The Cursed Girl escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 24
Anos atrás!


Notas iniciais do capítulo

Ola a todos, desculpem a demora.
O tema que ganhou foi o numero 7: visitas dos pais!
Espero que gostem! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448152/chapter/24

27 de Dezembro de 1997 – 1 ano

Eu não podia estar ali! Simplesmente, era errado! Eu tinha-a abandonado, não tinha direito nenhuma de estar ali!

Mas era mais forte que eu! Simplesmente, não conseguia deixar de a ir ver.

Andrea! A minha menina! O meu tesouro!

Encostei-me a uma arvore, observando o jardim á minha frente. A minha filha estava sentada numa toalha, a brincar com umas bonecas. Vestia umas calças de ganga e uma camisola enorme, devido ao frio.

Era estranho que alguém deixa-se uma menina de um ano brincar na rua, quando o chão estava coberto de neve.

Eu pensei nisso e, imediatamente, uma mulher abriu a porta e dirigiu-se a Andrea. Sentou-se ao lado dela.

Mrs. Jones. Reconhecia de todos os meses em que vigiava a casa, antes de deixar a minha filha á sua porta. Com os seus cabelos castanhos, era inconfundível.

– Tiveste a mesma ideia que eu – disse uma voz masculina ao meu lado.

Dei um pequeno pulo e coloquei a mão no peito, com o susto. Olhei para o dono da voz e, automaticamente, sorri.

– Era impossível não vir vê-la hoje – afirmei. Ele acenou e deu um pequeno sorriso.

– Eu sei o que queres dizer – assegurou ele. – Dá para acreditar que já se passou um ano?

Olhei para Andrea e sorri.

– Ela cresceu bastante – admiti.

– Querias que fosse sempre daquele tamanho? – Perguntou irónico.

Revirei os olhos.

– Queria poder assistir ao seu crescimento – defendi-me.

Ele não disse nada, ficou ao meu lado a olhar para a filha.

– Ouvi dizer que estás casado – comecei conversa.

– E tu que estás grávida, – rebateu ele. Arregalei os olhos.

Como é que ele sabia? Eu não tinha contado a ninguém.

– Como sabes?

– Sei reconhecer os teus sinais – afirmou. – Afinal, eu estive lá contigo, lembras-te?

– Claro – corei.

– Já contaste?

– Não – admiti. – Só tu sabes. Vou contar hoje, eu espero. – Olhei para ele. O homem ao meu lado observava a filha. – E como é a vida de casado?

Como é a vida que eu esperava ter a teu lado?, pensei.

Ele encolheu os ombros.

– Ela engravidou e obrigaram-nos a casar – disse ele, sem desviar os olhos de Andrea.

– Oh – abri a boca com o espanto. – Vais ser pai!

Ele arregalou a sobrancelha.

– Eu já sou pai – disse sarcasticamente.

De novo, corei.

– Tu percebeste – argumentei. – Vais ter uma filha que possas chamar tua!

– A Andrea também é minha! – Vi-lhe os olhos brilharem.

– Mas ela nunca te irá chamar pai – disse eu. – Nem será por ti que ela irá grita, á noite, com pesadelos. Nem será de ti que ela terá receio de mostrar o namorado. Nem será contigo que ela irá falar sobre os problemas dela. Nem será contigo… - Solucei. Quando teria começado a chorar?! Não me apercebi.

A única coisa de que sabia é que senti dois braços fortes em meu redor. Ele abraçou-me, tal como fizeram tantas vezes antes, e eu chorei no seu peito, encharcando a sua camisa cinzenta, igual aos seus olhos.

Ficamos assim durante algum tempo, até que eu me acalmei. Observamos a nossa filha e depois seguimos, cada um, o seu caminho.

27 de Dezembro de 1999 – 3 anos

A menina de três anos parou á minha frente e corou.

– Olá – disse ela timidamente.

– Olá – respondi a sorrir. – Estás boa?

Eu estava sentado num dos bancos do parque, observando-a de longe, quando ela correu na minha direção.

– Sim e tu? – A sua voz era cristalina. Era óptimo ouvi-la e, ainda melhor, falar com ela. A minha filha.

– Sim, pequena – afirmei.

Andrea sorriu-me, e duas covinhas se formaram nas suas bochechas rosadas.

– Porque estás aqui sozinho? – Perguntou curiosa.

– Estou á espera de uma amiga – menti. Certamente, ela não viria.

– A tua namorada?

Ri-me com a curiosidade infantil.

– Já foi, pequena. Já foi – assegurei.

– É bonita?

– Tu nem imaginas o quanto – informei.

– Espero que estejas a falar de mim! – Ela sentou-se ao meu lado e sorriu para Andrea. – Olá fofinha! – Cumprimentou-a.

– Olá – cumprimentou a minha filha, sorridente.

– Como te chamas?

– Andrea e tenho 3 anos – disse a menina, esticando a mãozinha para a frente e mostrando três dedinhos esticados.

Sorri. Olhei á volta. Onde estava a mãe dela? Vi Mrs. Jones a uns metros de nós, a olhar-nos. Sorri-lhe, não queria que ela pensasse que estávamos a fazer algum mal a Andrea. Ela retribuiu e aproximou-se.

– Ela está a incomodar? – Perguntou educada.

Vi a morena ao meu lado fazer um pequeno esgar com a boca. Ela não gostava de ser interrompida, muito mais na primeira vez que falava com a filha.

– Não! É sua filha? – Perguntei, já sabendo a resposta.

– Sim – a mulher assegurou sorridente. – É o meu tesouro!

– É linda!

Jones sorriu ainda mais, depois virou-se para a filha.

– Vamos, Andie?

– Sim, mamã - disse a menina e seguiu a mulher, dizendo adeus com a mão.

Quando ambas já estavam a uns metros de nós, virei-me para a mulher a meu lado.

– Ela é linda!

– E nós falamos com ela!

27 de Dezembro de 2001 – 5 anos

Pará, papá! – Andrea gritou enquanto fugia pelo jardim. Mr.Jones corria atrás dela, atirando-lhe bolas de neve. – Pará!

A minha filha gritou mais uma vez e depois caiu no chão, ás gargalhadas! Mr. Jones sentou-se a seu lado e começou-lhe a fazer cócegas.

Era o melhor som de todos! A sua risada!

– Pará!

– Eu paro se tu prometeres ajudar-me a fazer o almoço – negociou o homem.

– Sim, eu ajudo – assegurou a menina.

O homem levantou-se e entrou em casa, sem antes dizer a Andrea que o segui-se.

A menina levantou-se e riu.

Então eu vi o mesmo que tinha visto quando ela nasceu. Eu pensei que estivesse maluca, mas não! Andrea tinha acabado de mudar de cor de cabelos.

No dia em que nasceu, mudou os seus olhos, agora o cabelo.

A minha filha levou a mão ao pescoço como se sentisse um arrepio e sorriu. Encolheu os ombros e entrou em casa.

Esperei alguns segundos e ouvi um grito.

Sorri. Os Jones não sabiam que ela era bruxa, mas eu sim! Afinal ela era minha filha!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? opiniões?
Mau ou bom?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Cursed Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.