Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 74
Beijando o inimigo




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O natal passara, assim como o ano novo. Naquela manhã Rose acordara mais cedo do que qualquer outro integrante de sua família. Ajudou sua mãe a preparar o café, e assim que terminou a refeição, voltou para seu quarto. Fechou o malão, dessa vez, com ajuda da varinha. Já podia usar magia fora de Hogwarts, era maior de idade agora. Hugo passou e pegou o malão da irmã, levando-o para o carro onde Rony guardava tudo no porta malas, estendido com um feitiço não detectável. Da janela de seu quarto, viu seu pai ajeitar as malas e gaiolas dentro do carro, sentiria falta. Mas dessa vez seria por pouco tempo. De frente para o espelho ajeitou o cachecol dourado e escarlate no pescoço. Pegou a bolsa jogando-a no ombro direito, passou pela escrivaninha, onde pegou as cartas que recebera durante o feriado. A maioria de Scorpius. Guardou-as na bolsa, juntamente com um livro para distrair-se.

—Hey, maninha, vamos lá? —Hugo apareceu na porta sorridente.

—Claro. —Assentiu descendo ao lado do irmão.

Na plataforma, despediu-se dos pais, entrando em qualquer cabine que viu e lançando-se na janela. Durante o trajeto foi lendo e conversando com os primos. Agradeceu à Mérlin por não ter encontrado Scorpius. Luke a cumprimentou antes de entrar no trem, e Rose aproveitou para apresentar o amigo aos pais. Hermione fora muito amável, já Rony trocou o mínimo de palavras possíveis.

Chegando a Hogsmeade passaram pela chamada, verificando se todos os alunos haviam voltado, todos entraram nas carruagens e retornaram para o castelo. Minerva avisou a todos durante o jantar, sobre a data dos N.O.M.s e N.I.E.M.s, explicando a importância de cada um deles para o futuro de cada estudante.

Naquela semana, tudo o que Rose — e todos os alunos do quinto e sétimo ano — fez, foi entregar trabalhos, enfiar a cabeça nos livros e passar os horários livres na biblioteca. Rose vira Scorpius poucas vezes, talvez um esbarrão ou outro pelos corredores, mas nenhuma palavra. Ao menos, os professores concordaram em deixar os alunos livres para o passeio a Hogsmeade, alguns aceitaram, outros, apenas diminuíram os trabalhos. Na sexta-feira, a biblioteca se encheu após o almoço.

—Parece que todos querem adiantar os trabalhos, não? —Madame Pince perguntou assim que Rose lhe entregou um dos livros. A ruiva apenas assentiu. Adentrou a biblioteca, pegou os livros de que precisava e jogou-se no canto em que ficara com Scorpius no ano anterior. Lia e anotava tudo o que podia, no final do dia, já estava com milhares de pergaminhos à sua volta. As pernas cruzadas, a capa no chão servia de assento. A pena de faisão dourado prendia sua franja atrás da orelha.

—Rose? —Levantou o rosto encarando Lorcan com um sorriso. —A biblioteca já vai fechar, vamos?

—Claro, desculpe!—Levantou-se, colocando a capa, e jogando os rolos de pergaminho, penas e livros dentro da bolsa.

Se dirigiam para o Salão Principal, lado a lado conversavam. Em um corredor próximo aos jardins, Lorcan parou de repente. Rose parou alguns passos à frente, deixando-se encarar o garoto loiro acastanhado.

—Algum problema? —Perguntou ao amigo, preocupada.

Lorcan abaixou a cabeça e mordeu o lábio inferior.

—Sabe o que dizem sobre nós? —Perguntou levantando o rosto. Rose sentou-se no parapeito de uma das janelas, cruzando os braços.

—Sei! —Abaixou o rosto corado.

Lorcan pegou sua mão e puxou-a para mais perto, afastou a franja rebelde do rosto de Rose, sorriu galanteador.

—Eu só quero tentar uma coisa e peço para que antes de me bater, pense! —Falou. E antes que Rose pudesse sequer pensar, Lorcan segurou sua nuca e sua cintura. Selando seus lábios carinhosamente. Rose retribui da mesma forma, passando uma das mãos pela nuca do garoto, encontrando seus cabelos sedosos e macios. A outra mão parou no bíceps do rapaz, sentindo-o se contrair. Era uma espécie de exploração, para conhecer cada milímetro de suas bocas. Gostos e sensações diferentes. Conheciam-se um pouco mais a cada toque. Separaram-se ofegantes, mas nada os impediu de selarem os lábios novamente, procurando por movimentos e sentimentos diferenciados. Lorcan apertou, se é que isso era possível, ainda mais a cintura de Rose., colando seus umbigos. Dessa vez, terminaram o beijo com um sorriso constrangido.

—Quero que seja sincera comigo. —Pediu olhando nos azuis olhos de Rose, que apenas assentiu. —Sentiu alguma coisa?

Rose riu.

—Promete não ficar chateado? —Perguntou antes de responder.

—Pela sua pergunta acho que já sei a resposta. — Assentiu. —Prometo!

—Não senti nada. —Falou sem jeito, um tanto envergonhada.

—Sinceramente. Eu também não. —Ambos começaram a rir de toda a situação. —Vêm, vamos logo!

O garoto pegou a mochila de Rose e botou no ombro livre, segurando a mão da ruiva. Adentraram o salão principal daquela forma, Lorcan lhe entregou a mochila, e lhe deu um beijo no canto dos lábios, capturando um pedaço de sua boca. Assim como o garoto, Rose sentou-se com seus colegas e serviu-se. Os olhares pairavam sobre Lorcan, Rose e Scorpius que olhava a cena, paralisado, chocado e até surpreso.

—Largue essa faca, parece que vai matar alguém desse jeito! —Luke falou para Scorpius. —E olhá-la desse jeito não vai mudar o que você acabou de ver.

O loiro apenas largou a maldita faca e saiu, sendo seguido de perto por Luke.

—Vá para seu quarto Zabini! —Ralhou antes de entrar em seu Salão Comunal.

—Zabini? Faz tempo que não me chama assim, deve estar muito irritado. —Mexeu as mãos exageradamente.

—Ela falou que nunca tinha beijado aquele idiota! —Falou andando de um lado para o outro. —Ela mentiu, e eu acreditei, que estúpido!

Luke levantou a mão como se estivesse na aula, ou, assim como Rose fazia.

—Fale Zabini! —Scorpius continuava andando impaciente.

—Primeiro meu caro Malfoy, ele não a beijou. Foi perto, mas não a beijou. —Scorpius encarou-o por breves segundos, mas continuou a andar. —E segundo, ela não mentiria. Tenho certeza que nunca o beijou até aquele momento!

—Que ótimo amigo! —Ironizou. —Defende a garota que beijou meu inimigo.

—Você beijou a inimiga de Rose, e ela sim tem motivos para odiar a Scoults. Você meu caro, sempre foi apenas ciúmes! —Luke cruzou os braços, levantando a sobrancelha assim como Rose fazia. Adorava provocar o amigo.


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Notas finais do capítulo

Hey, queria agradecer às queridas Jaqueline Grace Letícia Weasley Malfoy, pelas recomendações! Hey, talvez eu atrase o próximo capítulo, então... Não me matem!