Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 61
St. Mungus




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As duas cabeças ruivas entraram na sala da diretora, e então as portas se fecharam com um baque surdo.

Nenhum dos primos ou amigos de Rose teve noticias, após a carta, ninguém soube de nada, e a ruiva não voltou. Scorpius já revirara a escola inteira atrás da namorada, mas foi aconselhado por Luke permanecer calmo. O dia seguinte passou com exaustão para todos, não haviam recebido noticias pelo segundo dia. E naquela noite Scorpius ficou jogado no sofá, com a coluna curvada, os cotovelos apoiados nos joelhos, e as mãos cobrindo o rosto. As mangas da camisa foram puxadas até o cotovelo, os primeiros botões abertos. Evidentemente cansado.

O som do quadro se movimentando lhe trouxe esperança para levantar o rosto e encarar Rose, entrando com o rosto empalidecido e os olhos vermelhos.

—Rose. —Scorpius levantou-se bruscamente e caminhou até a ruiva, abraçando-a e beijando seus cabelos arruivados. Um de seus braços cercava a cintura fina, e o outro, protetoramente segurava a cabeça da garota. —Mérlin, eu estive tão preocupado.

Rose o abraçava com força, enterrando o rosto no peito do garoto.

—Desculpa não mandar nenhuma coruja. —Murmurou contra o peito do namorado.

Scorpius a puxou para o sofá, ascendeu a lareira e aconchegou Rose ao seu lado, cobrindo-a com o cobertor que usara na noite anterior.

Rose parecia um tanto abatida também, estava com as pernas cruzadas e olhava atentamente para o fogo crepitante. Respirava profundamente, como se tentasse controlar algo. Scorpius tocou seu joelho, o olhar de Rose mudou rapidamente para a mão do loiro. Sorriu.

—Minerva me chamou na sala dela. Na carta dizia que tinha algo importante para falar com Hugo e comigo. —Começou a falar, encarando a lareira novamente.

Levantou-se cruzando os braços no peito, forçando-os contra sua pele. Andava de um lado para o outro.

—Meus pais foram atacados pelo Comensal em Hogsmeade. Os dois foram para o St. Mungus. —Uma das mãos passou para a boca, mas logo voltou a cruzar-se. —M-Minha mãe está melhor, foi apenas um corte no braço, mas m-meu pai... —Apertou os braços fechando os olhos. —Usaram a maldição cruciatus. —Reprimiu as lágrimas. —Vai ter de ficar mais algumas semanas no hospital para se recuperar.

De repente Rose não conseguiu segurar mais, as lágrimas romperam em seu rosto como uma vertente. Apertava os braços cruzados cada vez mais em seu corpo. Scorpius levantou-se e aproximou-se de Rose. A ruiva recuava, mas chegou em um ponto que desistiu e ajoelhou-se no chão. Scorpius a abraçou com toda força que tinha. Apertando-a em seu corpo, com carinho, mas sentia-se impotente. Apenas ficou ali, abraçando-a por alguns minutos, escutando seus soluços e sentindo suas lágrimas. Após alguns momentos, Rose tirou os próprios braços de sua cintura, e afastou o namorado com lentidão. Secou o rosto com as manga do moletom.

—Desculpa, eu não queria te envolver nisso. —Falou com a voz embargada pelo choro.

Scorpius levantou seu rosto, a fim de que olhasse em seus olhos.

—Esqueceu? Nunca vou te deixar, estou aqui não estou? —Sorriu fraco. —E além do mais, ainda sou o seu namorado. Vou estar do seu lado, não importa o que aconteça.

Rose assentiu com um singelo sorriso.

—Você deve estar cansada, vá dormir. —Scorpius ajudou-a a levantar. —Vamos.

Rose caminhou ao lado do namorado até seu quarto, e um desejo, talvez causado pelo medo ou apenas a simples necessidade do momento, pediu:

—Fica comigo, só esta noite. —Sentiu suas bochechas pegarem fogo, mas levantou o rosto.

Scorpius apenas assentiu. Em segundos, estavam deitados, com as testas coladas e olhos fechados. Aproveitando o momento. O Sonserino, como uma serpente, deslizou a mão até a cintura da ruiva, puxando-a para mais perto. Fazendo com que consequentemente, suas pernas se entrelaçassem. Seus suspiros se misturaram. Rose posicionou sua mão carinhosamente entre a nuca e a orelha do loiro, acariciando seu cabelo.

Durante a noite Scorpius ficou atento, dormiu, mas seu sono foi leve. No primeiro movimento de Rose, apertou-a ainda mais, mexendo em seu cabelo ruivo, em delicados movimentos circulares.

Era sábado, o sol já brilhava do lado de fora, e o casal continuava dormindo. Durante a noite, as posições mudaram de acordo com seus movimentos involuntários. Rose dormia por cima do braço de Scorpius, enquanto uma de suas mãos estava enterrada no cabelo loiro e a outra segurava o ombro largo. O rosto de Rose apertado contra o travesseiro aumentava sua bochechas.

Scorpius gemeu com a dormência em seu braço, mexendo-o. Puxou-o lentamente de baixo do corpo da ruiva e sorriu. Rose era — em sua opinião — perfeita enquanto dormia. As sardas levemente pintadas em seu rosto, como leve pinceladas em um marrom claro, o cabelo ruivo bagunçado, tomando conta do travesseiro.

Passou o polegar sobre a bochecha da namorada, carinhosamente, com um movimento de vai e vêm.

—Hey Rose, vamos, acorde. —Sussurrou para a garota.

A Grifinória se remexeu, e abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes. Abrindo um sorriso tímido logo em seguida.

—Bom dia. —Scorpius aproximou-se e selou seus lábios em um simples encostar.

—Bom dia minha ruiva. —Tirou da testa de Rose sua franja. —Está com fome?

Rose pareceu pensar por um minuto.

—Com certeza. —Sorriu sentando-se, já enrolando os cabelos em um coque solto e bagunçado. —Me espere lá em baixo?

Scorpius beijou-a novamente.

—Daqui cinco minutos! —Levantou-se e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Rose arrumou-se de forma simples, e com o sol que já espantara o frio, jogou apenas o blusão de Scorpius, puxando as mangas até o cotovelo. Desceu as escadas devagar, encontrando o loiro escorado no sofá.

—Acho maravilhoso o jeito como as minhas roupas ficam em você. —Abraçou a ruiva pela cintura. Rose apenas riu e arrastou o rapaz até o Salão Principal para o café da manhã. Antes que pudesse sentar-se, abraçou todos os seus primos.

Naquela manhã, Scorpius sentou-se com os leões, e ouviu Rose explicar pela centésima vez que Harry estava bem, apenas seu pai e sua mãe haviam sido atingidos.

—Achei que Hugo tivesse explicado ontem à noite. —Olhou repreensiva para o irmão encolhido.

—Não, ele apenas disse que seus pais haviam ido para o St. Mungus. —Explicou Tiago.

Rose revirou os olhos e apertou-se ao lado de Scorpius, colando seus ombros.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, pessoas :D