50 Coisas que eu Odeio em Você escrita por Mayy Chan


Capítulo 10
Eu odeio sua força / Eu odeio suas cantadas


Notas iniciais do capítulo

Hey, amoras XD
Adivinha quem está SUPER atrasada? Eu sei que esse ser sou eu, mas vamos desconsiderar e ler esse capítulo, porque eu só escrevi e vim postar rapidinho, porque eu estou mega atrasada. Sim, eu comecei as aulas de tênis e eu tenho que ir trocar a sainha, aquelas de malha com shortinho, sabe?
Espero que gostem, porque eu achei bem legal.
Beijocas azuis, com amor, Mayy *O*



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Não sei a quanto tempo estava dançando com Percy quando precisamos nos sentar e pedir dois refrigerantes pra nós, pois meu pai deixou bem explícito que nenhum de nós ia poder colocar nem resquício de álcool.

— E aí, valeu a pena sair do seu casulo e vir comigo pra civilização?

Revirei os olhos e balancei o copo de Coca com gelo e limão que eu havia pedido. Tinha uma mulher fumando do meu lado, o que realmente me incomodou, porque o cheiro dela é insuportável, uma mistura de chá de canela com chaminé.

Se bem que ela é uma chaminé humana, mas de uma forma mais... fedorenta.

— Depende. O que vamos fazer agora?

— Sei lá. Se quiser dançar, me fale porque eu dançarei com você. Se quiser dançar sozinha, eu fico aqui te vendo. A única regra é não aceitar nada de ninguém que não seja eu e nem dar papo para os meninos alheios.

— Ciúmes, Jackson?

— Prefiro o termo “regras de sobrevivência”, mas chame como quiser. — sorriu lateralmente.

Meninas o rodeavam, mas ele parecia acostumado o bastante com isso pra não notar e continuar olhando pra mim e rindo da minha cara perplexa. Não que eu esteja assustada com algo, porque eu sou sempre desconfiada, mas ele faz com que isso pareça um milagre lírico.

— Agora vamos ao ponto: que merda te fez me trazer até aqui, meu caro Jackson? Não achou uma piranha qualquer pra trazer, e resolveu pegar aquela sua amiga nerd gata que ia passar a tarde mais divertida da história.

— Me desculpa, Chase, mas assistir comédias românticas enquanto come brigadeiro de panela não me parece o ideal de romance da maioria das meninas.

— Eu não sou a maioria, eu sou apenas Annabeth Chase, a antissocial mais legal do mundo.

— Tenho que discordar, baby.

Revirei os olhos e dei um longo gole na minha Coca, fazendo com que ela acabasse rapidamente.

— Vamos embora? — ele indagou olhando para algum lugar no meio da festa, onde eu não conseguia identificar.

— O que...?

— Vamos embora. Agora, sabe? Eu sei que ainda falta um tempinho pra...

— Claro, vamos logo.

O Jackson me encarou confuso. Anteriormente parecia estar perturbado, mas, logo após, acalma-se. É como se as minhas palavras tivessem sido uma espécie de calmante para os seus neurônios revoltados.

Ele pegou na minha mão e guiou-me para o carro, o que foi reconfortante. Minha primeira festa de arromba, com um gato e, ainda por cima, indo embora com ele. Enquanto os olhares curiosos dos homens e raivosos das mulheres pairavam sobre mim, tudo o que eu me preocupava era se Percy ia soltar a minha mão ou não.

Quando entramos no conversível dele, o mesmo pega papel e caneta no porta-luvas, o que me faz lembrar do nosso trabalho.

Olho enquanto ele escreve em meio de garranchos.

“Eu odeio sua força

Sabe aquelas horas que você se sente como estivesse em um abismo sem volta? Aquelas horas em que tudo o que você pode sentir é seu corpo ficar mais fraco toda vez que você tenta, de forma falha, se levantar? O desespero é tamanho que tudo o que você pode fazer é segurar em um cipó e se puxar para ser livre outra vez.

Annie é uma dessas pessoas. Ela simplesmente não é fraca. Sempre que você sente como nada pudesse te levantar, ela vai lá e grita no seu ouvido ‘Vai mesmo deixar eles de derrubarem, seu estúpido? Quer ser um perdedor?’. E isso simplesmente me faz levantar. Não é como se eu realmente quisesse isso, só que eu quero provar pra ela que eu sou forte o bastante. Forte como ela.

Não sei você, mas ela é a minha heroína. Claro, um pouco mais agressiva que as outras, com suas unhas afiadas e mãos pesadas, mas nada pode derrubá-la. A Chase é um forte no meio do nada, ou um farol em meio a uma ilha isolada.

Me lembro de uma coisa que ela compartilhou no Facebook (não que eu esteja a perseguindo nem nada), mas tudo que eu pude ler foi:

‘Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem-graça. Ela era infinitamente fascinante. Então eu voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu seria garoa e ela furacão’

E tudo o que eu posso dizer é: não interessa a minha popularidade ou sua nerdice, eu sempre serei garoa e ela furacão.

Opostos, opostos. Amigos à parte.

E eu não odeio isso nela tanto assim”

Sorrio para ele e ele sorri de volta para mim.

Simples.

Percy liga o rádio em uma música do Imagine Dragons, e quando chega a minha parte preferida eu começo a cantar:

— “It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit
Bigger, but then, I’ll admit, I’m just the
Same as I was
Now don’t you understand
That I’m never changing who I am”

Noto que Percy canta comigo, sorrindo mais abertamente do que nunca, o que me surpreende mais do que eu achava ser possível.

— Não está preocupado com os seus amiguinhos e em eles te verem andando comigo, a nerd da escola?

— Você me fez aprender umas liçõezinhas, Chase.

Começa a tocar, logo após uma música que eu sei de cor. Milhares e milhares de vezes a ouvi no meu filme predileto como música tema de uma feminista assumida que, de repente, se apaixona por um badboy sem sentimentos.

Sim, eu estou falando de “10 Coisas que eu Odeio em Você”.

Olhei para os dois lados da rua e gritei/cantei o refrão com todo o ar do meu pulmão, sendo acompanhada por Percy.

— “An' I don't give a damn 'bout my reputation
Never said I wanted to improve my station
An' I'm only doin' good
When I'm havin' fun
An' I don't have to please no one
An' I don't give a damn
'Bout my bad reputation”

Não sou tão forte como Percy pensa.

Eu chorei assistindo “A Hospedeira”, assim como chorei assistindo o último episódio de Hannah Montana. Também caí em lágrimas quando ouvi “My Immortal” de Evanescence, e olha que eu nem era muito fã da banda, como eu sou hoje.

— Annie, que dia é o seu aniversário?

Corei como se eu fosse um tomate vivo. Não sei o que me deu na hora, mas tudo o que eu pude sentir foi uma coisa no meu estômago, como se ele estivesse se revirando. Meu aniversário é simplesmente em um dia ridículo.

— 29.

— De que mês, inteligência rara?

— Jura que não vai rir e acreditar no que eu falar? Palavra de escoteiro que é verdade.

— Fala. O que pode ser tão ruim?

— De fevereiro, Percy. — revirei os olhos.

Ele começa a rir de quase fazer xixi na roupa. Não entendo toda a graça de ter nascido nesse dia, mas, para os outros, isso era motivo das piadas mais patéticas do mundo.

— Olha...

— Nem vem com “até pra nascer você é anormal”, porque eu já ouvi essa até do meu pai.

— Não ia falar isso. Só estava pensando que, como você tem apenas quatro anos, eu tenho que cuidar de você. Vamos deixar bem claro que eu sou treze anos mais velho que você, garotinha.

— Retardado.

— E quando você faz a festa?

— Geralmente dia 28 de fevereiro, porque eu nasci antes de meio-dia.

— Então quer dizer que a princesinha vai fazer dezessete anos? Papaizinho está orgulhoso?

— Vai a merda, Jackson. — reviro os olhos.

— Vamos comemorar no meu estilo.

— Vai por mim, Percy, não estou nem um pouco afim de passar o meu aniversário em uma balada sozinha, enquanto você paquera toda a população feminina presente.

Ele revirou os olhos e abaixou o som, que passou de “tuts tuts na balada” pra “grilinhos dos filmes de bang-bang”. Inclinou para o meu lado, me fazendo sentir o seu hálito de menta e disse me encarando, mudando a atenção entre eu e o trânsito.

— Baby, depois de você na minha vida, meu ideal de “dia perfeito” mudou completamente.

— Arruma cantada melhor, Jackson. Essa não colou.

Peguei um papel e uma caneta no porta-luvas do carro dele, escrevendo com força, como se estivesse brava com ele. O que, bem, eu realmente estava.

“Odeio suas cantadas

Sabe quando você está passando na frente de uma construção e um pedreiro joga uma daquelas cantadas tão estúpidas que dá aquela vontade de pegar aqueles tijolos e jogar na cabeça protegida deles? Desconfio que não, pelo fato de você ser homem, mas a sensação não é nada além de ódio, principalmente porque, ao invés de nos fazer jogar aos pés deles (eu acho que é esse os motivos das cantadas, né?), só nos faz criar nojo.

Me sinto irrevogavelmente desgostosa.

Mas, senhor Quíron, o Jackson consegue superar qualquer pedreiro com essas cantadas PÉSSIMAS dele. E, acredite ou não, eu achava não existir nada pior do que aquelas cantadas de pedreiro.

Só que talvez caras bonitos tenham esse direito. Não que eu ache ele o maior gato da Half Blood High School, mas ele, de fato, fica legal com aquele uniforme ridículo que os meninos são obrigados a usar e que me enchem de nojo. Inclusive, o meu não foge dessa regra, porque aquelas saias “Maria-Mijona” não estão com nada.

Tá, admito que, algumas vezes, eu o olho de soslaio enquanto ele está treinando com o time de futebol americano. Não que eu não tenha coisas melhores pra fazer, mas as vezes a minha agenda mega lotada abre algum espacinho aqui ou ali.

Okay, eu sou uma sedentária.

E, bem, graças a sua beleza (ou não), acho que eu não posso odiar ele por isso. Por mais que eu faça isso.

Ah, você entendeu”

Quando notei, Percy já tinha parado e era minha hora de sair.

O frio me congelou assim que eu saí do carro em direção à sacada da minha casa.

— Até a próxima, Chase?

— Pode ser, Jackson. Pode ser.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e eu vou ali correndo.
Juro que, assim que voltar, eu respondo TODOS os reviews, beleza?
Beijocas, com amor, Mayy *O*