o Percy presta?

Thalia riu com aquela cara sonsa, típica de qualquer melhor amiga punk e problemática que um dia você terá na vida. Sendo prima do cara que eu passava junto 28% do tempo, deveria ser a pessoa que mais o conhecia no mundo, junto com a senhora Sally.

Peguei o meu caderno de Álgebra e comecei a fazer um exercício qualquer, só parando ver ou outra para comer mais uma colherada do cereal que estava com um gosto mais adocicado do que o necessário.

— Você não vai ver ele hoje?

— Sabe, eu já estou quase de saco cheio disso de namoro. Sei lá, eu não tenho que ficar do lado dele mais da metade do meu dia. Você pode não saber disso como eu, mas o Jackson tem um grande talento para ser um dos caras mais irritantes do mundo.

— Eu sou da mesma família que ele. É claro que sei dos seus talentos de alto nível de irritabilidade.

— Ah, falando em família, a sua relação não é meio... incestuosa com o Nico? Pelo o que eu me lembre, os seus pais criaram vocês como irmãos.

— O proibido é mais divertido. — sorriu maliciosamente.

Preferi não me pronunciar sobre isso. É claro que não podia achar normal duas pessoas tão próximas engatando em um relacionamento tão confuso. É como se eu resolvesse namorar... é, talvez eu não tenha reais amigos do sexo masculino, mas o que vale é a teoria.

Ontem recebi uma ligação de Kaitlin Wipfray me pedindo para comparecer na sua casa mais tarde, o que aceitei de bom grado porque seria depois da hora em que normalmente ia para a casa de Percy. Nem morta que ele viria para cá sendo que estou completamente sozinha.

Podem me zoar o quanto for, mas pretendo manter a minha castidade até ter a completa certeza de que ele é o cara que vai abalar as minhas estruturas até o dia em que me enjoar de ver a sua cara todos aqueles anos.

Sim, sou uma daquelas pessoas que não acredita em relacionamento de longo prazo, amor à primeira vista e muito menos príncipes encantados que vão me levar pra um castelo ordenado de diamantes.

Gosto das coisas simples, pequenas e singelas. E Percy? Bem, ele é o escândalo em forma de pessoa. A principal prova foi sua animação e a esperança que o Jackson tinha ontem pela noite. Sério que ele realmente esperava amor, paz e tranquilidade? Eu sou uma bomba prestes a explodir e ninguém pode me parar. É tarde demais.

Eu não vou ser uma daquelas meninas que faz perfil no Facebook para mostrar aos outros a minha luta eterna pela doença, nem mesmo sair por aí contando. Só faço o que tenho que fazer para ninguém nem ter noção do quão séria é a minha situação.

Também me nego a falar que estou mal. A minha expectativa de vida era apenas até os sete anos e cá estou eu. No começo achava que, se passasse dos meus dezoito anos, ia me sentir completa. Contudo agora sei que nunca fui “pela metade” nem “mais ou menos”. Vivi intensamente, sorri mais que chorei, mais me levantei do que caí, minhas lágrimas eram de risos, e ainda tinha uma melhor amiga.

Na minha primeira reunião, — daquelas que as mãos levam os filhos com doenças sérias — um menino que havia nascido com Aids disse “Foda-se se acabar agora. Todos vamos um dia no final, não é? A escolha de ser assim não foi minha, mas espero só que a dor acabe. Morrerei virgem com orgulho, mesmo que não seja escolha minha ser assim. Vejo vocês do outro lado.”

Um mês depois ele morreu deixando cartas para todos os seus amigos. Na minha, coisa que não esperava receber, estava escrito com uma letra meio esgarranchada o seguinte:

“Cara Annie,

Eu não te conhecia bem, mas saiba que seu nome foi gravado na minha alma — no maior estilo marcação de boi. O motivo? Você me abraçou no dia do meu aniversário (acredite, pra um menino com Aids isso é um milagre). Não me apaixonei por você nem nada disso, mas saiba que você coloriu o meu dia.

Com afeto, Ethan Nakamura.”

Em seu enterro, não chorei nem nada disso. Nosso relacionamento não era o que realmente poderia definir como melhores amigos ou coisa do tipo, obviamente. Contudo a sua mensagem foi passada e seu nome gravado na minha alma.

Tudo bem que já faz quase um ano que não tenho nenhuma crise, porém ainda tenho que suportar aquele ritual de medida da pressão toda noite antes de dormir e os remédios que me dão sono.

— ... Annabeth? Tá ouvindo o que eu estou falando?

— Ahn? O que? — saí de meus devaneios.

— A porta, Chase. — revirou os olhos. — Alguém está tocando a campainha. Deve ser o seu namorado.

— Seria legal se as vezes você esquecesse isso. Hoje estaremos comemorando o nosso primeiro dia de namoro, não as bodas de cinquenta anos. Nos filmes não fala o que devíamos fazer nessa situação. — sussurrei abrindo a porta de supetão.

Okay, agora eu finalmente posso fazer o meu discurso ridículo de namorada oficial do capitão do time de futebol americano. Apesar de ele estar com uma cara de lesado enorme, realmente poderia ter uma queda por ele outra vez.

— Então, eu soube que tínhamos duas donzelas em apuros e resolvi vir salvá-las.

— Nossa, você pode ser gentil as vezes. — indaguei irônica.

­— É aposto que elas não vão resistir ao meu poder de sedução. Você sabe onde elas estão? No momento eu só vejo uma Palmita e um Pinheiro.

— É, você ainda é você. — enruguei o nariz segurando um sorriso.

— Eu não vou mudar só porque estou te namorando, Chase. Eu não sou romântico a esse ponto. — piscou. — Ah, falando nisso, precisamos conversar. — passou por mim na porta e retirou o casaco.

— Eu vou ter que sair?

— Se eu te pedisse, você ia ficar nos espionando, então eu não ligo muito pra isso.

Isso era quase incontestável. Thalia Grace era, de longe, uma das pessoas mais curiosas que tive o prazer de conhecer. Uma vez fomos fazer-lhe uma festa surpresa e a infeliz descobriu antes mesmo de conseguirmos pensar na cor do bolo. A única afirmação que posso fazer é que, de fato, a menina é ninja.

Percy se sentou no sofá e acenou para eu fazer o mesmo. Meio receosa, fiz o que ele pediu e o encarei o mais adoravelmente que conseguia fazer vestida com um uma blusa manchada de tinta, um short de pano com umas rendinhas e pantufas do Pikachu. Isso não era muito comum para uma comemoração de primeiro dia, mas acho que é confortável o suficiente.

— Fala.

— Eu não sei o que a gente devia fazer. — coçou a nuca sem graça.

— Como assim?

— Eu nunca namorei uma pessoa que nem você, sabe? Pra mim não tem graça aquele lance de só te dar bom dia, um beijo e fim. Gosto de ouvir os seus devaneios idiotas e as coisas engraçadas que você fala pela manhã. Eu não quero que essa parte legal da nossa amizade suma.

— E por que teria que sumir? — arqueei as sobrancelhas confusa.

— Oras, é isso que um casal faz. Se beijar, sair as vezes, ir em encontros, comemorar datas juntos em um restaurante de linha, colocar apelidos e mais uns lances.

— Que lances?

— Não vou te traumatizar logo no começo. — ri baixo me deixando curiosa.

— Eu só acho que não tem que ser assim. Eu não gosto de “restaurantes de linha”, prefiro ir tomar sorvete; não quero ficar te beijando toda hora porque gosto de conversar contigo; não lembro de datas comemorativas e, por último e mais importante, se você me colocar um apelido tipo “baixinha” ou “princesa” eu vou te dar uns tapas.

Percy sorriu abertamente e me deu um abraço digno de bochecha amassada e cabeço bagunçado. Ser sufocada assim não era tão ruim como imaginava, na verdade podia até me acostumar. Senti um beijo na minha testa e ele pronunciou ainda rindo:

— Cara, onde eu te arranjei? Sério, eu devia estar em um dia de muita sorte.

— Eu sei que sou incrível, mas adoraria saber o motivo do elogio.

— Sei lá, cara, você foi feita na minha medida.

— Eu sou no mínimo uns vinte centímetros mais baixa, não tenho músculo nenhum e ainda por cima sou magrela. Acredite, as nossas medidas são bem diferentes.

— E é por isso que você é a minha namorada, peste. — beijou a minha bochecha. — E não pense que eu não sei que você está louca para fazer umas regras para o nosso relacionamento.

É, eu admito estar realmente animada para tal coisa. Regras sempre foram a minha praia, e também poderia me aproveitar disso para encobertar a minha doença por momento. Tomar os remédios estava de bom tamanho pra mim, fora que minha pulsação estava finalmente controlada nos níveis razoáveis pra mim.

— Sem presentes em datas comemorativas. Depois que eu li “50 Tons de Cinza”, eu nem quero mais pensar em presentes.

— Você leu esse livro?

— Não, eu li a saga.

— Isso tem que ir pra minha lista de curiosidades o mais rápido possível. Sério mesmo que eu tenho uma namorada pervertida? Está entre os livros que eu tinha comprado pra você, mas que agora são obrigatoriamente meus. Ah, falando nisso, tem certeza que não quer só trazer eles pra cá? Eu não tenho espaço.

— Eu não sou pervertida, só curiosa. A temática do livro me pareceu meio... inovadora e eu resolvi experimentar.

— É bom o livro?

— Sei lá, cara. Eu não sei bem explicar. A protagonista é um saco, mas não é tão horrível quanto falam.

— É, eu vi em uma resenha que... Ei! Você tá fugindo do assunto!

— Que assunto? — fingi com uma cara de santinha.

— Deixa eu trazer os livros pra cá, vai?

— Você tem espaço de sobra na sua casa, e o seu quarto é umas duas vezes o meu. Acredite, espaço nunca será problema.

— Annie, por favor. Eles vão continuar sendo seus no final, mesmo que estejam aqui. Eu quero compartilhar com a pessoa que me levou a fazer isso, ainda mais ela sendo a namorada mais nerd que o mundo já conheceu.

— Percy, eu não quero ter algo seu na minha casa. Seria como eu levar a minha escova-de-dentes pra sua, ou mesmo ter uma chave da sua casa.

— Assim que... — o garoto começou a falar mas depois fez uma careta e coçou a nuca interrompendo o assunto. — Me desculpe, mas eu não consigo falar nada com a Thalia ouvindo na sala ao lado.

Revirei os olhos e fui fazer a minha parte. Andando em passos lentos, cheguei na sala e disse para a morena:

— Vá pra casa do Nico, depois volte para cá e eu te conto tudo, okay?

— Okay. — largou o notebook e, com um sorriso malicioso se levantou e foi em direção a porta. — Não faça nada que eu não faria.

Bufei e voltei para o meu lugar antigo. Não há exatamente nada que Thalia Grace não faria, e isso me fez rir. O sentido podia estar no figurado ou no normal, mas essa era a graça do mistério.

— Fala agora.

— Sabe, um dia qualquer, eu vou acordar decidido a... Passar para a próxima fase. Espero que sempre se lembra que pode me mandar parar quando quiser, okay? Eu não vou te detestar por isso e nem nada. Mas, sei lá, acho melhor as vezes abortarmos o assunto.

— Percy, nós estamos juntos há um dia, tem certeza mesmo que quer falar sobre isso? — olhei para o outro lado tentando esconder o fato das minhas bochechas queimarem.

— É disso que eu estou falando! — bufou passando as mãos no rosto. — Não sei como é namorar alguém como você, ainda mais com um histórico de convivência que nem o nosso. Você ainda é a minha irmãzinha, não posso deixar que alguém muito idiota te quebre.

— Olha, você não está de toda parte errado. Você é um completo idiota, mas consegue disfarçar isso nas vinte e quatro horas que está usando disso para me fazer rir. Ah, e falando nisso, até que uma relação incestuosa pode ser divertida.

Percy me apertou mais contra ele e gargalhou abertamente enquanto distribuía beijos no meu cabelo, me fazendo enrugar o nariz de uma forma muito infantil. Foi quando a campainha tocou, e ele se levantou para atender.

Agora seria uma péssima hora para o revelar as mínimas chances de essa cirurgia surtir algum efeito, principalmente quando o seu coração está tão sem ritmo quando o meu nesse mês. Podia revelar isso quando estivesse entrando na sala de cirurgia, ou apenas deixar uma carta. Ia ser menos doloroso tanto pra mim quanto para ele.

— Olá senhor Chase. — ouvi a voz engraçada de Percy falar.

— Ah, oi Percy. O que está fazendo aqui uma hora dessas? — retirou o casaco. — Pelo que sei já deve ter passado das oito.

— É que eu estou tendo uma relação incestuosa com a sua filha.

— Oh, claro, por que mesmo que não imaginei isso antes? — riu. — Então bem-vindo à família novamente, Jackson. Será um prazer queimar as suas partes íntimas depois de cortadas caso você magoe a minha garotinha.

— Prometo ajudar o senhor e a minha mãe caso faça isso. Não é bem a minha intenção machucar a sua filha, mesmo que isso possa ter uma desvantagem para a família.

— E qual seria?

— Por mais que a senhorita Chase seja repleta de bons genes, aposto que seus netos não seriam tão belos tendo alguém como Luke de pai.

— Há quanto tempo mesmo vocês engataram um relacionamento? — pegou uma faca na cozinha e começou a cortar uma verdura qualquer.

Frederick Chase sempre é provavelmente o pai mais ameaçador do mundo, mas dessa vez algo me dizia que era brincadeira. Pelo jeito ninguém se rende ao notável charme de Percy Jackson.

— Um dia e algumas horas, creio. Só não prometo lembrar disso pelos próximos anos enquanto lamentar meu coração quebrado pela loira menos burra que já conheci.

— Isso já é tempo o suficiente para termos uma conversa de homem pra garoto que está há pouco de ser capado. Annabeth, teremos aquela conversa hoje mesmo. — riu baixo, suficiente apenas para que a ameaça se tornasse mais real.

Revirei os olhos e, pegando uma maçã achada sobre a fruteira, me sentei na mesa com cara de entediada.

— Está passando American Idol, pai. Qualquer dúvida é só eu assistir Discovery Chanel ou um documentário sobre Aids na escola. — revirei os olhos.

— Não, você tem que ouvir o meu interrogatório. Qual seria a graça de você não morresse de vergonha?

— Não se preocupe com ela, senhor Chase. Garanto que as minhas resposta serão vergonhosas o bastante.

Sério isso? Por que eu não podia simplesmente ter um namorado nervoso que quisesse impressionar a minha família, ou mesmo um pai que não quisesse ter “a conversa” no meu primeiro dia de namoro? Não, a vida de Annabeth Chase tinha que ser simplesmente diferente. Ela não poderia sobreviver normalmente enquanto não enfiasse sua cabeça na terra para morrer lentamente de vergonha.

— Vocês se conheceram como?

— Na primeira série quando eu roubei o sanduíche de manteiga de amendoim dela.

— Você já fez algo vergonhoso na frente dela?

— Sim, obviamente. Só o fato de andar com o capitão do time de futebol já é uma vergonha.

— Que bom que você enxerga isso. Já traiu?

— Não.

— Trairia a minha garota?

— Nem com outra dela. Sou um cara exigente, gosto das versões exclusivas e originais. — respondeu me fazendo rir internamente.

— Já “ficou” com alguma outra garota em outros níveis?

— Sim, e acredite que a sua garota está em boas mãos.

Sério? Sério mesmo? Acho que agora vou procurar na internet formas variadas de se suicidar depois disso. É nesses momentos da vida que eu queria ter um enorme botão de “desver” ou “desolvir” alguma coisa.

— Iria pra outros níveis com a minha princesinha?

— Só com as suas regras e permissão, senhor.

— É, eu acho que não haveria resposta melhor pra isso. Você ganhou a minha confiança, garoto. Mas, ainda sim sou o pai dessa garota e tenho algumas regras.

— Terei o maior prazer em cumprir.

— Não fala nada que ela não queira, não a machuque, não faça nenhuma idiotice. Se a pureza da minha filha ser retirada de uma forma indevida, você vai se arrepender tanto que provavelmente nunca mais citará seu nome. Não atrapalhe os seus estudos, nem quero ela fora de casa depois das onze. A chave reserva fica dentro do vaso de plantas e eu volto para a casa geralmente depois das oito. Se eu ver algo que não quero ver, vou chutar a sua bunda de hoje até amanhã. Ah, e eu quero que a nota dela continue satisfatória, então faça o favor de achar um defeito no meio de tanta perfeição e arranje mais coisas que odeia na minha garotinha. Se não se importa, vou subir agora e não quero nada me impedindo de uma boa noite de sono.

— Espero que tenha uma noite maravilhosa, senhor Chase.

Assim que meu pai subiu, olhei feio para Percy. É claro que a minha vida nunca seria normal, nem mesmo com um coração de merda e um período menstrual que me deixa boa parte do tempo na TPM.

Peguei um papel, uma caneta e passei a escrever.

“Eu odeio a sua sinceridade

Senhor Quíron, acho que jamais passei tanta vergonha na minha vida. Me fala que tipo idiota de namorado resolve falar sobre a sua estúpida vida sexual com o pai na atual namorada, ou mesmo participar idiotamente de uma entrevista.

Isso é vergonhoso, chato, e ainda não consigo imaginar que estou namorando esse garoto. Na verdade, não é como se ele realmente tivesse me pedido em namoro, mas sou uma menina completamente iludida que leu romances a vida inteira. Vai que a vida é tipo aqueles contos de fadas legais onde todos se casam depois do primeiro beijo? Não que esse tenha sido o meu primeiro, tive uns caras antes, mas é meio que o meu primeiro beijo meio... erroneamente incestuoso.

Mas, sei lá. É meio que nós tivéssemos um lance e ele é legal. Só que, se ele continuar com essa sinceridade, ou mesmo achando que eu sou uma menininha inocente de oito anos de idade, eu acho que vamos ter um problema.

E, sim, eu tinha que desabafar.”

Senti meu cabelo ser afastado e um beijo na parte traseira da minha nuca, que me causou sérios arrepios. Não sei exatamente o que ele tinha feito, mas era bom.

Fui virada para a sua frente e, colocando as suas mãos na minha cintura, Percy Jackson, o cara que eu já tinha detestado, me beijou.

— Annabeth Chase, sinta-se preparada para eu me aproveitar da sua inocência.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e não se esqueçam dos meus reviews *----*
XOXO, Mayy