Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 78
Provocações




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O professor passava de mesa em mesa, observando com cuidado as poções de todos os grupos. Alguns tremiam na base de tão nervosos que estavam sobre as poções mal feitas. Os garotos em pé, em volta da mesa analisavam Rose, que repassava todas as propriedades da poção em mente.

—Não acredito que você está nervosa depois de ter feito tudo sozinha e estudado desse jeito! —Scorpius falou de certa forma repreendendo-a.

Rose apenas lhe lançou um olhar que dizia muito mais do que palavras ameaçadoras e azarações.

Luke se esticou um pouco e sussurrou para Tiago. —Eu tenho muito medo da Rose!

Tiago respondeu com um movimento da cabeça quase imperceptível.

—E então crianças, vamos ver. —O professor aproximou-se e Rose lhe entregou o frasco com a poção. O senhor de bigode analisou de todas as formas possíveis. —Pelas barbas de Mérlin, parece perfeita, eu só preciso saber, com sinceridade, vocês testaram?

Rose assentiu.

—E quem ajudou você? —Perguntou.

—Eu, senhor! —Scorpius aproximou-se de Rose.

—Posso saber o que você perguntou de tão extraordinário que a Srta. Weasley só falaria sob o efeito da poção? —Levantou uma sobrancelha, curioso.

Rose olhou para Scorpius que tinha um sorriso presunçoso no rosto.

—Eu apenas perguntei se ela gostava e algum garoto da nossa classe. —Entrelaçou os dedos, e sorriu ao ouvir o suspiro aliviado da ruiva nas suas costas.

—E devo supor que a Srta. contou seu segredo? —Rose assentiu. —Muito bem então, estão dispensados.

Rose e os garotos jogaram os livros, pergaminhos, penas e tinteiros dentro das mochilas transversais. Luke a Tiago abraçaram Rose, em agradecimento ao trabalho e a nota que os ajudaria nos próximos meses. Scorpius a observava.

—O que foi? —Sentia-se incomodada com aquele olhar cheio de significados, mas ao mesmo tempo vazio.

—Nada!

—Nada? Essa palavra nunca cabe ao seu vocabulário. —Ralhou. —Vamos lá, desembucha!

Scorpius puxou-a em um movimento e prensou-a contra a parede, prendendo-a na sua frente, com apenas um braço.

—Admita que está sentindo minha falta! —Falou como um sussurro delicado e provocador.

—Nesse jogo, dois podem brincar! —Com velocidade e astúcia, Rose inverteu as posições. Trancando Scorpius contra a parede com o seu braço. —Vamos Scorpius, acho que agora ficou justo, não acha?

E com toda a força que conseguiu reunir, controlar a vermelhidão de suas bochechas e iniciou as provocações. Beijou o pescoço do rapaz, e tortuosamente foi subindo os lábios por toda a extensão livre em seu pescoço, afrouxou a gravata verde e prata — foi subindo o rastro de seus lábios avermelhados pela mandíbula do rapaz, sentiu-o estremecer sob suas mãos. E para finalizar a provocação, beijou-o no canto dos lábios, apenas como tortura. Separou seus corpos com violência.

—Te vejo no jantar! —E saiu andando apressada, sem se importar com o que acontecera há minutos atrás.

Diferente de Scorpius, que por longos minutos permaneceu parado na mesma posição em que Rose o deixara. Após conseguir se recompor, ajeitou a gravata e passou a mão pela camisa amassada. Ajeitou as vestes e saiu andando para o lado oposto ao que Rose seguira. E jurando que a ruiva pagaria, seguiu para a próxima aula.

E os dias foram se passando, com menos provocações do que ambos gostariam de admitir. Rose não tinha mais tempo para pensar em provocar o loiro, estava mais aturdida com as provas finais do que qualquer outro aluno. Seus amigos apenas viam-na no jantar, almoço e café da manhã. Madame Pince, a bibliotecária, tentava de todas as formas expulsá-la do lugar, mas Rose batia o pé e dizia que precisava estudar.

Naquela noite, sentou-se na mesa de reuniões de seu salão comunal, com diversos livros abertos e marcados com fitas coloridas. Scorpius apenas olhava-a curioso. A pena de faisão passava pelos lábios de Rose, em um movimento delicado e a seu ver, sensual. O jeito que sua boca se entreabria cada vez que lia alguma coisa diferente. Como anotava diversas curiosidades sobre os pergaminhos, e seus pulsos manchados pela tinta negra que pingava de sua pena, ou manchado ao tocar no papiro envelhecido. Já era torturante para Scorpius observá-la tão intensamente sem ao menos poder tocá-la.

—Rose? —Limpou a garganta. —Rose?

A ruiva levantou o rosto.

—Sim? —Questionou tirando a pena dourada dos lábios carnudos.

—Poderia, bem, poderia me ajudar com isso? —Perguntou mostrando uma folha com diversas anotações.

—Claro, venha aqui! —Pediu, dando três tapinhas na cadeira ao seu lado.

O loiro aproximou-se e sentou, entregando o papel para a ruiva. Rose analisou-o, percorrendo o olhar. Scorpius observava-a com precisão.

—Veja, é simples e nós já estudamos. —Era um clique em sua mente. —Se misturarmos raiz de asfódelo em pó após uma infusão de losna, vamos produzir a poção do morto-vivo! Simples, não?

Scorpius assentiu sorrindo, aproximou-se sugestivamente de Rose. Seus narizes já se encostavam, as pontas eram acariciadas pelas cartilagens macias e rosadas.

—Scorpius? —Rose sussurrou já com os olhos fechados, o loiro ainda observava-a de perto. —Eu preciso estudar e você também.

—Pare de ser tão teimosa. —Pediu ainda com a proximidade misturando suas respirações.

Rose sorriu e abriu os olhos, afastou-se.

Scorpius sorriu. —Gosto do jeito que você fala o meu nome!

Rose corou, o loiro aproveitou para acariciar sua bochecha.

—Continua linda quando fica vermelha! —Ambos riram. —Certo, me passe aquele livro, temos muito que estudar.

E durante a noite e uma parte da madrugada, estudaram, fizeram perguntas um ao outro, testando seus conhecimentos, e enquanto liam os exemplares grossos e pesados, os ponteiros do relógio ao pé da lareira, se movimentava. O fogo crepitava entre o laranja e o vermelho.

Rose acordou com um estalo provocado pelo movimento de seu pescoço. Levantou o olhar, sem ao menos movimentar a cabeça. Estava sentada, na mesa de reuniões. Em volta de seu corpo um cobertor pequeno. Scorpius também dormia, um de seus braços servia de travesseiro para si, enquanto Rose usava o outro como apoio. Levantou o rosto amassado e percebeu o quão dolorido o loiro estaria ao acordar. Zelaria pelo sono do Sonserino, mas teria de acorda-lo.

Aproximou-se com cautela, acariciando os fios loiros de que tanto gostava.

—Hey, Mal... Scorpius. —Falou perto da orelha do loiro. —Acorde!

O garoto se remexeu puxando o braço esticado, usado como travesseiro por Rose. Ao movimentá-lo, a circulação voltou, então despertou com a dormência.

Bocejou. —Bom dia ruiva!

—Bom dia. —Respondeu. —Vou me vestir, me espera para o café?

O loiro assentiu.


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Notas finais do capítulo

Hey, não sei se conseguirei postar amanhã, então aí está, adiantado! Gente, comentem e recomendem ;)