The Cursed Girl escrita por Raquel Ferreira
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem... e deixem comentários.
Pov é da Andrea!
Beijos
– Tu sabes que eu sou adoptada, certo? – Perguntei. James assentiu com a cabeça, confirmando. Resolvi mudar de assunto, eu iria voltar ali mais tarde, era mais fácil começar de outra maneira. – Então, acho que tudo começou quando eu vim para Hogwarts.
– Como assim? – Questionou o Potter, confuso.
Olhei para a parede em frente, enquanto falava.
– Desde que eu vim para Hogwarts, eu tenho tido sonhos…mais pesadelos – anunciei. - A primeira vez que tive esses pesadelos foi com Bellatrix.
– Bellatrix Lestrange?
– Ela mesmo – confirmei. – Ela recitou um poema, ou melhor uma profecia – informei.
“Dois lados se juntaram,
Aquele que serviu o Lord e o que lutou contra as Trevas.
E dessa união nascerá o novo Senhor da Morte,
O que nos governará pela Escuridão.
Acabar o trabalho é sua missão.
Livrar o mundo dos que não merecem,
E acabar com aqueles que impediram que eles vivessem!
Longe da magia deve ficar,
Ou noutro Lord Voldemort se irá transformar!” – Terminei e encostei a cabeça á parede.
– O que significa? – Questionou James.
– Eu perguntei á Rose – disse. – Menti-lhe dizendo que tinha encontrado o poema no chão – admiti. – Ela esteve a analisá-lo e chegou á conclusão de que era uma profecia sobre alguém.
– Como assim? – O rapaz ao meu lado estava confuso.
– A profecia é sobre mim, Potter!
– Como assim sobre ti? – Repetiu.
– Eu fui adoptada – comecei. – Aparentemente, os meus pais estavam de lados opostos na guerra e alguém mandou uma maldição sobre eles… sobre mim – senti as lágrimas outra vez nos meus olhos. – Eu tenho quase a certeza que foi a Lestrange, quer dizer, é a ela que eu vejo e oiço.
– Então é ela que quer que tu mates?
– Sim – confirmei. – A maldição, ou poema, como quiseres chamar, diz que eu tenho de matar as pessoas que impediram que Voldemort livrasse o mundo dos impuros. – Olhei nos olhos de James. – A tua família!
James suspirou e encostou a cabeça á parede.
– Disseste que a primeira vez que sonhaste, ela disse-te isso – começou ele. – E das outras?
– Depois foram apenas pesadelos, pelo menos era o que eu pensava serem – anunciei. – Na realidade, eram memórias dela – admiti. – Ela presa, ela a atacar a Toca, ela a torturar pessoas – lembrei-me de Hermione. – Foi horrível! É horrível! Eu estou no lugar dela e não consigo controlar o meu corpo. Tenho de esperar que o pesadelo acabe… eu fico ali a ver aquilo tudo sem poder fazer nada!
Senti uma mão quente e forte pegar a minha, poisada no chão.
– Está tudo bem – assegurou James, tentando acalmar-me. Quando foi que comecei a chorar?
– Não, não está – contrariei-o. – Só piorou! Agora não são só pesadelos… eu vejo-a e oiço-a…
– Andrea… - começou, mas interrompi-o.
– Eu olho-me ao espelho e por segundos é a ela que eu vejo – admiti. – Eu oiço-a na minha cabeça a mandar-me matar-te ou a qualquer um da tua família. A toda a hora! E quando algum de vocês se aproxima é pior – disse. – E eu tento lutar contra a voz, mas dói!
O Potter abraçou-me e eu escondi a cara no seu peito. Odiava sentir-me fraca!
– Porque não disseste nada, Jones? – Questionou ele a sussurrar. – Podias ter confiado em mim, sua idiota – repreendeu ele, embora eu não ligasse muito ao que ele dizia. Apenas sentia o calor que ele emanava e os seus braços a apertar-me. – Eu fui tão estúpido – olhei-o confusa, ainda com lágrimas nos olhos. – Eu vi-te todos os dias… eu sabia que algo se passava. Tu não dormias, tinhas pesadelos… - parou, lembrando-se de algo. – Naquela noite, em minha casa, tu estavas na cozinha porque tiveste um pesadelo? – Não esperou a minha resposta. – E na biblioteca, tu estavas a falar sozinha. Bolas, como é que eu não me apercebi?!
– Hey – chamei-o. Ele olhou-me. – Era impossível tu perceberes! Não podias simplesmente adivinhar o que se passava.
Ele bufou e encostou a cabeça á pedra fria, sem nunca me deixar de abraçar.
– O que mais sabes? – Perguntou ele, depois de alguns minutos de silêncio.
– Eu recebi algumas cartas dos meus pais verdadeiros – afirmei. – E recebi isto também – mostrei-lhe o anel que nunca saia do meu dedo, - quando fiz anos.
– O que diziam as cartas?
– Basicamente, eles pediam-me para ficar fora de Hogwarts – indiquei. – Algo sobre ter sido em Hogwarts que começou tudo, ou assim parecido – encolhi os ombros. – E confirmei a minha descendência Black.
– Calculei – disse ele. – Os Black são famosos por ter metamorfos na família.
O Potter levantou-se e estendeu-me a mão. Olhei-o confusa.
– Vens? – Perguntou.
– Onde?
– Dormir – disse ele, simplesmente.
Levantei-me e comecei a andar na direcção de Gryffindor.
– Andrea, é por ali – informou James, apontando para o outro lado do corredor.
– Mas os dormitórios são para ali – argumentei.
– Não há hipótese nenhuma de eu te deixar sozinha hoje – informou ele. – E só há um lugar onde nós podemos dormir os dois – sorriu. – A sala Precisa.
Pensei durante um bocado. Eu não queria estar junto dele, não agora que ele sabia o que se estava a passar. Quer dizer, eu supostamente tinha de matar a família dele e ele. E se eu perdesse o controlo? E se Bellatrix fosse mais forte?
Mas por outro lado, eu não queria ficar sozinha e deixar a voz voltar. James mantinha-a longe, e eu precisava mesmo de uma boa noite de sono.
– Tudo bem – disse.
O caminho até a sala precisa foi silencioso, nenhum de nós falou e eu deixei James organizar os seus pensamentos. Era estranho como, por um lado, eu querer que ele se afastasse de mim, mas por outro não!
– Chegámos!
Estava tão abstraída que nem reparei. Entramos na porta de madeira e eu vi o quarto de James, á minha frente.
– Porque é que vimos sempre para o teu quarto? – Questionei. Ele sorriu maroto. – A tua cama não é, propriamente, muito grande.
– A intenção é mesmo essa – disse ele, malicioso.
Sem me aperceber, sorri. E segundos depois, estava a gargalhar.
James Potter voltou ao normal e, ironicamente, era isso que eu queria.
Ele ficou confuso com a minha reação, mas não me disse nada. Vi-o despir o uniforme da escola e vestir umas calças de pijama e uma t-shirt cinzenta. Quer eu queria, quer não, o Potter até que não é mau.
Quem eu queria enganar? Ele era um pedaço de mau caminho! Desviei o olhar, rapidamente. Não queria que ele soubesse que eu tinha estado a observá-lo.
Pensei no meu pijama e vi-o aparecer á minha frente. Bolas, eu não ia vestir com James ali. Entrei para dentro de uma porta que apareceu. Graças a Merlin! Adorava a sala Precisa.
Sai de lá vestida com os meus calções justos e a t-shirt larga. O Potter estava deitado e eu imitei-o. Ele puxou-me para si, e eu fiquei deitada com a cabeça no seu peito. Sentia um dos seus braços nas minhas costas e a outra mão na minha cintura.
Inspirei. Lá estava o mesmo cheiro de sempre, algo emadeirado e doce.
– Tenho uma pergunta – disse ele, interrompendo o silêncio.
– Diz.
– Porque não estás a dar em maluca agora? – Perguntou.
– Dar em maluca? Uau, obrigada – brinquei. – Sabes mesmo como falar com uma rapariga.
– É sério, Andrea – disse ele. – Porquê?
– Não sei – admiti. – Talvez pelo mesmo motivo de que sempre que durmo contigo não tenho pesadelos. – Odiava admitir isso, principalmente estando deitada com ele como estava. – É como se tu a afastasses.
Ele manteve-se em silêncio durante alguns segundos, depois riu-se.
– James Sirius Potter, a salvar donzelas indefesas desde 1996 – brincou.
Ri-me.
– Espera! Donzelas? – Perguntei. – Quem te disse que eu era uma donzela?
Ele parou de rir. Olhou-me com os olhos arregalados.
– Não és?
Soltei uma gargalhada.
– Dorme Potter, o teu mal é sono – afirmei e suspirei.
Poisei a cabeça no seu peito e ajeitei-me. Senti os seus braços apertarem-me.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Antes de mais, para quem não sabe donzela era o nome dado antigamente a mulheres jovens e virgens. Sendo a palavra chave aqui VIRGENS... Desculpem, mas eu adorei esse dialogo entre eles os dois, e voces?