Rose fora erguida por seus companheiros de time, enquanto segurava a taça acima de sua cabeça. Tiago e um dos batedores a carregavam nos ombros, enquanto gritos e comemoração ecoavam pelo Salão Comunal da Grifinória.

—Então capitã, ganhamos discurso? —Uma garota pergunta.

—Não sou boa com discursos, mas queria apenas dizer que estou muito orgulhosa de nós todos! —Recebeu aplausos e com um peteleco no pescoço do primo, pediu para descer. —Vou trocar de roupa, nos vemos no jantar.

Rose caminhou alguns passos e voltou.

—Não se esqueça do combinado! —Piscou para o primo.

—Você só pode ser louca!

—Sou uma Weasley! —Saiu rebolando pelo quadro da Mulher gorda.

Assim que o quadro se fechou deu de cara com Rony e Hermione que a olhavam com largos sorrisos nos lábios.

—Vocês vieram! —A ruiva abraçou ambos os pais em um único abraço, apertado e cheio de saudade.

—Claro que viemos! —Ronald brincou com os cabelos a filha. —Assistimos ao jogo. Ou melhor, eu assisti, assim que você caiu da vassoura sua mãe fechou os olhos e só abriu para conferir se você estava viva. Tenho que admitir minha filha, você foi simplesmente brilhante fazendo aquilo. Quanto tempo você e seu primo ficaram treinando aquela jogada?

Rose encolheu os ombros.

—Nós não treinamos! —Respondeu aflita com a reação dos pais.

—Brilhante! —O ruivo exclamou sorridente e orgulhoso.

—Brilhante? —Hermione usou o livro em suas mãos para acertar o ombro do marido. —Sua filha não treinou aquela maldita jogada e literalmente confiou em Tiago que poderia muito bem não ter entendido. Se não fosse sorte, sua filha estaria comemorando a vitória na Ala Hospitalar.

Hermione cruzara os braços no peito, indignada com o apoio que seu pai lhe dera. Rose olhou de um para o outro, não passou despercebida a piscadela que seu pai lhe lançara.

—Onde estava indo? —Perguntou sua mãe.

—Ah, no meu Salão Comunal. Dos monitores. —Sorriu. —Estava indo trocar de roupa para o jantar!

—Claro. —Hermione sorriu boba. —Então lhe vemos em alguns dias!

Abraçaram-se novamente e despediram-se com um aceno.

Assim que seus pais sumiram de seu campo de visão, caminhou em passos apressados para seu salão comunal, no caminho esbarrou em Scorpius que andava sensualmente com as mãos enterradas nos bolsos da calça.

—Aonde vai? —Perguntou agitada.

—Estava indo atrás de você. —Respondeu elevando as sobrancelhas.

Rose riu.

—Como entraria no Salão Comunal para me chamar?

—Não entraria! —Respondeu agilmente. —Pediria para que a Mulher Gorda lhe chamasse e dissesse que seu namorado, o grandioso Scorpius Malfoy requeria sua presença imediatamente!

Rose gargalhou, cobrindo os lábios com as mãos.

—Certo Senhor Malfoy. Se não se importa, preciso me arrumar para o jantar e você também! —Sorriu entrando em seu salão um tanto bagunçado. Bufou. —Já não mandei você levar as suas roupas sujas para o seu quarto?

—Er, eu, hã... Desculpe? —Sorriu bagunçando os cabelos.

—Apenas arrume okay? —Rose pegou algumas roupas dobradas sobre a prateleira. Indicando que estavam limpas. —Não me espere para o jantar, vou me atrasar!

—Coisas de garotas? —Perguntou.

—Grifinórios! —Corrigiu, gritando antes de ligar o chuveiro.

Scorpius desceu antes de Rose, sentou-se ao lado de Luke, mantendo uma conversa longa enquanto o jantar não “surgia” por entre as mesas. As portas do salão até então, fechadas, abriram-se com um estrondo, atraindo a atenção de todos para o portal. Burburinhos começaram a ecoar quando nenhum sequer aluno ou professor passou por ali.

—Mas o que é isso? —Luke perguntou, esticando-se sobre a mesa tentando enxergar qualquer coisa por cima das cabeças e os ombros de outros alunos.

Scorpius continuou sorrindo de lado, com os braços cruzados em frente ao peito estufado.

—Grifinórios!

De repente fogos de artifício explodiram sobre as mesas, movimentando deliberadamente as velas que iluminavam o salão. Três vassouras adentraram o lugar. Rose vinha montada na vassoura da frente, a capa preta desabotoada, deixando que a saia do uniforme balançasse com o movimento. Logo atrás Tiago e Hugo seguiam a ruiva. Da mesa Grifinória gritos ecoavam.

Fred II e Alvo gritavam freneticamente.

Do alto Rose sorria. Seu último ano, que mal faria ter uma pequena manchinha em seu currículo acadêmico!?

—Pronta? —Tiago perguntou, enquanto Hugo observava extasiado por toda a adrenalina.

Rose assentiu, e recebeu o canudo com a surpresa seguinte — que Tiago lhe lançara. Os garotos contaram até três em silêncio. A ruiva lançou o papel enrolado que em poucos segundos explodiu. Com o brilho e luminosidade, os três prontamente inclinaram as vassouras, realizando um giro enquanto subiam um pouco mais.

Os fogos de artifício tornaram-se a cabeça de um imenso leão vermelho e dourado, cujo iluminou por inteiro o Salão Principal. Sua beleza e incredibilidade eram tantas, que nem mesmo os Sonserinos conseguiam desviar o olhar, encantados com o leão. O animal abriu a boca, soltando um alto, longo e assustador rugido. No exato momento em que o trio passou, como se saíssem de dentro dos fogos.

Mais gritos e aplausos.

Aos poucos, os fogos foram se dissipando e desaparecendo pelo salão, assim como o trio que se dirigiu para fora, pousando a batendo as mãos em comemoração.

—O que achou Rose? —Tiago riu.

—De quebrar as regras? —Hugo completou.

Rose gargalhou rapidamente, a adrenalina e nervosismo ainda dominavam seu corpo.

—Emocionante! —Em fim respondeu, respirando fundo.

Riam de toda a situação.

Alguns passos ecoaram e logo se viram diante da diretora. Rose segurou o cabo de sua vassoura com mais firmeza.

—Senhorita Weasley. —Rose a olhou. —Senhores Potter e Weasley, por favor, sigam-me!

O trio assentiu e então, seguiram a diretora até a sua sala. Entraram quietos e silenciosamente sentaram-se. Na parede o retrato do ex-diretor sorria-lhes.

—Ora Minerva, não é possível que esteja pensando em algum castigo para esses jovens! —Falou o quadro para a Diretora.

—Com todo respeito Senhor, se soubesse o que fizemos também nos castigaria! —Rose falou baixinho e Minerva assentiu.

A imagem do quadro esboçou um sorriso.

—Minha jovem, posso não ter visto as suas ações, mas tenho amigos muito detalhistas devo acrescentar. —Sorriu-lhes cúmplice. —Adoro essas comemorações excêntricas!

O trio sorriu.