Rose almoçava com Tiago na sua frente, levava o garfo lentamente para a boca, enquanto dividia a atenção entre a comida e o livro em sua mão.

—Ela não larga os livros nem no almoço? —Scorpius perguntou á Tiago, sentando-se ao lado da ruiva.

—Se eu quiser eu pararia de ler, okay? —Perguntou sem tirar os olhos do exemplar.

—Vamos ver! —Scorpius pegou o livro da mão de Rose.

—Me devolva isso Malfoy! —Rose falou alto, e evidentemente irritadiça.

—Se realmente o quer, venha pegar! —O loiro levantou-se e saiu correndo pelas portas do grande salão principal.

—Volte aqui com meu livro, Malfoy! —A ruiva fez o mesmo que o loiro, apenas correu. Sob olhares de outros alunos curiosos.

Corriam pelos corredores, subiam as escadas e voltavam a correr.

—Vamos Malfoy, me devolva! —Gritava desesperadamente.

—Só se me pegar ruiva! —Retrucou, descendo as escadas, chegando ao sexto andar.

Em um certo momento, Rose parou de correr, deixando o loiro tomar uma grande vantagem à sua frente. Respirava ofegante, preferia voar a correr.

—Ora, agora entendi porque o Scorpius te largou, é mais infantil do que os garotos do primeiro ano! —Scoults estava vindo em sua direção, com a camisa aberta em três botões, a gravata solta no pescoço e a saia mais curta que o normal.

Rose revirou os olhos.

—Olha se não é a escória do mundo, vejo que encurtou ainda mais a saia. —Falou cruzando os braços, para controlar a respiração. —O que foi? Não chamava mais atenção o suficiente?

—Pelo menos eu não preciso tentar chamar atenção do Scorpius para conseguir alguma coisa. —Cruzou os braços como Rose, e começou a andar em volta da ruiva. —Sabe como aconteceu? —Riu ironicamente. —Eu estava saindo da biblioteca quando ele simplesmente chegou e me beijou. Aposto que com você foi mais complicado, né?

Rose cerrou os punhos ao longo do corpo.

—O que usou Weasley? Poção do amor? Maldição império? —Sorria, dando-se por vencida.

Rose não notou, mas Scorpius havia voltado, e assistia tudo um pouco mais de longe.

—Ao contrário de você, eu não preciso encurtar a saia ou abrir a camisa. —Falou com escárnio. —E não me importo, se quiser ficar com o Malfoy, fique. E sejam muito felizes. Mesmo ele sendo meu amigo, não me espere para o casamento.

Rose virou-se e encarou Scorpius que assistia a tudo absorto.

—Não mandarei convite para uma mestiça como você! —Falou por ultimo.

Rose fixou seu olhar em Scorpius, e com os lábios sibilou um “desculpe”. Virou-se com tal velocidade, que tudo o que a garota loira conseguiu ouvir foi o som da mão de Rose em seu rosto. A força do impacto, lhe balançou, fazendo-a desequilibrar-se, até cair no chão.

—Nunca mais fale comigo dessa forma. —Nesses breves segundos, Scorpius já correra para segurar Rose, com medo de que ela fizesse alguma coisa a mais. —E um ultimo aviso, pelas suas vestes inapropriadas. Dez pontos serão tirados da Sonserina.

A garota loira abriu a boca, para falar, mas não tinha uma palavra sequer a dizer.

—Não vai me ajudar Scorpius? —A garota loira se dirigiu ao garoto, que ainda segurava a cintura de Rose, tentando tirá-la dali.

Scorpius a olhou, ainda segurava o rosto onde Rose havia batido.

—Por que eu deveria, pediu por isso. —Puxou Rose para mais perto de seu corpo. —Só lhe digo para ir até a Ala hospitalar, dependendo da força desse tapa, sua bochecha putrefará.

Scorpius então colocou Rose ao seu lado, e segurando-a protetoramente pela cintura fina.

—Aqui está seu livro! —Entregou-lhe, enquanto caminhavam para longe.

—Pode me soltar, não vou voltar a bater nela. —Falou para o loiro.

—Prefiro não arriscar. —Scorpius usara a desculpa, para carrega-la daquela forma até a próxima sala de aula.

Ambos pararam na porta da sala de Runas, ainda tinham alguns minutos antes do sinal soar. Rose escorou-se na parede.

—Você não me deixou terminar de almoçar! —Reclamou, colocando as mãos sobre a barriga.

—Chama aquilo de almoço? Estava lendo! —Retrucou.

—Eu almoço daquele jeito. —Sibilou novamente.

—Você é uma teimosa! —Sorriu maroto.

—E você um idiota. —Respondeu.

—Um idiota que você ama e daria tudo para estar beijando agora! —Iniciou seu jogo de provoação.

—Claro! —Falou sem pensar.

—Bom saber que queria estar me beijando! —Riu da expressão de desentendimento da ruiva e entrou na sala.

—Mas que droga. —Ouviu-a praguejando do lado de fora antes de entrar e sentar-se emburrada em uma mesa da frente.

Logo o professor entrou.

—Então crianças, todos preparados para os N.I.E.M.s? —Perguntou aos alunos, que apenas continuaram em silêncio. —Sinto em saber que não!

Percorreu os olhos por toda a sala.

—Bem, formem quartetos, ou seja, dois de cada casa. E abram o livro na página noventa e quatro, quero a poção perfeita!

Tiago juntou-se à Rose, Scorpius e Luke.

—Então, como faremos? —Perguntou Luke, animado.

—Veritaserum! –Exclamou Rose ao chegar na página. —Brilhante!

Os garotos se olharam e soltaram leves risadinhas.

—O que foi? —Rose perguntou ao notar.

—Você sempre fica animada com esses trabalhos, ou é apenas com esse? —Scorpius perguntou.

—Acostume-se. —Luke riu.

— Não viu nada Malfoy, tinha que ver quando tivemos que fazer um trabalho sobre lobisomens e animagos! —Tiago falou. —Tia Hermione passou uma semana tentando convencê-la de que seria melhor que só pensasse no assunto quando fosse mais velha!

Scorpius riu.

—Você não queria realmente se transformar em um animago, queria? —Perguntou curioso.

—Era uma ideia, mas não levei adiante! —Respondeu analisando com o dedo os ingredientes.

—Se tivesse levado sua mãe teria lhe tirado todos os livros! —Tiago retrucou, e levou uma cotovelada na costela. —Hey, doeu.

—E era para doer mesmo! —Ralhou com o primo. Então o professor se aproximou do grupo.

—Então, estou aqui para responder à todas as suas perguntas! —O senhor de bigode lhes sorriu gentilmente.

Os quatro se olharam, mas Rose assentiu.

—A poção demora um ciclo da lua cheia para ficar pronta, não? Então, será um trabalho de dias, certo? —O professor assentiu. —E sei que a poção é controlada pelo Ministério, como vamos fazer a poção em aula?

—Bem, consegui autorização do próprio Ministro! —Respondeu o professor. —Mais alguma pergunta?

Rose negou e o professor se afastou.

—Como sabe tanto? —Luke perguntou.

—Eu estou estudando para os N.I.E.M.s! —Falou, voltando sua atenção novamente para o livro grosso.