The Cursed Girl escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 9
Natal


Notas iniciais do capítulo

Ola ola
Boa leitura



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Meses Depois

As coisas continuaram na mesma.

O Potter a ser irritante. Eu com raiva dele. O Fred, Roxy e Al a rirem-se das nossas discussões. Scorpius e Rose a namorarem e a serem uns queridos comigo.

Escusado será dizer que não demorou muito para que toda a escola me tivesse visto de cabelo vermelho. Uma vez, assustei uma menina que andava no primeiro ano. Eu não tive a culpa que ele viesse a passar no corredor onde eu estava a discutir com o Potter.

Os pesadelos continuavam. Todas as noites eu sonhava que estava presa ou que estava a torturar alguém. E isso dava-me nojo, principalmente porque em todos os sonhos eu tinha a Marca Negra no braço.

Algumas vezes, os pesadelos acabavam com a mesma mulher desconhecida a dizer o mesmo que disse da primeira vez que a vi.

Tudo isto resultava numa Andrea de mau humor e com olheiras enormes pela falta de sono. E o meu mau humor combinado com o Potter, não dava muitos bons resultados.

Ainda mais por me terem convidado para passar as férias de Natal com eles.

Então ali estava eu, a ir para passar o natal na casa dos Potter, junto com a família Weasley e Malfoy.

Suspirei e toquei á campainha.

Passados uns minutos, uma mulher ruiva abriu-me a porta. Reconheci-a do primeiro dia de escola. Ginny Potter.

– Oh, tu és a Andrea, certo? – Perguntou e eu acenti. – Entra. Bem-vinda. Os outros estão na sala, eu já lá vou ter querida.

Ginny indicou-me onde ficava a sala e deixou-me sozinha na entrada. E agora?!

Só me restava entrar e procurar pelos outros.

Não difícil de chegar. Tendo os Potter e os Weasley juntos, a sala não estava propriamente em silêncio. Entrei e todos me cumprimentaram.

Não haviam muitos adultos na sala. Vi Harry Potter, uma morena, um homem ruivo que era idêntico a Fred, e um casal de ruivos com alguma idade.

– Andrea, deixa-me apresentar-te a minha família – disse Lily. – O meu pai, como tu já sabes.

– Prazer – cumprimentei.

– O prazer é meu Andrea – disse Sr. Potter. – Fico feliz por teres aceite o convite – sorri.

– Estes são os meus tios George e Angelina – apontou para o ruivo e a morena. – Os pais de Fred e Roxy.

– Oh, muito prazer senhorita! – George pegou na minha mão e, muito cavalheirescamente, beijou-a. Ri-me. – Fico extremamente encantado com a sua presença.

– Está calado George – repreendeu Angelina. – Desculpa querida, mas o meu marido é um pouco… eu nem sei o que te dizer – sorriu. – Prazer.

– Igualmente – respondi ainda a rir.

Agora eu percebia a quem o Fred tinha ido buscar as suas brincadeiras.

– Andrea, estes são os meus avós – Lily apontou para o casal de ruivos. – Molly e Arthur Weasley. – Arthur sorriu-me, e Molly levantou-se e veio na minha direção. – Boa sorte – disse Lily baixinho.

Fiquei confusa durante alguns segundos, mas quando Molly me abraçou eu percebi o que Lily quis dizer. Bolas, aquela mulher tinha força.

Aquele tinha sido sem dúvida o abraço mais apertado que eu alguma vez tinha recebido.

Durante a tarde inteira, eu e os meus amigos fomos brincar para o jardim. Fizemos duas equipas e jogamos Quidditch.

Numa equipa estava Albus como apanhador, Hugo como goleira, Lily e Rose como artilheiras, e George, que por alguma razão preferiu ficar connosco no jardim, como batedor. Na outra equipa, James ocupava a posição de apanhador, Fred e Roxy eram artilheiros, Scorp como goleiro e eu como batedora.

Depois do Potter afirmar que eu não servia como batedora e de eu o ignorar, começamos a jogar.

O jogo ficou 220x340, ganhou a minha equipa depois do Potter, finalmente fazer algo de útil, e apanhar a snitch. O momento que eu mais gostei foi quando George lançou uma bola contra James e eu defendi-a, protegendo-o. Eu nunca vou esquecer a cara do Potter quando, a rapariga que não servia para batedora, o salvou de uma queda de 10 metros.

– Meninos, o jantar está na mesa – gritou Ginny da porta de entrada.

Guardamos as vassouras e entramos.

O numero de adultos na casa tinha aumentado. Eu vi o pai de Scorpius junto com uma mulher morena, calculei ser a mãe, e vi mais um casal na sala.

Ele era ruivo e ela morena. Ambos falavam com Harry.

– Ron e Hermione Weasley – disse uma voz masculina atrás de mim.

Virei-me e vi Potter sorrir-me.

– Qual é o teu problema com nomes das pessoas? – Perguntei levantando uma sobrancelha. Serio, o rapaz estava sempre a dizer-me como se chamavam as pessoas que eu desconhecia. – Mas obrigada pela informação.

James ficou surpreso com o meu agradecimento, mas não disse nada.

– Sr. Malfoy, é um prazer voltar a vê-lo – cumprimentei o pai de Scorp.

– Oh, Andrea, podes-me chamar de Draco – afirmou. - Esta é a minha mulher, Astónia.

– Prazer, querida – disse a senhora.

– Igualmente – respondi.

Depois foi a vez do casal ruivo-morena.

– O meu nome é Ronald Weasley e esta é Hermione Weasley – apresentou-se ele.

– Andrea Jones, é um prazer – apertei a mão a cada um. No momento em que apertei a mão á mulher eu senti um arrepio.

Jantar com aquela família era sem duvida muito diferente de jantar com os meus pais. Com os meus pais, o jantar era sossegado e calmo. Ali, com aquelas pessoas todas, ninguém se ouvia corretamente, mas de alguma forma entendiam-se todos.

Senti os olhares de James e Draco em mim. Do Potter eu já estava habituada, mas de Draco era uma novidade. Tentei ignorar os dois, e divertir-me.

Foi uma longa noite.

“Eu estava sentada em cima de alguém que se contorcia e gritava.

Abri os olhos e arfei. Hermione.

O que ela estava ali a fazer? Ou melhor, o que eu lhe estava a fazer?

Hermione parecia mais nova, talvez tivesse a minha idade, e chorava. Ela tentava esconder o braço esquerdo mas eu impedia-a de fazer isso. Olhei para o seu braço.

Havia ali uma palavra escrita a vermelho. Fiquei confusa.

Olhei melhor e percebi que a palavra estava cravada na pele de Hermione. Alguém a tinha cortado.

Hermione gritou outra vez e eu consegui ouvir gritos ao longe, alguém chamava o seu nome.

Olhei para a minha mão. Eu segurava um punhal prateado coberto de sangue.”

Sentei-me na cama sobressaltada.

Só um sonho, Andrea. Foi só um sonho.

O meu coração batia rapidamente e eu suava. Porque é que eu continuava a ter estes sonhos?

Olhei a minha volta. Rose, Lily e Roxy dormiam descansadas. Eu não as queria acordar, pelo que me levantei silenciosamente e sai do quarto.

A casa dos Potter era enorme e tive de andar bastante para chegar á cozinha.

Assustei-me quando vi alguém sentado na bancada. Bolas, estava tudo escuro, quem é que fica sentado ás escuras na cozinha, a meio da noite?

Dei um passo em frente e bati numa das cadeiras. A pessoa levantou a varinha que tinha a ponta iluminada e eu vi quem era.

James Potter, a única pessoa suficientemente maluca para estar na cozinha a estas horas.

– Andrea? – Procurou confirmar.

– Não, Potter, o pai natal – ironizei. Fui até ao armário e retirei um copo que enchi de agua. Encostei-me á bancada, de frente para James. – O que fazes aqui?

– Não consegui dormir e tu?

– Pesadelos – admiti.

– Ainda? – Olhei-o confusa. – Tu tens muitos pesadelos.

– Como sabes?

– Tu costumas gritar á noite – afirmou. – Eu estou no sofá na sala comunal e oiço.

– Oh… - eu não sabia o que dizer.

– Tens pesadelos sobre o quê? – Perguntou James.

Contava-lhe? Ou mentia?

– Coisas aleatórias – menti.

– E essas coisas aleatórias fazem o teu cabelo ficar verde? – Perguntou ele com um pequeno sorriso.

Peguei numa madeixa do meu cabelo e vi que ele tinha razão. Verde.

Suspirei de novo e tentei voltar á cor normal. Aos poucos senti o arrepio tão familiar no pescoço e soube que o meu cabelo era preto outra vez.

– O que é que o verde significa? – Questionou James, curioso.

– No meu caso, verde pode significar muita coisa – afirmei.

– Tais como?

– Ansiedade. Preocupação. Medo. Confusão. – Enumerei.

– E agora? Significava o quê?

Olhei-o diretamente nos olhos.

– Confusão? Medo? Eu não sei – admiti. – Mas porque não consegues dormir? – Mudei de assunto.

James suspirou.

– Discuti com o meu pai – afirmou.

– Porquê? – Fiquei confusa. Harry não parecia o tipo de pai que discute com os filhos.

– Os meus pais estão preocupados com o meu futuro e com o facto de eu ainda não me ter decidido – admitiu.

– Oh, isso é complicado – disse e sentei-me a seu lado na bancada. – E porque é que ainda não te decidiste?

– Confusão? Medo? Eu não sei! – Repetiu o que eu tinha dito. Ri-me e ele fez-me companhia.

– E estás com medo de quê?

– De não ser bom naquilo que escolher – admitiu. – E se aquilo que eu gostar de fazer não for o suficiente para a minha vida? E se eu for uma nodoa no que quiser fazer?

James baixou a cabeça.

– Eu acho que tu és bom naquilo que quiseres ser – afirmei surpreendendo-me mais a mim do que a James. – Se tu gostares mesmo de uma coisa, tu vais fazer de tudo para que corra bem. – James olhava para mim e um pequeno sorriso apareceu nos seus lábios. – Porque é assim que tu és! Por isso, a única coisa que tens de fazer é escolher algo que gostes de fazer.

– Obrigado, Andrea – disse ele.

– De nada, James – afirmei, chamando-o pela primeira vez, pelo primeiro nome. – Agora, está na tua hora de ir para a cama.

Ele bocejou.

– Tu não vens? – Perguntou depois de se colocar em pé.

Estava prestes a dizer-lhe que não valeria de muito pois eu não conseguia dormir mais depois de ter pesadelos, mas algo na cara de James me fez ver que se eu não fosse, ele também não iria. E ele precisava descansar.

– Sim, já estou a ir – saltei para o chão e seguiu em direção aos quartos.

Despedi-me e entrei no quarto de Lily. Deitei-me na minha cama e esperei as horas passarem.


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Notas finais do capítulo

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