Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 64
Malfoy e Weasley




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Scorpius quase fora expulso da Ala Hospitalar, assim que deixou Rose sobre o leito começou a falar com a medi-bruxa, agitado não a deixava trabalhar direito. Depois de ambos aumentarem as vozes, o Sonserino concordou em sentar-se perto da ruiva. Mais afastado, Tiago e Luke, a senhorinha proibiu os mais novos de entrarem. A sala permanecia em total silêncio, apenas o feitiço murmurado — Vulnera Sanentur — misturado com gemidos de Rose.

Após o que pareceram horas, Madame Pomfrey saiu de perto de Rose, secando o suor de sua testa.

—Fiz o que pude. —Disse guardando a varinha no avental, enquanto os rapazes levantavam a cabeça, todos preocupados. —Só um de vocês pode ficar com ela.

Scorpius não se movimentou, por mais que estivesse magoado com a promessa quebrada de Rose, não permitiria que ninguém ficasse ao lado dela, a não ser ele mesmo.

—Vou falar com meu pai, ele está na escola. —Tiago falou para o loiro imóvel. —Cuide dela.

Scorpius apenas assentiu.

—Se ela acordar vá com calma! — Luke bateu no ombro do amigo e saiu, fechando a porta de mármore.

Apenas quando a medi-bruxa saiu do lugar, foi que o garoto se movimentou. Sentou-se na beirada da cama de Rose. Olhava de forma carinhosa, mas receosa para o rosto da ruiva. Passou os dedos pelo seu rosto pálido. Em seguida puxou o lençol que a cobria mais para baixo, revelando vários cortes em sua barriga, pernas e braços. Correu os dedos por cada um dos — agora — pequenos cortes e uma ou outra cicatriz. Rose estava fadada a carregar duas cicatrizes no abdômen pelo resto da vida, felizmente, as marcas eram discretas e pequenas.

—Eu também te amo Rose. —Falou carinhosamente, cobrindo o corpo seminu —coberto apenas por uma fina tala em seu peito, e uma bermuda reveladora — da namorada. —Acorde logo!

Deitou a cabeça no colchão fino e pouco confortável, dormindo ao lado da ruiva logo em seguida.

Despertou com um feixe de luz, que a janela mal coberta pela cortina proporcionava. Levantou o rosto, e assustou-se quando Hermione Granger, sentada do outro lado da cama de Rose, lhe lançou um sorriso carinhoso.

—Bom dia senhora Weasley. —Sorriu sem jeito levantando-se e estendendo a mão.

—Pode me chamar de Hermione. —A garota abraçou o loiro. —Fico feliz que Rose tenha arranjado um garoto como você.

Scorpius sorriu sem jeito.

—Hermione quem é o garoto? —Ronald se aproximava, soltando uma caneca sobre a mesinha de cabeceira.

Scorpius estendeu a mão que foi apertada por Rony.

—Sou Scorpius Malfoy. —Falou com mais tranquilidade do que realmente sentia.

—Ele é o namorado de Rose que lhe comentei. —Scorpius viu as orelhas de Rony ficarem vermelhas após a fala da esposa.

—Namorado? —Perguntou sem piscar ou deixar transparecer a fúria em seu peito.

—Na verdade, ex-namorado. —Assentiu como uma despedida. —Prazer com conhecê-los, se me dão licença.

Ao receber o movimento positivo do casal, partiu. Olhou uma ultima vez para a ruiva e saiu pelas portas com as mãos nos bolsos.

—Gostei do garoto. —Ronald riu, levando um tapa de Hermione.

—Você não impediria sua filha de namorar nem se quisesse, e sabe disso. —Hermione sentou-se, cruzando as pernas e pegando o Profeta Diário. —Ouviu bem Ronald Weasley?

—Você sabe como eu odeio que me chame pelo nome inteiro. —Falou jogando-se ao lado da esposa. —Não fique brava! Ele é um Malfoy.

Hermione riu sem humor.

—Draco falou que Rose era uma Weasley! —Retrucou.

—Draco? Que história é essa de Draco? —As orelhas do ruivo voltaram a tomar um tom avermelhado.

—Exatamente o que ouviu. —Hermione tirara os olhos do jornal. —Draco estava tão receoso quanto você. Encontrei-o no Caldeirão Furado, conversamos sobre esse relacionamento.

—E qual a decisão da doninha? —Ronald tinha uma expressão emburrada.

—Ora, aceitou é claro. —Hermione deu-se por vencida, e não levou o assunto adiante.

Rose acordou no final daquela tarde, foi abraçada diversas vezes pelos pais, tios, primos e amigos. Conversava com Luke, e quando seus pais se distanciaram, não evitou.

—E o Scorpius? —Luke olhou para baixo como quem procurava por palavras.

—Ele vai vir, só estava cansado. —Respondeu confiante, mas seu tom de suplica para que não fizesse mais perguntas sobre o loiro ficou a mostra.

Rose conteve-se em murmurar um “hum” sem humor.

A ruiva passou mais três dias deitada na maca da Ala Hospitalar, seus pais sempre por perto. E em nenhum desses dias, Scorpius aparecera. Naquela manhã, Madame Pomfrey a liberou, acompanhou os pais até a saída do castelo. Abraçando ambos e prometendo que não faria nada de imprudente.

Encontrou com os primos, todos se sentaram perto do lago negro, em baixo do antigo carvalho. Rose deitara no colo de Tiago, que corria os dedos pelo seu cabelo arruivado. Logo, ficaram apenas os dois, na mesma posição.

—Sua namorada deve estar atrás de você! —Rose murmurou de olhos fechados. O silêncio do primo fez com que a garota o olhasse, e visse uma bela careta. —O que foi?

—Nós não estamos mais juntos! —Falou olhando para frente, para o lago.

—Sinto muito. —Foi tudo o que Rose conseguiu dizer.

—Tudo bem, acho que não daria certo. —Deu de ombros. —Não devia ir ver seu namorado?

Rose corou e sentou-se, interrompendo o contato de Tiago aos seus cabelos. Enrolou as mechas em um coque bagunçado, escorou-se na árvore e suspirou pesadamente.

—Ele não foi me ver na Ala Hospitalar, eu acho que... —Não terminou a frase.

Tiago tocou a mão de Rose.

—Vá conversar com ele. —Rose assentiu e se levantou empenhada. —Qualquer coisa me chame, sabe que eu faria tudo para a minha priminha.

Tiago piscou fazendo Rose rir. A ruiva adentrou o Salão comunal vazio, não tinha sinal de Scorpius. O esperaria para em fim conversarem. Os ponteiros o relógio tique taqueavam cada vez mais lentamente. A areia de uma ampulheta velha parecia cair em câmera lenta. Pegou no sono escorada na poltrona, flashes do ataque passavam em sua cabeça. Desde as falas do comensal até o primeiro feitiço lançado. Os lampejos, as vozes embaralhadas, a maciez de algo claro, estava tudo misturado, na sua cabeça, nada era claro. Acordou quando a única coisa clara o suficiente foi a palavra sectumsempra.


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Notas finais do capítulo

Bem, depois de ser ameaçada por mais de uma leitora, aí está! Comentem, recomendem e favoritem! ;3