Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 72
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Rose passou a manga do pulôver pela milésima vez naquele minuto em suas bochechas. Estava defronte para a lareira, que ascendera com um simples movimento da varinha. Lamentava-se por ter um dia deixado Scorpius beija-la, pois foi naquele instante, que tudo mudou. Foi quando seus lábios se tocaram pela primeira vez, que seu coração acelerou e depois daquilo, toda vez que o loiro se aproximava, acelerava como se fosse saltar pela boca. E agora, estava ali, lamentando o dia em que o cumprimentara. Havia perdido as aulas por conta de seu estado emocional, contava cada sinal. Pois sabia que quando o ultimo soasse, teria que se levantar e ir para seu quarto, evitando assim, encontrar o garoto. Porém, seu plano pouco elaborado falhou, antes que o sinal tocasse, o quadro se abriu, revelando Scorpius com uma expressão não muito boa.

—Por que não foi nas aulas? —Perguntou severamente. —Seus primos estão loucos atrás de você!

—Não quis. —Forçou a voz para que saísse firme. —Depois eu falo com eles.

Rose na verdade, tentava de todas as formas, arranjar um jeito para subir as escadas, sem que o rapaz visse seu rosto. Mas seria impossível.

—Qual é Rose, essa é a melhor desculpa que tem? —Perguntou sarcástico.

—O que quer que eu diga? —Focalizou a raiva, deixando sua voz agressiva.

—Quero que olhe na minha cara, e diga a verdade! —Elevou a voz.

Rose virou o rosto, encarando o loiro.

—Satisfeito? —Perguntou. —Agora se me der licença, vou para o meu quarto.

Scorpius surpreendeu-se com o rosto vermelho, inchado e molhado de Rose, deveria ter chorado por horas. Rose passara por ele com velocidade, mas antes que perdesse a garota de vista, segurou seu pulso.

—O que quer? —Perguntou chorosa. —Não pode simplesmente me deixar em paz?

—Não sem saber... —Deixou a frase morrer. Era egoísmo seu continuar a falar. Abaixou a cabeça, a sentiu Rose puxar o pulso com força, e brutalidade.

—Saber? —Forçou um sorriso de escárnio. —Então vamos lá. Eu realmente achei, que já tivesse superado isso, que eu conseguiria ver você com outra pessoa, a pudesse lhe dar os parabéns. E talvez até ficar feliz com isso. Por você. Mas ao contrário, descobri que nunca realmente aceitei o fim. Ver você, — Limpou as lágrimas com a manga do casaco fino. — com aquela garota, foi a coisa mais torturante da minha vida. Pior ainda é saber que está se relacionando com a garota de que sempre me defendeu. Qual é o seu problema? Seu idiota, porque foi entrar na minha vida? —Rose já não chorava mais. —Me arrependo friamente, do dia em que você me beijou. E mais ainda de ter gostado tanto de você. Sabe por quê?

Scorpius não se movia, apenas ouvia tudo, digerindo cada palavra.

—Porque aqui, — Apontou para seu peito. — está doendo.

Rose revirou os olhos.

—Que grande estupidez eu estou falando! —Ralhou consigo. —Seja feliz!

Subiu as escadas batendo os pés. Scorpius cambaleou para o sofá e ali ficou jogado, refletindo cada palavra de Rose. Não acreditara no que ouviu. Minutos depois viu a ruiva passar, com o rosto um tanto recuperado e agora, com uma expressão mais serena. Passou pelo loiro e saiu pelo quadro.

Rose sentou-se ao lado de Tiago, como se este a pudesse proteger das dores interiores. Rose contou trechos do acontecido, sabia que se contasse tudo por detalhes, acabaria chorando. E agora, era o que menos queria. Tiago foi abraça-la, mas Rose recuou com um sorriso.

—Se você me abraçar, eu vou chorar! —Falou entre um soluço e uma risada.

—E perder a pose de Weasley durona! —Tiago brincou, o que fez Rose rir e assentir. —Você tem fama de ser mais durona do que seu irmão, e até mesmo o capitão da Grifinória.

—Não exagere. —Pediu bebendo seu suco de abóbora.

Tiago bateu na própria testa.

—Esqueci de avisar, amanhã tem treino depois da aula, você vai? —Perguntou.

—Claro, tudo o que eu quero é um treino para esquecer os problemas! —Falou marota.

—Então vá dormir, amanhã temos aula cedo e você precisa descansar! —Beijou a testa da ruiva.

—Parece minha mãe falando! —Rose riu da expressão confusa de Tiago e voltou em passos lentos para seu salão comunal, encontrando Scorpius praticamente na mesma posição.

Respirou fundo e perguntou:

—Viu o basilisco? Parece que está petrificado.

Scorpius levantou o rosto até então apoiado em uma das mãos.

—Preciso falar com você. —Levantou-se.

—Amanhã, preciso dormir! —Deu às costas ao loiro.

—Você vai me ouvir e é agora! —Puxou Rose de volta, encarando-a nos olhos. —Esperava o quê? Que a gente voltasse depois de um tempo? Que você ficasse com seu primo, com o Scamander e depois voltássemos? Você foi irresponsável quando entrou naquela maldita Floresta e sabe disso!

—Não estou entendo, está me culpando por ter ficado com aquela loira? —Rose abriu a boca em provocação. —Oh, entendi. Acha que eu fiquei com o Tiago e com o Lorcan. Pois fique sabendo que eu poderia estar com qualquer garoto. Mas não estou porque continuo apaixonada por você. —Nesse momento já batia com o dedo indicador no peito do loiro. —Seu completo idiota! Vá ficar com aquela sua loira estúpida.

Rose afastou-se irritada, pronta para gritar.

—Apaixonada? —Scorpius bateu palmas sarcasticamente, bem lentamente. —Se estivesse apaixonada, teria contado ao seu pai que estávamos namorando, não sabe a surpresa que foi para ele saber sobre nós. Teria ao menos, me dado ouvidos e esperado os aurores para não quase morrer sozinha no meio do mato. Se gostasse de mim, não ficaria andando com o Scamander para todos os lados!

—Ciúmes meu caro Malfoy? —Sorriu. —Pois para a sua felicidade, Lorcan é um grande amigo, que está me ajudando a estudar. Tiago é meu primo.

—Não me deve respostas Weasley! —Falou com desprezo.

—Weasley? Finalmente me chamou da forma correta! —Falou. —E tem razão, não lhe devo respostas e muito menos satisfação da minha vida. Então por favor, vamos esclarecer regras. Não quero aquela loira azeda aqui dentro, caso eu a veja, não medirei esforços para tirá-la daqui. Nem que seja estuporada. Ouviu?

Scorpius assentiu, e já sem argumentos, deixou Rose trancar-se em seu quarto. Percebeu a burrada que fizera, e rapidamente correu até a porta do quarto da ruiva, batendo na porta.

—Rose? Me desculpa, eu exagerei! —Pediu, mas não houve resposta.


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Notas finais do capítulo

Hey, até logo, ou não tão logo assim!