Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 63
Encapuzado




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O dia passava e Rose já estuporara alguns pequenos animais ao longo o trajeto, quaisquer sons lhe deixava alerta e assustada. Alguns fios de seu cabelo grudavam em sua testa, levemente úmida pelo suor. Ao caminhar, encontrou uma linha de arvores em formato circular, deixando o local pouco mais iluminado. De certa forma, aquele lugar sem vegetação fora usado diversas vezes, Rose constatou, quando percebeu alguns galhos quebrados e flores esmagadas. Um cenário aterrorizante.

Movimentou-se bruscamente, virando-se para onde o som de galhos quebrando ecoou. Não havia nada, a varinha empunhada tremia imperceptivelmente.

—Procurando por alguém? —Virou-se novamente, encontrando, agora, a figura encapuzada, que ansiava encontrar.

—Quem é você? —Perguntou entre dentes.

O comensal soltou uma risada de escárnio.

—Encapuzado, achei que meu nome já estivesse estampado nos jornais tempo o suficiente para crianças lerem. —Sua voz era abafada, carregada de ironia, e seu rosto encoberto pelo capuz.

—Sei quem você é, mas quero seu verdadeiro nome! —Rose estava nervosa, não sabia o que fazer, estava apenas enrolando.

Um fraco raio de luz deixou visível o suficiente para Rose enxergar um sorriso no rosto do homem. A luz cessou.

—Hiago! Hiago Eatter. —Falou alto. —Corajosa você garota. Devo lhe perguntar. Você é uma Weasley?

Rose não respondeu, apenas o encarava.

—Filha de Ronald e Hermione Weasley? —Continuava a falar, e percebeu quando Rose estremeceu quando pronunciou o nome de seus pais. —Foi muito fácil deixar a sua mãe quietinha no lugar dela. Bastou alguns cortes para que ela ficasse desesperada. Já seu pai foi minha diversão por mais tempo, sabe o quanto eu senti falta de usar a maldição cruciatus em alguém? Agradeça-o por mim.

—Chega. —Rose não havia percebido o quão aquilo lhe afetava. E surpreendeu-se quando o grito escapou de seus lábios.

—Oh claro, desculpe-me. Pode colocar seu monólogo vingativo para fora. —A voz e o jeito que o comensal falava, deixava claro sua repulsa pela ruiva. —Quer vingar seus queridos pais?

Rose apontou sua varinha para o homem.

—Vai me matar? A primogênita dos Weasley vai... Me matar? —Sorria com escárnio.

Rose não havia pensado no que faria, desde que entrara na floresta a única coisa que tinha em mente era encontrar o Encapuzado. Apertou a varinha, empunhando-a novamente quando a figura se moveu para o lado.

—Calminha aí ruivinha, não acho justo apenas você usar a varinha.

Antes que o comensal pudesse tirar a varinha da maga de sua capa, Rose já o acertara com o feitiço Immobilus. Rapidamente o comensal se livrou da azaração e sorriu para Rose.

—Não esqueça ruivinha, não está em um duelo da sua escola. Aqui é entre a vida e a morte. —Falou tudo muito rápido. —Alarte Ascendare.

Rose não teve tempo para se defender, foi jogada para longe, caindo com um estrondo no chão.

—Achei que os filhos dos “heróis” batalhassem da mesma forma que os pais. —Falou olhando para a ruiva ainda caída. —Levante querida, da próxima vez eu te mato antes que tenha a chance de empunhar a varinha novamente. Mas como eu gosto de um duelo, acho que será interessante.

Rose levantou-se e limpou uma fileira de sangue no canto de seus lábios. Cambaleou até ficar de pé novamente.

—Não será tão fácil. —Resmungou. —Diffindo!

—Protego. —Rebateu com um sorriso sínico nos lábios,

Rose então se cansou, em sua mente selecionou uma lista de feitiços, e jogou-os todos contra o comensal, apenas com diversos movimentos da varinha.

Bomrbarda, Everte Statum, Estupefaça!

O comensal explodiu, voou dando piruetas e foi estuporado contra um tronco caído.

—Pelo visto sabe fazer muitas coisinhas, minha querida. —Continuou sentado no chão. —Continuando... Estupefaça!

Rose não reagiu, voou longe, batendo fortemente com a cabeça em uma arvore. O som de seu corpo se chocando contra o chão fez com que os pássaros voassem para longe. Seus braços fraquejaram ao tentar se levantar. Soltou um urro baixo.

—Vamos acabar logo com isso. —Sorriu apontando a varinha para a ruiva. —Sectumsempra.

Rose não segurou o grito alto que irrompeu de seus lábios. Não acreditava no quão tola havia sido a ponto de entrar na floresta sem um plano. Respirava ofegantemente, mas a dor a impedia de fazer qualquer coisa. Sentia os cortes espalhados pelo seu corpo, conseguia enxergar pelo blusão, as manchas de sangue.

Estupore!

O comensal voou longe, desmaiado. Rose não vira da onde o lampejo viera, apenas chorava baixinho. Vozes abafadas começavam a encher sua cabeça, não as reconhecia, pareciam longe.

—Rose? —Abriu os olhos embaçados pelas lagrimas, reconheceu o cabelo loiro. E desejou afundar os dedos uma última vez. Piscou algumas vezes para que as lágrimas escorressem. —Vamos lá Rose, qual o contrafeitiço?

—E-Eu, eu não s-sei. —Falou com dificuldade.

—Mérlin! —Scorpius olhava apreensivo para a garota ensanguentada na sua frente.

—Scorpius... —Sua voz era baixa e apenas o loiro ouviu. Viu os olhos do garoto brilharem. O rapaz se aproximou e selaram seus lábios, Rose interrompeu o beijo por conta de uma forte dor em seu corpo.

—Continue acordada, fale comigo! —Cuidadosamente, pegou Rose no colo, aninhando-a em seu peito. Sujando-se com o sangue da garota.

Rose com todas as forças que conseguiu reunir, enrolou os braços nos pescoço do loiro, aproveitando para afundar o dedos no cabelo. Por cima do ombro de Scorpius, pode ver alguns aurores juntando o comensal, outros olhavam aturdidos para o casal. E parados no local onde Scorpius recém passara, seus amigos olhavam-na com água nos olhos. Lily abraçada em Luke, com o rosto enterrado em seu peito.

Logo começaram a seguir o loiro.

—Vamos lá Rose, fale alguma coisa! —Scorpius tentava andar o mais depressa possível, se corresse, tinha a possibilidade de cair e ferir Rose ainda mais. —Vamos Rose!

O tom de sua voz aumentara, e o medo era bastante visível.

—Acho que... —Respirou fundo. — Amo, você.

—Rose? —Scorpius quase gritou. Foi a última coisa que a ruiva ouviu.

Scorpius parara no meio do caminho, ouvia a respiração fraca da garota em seus braços.

—Vamos Malfoy, ela precisa ir para a Ala Hospitalar, rápido. —Tiago gritou quase empurrando o garoto.

Scorpius ao longe ouviu Tiago dando ordens à Hugo, provavelmente mandando-o avisar seus pais. Mas não pensava direito, apenas que tinha de ser mais rápido.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até mais :D



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